Aventura CaLuCe: O passageiro das trevas – a caçada

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Markin S’man Tinthalion.

O alto elfo adentrou a Floresta da Vigília, e durante a longa noite, empreendeu sua caçada a diabólica criança.

Após algum tempo de perseguição e busca, sob gotículas de chuva que começaram a cair, o alto elfo chegou num local onde viu que de maneira infantil e ineficaz, a criança pareceu tentar se esconder atrás de uma árvore.

Ela tentou projetar sua voz em outra direção na expectativa de ludibriar o guerreiro mago, contudo Markin estava atento e fingindo não conhecer sua localização dissimulou andando a ermo, mas tentando se aproximar dela, enquanto ela disse em tom jocoso:

– Se não é o poderoso Markin S’man Tinthalion em carne e osso?! Então, finalmente conseguiu me encontrar com seus horríveis olhos élficos, herói.

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A criança possuída falou com o elfo.

Tinthalion, cada vez mais próximo, respondeu em tom sério:

– Por que não se apresenta, e se aproxima para conversarmos cara a cara?

A voz que vinha da criança era claramente alterada e grosseira, era possível ouvir sua respiração chiada. Inicialmente resmungando num terrível e desagradável idioma desconhecido pelo elfo, mas cujo som das estranhas palavras agrediram aos ouvidos dele, lhe disse novamente, mas agora no idioma comum, com raiva e desprezo:

– Eu irei somente se você se prontificar a me matar. Terá a chance de enfiar essa espada no peito desta criança. – A infante deixou seu esconderijo e começou a andar temerariamente em direção ao herói, e continuou dizendo. – Você foi o culpado pela morte dela! Poderia tê-la evitado, mas a usou para receber os golpes por você, seu escroto! Você é uma merda de herói, é um aproveitador! Mas podemos fazer um acordo, do qual ganhará o poder para impedir que pessoas ao seu redor morram, um poder para vencer até, Rize, seu maior rival! E tudo que terá que fazer é ser leal a mim. Ou você pode enfiar seu graveto de aço nesse vaso se preferir, ou talvez, satisfazer seus desejos carnais com ela se for o caso.

Terminou blasfemando muito, misturando termos em linguagem comum que deixariam rubro o mais torpe dos bárbaros.

Enojado, Markin olhou para a criança com um misto de desprezo e pena, pois sabia que a criança não estava no controle de suas faculdades, o elfo pensou em imobilizá-la para a levar de volta à vila. Com um olhar ameaçador, Markin disse:

– Acho que preferirei remover você dela! Criatura suja!

No entanto, de repente, a criança acelerou o passo e correu até o alto elfo para confrontá-lo. Seguiu-se um breve confronto físico entre a criança que demonstrou ser detentora de uma força impressionante, certamente oriunda do ser obscuro que a dominava.

Ao passo que ela tentou, com suas pequenas mãos, agarrar o elfo este, atento como estava, conseguiu se desvencilhar do abraço traiçoeiro e em resposta, a atingindo com o cabo da espada duas vezes, acreditando que lhe nocautearia, mas tudo o que conseguiu foi provocar machucados que verteram o sangue da inocente, para a apreensão do nobre elfo .

No ápice do confronto, a menina possuída se afastou e entre blasfêmias e xingamentos, gritou em desafio contra o herói elfo:

– Venha! Me mate seu pulha! Estou indefesa, enfie essa sua espada em mim e acabe logo com o sofrimento desta garota! Venha seu covarde, faça algo que preste! Estou indefesa! Me vencer será muito fácil. Você já começou. – Pegou com a mãozinha esquerda na testa ensanguentada e mostrou a Markin a palma com parte do sangue que caiu.

Markin titubeou, pois não tinha a intenção de matar ou causar tal machucado a criança, neste instante de vacilo, a criança possuída correu para a mata densa, fugindo de seu perseguidor que correu atrás dela e a continuou procurando enquanto penetrava mais profundamente na floresta, no rastro da infante.

Em outra parte da Floresta da Vigília, uma batalha ferrenha entre rivais ancestrais ocorreu.

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Distúrbios ocorriam dentro da Floresta da Vigília.

Uma bela elfa florestal, com longos cabelos castanho dourados, traços finos, trajando um vestido branco feito de uma fina e contida malha com contornos prateados, que delineava seu corpo esbelto, elegantemente coberta por adereços, ombreiras ornamentais, braceletes de prata, brincos feitos em platina, muitas dessas peças eram no formato de folhas.

A elfa florestal fugiu amedrontada de hobgoblins que a perseguiram incessantemente. Lentamente se recuperou do pânico que sentiu ao ser perseguida, quando conseguiu recordar seu nome (Adrie Verdemanto).

Com a consciência recuperada, percebeu que havia sido alvo de uma pérfida magia de medo, lançada por um dos xamãs inimigos. Ela notou que seus adversários não a deixariam escapar e sabia que precisava dar cabo deles. Foi então, quando se voltou para seus perseguidores e lançou um encanto rapidamente.

Subitamente os hobgoblins foram engolfados por uma tênue névoa esverdeada que os derrubou. Ele pegaram no sono, sem que percebessem o que lhes havia acontecido.

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Adrie Verdemanto.

Adrie Verdemanto em veste e capa brancas, se aproximou de seus perseguidores, notou que ambos dormiram profundamente devido a sua magia de sono que havia tido sucesso, lamentando o pelo que teria que fazer em seguida.

Rapidamente, sacou uma adaga de sua algibeira e cortou o pescoço de cada um deles, dando-lhes o golpe de misericórdia. Por fim, deixou que o sangue deles vertesse próximo a raízes de uma arvore, fez uma prece à Titânia e rogou por sua proteção e pela vitória de seus aliados.

Verdemanto iniciou sua caminhada de retorno rumo ao seu grupo de defesa, quando encontrou uma criança humana caída inerte no meio de um arbusto.

Curiosa e ao mesmo tempo tocada pelo inusitado aparecimento de uma criança humana tão longe de sua vila, inadvertidamente se aproximou dela.

Ao se aproximar, percebeu que a infante tinha muitos arranhões causados pela mata e hematomas na cabeça causados por algum tipo de arma. A criança parecia delirar, sussurrando palavras incompreensíveis, até o momento em que conclamou por sua mãe.

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Adrie encontrou a criança, sem sinais da possessão, inconsciente e machucada e se apiedou.

Ainda sem entender o que uma criança humana fazia tão ao interior da Floresta da Vigília sem o acompanhamento de adulto, conjecturou que ela poderia ter se perdido de seu guia ou pai, durante algum encontro com hobgoblins e durante a fuga, teria se machucado.

A elfa afastou seus pensamentos mais racionais, que lhe apontavam a uma possível ameaça e começou a tratar da menina, utilizando uma poção de cura que carregava.

Delicadamente tratou os ferimentos da criança enquanto acariciou seus cabelos, sentindo aquela pequena vida sob seus cuidados.

Fazia muito tempo que não via uma criança humana, e a infante despertou nela um sentimento maternal. Ela não fazia ideia da crueldade que fora perpetrada contra a criança e nem o que ela havia presenciado até ali, mas jurou defendê-la e punir os culpados pelo seu sofrimento.

Enquanto pensava em como levá-la dali de volta ao seu povoado e que castigo aplicar aos brutos que havia agredido aquela pobre menina, de súbito a pequena mão da menina segurou o pulso da elfa, como se fosse uma mão de ferro e com olhos malignos lhe disse de forma monocórdica e sem emoção:

– Olha o que encontrei! Acredito que seu corpo me seja mais adequado na situação em que estou! Obrigado vadia!

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Criação e elaboração: Patrick, Aharon.
Fontes de imagens: internet
Autoria da imagem da capa do artigo: Shin

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Sobre o Autor: Patrick Nascimento

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