As Guerras de Greyhawk – Parte VI

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O Fim da Guerra

Por dois longos anos (582 a 584 CY), as nações de Flanaess conspiraram, assassinaram e guerrearam umas com as outras até quase todos os lados terminarem ensanguentados e batidos: a guerra tinha exaurido a terra e o povo. Furyondy e Iuz chegaram a um impasse; os vastos cofres de Nyrond foram esvaziados e os seus camponeses sobretaxados se encontravam em rebeldia; o Grande Reino foi despedaçado em um enxame de feudos insignificantes e ambicionando poder; Keoland lutava contra invasão por todos os lados: incontáveis homens, anões, elfos e orcs marchavam para a guerra, para nunca mais retornar; fazendas permaneciam vazias; os campos jaziam abandonados … Flanaess não poderia guerrear por mais tempo.

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A Guerra cobra seu preço – Flanaess estava devastada

Propostas para uma conferência de paz foram recebidas com aceitação cada vez maior. As marionetes da Irmandade Escarlate, recebendo ordens do Pai da Obediência, enviaram uma convocação para um grande armistício[42]. Todas as nações iriam cessar hostilidades e colocar sua própria casa em ordem.

[42] Por que a Irmandade Escarlate procurou uma paz universal permanece sem explicação. Uma paz certamente iria permitir ao Pai da Obediência estabelecer governos em Onnwal, Idee na Terra dos Príncipes do Mar, bem como infiltrar novos agentes em outras terras. As verdadeiras motivações, entretanto, permanecem desconhecidas.

No fim, através de negociação, intimidação e até assassinato, a proposta da Irmandade encontrou aceitação[43]. A Cidade de Greyhawk, intocada pela guerra, tornou-se o local da conferência[44]. No mês de Passagens, o Grande Conselho (como veio a ser conhecido) congregou.

[43] Por exemplo, o Yeomanry assinou o tratado apenas após a fronteira entre a nação e os Príncipes do Mar ficar claramente definida. A Terra do Punho Pétreo assinou após as mortes misteriosas de vários atamans (chefes tribais).

[44] Greyhawk na verdade prosperou imensamente na guerra. Refugiados viajaram para Greyhawk para escapar de suas terras arrasadas pela guerra – entre eles os maiores estudiosos, artistas e magos do mundo. Tendo fugido com seu ouro e pouco mais, os refugiados precisavam de comida, roupa e abrigo – e tinham o dinheiro para comprá-los. Este fluxo de pessoas expandiu as pequenas fronteiras de Greyhawk, passando a incluir a porção norte da Costa selvagem e as colinas que ficavam tão distantes quanto o Ducado de Urnst.

A proposta de paz, apesar de simples na teoria, provou ser uma tarefa monumental, com os incontáveis embaixadores presentes. Nos seis meses do Grande Conselho, intrigas abundaram na medida que cada lado tentavam ganhar preponderância. Mais de uma vez a conferência quase entrou em colapso quando embaixadores sentiram-se ofendidos com algum insulto real ou imaginário.

O ato final do imenso drama ocorreu no Dia da Grande Assinatura. Um pacto tinha sido resolvido e quase todas as nações tinham concordado em assiná-lo. Porém, enquanto a cerimônia solene prosseguia, um evento tumultuante ocorreu.

Até hoje uma névoa borra os detalhes do ocorrido: aparentemente alguém planejava aniquilar toda a corporação diplomática presente, mas o plano falhou. Uma explosão brilhante destruiu uma boa parte do Grande Salão minutos antes dos embaixadores formarem a assembleia para aquele dia. Uma feroz batalha mágica imediatamente seguiu, espalhando caos através de boa parte da velha cidade (área mais antiga da Cidade de Greyhawk). Quando o fogo e a poeira abaixaram, os condestáveis descobriram os robes fumegantes pertencentes a dois poderosos membros do misterioso Círculo dos Oito – Otiluke e Tenser. O assassino destes magos, inegavelmente um mago poderoso, foi descoberto ser um terceiro membro do Círculo dos Oito – Rary. Utilizando segredos conquistados por confiança, Rary não apenas vaporizou seus dois companheiros como também rastreou e destruiu cada clone que o par mantia em preparação (nota: este estratagema tem falhas, uma vez que uma ressurreição verdadeira os restauraria, logo, é necessário uma explicação adicional).

O motivo por trás da traição de Rary permanece nebuloso. De acordo com muitos que o conheciam, o mago provavelmente enxergou uma oportunidade de conquistar terra e poder na confusão que se seguiria após os assassinatos. Outros sugerem que Rary era um peão da Irmandade Escarlate.

Com o plano descoberto, entretanto, Rary e o seu co-conspirador, Lorde Robilar, fugiram da cidade. Incapazes de retornar ao castelo de Robilar, que foi imediatamente tomado pelas tropas de Greyhawk, o par escapou para o Deserto Brilhante. Lá, eles conquistaram os selvagens residentes e estabeleceram um reino próprio. Apesar de pequeno e misterioso, este reino crescente poderia algum dia ameaçar as próprias fronteiras de Greyhawk.

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Rary, O Traidor

Temendo maiores interrupções, as delegações rapidamente assinaram o Pacto de Greyhawk, e assim a guerra de larga escala de Flanaess chegou ao fim, ganhando o título enganoso de “As Guerras de Greyhawk”.

O Pós-Guerra

A guerra terminou em 584 CY, mas a cronologia do cenário está em 599 CY. Abaixo segue um resumo mínimo dos acontecimentos, por país/região que sofreram as mudanças mais importantes:

Em 591, Furyondy, Veluna, Iuz e Terra dos Escudos: Após uma cerimônia realizada pelo Cânone Hazen de Veluna, empunhando um artefato maior, o Cajado de Rao, o evento conhecido por “O Vôo dos Demônios”, baniu a maioria dos demônios de Flanaess, mandando-os de volta para o seu plano. Iuz ficou sem o seu contingente mais poderoso, permitindo que Furyondy, Veluna, Povo Alto promovessem a Grande Cruzada do Norte, na qual reconquistou todas as terras perdidas por Furyondy, bem como reconquistou uma fração da arrasada Terra dos Escudos, retomando Critwall, embora Admundfort continue ocupada por forças de Iuz. A Sociedade dos Chifres e o Reino dos Bandidos continuam sob controle do Ancião, embora rumores sugerem a volta da organização Sociedade dos Chifres, que planeja retomar sua terra.

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O Cajado de Rao

Terra Pétrea: Sevvord Barba-Ruiva finalmente libertou-se do controle mágico de Iuz, ordenou matar todos os clérigos do Ancião e agora jura vingança contra o semideus.

Ket e Bissel: A aliança de Ket com Iuz não fora aprovada pelos mulás religiosos da nação e após uma série de revoltas, o Bei Zoltan foi assassinado. A revolta permitiu que Bissel e seus aliados retomassem parte da independência. Reconquistando todo o país exceto a antiga capital, Thornward (virando uma cidade neutra) e sua porção norte.

Sterich e Geoff: Ambos atingidos pelas invasões dos gigantes das Brumas Cristalinas, o Marquesado de Sterich conseguiu sua independência graças à ajuda de Keoland. Já o grande Ducado de Geoff continua sua luta contra a ocupação.

Irmandade Escarlate, Domínio das Ilhas, Terra dos Príncipes do Mar, Onnwal, Idee: A Irmandade Escarlate não teve sucessos espetaculares no pós guerra, muito pelo contrário. Em 586, o território de Idee, previamente conquistado, foi anexado pela Província do Sul do ex-Grande Reino (veja mais abaixo). Em Onnwal , uma rebelião derrubou o governo instalado pela Irmandade em toda a nação, exceto a crucial cidade portuária de Scan; a rebelião prossegue lá. Aproveitando o tumulto, os Príncipes do Mar se rebelaram, afundando sua terra em uma guerra civil que continua sem resultados. O Domínio das Ilhas continua uma marionete da Irmandade.

Grande Reino de Aerdy do Norte (ou Reino do Norte) e Reino Unido de Ahlissa: Como já foi citado na descrição do louco Rei Supremo, em 586 CY, uma guerra civil devastou a capital Rauxes (torando-se uma cidade proibida e perigosa, devido aos campos de magia bizarros) com o desaparecimento de Ivid o Imortal e a posterior fundação de duas nações que coroavam seu próprio Rei Supremo: A Província do Norte tornou-se O Grande Reino de Aerdy do Norte, governado pelo Rei Supremo Grenell I, e a Província do Sul virou Reino Unido de Ahlissa, governado pelo Rei Supremo Xaverner I. Apesar de ambos ainda estarem consolidando suas terras, uma guerra futura entre os dois estados é certa, cobiçando reconquistar todas as terras do Grande Reino original. Enquanto O Reino do Norte possui maior similaridade com o antigo império, inclusive com a pesada influência da Igreja de Hextor, Ahlissa clama diferir do antigo e corrupto Grande Reino (uma declaração que os vizinhos não confiam), tentando aumentar sua força imperialista através de produtividade e comércio.

Principado de Ulek e Pomarj: A guerra continua, embora uma fração de Ulek tenha sido reconquistada pelas forças nacionais, bem como uma ajuda dos Cavaleiros de Luna (organização de elfos de Celene liderada pelo Príncipe Melf Chamabrilhante, o criador da magia flecha ácida de Melf).

Círculo dos Oito: Tenser conseguiu ser revivido (mas Otiluke não) e saiu do círculo e, segundo os rumores, formou sua própria organização. Há novos membros no Círculo dos Oito: Theodain Eriason, Alhamazad o Sábio e Warnes Capa Estrelada.

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Flanaess estava em paz novamente…

Créditos

Tradução Original: Victor Caminha
Revisão e Edição: Bruno de Brito
Fonte das Imagens: Acervo da Internet
Fonte Oficial: “The Official History of the Greyhawk Wars” de autoria de David “Zeb” Cook, editado na época por J. Robert King e lançado para America Online por Roger E. Moore em 1995.

Os nomes e termos contidos neste documento são propriedade da Wizards of the Coast.

Relação Remissiva de Notas

[1] Anais da Família Vordav. História do feudo de Vordav que incorpora grandes porções da Floresta Vesve, uma área conhecida pela sua viciosa população goblinoídes. O comando citado apareceu em uma ordem para um dos cavaleiros de Vordav que guardavam a fronteira. O cavaleiro, agora desconhecido, aparentemente cumpriu a ordem ao pé da letra, e foi justamente usando essa frase que Iuz reuniu os goblins e orcs de Vesve vários anos mais tarde simplesmente lembrando-os de chacina de Vordav.

[2] É bem possível que o próprio Iuz tenha criado e disseminado estes rumores

[3] Essa distração preveniu Avras III de uma assimilação planejada das Terras dos Escudos. Livre da ameaça de uma ação militar, o Conde de Walworth resistiu às exigências de vassalagem para a coroa de Furyondy. Esta resistência provocou repercussões graves um século depois.

[4] Apesar da importância de Zagyg neste evento, ele não fez a captura sozinho. Ele contou com a ajuda de seus aliados Murlynd, Heward, Keoghtom, Kellanen (todos estes, assim como Zagyg, atingiram status de divindade futuramente), bem como a ajuda singular do avatar de st. Cuthbert – uma ação extremamente incomum dada a não-interferência dos deuses de Greyhawk. A participação de st. Cuthbert na captura certamente explicaria o grande ódio de Iuz por esta religião.

[5] Belvor III morreu durante o sono em 537 CY, após um reinado de 15 anos. Alguns nobres acusaram os Grandes Lordes de assassinato apesar da suspeita sobre os Terríveis e Medonhos – os Hierarcas da Sociedade dos Chifres – terem clamado que sua magia trouxe a morte ao rei. Uma comissão de magos e clérigos liderada pelo Lorde Throstin da Ordem do Cervo decretou que o Rei Belvor morreu de causas naturais durante o sono. Os Grandes Lordes foram isentos de culpa, mas os Hierarcas nunca retiraram sua declaração: tal feito só aumentava a reputação dentro da Sociedade dos Chifres.

[6] A causa precisa e a natureza desta loucura instigou muito debate entre os estudiosos do Grande Reino. Pomfert o Velho, um dos Oito Sábios de Rel Mord, considera que a loucura dos Reis Supremos possui origem mágica. Citando o epíteto do Rei Supremo, “vidente diabólico”, Pomfert argumenta que a insanidade dos Reis Supremos deriva de suas barganhas com demônios do Abismo (na verdade, são diabos dos Nove Infernos). Ele também proclama que nenhuma loucura hereditária similar foi testemunhada anteriormente, um argumento que se opunha fortemente contra uma origem congênita. Lorall de Almor postula uma outra hipótese: a loucura é uma maldição dos deuses pela vileza traiçoeira dos Reis Supremos. Como Olho da Fé do clero de Almor, entretanto, o julgamento de Lorall sobre este assunto deve ser considerado suspeito: os almorianos há muito preferiram ver o apoio dos deuses nos conflitos do Grande Reino. Além disso, como uma maldição, a loucura causou muito mais males aos inimigos da Casa Naelax do que aos seus membros: os Ivids parecem quase deliciar a sua insanidade.

[7] Apesar deste ato ser comumente creditado ao Príncipe Ivid, não houve evidência direta do então futuro Rei Supremo com este assassinato.

[8] Damalinor, o Duque de Ahlissa, apostava que seu exército sozinho poderia esmagar a recém-formada Liga de Ferro, criada em 447 CY e consistindo por Onwall, a Cidade Livre de Portão de Ferro, Idee, Sunndi e os povos não-humanos (anões, gnomos, halflings e elfos) das Montanhas Glorioles e das Terras Altas de Hestmark. Derrotando esta aliança econômica-militar, o Duque de Ahlissa esperava criar um império para si (que não aconteceu).

[9] Há provas irrefutáveis que algumas, mas nem todas, unidades da Companhia da Guarda eram formadas por diabos barbazu dos Nove Infernos. Este fato explica a performance altamente errática dos exércitos do Rei Supremo.

[10] Os símbolos de ofício do Rei Supremo são o Cajado de Naelax, o Orbe de Rax e a coroa de Aerdy. Em adição, o próprio Trono Malaquita é considerado um artefato. Esculpido Adamante, é parte de um fragmento de uma estrela-cadente, o trono foi construído por um mago imperial séculos atrás. Os seus poderes permaneceram um sigilo muito bem guardado pelo Rei Supremo. Quando o ultimo herdeiro de Rax levou para a tumba os segredos do trono, Ivid I consultou os maiores sábios para deduzir os seus poderes. Estes sábios o serviram bem, e como recompensa, Ivid os matou, por ciúmes de seu novo segredo. A linhagem dos Ivid aprendeu que o trono concede visão da verdade a qualquer um que sente nele, também cercando-o com um globo da invulnerabilidade invisível. Adicionalmente, qualquer um que saiba a palavra de comando pode abrir um portal uma vez por semana. Este portal leva para o nível superficial dos Nove Infernos. O trono não oferece proteção de criaturas que porventura cruzem o portal, entretanto. Usar este poder também é perigoso, uma vez que cada uso promove uma chance de 5% de causar insanidade – uma maldição amarga numa linhagem já atormentada pela loucura.

[11] Ivid IV foi um genitor muito prolífero. Antes que sua ascensão pudesse ser assegurada, Ivid V teve que eliminar 123 irmãos e irmãs. Apesar de bebês latentes serem uma presa fácil, o irmão mais velho de Ivid V facilmente se equiparava a ele. Por muitos anos, a dupla empenhou uma guerra de assassinato e intriga em seu palácio-prisão antes que Ivid V enfim prevalecesse.

[12] O papel de Ivid V neste evento é indubitável: um novo monarca gabava-se de um ato impiedoso. Todavia, percebendo o perigo de manter uma concubina traiçoeira por perto, Ivid V sentenciou sua cúmplice para a Roda da Dor.

[13] Depois das Guerras de Greyhawk, muitos outros eventos ocorreram. Não tenho como citá-los todos, mas em relação ao Grande Reino, após uma guerra civil que teve sua apoteose em 586 CY, Rauxes, a capital imperial, caiu sob grande ataque mágico e ela se tornou hostil e inabitável até hoje, com estranhos fenômenos mágicos e sobrenaturais abundando em seu perímetro. Ivid V desapareceu e deixou de ser Rei Supremo. O Grande Reino se dividiu em dois: O Grande Reino do Norte e o Reino Unido de Ahlissa, ao sul.

[14] De longe, a melhor fonte sobre a Irmandade Escarlate e suas atividades são as anotações de L. Marquel “As estranhas estórias de um viajante honesto no sul”. Marquel, um paladino do reino de Nyrond, aceitou uma comissão do Rei Archbold III para investigar rumores provenientes da Península Densac (acredito que seja sinônimo de Tilvanot). Viajando disfarçado, Marquel perambulou em sua investigação para terras ainda mais ao sul. Apesar de ter sido incapaz de penetrar as fileiras ameaçadoras da Irmandade Escarlate, Marquel gravou fielmente cada rumor, estória e experiência de sua jornada. O resultado é uma estranha mistura de detalhes insignificantes e grandes impossibilidades, mas novamente, providenciou a melhor fonte de informação sobre a Irmandade Escarlate.

[15] Os rumores de que a Irmandade Escarlate é uma ordem inumana (ex: especulações que sejam elfos negros adaptados à superfície, criaturas que chegaram via um portal mágico) são falhos por desconsiderar a fácil infiltração dos espiões e assassinos da Irmandade nas cortes humanas.

[16] Morrev O Vidente de Ferro da cidade de Scant tentou comprovar com grande esforço as conexões da Irmandade à maioria dos eventos pré-guerra. Ele ligou a organização com os raptos mencionados previamente, a libertação de Iuz da prisão de Zagyg, o Grande Incêndio da Floresta de Celadon e as atribulações que atormentaram a Cidade de Greyhawk. Infelizmente, as “provas” do Vidente de Ferro são tão fantasiosas e sem embasamento quanto são interessantes e populares.

[17] M. Vidente de Ferro atribuiu à Irmandade Escarlate quase todas as mortes de nobres das terras benignas durante o pré-guerra. Suas provas, apesar de carentes em pesquisa, evidenciam uma inigualável (e incontida) imaginação.

[18] O paladino L. Marquel ficou particularmente desgostoso pelos rituais que testemunhou nas selvas de Hepmonaland. Por baixo de seus protestos veementes, entretanto, o leitor pode notar um fascínio com os inúmeros detalhes indecentes dos ritos. Um dado divertido é que, após sair de Hepmonaland, Marquel passou dois meses num monastério em Sunndi “procurando alívio dos pensamentos sombrios e dos sonhos atormentadores”.

[19] A fortificação da fronteira precede a fundação do Ducado de Tenh. As primeiras defesas foram construídas pelos Aerdy, uma muralha com torres no topo do passo. Calbut evoluiu naturalmente na base do passo e já era fortificada na época da rebelião dos Tenhas contra o Grande Reino.

[20] Dito vaidoso e incompetente, dizem que Margeist de Redspan foi alocado como administrador de Calbut por ser o local “onde causaria menos problemas”. Enquanto estava sendo investigado pelo Cavaleiro-Magistrado de Tenh pela acusação de desvio de fundos do tesouro da guarnição, a invasão surgiu e Margeist desapareceu. Alguns sugerem que ele traiu Calbut e utilizou a invasão como meio de ocultar sua fuga.

[21] Particularmente, o rei da nação bárbara mais fraca, os Fruztii, lucravam enormemente pelo seu pacto com Ratik. O arquibaronado ajudava os Fruztii em liberar o passo norte dos Punhos e também em acumular força suficiente para se libertar da dominação dos poderosos Schnai

[22] A. Yamoskov, um sábio da cidade de Rel Mord, teoriza que, de acordo com o Codex de Mordenkainen, Iuz mantinha itens relacionados à força vital dos demônios, podendo então forçá-los a sua vontade. Ele argumenta que, durante o “aprisionamento” de Iuz nas masmorras de Zagyg, o semideus (Obs: Iuz Só conseguiu status divino após emergir de sua prisão) foi na verdade banido do plano em que se encontrava indo parar no material. Durante este exílio, Yamoskov sugere que Iuz colecionou estes itens.

[23] Sevvord Barba-Ruiva quebrava o costume normal de interromper o conflito ao anoitecer, confiando ao investir em tropas com visão no escuro para manter o ataque.

[24] Inegavelmente, o dinheiro veio da Terra dos Escudos. Um grupo de aventureiros de Perrenland saqueou o tesouro de um chefe orc de Vesve e encontrou prataria da mesa do Lorde Holmer!

[25] G. Ivril acredita que a força sitiante consistia de pelo menos cinco grandes tribos de orcs: os Vrunik, Faarsh, Jukko, Haggnah e Karaki. Porém, o exército de Vesve certamente deve ter incluído outras raças, especialmente goblins e hobgoblins, logo a lista de tribos de Ivril é claramente incompleta.

[26] Embora não tenha apoiado tão intimamente, para que o Duque do Norte não fosse apunhalado por seu próprio lado.

[27] As estórias contam que, lívido por sua impotência ao não conseguir forçar o Sagrado Censor na aliança, o louco Rei Supremo ordenou o assassinato de 100 concubinas do Sagrado Censor para aliviar a sua raiva.

[28] Osson media os seus inimigos corretamente. O Exército Aerdy, o mais forte do Grande Reino, não portava apenas combatentes, mas também cortesãos, especialistas em alcovitar e bajular o Rei Supremo. O Grande Déspota do exército, sua Alteza Yindil de Jalpa, habitualmente comandava seu regimento do conforto de seu palácio, ao invés de aguentar os rigores de uma campanha real a 320 km de distância. Os seus subordinados não eram melhores, rivalizando mais entre si do que contra o inimigo, cada um procurando desacreditar seus colegas e assim obter favor aos olhos dos censores temíveis do Rei Supremo.

[29] O Exército Aerdy providenciava um belo exemplo de bagagem militar inútil. Apesar de não haver contagens acuradas, Preboste estimou numa carta para sua esposa que as carroças de bagagem para suas tropas se estendiam por 64 km atrás da retaguarda e levavam três dias para serem dispostas em um único lugar. Entre itens notáveis neste comboio, havia 5.000 mulheres, 500 garotos, duas troupes de teatro e 50 rouxinóis em gaiolas ornadas!

[30] Ivid estendeu estas ofertas não por amizade ou parentesco, mas porque o Rei Supremo enxergava a chance de assegurar um controle mais forte sobre o seu primo vacilante.

[31] Thredus, mago pessoal e cronista do Comandante Osson, registrava fielmente estes conselhos de guerra. “O Verdadeiro Relato da Grande Campanha Almoriana” de Thredus compreende cinco volumes e descreve tanto relatos históricos das batalhas como também informação biográfica sobre o próprio Osson.

[32] Vítimas da Morte Sem Fim são forçadas a usar um anel da regeneração enquanto torturadores interminavelmente praticam sua arte sobre elas. Estes torturadores, treinados desde a infância para medir perfeitamente a intensidade e a extensão da dor, sempre pausavam a um passo de causar a morte ao torturado. Os rumores contam sobre vítimas desta punição que foram torturados pelos avôs, pais, e filhos da mesma família do torturador (Estes anéis na verdade tratavam-se de anéis da eternidade, seu usuário nunca envelhecia graças a poderosa regeneração mágica imbuída no anel)

[33] Como um meio-orc – normalmente ostracizado pelos orcs – obteve comando de uma das maiores tribos em Pomarj é um mistério. Alguns estudiosos especulam que Mak foi ajudado por um mago ou talvez pela Irmandade Escarlate.

[34] O Déspota odiava e precisava de suas tropas humanas. Apesar de detestá-los por serem fracos e carentes de selvageria (quando comparados aos orcs), ele sabiam que eles tinham maior paciência para uma campanha prolongada. As forças orcs, por outro lado, minguariam se não fossem providas constantemente com batalhas e vitórias.

[35] Nenhuma tropa de apoio chegou de Celene. Os elfos naquela época clamaram que nunca receberam avisos sobre a situação problemática. Várias semanas depois, entretanto, um mensageiro retornou ao passo dizendo que ele entregara pessoalmente as notícias das condições ruins de Rourk ao Luminoso Comandante-Elfo Jevrail. Não há evidência que apoie a declaração do mensageiro e muitos (certamente os elfos) acreditam que ele estava mentindo para ocultar sua própria deserção.

[36] Os anões desenvolveram após este episódio a classe de combatentes conhecida como Anão Defensor – Os intransponíveis.

[37] G. Ivril, mais do que qualquer outro, apoiava esta teoria. Ele insiste que o “tempo” preciso dos ataques de Iuz, Pomarj e das Brumas Cristalinas denotavam um plano central. Realmente, os agentes de Iuz procuraram incitar os habitantes das duas últimas regiões, mas incitar goblinoídes e gigantes é muito mais fácil do que organizá-los taticamente para ataques coordenados. É mais provável, como Ponfert sugere, que os ataques foram simultâneos porque os monstros de Pomarj e das Brumas Cristalinas perceberam simultaneamente a preocupação dos vizinhos com Iuz e decidiram atacar. De acordo com Ponfert, por conseguinte, os agentes de Iuz apenas incitaram ataques ao invés de liderar exércitos de criaturas em invasões precisamente planejadas

[38] Mais do que alguns poucos eram, de fato, incompetentes, mas Ivid também incluiu muitos comandantes capazes em sua afirmação.

[39] Com a prisão e a “execução viva” (Morte sem Fim) do Sagrado Censor Spidasa, o culto de Hextor sofreu uma grave perda de prestígio e poder na corte do Rei Supremo. Logicamente, os membros sobreviventes do culto procuraram captar a graça de Ivid ajudando-o na “reestruturação” de seu exército.

[40] A identidade e o alinhamento político deste assassino permanece um mistério. O ataque teve poucos segundos de vida quando os guardas pessoais de Ivid reduziram o assassino a pó.

[41] G. Ivril afirma confiantemente que a Irmandade Escarlate engendrou o colapso eventual do Grande Reino. A maioria dos outros historiadores considera a insanidade de Ivid V razão suficiente para a queda daquele reino.

[42] Por que a Irmandade Escarlate procurou uma paz universal permanece sem explicação. Uma paz certamente iria permitir ao Pai da Obediência estabelecer governos em Onnwal, Idee na Terra dos Príncipes do Mar, bem como infiltrar novos agentes em outras terras. As verdadeiras motivações, entretanto, permanecem desconhecidas.

[43] Por exemplo, o Yeomanry assinou o tratado apenas após a fronteira entre a nação e os Príncipes do Mar ficar claramente definida. A Terra do Punho Pétreo assinou após as mortes misteriosas de vários atamãs (chefes tribais).

[44] Greyhawk na verdade prosperou imensamente na guerra. Refugiados viajaram para Greyhawk para escapar de suas terras arrasadas pela guerra – entre eles os maiores estudiosos, artistas e magos do mundo. Tendo fugido com seu ouro e pouco mais, os refugiados precisavam de comida, roupa e abrigo – e tinham o dinheiro para comprá-los. Este fluxo de pessoas expandiu as pequenas fronteiras de Greyhawk, passando a incluir a porção norte da Costa selvagem e as colinas que ficavam tão distantes quanto o Ducado de Urnst.

RELAÇÃO COMPLETA DE LINKS:

  1. As Guerras de Greyhawk – Parte I
  2. As Guerras de Greyhawk – Parte II
  3. As Guerras de Greyhawk – Parte III
  4. As Guerras de Greyhawk – Parte IV
  5. As Guerras de Greyhawk – Parte V
  6. As Guerras de Greyhawk – Parte VI

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Sobre o Autor: Bruno de Brito

Mestre da campanha "Aurora dos Conflitos", ocorrida no cenário de Greyhawk. Entusiasta do sistema Pathfinder, fã de Magic: The Gathering e churrasqueiro nas horas vagas.

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