O Início da Quarta Era – 1º Período: O Período Gélido

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O continente de Zhorass havia sido destruído para sempre.

Os povos zhorassianos, os mais desenvolvidos e poderosos da Terceira Era, haviam perdido o controle e trouxeram forças extraplanares para o mundo. Suas terras foram destroçadas. Impérios, reinos e cidades inteiras afundaram sob as águas de caóticos oceanos.

Os Deuses preferiram destruir de vez o continente para impedir que as forças demoníacas não invadissem outros continentes, acabando de vez com o mundo de Arzien.

Durante o Período Nebuloso, os povos hongakianos conseguiram migrar com suas embarcações para Khedorass, o Novo Continente, chegando na costa oriental em 10300 A.D. Os elfos dorianos e enúriis deixam Zhorass para trás durante o Grande Êxodo e chegam na costa sudoeste de Khedorass em 10000 A.D.

Os kelantes foram os últimos a conseguirem atravessar os oceanos. Outrora esplendorosos, eram os povos mais corruptos e estavam envolvidos diretamente com as forças das trevas que assolaram Zhorass. Os kelantes só conseguiram alcançar a terra firme de Khedorass após um evento que congelou todo o hemisfério norte de Arzien em 8000 A.D.

Esse evento foi um grandioso cataclisma que marcou o início da Quarta Era: A Era da Intervenção. Esse evento marcou também o inicio do 1º Período.

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O congelamento do hemisfério norte de Arzien marca o inicio da Quarta Era.

1º Período: “O Período Gélido” (1 – 2500 I Prd) (8000 – 5500 A.D.)

Primeiro Ciclo – “A Chegada dos Kelantes”

O chamado Primeiro Cataclisma, o que marcou o início da Quarta Era e do Primeiro Período, ocorreu quando um frio avassalador congelou todo o norte de Arzien, alterando completamente o clima em diversas partes do novo continente.

Os kelantes alcançaram as terras da costa noroeste de Khedorass (atualmente chamado de Ilagren), atravessando quilômetros e quilômetros de mares completamente congelados.

Em 7998 AD uma parte da civilização kelante resolveu seguir para o norte, pois acreditavam que seriam abençoados por Adrya, a Deusa Elemental do Gelo, responsável por congelar os mares permitir que eles alcançassem a terra firme. Esses kelantes foram chamados de adryanos. Os adryanos foram os responsáveis por povoar as terras de Cryoltaz, um dos 11 territórios de Khedorass.

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Os kelantes adryanos seguiram para o norte e povoaram Cryoltaz.

Outra parte dos kelantes resolveu seguir para o sul, pois acreditavam que encontrariam terras férteis e seguras, pois era isso que acreditavam os profetas seguidores de Harr-Kilgerd, o Deus líder dos Celestiais. Esses kelantes foram chamados de kilgerdianos.

Os kilgerdianos, que estavam sendo liderados pelos mais velhos e experientes, a medida que desbravavam a costa-sul de Ilagren, percebiam que o clima se tornava menos hostil. Em 7500 AD os kilgerdianos ja ocupavam toda a costa oeste. Com o tempo, eles começaram a se espalhar pelo interior do novo continente, atravessando campos, planícies e montanhas, acreditando que estavam sozinhos nessas novas terras. Mas, eles não estavam.

Povos humanos nativos chamados de darnórios habitavam as terras orientais além da costa oeste. Os darnórios eram descendentes de tribos nômades zahranas que mudaram seus hábitos nômades para se tornarem fazendeiros e agricultores há muitos séculos atrás.

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Os kelantes kilgerdianos exploravam novas terras.

Segundo Ciclo – “A Guerra dos Homens”

Inicialmente o contato entre os dois povos não foi nada amistoso. Os kilgerdianos, fragmentados em diversos clãs, cada qual com seu líder, tiveram reações diferentes. Parte dos kilgerdianos, liderados por jovens e arrogantes guerreiros, resolveram se unir e partir para a conquista a força os darnórios. Os motivos eram variados: consideravam-nos uma civilização bárbara e atrasada, por possuírem terras férteis, rebanhos, construções, por servirem de bons escravos e, principalmente, por cultuarem deuses considerados pagões (deuses do Cicloismo e Triadismo).

Durante alguns anos, os kilgerdianos e darnórios travaram batalhas. Os kilgerdianos sabiam fundir o ferro, trabalhar em pedra e conheciam táticas de guerra avançadas. Os darnórios, em contrapartida, eram povos agrícolas, só sabiam fundir o bronze, trabalhar malmente com pedra e eram fragmentados em aldeias e vilas, não formando uma nação forte e unida. Mas, eles tinham uma grande vantagem: conheciam o território, sabiam de seus perigos, onde deviam entrar e onde não deveriam. Os darnórios venceram os invasores kilgerdianos, que regressaram derrotados para a costa oeste. Ao retornarem, esses kilgerdianos foram tratados como traidores pelos demais por terem ido contra a vontade dos seus líderes.

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Kelantes lutaram contra os darnórios durante muitos anos.

Nessa época os elfos nativos da região estavam isolados em suas florestas. Eles sabiam da chegada dos kelantes e muitos acreditavam em uma profecia que dizia que um povo cruzaria o mar congelado e iniciaria uma nova Era cheia de cataclismas e guerras. Entretanto, em uma época como essa, os elfos pouco podiam fazer para expulsar os kelantes.

Os kilgerdianos, sob a liderança de seus sábios lideres, se aproximaram dos darnórios de outras formas. Os tempos eram difíceis e cruéis diante do inverno interminável que assolava o norte de Khedorass. A comida, a caça, as reservas estavam se esgotando. Monstros e bestas cada vez mais se aproximavam dos homens de todos os lados. Diante disso, os líderes kilgerdianos convenceram os darnórios de que precisavam se unir, ao invés de se matarem.

As exigências dos darnórios foram claras: punição dos invasores que iniciaram a discórdia entre os povos. Considerado justo, os kilgerdianos entregam os culpados pelas invasões e milhares de mortes. Com isso, os darnórios aceitam se aproximar dos kelantes. Mas, essa aproximação não foi abrupta, muitos discordavam dessa aliança e não concordaram em aceitar a presença de estrangeiros em suas terras.

O inverno interminável piorava de tempos em tempos e os kilgerdianos tinham conhecimento de técnicas de engenharia mais avançadas do que os nativos, que em contrapartida conheciam os territórios e onde encontrar recursos. Uma grande aliança estava sendo formada.

Décadas se passaram e diante do frio e das dificuldades de Ilagren, os homens encontraram enfim, a paz e harmonia. Mas, ainda existia muita divergência entre os kilgerdianos e darnórios, principalmente religiosa e cultural. Os extremistas e céticos diziam que essa união seria momentânea.

Terceiro Ciclo – “Os Novos Homens”

Os kilgerdianos ensinaram suas religiões aos nativos: Os Celestiais e os Elementais. Os Celestiais eram governados por duas grandes divindades: Harr-Kilgerd e Uthartis. Porém, seus deuses estavam mortos. O seu poder e influência haviam se perdido com a destruição de Zhorass. Os kilgerdianos apesar de reverenciarem a Harr-Kilgerd em sinal de respeito, eles cultuavam os Deuses Elementais para obterem seus poderes.

Os darnórios cultuavam dois tipos de panteões: Cicloismo e Triadismo. Ambos tinham suas diferenças em relação a criação do mundo e da vida, o que geravam motivos para disputas entre eles a muito tempo.

Cicloismo cultuava 6 divindades: Zao (Criação), Gyratos (Destruição), Ceovan (Vida), Recvill (Morte), Mylanian (Luz) e Shalistir (Trevas). Essas divindades eram ligadas a 3 grandes esferas de influência:

  • Esfera física: era tudo que podia tocar ou sentir, tal como a criação e os elementos, porem sem vida.
  • Esfera espiritual: era tudo que tinha ligação com os seres vivos.
  • Esfera temporal: era tudo que tinha ligação com o tempo, que envolve tanto a esfera física e espiritual.

O Triadismo cultuava 3 divindades relacionadas as 3 luas de Arzien, todas elas responsáveis pela criação de tudo: Verânis, a Lua Azul (Ordem), Alumis, a Lua Branca (Neutralidade) e Nélides, a Lua Vermelha (Caos).

Na miscigenação dessas culturas, os cultos foram se mesclando diante de novos sincretismos e associações. Os homens kelantes kilgerdianos com os darnórios unificaram as suas religiões e criaram o Primeiro Panteão de Ilagren: O Vyrkhandûl.

Os elfos passaram a chamar os homens de “Ilags”, que significa “novos homens”. A terra dos ilags passava a se chamar Ilagren. A relação entre as raças humanas e élfica começou a melhorar também nesse ciclo. A prosperidade reinou durante muito tempo. O inimigo comum entre eles, o frio e o gelo, também foi um grande responsável pela aproximação das raças.

O Período Gélido aos poucos estava encontrando o seu fim. A esperança e a prosperidade se espalhava pela terra dos homens. Finalmente o calor do Talzûn e o conforto dos campos progressivamente se revelava, podendo ser sentido e apreciado ano após ano.

A natureza voltava a ser como era: cíclica e equilibrada. Parecia ser um novo recomeço. Um novo período de paz e prosperidade.

Mas não foi.

Horn, a mais poderosa nação élfica de Riftdorian, que era uma grande ilha, cai perante a um ardiloso plano dos elfos negros. Esse foi o Segundo Cataclisma.

Suas terras são arrasadas e consumidas por magias poderosas que moviam gigantescas e destruidoras ondas que avançam contra o continente.

Leia a continuação em O 2º Período: “O Período das Trevas”.

“Há uma profecia élfica que diz que um povo irá cruzar o mar congelado e reiniciará o ciclo de cataclismos, guerra e destruição. Essa profecia, de certa forma, estava correta.”

Thyengard, survianista peregrino da Ordem dos Ciclos e Períodos.

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Ilags, os novos homens, sobreviveram ao frio arrasador do 1º  Período.

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Sobre o Autor: Bruno Gonçalves

Mestre Aposentado, criador do cenário de campanhas Arzien, jogador de RPG a mais de 18 anos nos diversos cenários dos mestres da Orbe dos Dragões. Atualmente escreve sobre RPG, Dicas de Mestre e Cenários de Campanha.

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