Aventura CaLuCe: Caçada Insana em Vila da Pratinha – o terceiro diabo

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Uma das celas da masmorra da Casa da Guarda de Vila da Pratinha.

Poderkaine elaborava mentalmente sua retórica para conversar com o importante prisioneiro da masmorra da Casa da Guarda de Vila da Pratinha, localizada na avenida principal da cidade, era um lugar espaçoso, possuindo vinte celas em sua masmorra subterrânea, onde estavam presos Anderson e mais cinco guardas da milícia local, todos acusados de participarem do esquema de corrupção. Dois guardas vigiavam as celas.

O paladino, impacientemente aguardava o retorno de Garibaldi, que o ajudaria no interrogatório. Tyla percebeu a inquietação do amado e lhe disse:

– Ele não deve demorar. – como se houvessem sincronizado as ações, nesse instante, o guerreiro adentrou no recinto – Está vendo, eu te disse. – ela olhou para Garibaldi com suspeita, pois ele parecia esquivo, não a encarando nos olhos, o que a deixou ainda mais curiosa. – O que está escondendo Gerard? Você parece estranho.

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Tyla Rufgard

O guerreiro, com um meio sorriso, disse de forma descontraída:

– Estou escondendo de você nada Tyla. Por que as mulheres são sempre assim? – Garibaldi olhou para Joshua. – Basta um olhar torto ou simplesmente deixarmos de as cumprimentar corretamente que elas ficam desconfiadas. Ela faz isso com você Porderkaine?

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Gérard Garibaldi.

Wenishy, desconcertado com a pergunta e sem saber como devolvê-la, ignorou e disse rispidamente:

– Como estão as crianças?

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Sir Joshua Wenishy Poderkaine.

Gerard, rindo de deboche, respondeu:

– Estão bem! Estão com Esmeralda! Não poderiam estar com melhor pessoa. Ela estava esperando por você querida Lady Rufgard! – de repente, fez uma reverência para a jovem. – Está melhor agora? Ou prefere que diga “ Ela espera por você minha Dama Tyla Rufgard, paladina da Ordem da Sagrada Lâmina de Tyr”?

Rufgard riu diante do pequeno e irônico gracejo do guerreiro e disse:

– Hum… Tem algo aí. Mas vamos deixar isso por hora quieto, pois vocês têm assuntos a resolver com aquele tolo ganancioso que está preso lá em baixo. – ela olhou para Poderkaine demoradamente, o analisando, Joshua se sentiu como se ela visse nu e conseguisse enxergar sua alma. – Nos encontraremos no Abrigo onde os órfãos estão, até mais. – ela saiu e fechou a porta.

Respirando longa e pausadamente, como se tivesse escapado de um interrogatório, Garibaldi sussurrou:

– Puxa Poderkaine! Essa foi por pouco! Bendito sentido da verdade que os cavaleiros sagrados possuem! Não passa nada, ou quase nada. – ele riu e pegou de seu bolso uma pequena caixa de madeira polida, estendeu-a até Wenishy, que a pegou. – Aí está, demorei um pouco por conta da barganha, mas padrinho é para isso mesmo, foram duzentas peças de ouro, veja.

Joshua abriu a caixa e viu que eram anéis de ouro cravejado com pequenas pedras preciosas, sorriu para Garibaldi e disse em tom cordial, se dirigindo para a sala onde havia uma escadaria para as masmorras:

– Obrigado! Agora vamos interrogar Anderson.

Gerard o segurou pelo braço e disse:

– Temos que ter um plano de ação, não pode chegar assim Poderkaine. Vamos fazer o seguinte, eu serei o interrogador mal e você será o bom. Ele tem que sentir que estamos afrouxando e endurecendo com ele para que se abra com a gente. Vai ser divertido.

Wenishy balançou a cabeça concordando com o guerreiro e retrucou:

– Acredito que será tudo, menos divertido meu amigo. Vamos lá!

A dupla desceu pelas escadas rumo as masmorras, onde haviam deixado as cinco sentinelas responsáveis pela manutenção da prisão daqueles criminosos nada comuns àquele cárcere.

Aparentemente, entre os cinquenta milicianos da cidade, cinco incluindo o líder da guarda estavam envolvidos no esquema criminoso, que havia eliminado comprovadamente três soldados, incluindo o antigo líder da guarda, sendo que mais dois soldados haviam morrido em ação durante a administração de Anderson, o que levava a suspeita para mais mortes.

Ao chegarem no corredor onde estavam as celas, perceberam que duas sentinelas pareciam conversar calorosamente com alguns dos prisioneiros. Os guardas corrutos haviam sido encarcerados separadamente nas celas daquela masmorra para que não pudessem confabular.

Com a chegada dos dois guerreiros, as sentinelas pararam subitamente a conversa e retomaram rapidamente seus respectivos lugares de vigia, apesar de desconcertadas, demonstraram severidade diante daqueles que estavam no controle da vila.

Os dois passaram por eles, com seus semblantes fechados e os cumprimentaram, então se entre olharam (tentando deduzir sobre o teor daquela conversa), e seguiram até o final do corredor das celas, onde estava uma quinta sentinela, posicionada no fundo do corredor, que possuía no alto uma pequena janela gradeada que dava vista para o chão da rua principal.

A sentinela balançou sua cabeça levemente cumprimentado a dupla de interrogadores, pôs rapidamente uma das mãos no bolso, de onde extraiu um mol de chaves, abriu a cela onde Joshua e Gerard viram um conhecido indivíduo numa cama de cela, era Anderson, estava deitado com as pernas cruzadas e apoiadas numa das paredes do local.

O perigoso guerreiro, que desafiou a força do paladino em conjunto com o diabo farpado, descansava com uma pesada bola de ferro presa a sua mão por meio de uma corrente e um grilhão, e impedia que o combatente pudesse realizar qualquer reação rápida.

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Anderson, o ex-líder da guarda de Vila da Pratinha.

Anderson, um homem opulento estava sem seu elmo, exibiu seu rosto de feições grosseiras, logos cabelos, barba e bigode negros.

Ele estava com a cabeça sobre os braços cruzados e a medida em que percebeu a presença de seus captores, inclinou levemente sua cabeça na direção deles, que adentraram sua cela clamando-o, com um olhar frio de descaso.

Wenishy e Garibaldi iniciaram um longo diálogo com o prisioneiro (para ver as impressões do paladino veja o artigo de autoria do mesmo – A Lei de um paladino – ou clique aqui).

Em muitos momentos destacando a moral e ética de um servidor de Ecnor, sobre os quais parecia que o guerreiro debochava deles em algumas ocasiões (como se conhecesse das regras do reino mais do que eles), destilando muita raiva, inveja e rancor.

A dupla pôs em prática seu plano de manobra para tentar dobrar o adversário, que se mostrou inicialmente pouco propenso a colaborar com informações relevantes que ajudassem a elucidar ou ao menos entender o caso que ocorreu Vila da Pratinha.

Por fim, por meio a intimidação e persuasão, eles conseguiram extrair dele a irrefutável alegação de culpa que tinha sobre muitos dos crimes que haviam sido cometidos naquele lugar e uma informação extremamente relevante, sobre a existência de um terceiro diabo, ainda mais poderoso (do qual, o outrora poderoso guerreiro parecia tremer de medo, apenas em mencioná-lo), que estaria refugiado no Bosque dos Perdidos, uma localidade a alguns quilômetros da vila.

O corrupto ex-chefe da guarda, não sabia dizer especificamente os reais propósitos que o diabo tinha ao sugerir a captura do paladino ao invés de sua destruição, ficando aí uma incógnita, da qual apenas disse que a criatura pretendia usá-lo em algum ritual maligno.

Ao passar essas informações e assumir sua culpa, perante os executores da Lei de Ecnor, Anderson queria que os seus captores lhe gerassem a oportunidade para que fosse transferido para a Capital de Ecnor, Lothian, onde seria julgado e aprisionado. Porém, não lhe garantiram nada e o deixaram aos prantos e gritos, em sua agonia, sem saber qual destino lhe seria pior, se nas mãos dos diabos ou daqueles guerreiros da lei.

A medida que deixavam a masmorra da Casa da Guarda de Vila da Pratinha, Gerard, não escondendo a graça, fez pilheria com a situação destacando que aquele guerreiro grande, forte e intimidador, diante deles não passou de uma criança tola e mimada, dobrando-se a vontade deles e lhes fornecendo as informações de que necessitavam. Joshua recriminou o amigo, por agir daquela forma num momento de seriedade, pois ainda existia uma missão clara em andamento, que envolvia a destruição desse terceiro diabo.

Garibaldi novamente, com sua expressão jovial, tentou suavizar a situação, desviando o foco para a proposta de casamento que o paladino faria a Rufgard. Mas Poderkaine, que estava com seu semblante cerrado e irresoluto, retomou o assunto principal com secura, sem dar espaço para o companheiro de jornada entrar em devaneios desnecessários, que levou Gerard a chama-lo de antiquado e monótono.

No entanto, para a dupla, estava claro que Anderson queria a todo custo deixar o calabouço e ser transferido para a Capital do Reino, pois teria sua chance de escapar aliada a qualquer possibilidade de movê-lo daquele lugar para fora da cidade, onde possivelmente teria comparsas esperando para lhe darem fuga. E isso os dois concordavam que não poderiam permitir.

Enquanto os dois se preparavam para deixarem a Casa da Guarda rumo ao encontro de Tyla e Esmeralda – ambas estavam na companhia dos órfãos da cidade, Gérard disse para Wenishy partir sozinho ao encontro delas, pois ele estava desconfiado demais para deixar aquele local, ficando para garantir que nada saísse do controle.

Entendendo e consentindo na tarefa de Garibaldi, Joshua se despediu amigavelmente do aliado e partiu até o encontra das garotas para alertá-las sobre uma ameaça que ainda persistia em Vila da Pratinha, o terceiro diabo.

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Criação e elaboração: Patrick, Bruno Santos.
Fontes de imagens: internet
Autoria da imagem da capa do artigo: Shin

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Sobre o Autor: Patrick Nascimento

2 Comments

  1. Antes da primeira parte, do momento tenso, ainda veio um calmo em que Wenishay conversou com Esmeralda e Tyla (ver capítulo, Caçada Insana em Vila da Pratinha, encontro marcado) e ainda teve o combate contra os hobgoblins a seguir…

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