O Cofre de Romag – Parte II

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Os aventureiros derrotaram o primeiro desafio do cofre de Romag e cientes do que poderia estar por vir se prepararam como um verdadeiro grupo. Com inteligência, habilidade e maestria, o grupo venceu facilmente a segunda rodada do Cofre de Romag, Eophain colheu seu tesouro e agora, estaria o grupo preparado para resistir a tentação de uma 3ª rodada, leia aqui nesse impressionante e detalhado relato acerca das aventuras desse fantástico grupo de heróis.

Narração: Bruno de Brito
Jogadores:
Daniel Alonso (Pyrus)
Fabrício Nobre (Eophain)
Bruno Simões [Direto da China – Obrigado Roll20] (Kalin Orochi)
Gatts como NPC, Conduzido pelo Narrador + Participação Especial de D.C.
Questin Himbble como PdM

Sessão ocorrida no último sábado: 18.02.17

O Templo do Elemental Maligno

Textos dos Jogadores

Pontos de Experiência

Engajados e sentindo aptos a irem além, decidem ir para o 3º nível. Era justo conceder ao halfling Questin a chance de também apoderar-se das benesses do artefato misterioso. Entretanto em uma rápida dissolução Gatts anunciou que sairia da sala, que não participaria do confronto. O grupo por um momento titubeou, mas as chances estavam a favor dos demais e em uma rápida votação todos decidiram que eram capazes de vencer o que quer que estivesse além do nível 2, e o preço pago foi alto, alto demais…

De dentro do cofre Eophain colheu o seu medalhão, agora completamente coberto por ferro, um metal de cor ébano, com uma joia de ferro na forma de um lobo. Ao tocá-lo, ele soube imediatamente seus poderes. Além de servir como um mecanismo mágico para guardar sua armadura e sua espada, invocando-a imediatamente com a força do pensamento, o medalhão durante 1 minuto por dia, não consecutivos, concedia-lhes uma camada mágica de rocha maleável, que absorvia os impactos de qualquer golpe, a pele de Eophain agora era tão dura quanto a rocha da qual era composta a pele de seu futuro adversário…

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O Medalhão do Armamento do Lobo de Ferro

O tempo é uma variável inexorável, e o Cofre de Romag era uma metáfora aplicável à afirmação, Eophain, Kalin, Pyrus e Questin, estavam com plenos poderes quando derrotaram os dois elementais enormes da terra. A rocha desses seres era uma pedra mais nova, datada de relativa baixa experiência, os elementais que surgiram após Questin colocar o seu punhal da defesa no cofre era tipos diferentes, tratava-se de uma pedra mais antiga, em verdade anciã.

A rocha envelhecida e marcada por cicatrizes revelavam a ancestralidade daqueles elementais, anciões antigos, Gurpar (gur-pár), Bantrom (bahn-trom) e Gastilx (gás-tilqs), eram anciões respeitados por todos os elementais existentes no Templo do Elemental Maligno, equilibrados e dotados de um senso de ordem absoluto, eles investiram contra os heróis.

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Os Elementais Anciões – Gurpar, Bantrom, Gastilx

Todos estavam céleres pela magia de Gatts, Pyrus ainda contavam com os poderes concedidos pela magia divinal “Força dos Justos” em tamanho, força e resistência; Eophain estavam duas vezes maior, fruto de outra uma magia lançada por Gatts no Kensai, Kalin e Questin estavam intactos, não haviam sido atingidos pelos ataques dos elementais anteriores.

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Cena 1 do Combate

A investida dos anciões veio rápida e aparentemente desordenada, em movimentos distintos. Gurpar contra Eophain, Bantrom contra Pyrus e o último, Gastilx contra Kalin. Os aventureiros não demoraram muito para perceber, a forma como investiram separou os heróis e aquela jogada foi um diferencial importante nas rodadas seguintes.

Eophain avaliou rapidamente a situação e diante do risco gritou para Kalin e Pyrus para reagruparem-se. Pyrus e Kalin tentaram mover-se, mas as criaturas com cerca de 9m de altura e largos braços, ameaçavam alcançar qualquer um deles com seus punhos de pedra com mais de 5 toneladas cada, eram poderosas bigornas de rocha convicta.

Para o kensai restou focar em tentar dar um fim rápido a seu adversário, ele estava célere, ele estava gigante. Talvez tenham sido esses pensamentos que nublaram a técnica e habilidades experientes do kensai. Em um ataque desequilibrado e com grande intensidade Eophain acertou o chão de pedra com sua espada. Ele ouviu quando o aço trincou e revelou rachaduras ao longo da lâmina. A arma kensai havia sido danificada, logo no início daquela peleja. Ainda que com sua ferramenta de batalha quebrada, Eophain não titubeou, e avançou contra Gurpar, mantendo sua estratégia.

Pyrus também sabia que deveria acabar com seu elemental com velocidade, e vigorosamente atacou, e a cada ataque realizado, ele percebia que a rocha absorvia os danos causados de forma impressionante. Aqueles elementais além de visivelmente resistentes, possuíam uma dureza ímpar.

Kalin se viu diante daquela força da natureza elemental e ciente de que precisava de apoio para combate-lo, invocou os poderes de Pelor, em verdade sua arma. Uma maça de energia apoiaria o grupo no combate. Ainda que percebesse que pouco efeito pudesse fazer, Kalin se apoiou na estratégia.

As rodadas iniciais do combate se passaram e não demorou para o sacerdote de Pelor perceber que seus companheiros precisavam de seu apoio de cura através de sua fé. Foi quando ele invocou a benção gloriosa de seu deus, o sol brilhou naquele plano de rocha em que se encontravam. O próprio sacerdote de Pelor com sua armadura completa de adamante já estava sentindo além da resistência de sua proteção, o peso das pancadas de Gastilx. A Glória de Pelor recaiu sobre todos os aliados, a exceção de Questin que se encontrava longe demais do grupo para receber as bênçãos. O halfling se encontrava flanqueando o elemental de Pyrus, tentando somar esforços com o clérigo de Joramy para derrubar Bantrom.

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Cena 2 – A Aura de Glória

Os poderes da Glória concedia a todos cobertos por ela, um efeito de paz que impelia os inimigos a não combater. Para poder continuar a batalha ferrenha, os elementais precisaria ser fortes de vontade. E por uma infelicidade do clérigo de Pelor, apenas ele foi abençoado com a paz do santuário, efeito que fez Gastilx parar de combatê-lo. Gurpar e Bantrom mantiveram a postura ofensiva contra Eophain e Pyrus, para o desapontamento do clérigo Kalin.

Foram sucessivos os ataques dos elementais e dos heróis. A batalha estava ferrenha e equilibrada, mas Gastilx agora encantado não enfrentava Kalin e virou sua vontade e fúria elemental contra Pyrus. Deste momento em diante a batalha desequilibrou.

Mesmo com as bênçãos da megera, Pyrus estava recebendo duros golpes, e os elementais iniciaram uma manobra de combate que a cada pancada, um tentava destruir a arma do clérigo de Joramy (Pyrus), fendendo-a, enquanto o outro aplicava um poderoso golpe que o arremessava para mais longe de seus aliados. A luta estava visivelmente pendendo a favor dos anciões elementais.

Pyrus foi jogado violentamente contra a parede com um soco vigoroso desferido por Gastilx, o clérigo de Joramy sentiu a dor do golpe, há algum tempo as bênçãos concedidas pela Força dos Justos, bem como a magia de velocidade lançada por Gatts tinha expirado, e os elementais se deleitavam ante o desespero do sacerdote da megera. Pyrus sabia, não duraria muito tempo, Questin não conseguia apoiar o sacerdote e com receio de sofrer retaliações dos elementais se afastou prudentemente.

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Cena 3 – Pyrus contra Bantrom e Gastilx

Eophain lutava, se aproximava da morte em um momento e era curado vigorosamente por Kalin no momento seguinte. Gurpar, ignorava Kalin graças aos poderes de sua gloriosa fé, mas isso incutia no kensai todos os ataques mais pesados. O elemental tentara uma vez concluir a destruição da espada larga de Eophain, entretanto na primeira tentativa ele percebeu que a dureza daquela lâmina era superior a seus golpes, e a ele era impossível tentar superar sua dureza.

Kalin sentia que o poder originário de sua fé, estava próximo de findar-se. O tempo passava, o contador do cofre indicava que a arma de Questin logo seria destruída. Ele não sabia o que ocorreria depois.

Questin, há muito já havia abandonado o anseio de ter alguma chance de recuperar seu precioso item. Aquele punhal era um item mágico raro, que ele ganhara em sua primeira empreitada a serviço do Marechal de Baranford Don. Fragark. Aquela houvera sido uma difícil missão de espionagem na cidadela de Minas Carnalion, o nobre desejava descobrir se os anões estavam fabricando armas para os orcs da Floresta Vesve, uma teoria absurda de conspiração, mas as pessoas comentavam da paranoia do nobre militar e descartavam a possibilidade, mas no final o halfling descobrira que não era anões que estavam fabricando as armas, e sim goblins. Estes estavam munindo orcs da Floresta Vesve ao norte de Baranford, com armamento para um assalto que ocorreria eminentemente à cidade Baranford, não fosse pelo empenho do pequenino.

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O Punhal da Defesa de Questin Himmble

De posse da informação, o halfling conseguiu fugir dos goblins e seus wargs, graças ao apoio de um drow de nome Hedrack, e seguir rumo a Baranford… Aquela era uma boa adaga, e por tolice ele a perderia, se não perdesse sua vida junto, a sua e a de seus companheiros – o halfling estava arrependido, terrivelmente arrependido…
Eophain lutava, e a cada poderoso golpe ministrado contra Gurpar, o elemental devolvia com uma igual pancada. Ambos combatentes dispunham de igual capacidade de redução dos danos recebidos, mas Eophain sentia que enquanto o benefício de seu medalhão era finito, o de seu adversário não.

A batalha estava difícil, nos próximos segundos o contador zeraria, e eles não sabiam o que viria a seguir. Uma certeza o kensai tinha, quando o tempo terminasse o punhal de Questin se perderia para sempre, e os elementais anciões tinha uma chance remota de encerrar aquele combate, desaparecendo no processo, aquela batalha estava próxima de ser perdida. Eophain se encontrava no limiar de suas forças, o kensai sabia, que muitos fatores foram decisivos naquele combate, o peso de sua lâmina quebrada, a divisão do grupo, a ineficiência combativa de Kalin e Questin, o desinteresse de Gatts em ser pelo grupo, tudo isso girava na mente do guerreiro e o abalava visivelmente, seus músculos e mente estavam fatigados, ele não sabia por quanto tempo mais conseguiria sustentar a peleja impossível. Ele começava a pensar alternativas e seu plano, o único que lhe ocorreu era se afastar o máximo que pudesse dos elementais, gritando o kensai falou:

– Vamos nos reagrupar no fim da sala, o contador está próximo do fim, há uma chance dos elementais se dissiparem e essa batalha se encerrar. Pyrus, dê um jeito de sair daí, Kalin, ajude-o!

E assim o kensai começou a planejar como bater retirada, observando a reação dos seus inimigos.

Kalin aproveitou os últimos momentos de sua imunidade contra as intenções de ataque de seus adversários e se dirigiu rapidamente na direção de Pyrus, quando viu o sacerdote de Joramy iniciar uma poderosa conjuração…

Questin, que se encontrava apoiando Pyrus com o flanqueio contra os elementais, ouviu as palavras do kensai de retirada. Ele sabia que se afastar era reduzir ainda mais as chances do clérigo ter favorecimento no combate, mas pela leitura do halfling, o sacerdote não tinha chance, e o próximo seria ele. Lamentando Questin Himmble abandonou o combate e adentrando as sombras do elemental e subitamente sumindo do combate.

Pyrus ouviu as palavras de Eophain, ali, o kensai era o mais próximo de uma liderança que aquele grupo alquebrado possuía, ele mesmo estava desesperado. A força dos justos havia o abandonado, o calor de sua deusa estava mais fraco, muitas magias haviam sido invocadas e o clérigo estava no limiar do esgotamento de suas bênçãos. A magia de velocidade há muito também havia terminado, os seus dois inimigos já haviam destruído seu escudo, e sua picareta, com poderosas técnicas de combate. A cada pancada ele era jogado contra a parede e o sangue tingia o local de vermelho de modo preocupante, Pyrus sentia o frio da morte reduzindo as chamas de sua fé. Ele tentaria uma última cartada.

Invocando os poderes mais elevados de sua fé, o sacerdote de Joramy orou, orou com convicção de um servo temente a sua divindade. Como resultado chamou os poderes de proteção para criar em torno de si uma redoma, uma esfera cintilante, vermelha como um aço incandescente – Cúpula de Proteção contra a Vida!

Um círculo mágico foi circunscrito no chão e dele uma esfera surgiu ao redor de Pyrus um domo protetor. Kalin observou aquela manifestação de poder, e desconhecia os níveis de magia capazes de invocar tal benção, mas se orgulhou dos efeitos impressionantes que aquele sacerdote ainda podia invocar àquela altura do combate.

Os elementais são uma força bruta da natureza, com uma consciência que transcende a vida, por sua composição elementar, eles não era seres vivos, tal como os nascidos através das formas naturais de fecundação, crescimento e morte. Em verdade, eles eram seres atemporais, e eternos.

Somente quando a primeira pancada de Bantrom atingiu Pyrus, após ter conjurado a cúpula, é que ele recordou dos ensinamentos sobre a benção de Cúpula de Proteção contra a vida. Apesar de um grandioso poder, nada poderia protege-lo contra aqueles adversários. Os elementais, assim como criaturas conhecidas como Construtos eram imunes aos efeitos daquela magia.

Foram um total de quatro pancadas recebidas, duas de cada ancião, Pyrus tombou. Quando Kalin estava a poucos metros de Pyrus, e quase próximo da área de ameaça daqueles monstros, o sacerdote de Pelor sopesou sua decisão. Pyrus tombara aparentemente sem vida no solo frio daquela câmara, e ao norte da sala Eophain recuava defensivamente, no limiar de suas forças contra Gurpar. O clérigo de Pelor, decidiu interpor pelo Kensai. E se afastando, ele sentia em seu âmago, que com tristeza, provavelmente Pyrus estava morto. Em seu encalço o clérigo de Pelor ouviu os passos retumbantes de seus algozes…

Eophain viu tudo, ele estava aguardando o movimento de seus companheiros para iniciar o recuo, o kensai notou quando Questin desapareceu em sombras, Pyrus tombou e Kalin viveu um momento de grande indecisão frente a ajuda que poderia ser decisiva para sobrevivência de Pyrus, e ainda assim optou por recuar em sua direção.

Gurpar estava entre o kensai e o clérigo de Pelor, e Eophain sabia, se uma única pancada atingisse o sacerdote, o guerreiro furyondês não tinha certeza se seu companheiro aguentaria. E Eophain avançou em uma última arremetida contra Gurpar. Eophain atacou e atingiu severamente seu inimigo, pela constituição daquela criatura, o kensai tinha certeza, se o elemental insistisse em atacar, o ancião utilizaria a última reserva de sua força e vitalidade. Mas Gurpar não tinha parado momento algum de lutar, e não seria diferente, daquele ponto em diante. Gurpar atacou usando suas últimas reservas de energia, atingindo violentamente Eophain.

A medida que o elemental tombava exaurido de suas forças, o kensai também, não por falta de força de combate, e sim por conta dos múltiplos golpes sofridos.

Quando Kalin tocou os ferimentos de Eophain, o kensai arfou profundamente como se emergisse da água no limite da falta de ar em seus pulmões. A primeira coisa que Eophain viu foi como ele havia caído face a face com Gurpar, nas orbitas do elemental da terra, um par de gemas amarelas de profundo brilho, denotava que ainda havia força elemental ali.

Quando Eophain recobrou seu equilíbrio e vitalidade graças as bênçãos de Pelor, a primeira coisa que fez foi dar um fim em seu inimigo, a lâmina kensai extinguiu o brilho dos olhos de Gurpar. O kensai imediatamente virou-se para os dois elementais anciões que provavelmente estariam prontos para iniciar uma sucessão de golpes em sua direção, e percebeu no chão Kalin morto sem vida. A cura que o clérigo de Pelor lhe aplicou, havia sido seu último gesto naquele combate, e ele havia aberto mão de se curar para salvar Eophain.

“Kalin não estava feliz. Ainda tinha muito a realizar. Porém, sua consciência estava tranquila. Havia feito àquilo que estava destinado a fazer. Preservar vidas. Curar. Entregar Esperança.

Bruno Simões – Personagem Jogador de Kalin Orochi, o Radiante de Pelor.”

O sacerdote de Pelor se foi, amargurado, o brilho do sol de Pelor, ardia quente nos ferimentos e Eophain sabia, a derrota havia chegado, e só a misericórdia de seus algozes poderia livrá-lo do destino que abatera-se sobre todos os seus aliados, ainda que acreditasse que Questin talvez viesse ser o único sobrevivente para contar essa trágica história. Havia um misto de decepção, frustração, rancor e tristeza nos olhos do Guerreiro Kensai, Eophain Al´Durkan.

Quando Bantrom e Gastilx ergueram os enormes braços de pedra para cair sobre Eophain, eis que os anciões o viram de joelhos, com as duas mãos segurando sua espada larga em sinal de entrega, de evidente derrota e submissão.

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Eophain e a Lâmina da Lei

Bantrom retumbou com uma fala firme e gutural, em linguagem comum:

“Aceitamos a sua derrota, bem como um preço por nos desafiar, e o tributo do Cofre de Romag. Mas todas essas escolhas serão nossas, a única que lhes restou você já tem – a vida.”

Pyrus respirou aliviado quando Questin sobre ele, lhes depositava uma poção mágica de cura. A vida do sacerdote esteve por um fio, durante os momentos finais do combate de Eophain, Kalin e os dois elementais mais ao norte da sala.

Assim, os elementais recolheram a Espada Larga do Kensai – Lâmina da Lei, seu Medalhão de Ferro. De Kalin eles tiraram a sua armadura de Adamante, de Pyrus retiraram-lhes a Foice de Energia colocada na primeira investida do cofre, e seu cinturão, um belíssimo item feito em adornos com motivos de força e vitalidade, um item de grande poder. E de Questin, tiraram um anel e o punhal que havia sido colocado lá dentro. Após coletar os itens mágicos, eles se dirigiram para dentro do cofre, reduzindo em tamanho e revelando após um brilho forte, o cofre vazio e glifos indicando que ainda haviam 1 utilização possível…

Eophain observava o corpo sem vida de Kalin e pensava em todos os eventos que o conduziu até ali. Igual pensamento percorriam Pyrus e Questin.

Derrotados e em silêncio se dirigiram para a primeira sala explorada daquela masmorra, onde haviam derrotado os bugbears. E entre os turnos de vigília de Pyrus e Eophain, uma conversa se iniciou. Eophain questionava o papel do guerreiro mago no grupo. Pacífico, Pyrus deixou claro que as consequências de tudo que ocorreu se deveu às decisões que tomaram, Gatts apenas tinha tido uma opinião diferente da maioria. Ainda assim o kensai, cuja base de lealdade era firme igual a ferro frio, não aceitava a postura do guerreiro mago, e não era de agora, não apenas por esse episódio…

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Tentando dormir, Gatts ouvia os seus companheiros…

Gatts ouvia a tudo em silencio, havia certo tempo escutava a conversa entre o sacerdote de Joramy e o Kensai da Cidadela de Greylode.

Em uma tentativa de iniciar um diálogo, Gatts subitamente mostrando que estava ouvindo quis saber o que eles esperavam dele, cada um era livre para tomar suas decisões e responder por suas consequências, ainda assim do que o culpavam? Sua lealdade não poderia ser questionada. O guerreiro mago vociferou suas concepções e foi Questin que mais o debateu, o pequenino mesmo conhecendo pouco Gatts, bem como os demais membros do grupo a pouco tempo, já havia identificado o papel de Gatts como líder, entretanto, para sua surpresa ele não se via naquele papel. Após Gatts entrar na conversa, Eophain se manteve em um silêncio vigilante, ainda que ouvindo o debate, decidiu não se intrometer, ele aceitava fortemente os argumentos de Questin, tal como se o halfling tivesse sendo o porta voz de sua fúria.

Por fim, Pyrus cansado e ainda muito dolorido colocou um fim naquela conversa, a sabedoria do sacerdote exprimiu algo que fez os demais ponderarem. Aquele era o Templo do Elemental Maligno, ou também conhecido Elemental Vil. Talvez tudo aquilo fosse parte da essência que o lugar incutia. Era necessário todos aprenderem, amadurecerem e garantir que igual situações não tornassem ocorrer, ou seria o fim.

No íntimo de cada membro que ouvia o sábio sacerdote, uma verdade era pura. Se o grupo em sua maioria, houvesse tivesse sido morto pelos elementais, Gatts teria poucas chances contra os inimigos restantes, ou seja, o grupo como um todo pereceria.

Com a consciência reflexiva, todos dormiram, mal, mas dormiram, as palavras doíam tanto quanto os ferimentos e hematomas adquiridos, enfim todos foram descansar lambendo suas feridas, esperando que no próximo dia a experiência dos eventos anteriores, os tivesse tornado mais fortes.

E esse é o fim das duas partes do Cofre de Romag, mas pensa que acabou?!

Não! Esse grupo de heróis vai juntar as sua moral e desafiar novamente os inimigos do Templo do Elemental Maligno, será que eles vão conseguir chegar até o Sumo Sacerdote Romag, o que os aguarda nos próximos corredores e câmaras do Templo Elemental da Terra?

Acompanhe e comente!

Texto Original: Bruno de Brito

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Sobre o Autor: Bruno de Brito

Mestre da campanha "Aurora dos Conflitos", ocorrida no cenário de Greyhawk. Entusiasta do sistema Pathfinder, fã de Magic: The Gathering e churrasqueiro nas horas vagas.

2 Comments

  1. O desafio foi muito bem montado, e, infelizmente, nem todos saíram vivos da sala. Ficaram algumas lições nesse jogo, que eu vou levar daqui pra frente.

    Também sentirei falta de jogar com Kalin (caso não haja Ress). É um personagem antigo (salvo engano, o que eu fiquei mais tempo jogando enquanto RPGista), e que foi concebido e evoluído com muito empenho e esmero.

    No mais, ótimo relato da sessão. Conforme conversamos, ficou um gap entre o primeiro e o terceiro desafio, mas me pareceu proposital (por não contar mais com o elemento surpresa, aliada a uma grande efetividade do grupo, o segundo desafio teve uma facilidade que o torna não muito digno de nota… hehehe).

    Abs,

    1. Observação notória nobre Arash, fiz a retificação logo na abertura do texto, tornando-o fidedigno às circunstâncias.

      Você interpretou belamente meu caro. Vejamos o que o futuro reserva esse imberbe grupo de aventureiros.

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