O Retorno de Eophain e Erzurel

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Esse é o resumo da partida ocorrida na sexta feira (03.02.17) e que contou com a participação dos jogadores:

Narrador: Bruno de brito
Patrick Nascimento (Sandy Benelovoice)
Fabrício (Eophain Al´Durkan)
Aharon (Erzurel)

Esse é um resumo da sessão, há uma história maior, mais detalhada e rica que em breve se transformará em Obra, é o Diário de Sandy Benelovoice.

Sandy Benelovoice e Nybas, tinham preparado todos os mantimentos necessários para a longa viagem rumo ao norte, rações, cavalos descansados, selas novas, e utensílios de acampar, seriam muitas as noites nos prados que interpunha o trio e a capital do reino dos cavaleiros Chendl.

A paladina e o general de armas de Furyondy já rumavam para o hostel de Nulb, quando o guerreiro evidenciou suas preocupações sobre o roteiro escolhido por Thrommel. O príncipe desejava seguir rumo ao norte, pegando a estrada até Hommlet, Colinas de Ferro, Verbobonc, Fiorde de Pantarn e a Cidadela de Greylode, de onde neste último local, redefiniriam suas rotas ao norte. De todos os trechos mencionados, o Fiorde visivelmente perturbava o cavaleiro, para ele, não havia qualquer necessidade de cumprir aquele trajeto, mas o príncipe havia sido peremptório na decisão, e ele esperava que Sandy o apoiá-se em uma contra argumentação.

Tal iniciativa foi vã, a paladina parecia tão conformada, quanto um soldado ante uma decisão da infantaria rumar para a guerra eminente.

A dupla encontrou o príncipe no quarto reservado, parado observando dois corpos que exalavam um doce aroma, ainda que mortos a cerca de 1 semana, Eophain e Erzurel, haviam sido conservados magicamente dos efeitos da morte pelas bênçãos de Pelor, invocadas outrora por Kalin.

Segundo Nybas, o príncipe estava naquela posição desde cedo, riste e segurando sua espada de ponta cabeça, Thrommel parecia murmurar palavras incompreensíveis.

O Paradigma de Eophain

Em um outro plano, livre em um céu azul, sob uma colina coberta com uma baixa grama verde e vibrante, um guerreiro kensai meditava. Eophain tinha consciência que havia transcendido o estado da vida e havia ascendido a uma condição de espírito, ele estava nos Campos Elísios. O guerreiro havia sido bem recebido pelas hostes angelicais do local, e deixado em paz na eternidade que se estenderia pelos confins dos tempos. O homem apreciava aquele estado. Sua vida, corpo e mente muito havia doado pelos vivos e ali ele estava a recompensa pelos seus valores.

Mas uma voz interviu sobre a paz…

“Eophain”, “Eophain” eu lhe invoco. Sua guerra não acabou, muitas foram as batalhas vencidas e perdidas, mas o reino clama pelo seu talento uma nova vez. Humildemente peço-lhes que considere a benção de caminhar mais uma vez pela estrada dos vivos, e que suas habilidades e experiências possa equilibrar um pouco a balança que pende perigosamente em um rumo vil.

Eophain havia alcançado um estado de espírito que havia lhe permitido a concepção de que seu tributo havia sido pago, e sua primeira resposta foi NÃO.

E a voz insistiu, uma vez mais…

“Eophain, sei que tudo que fez em vida, garante-lhes a recompensa de seu descanso, mas peço que pondere e reflita. Sua presença em Flanaess, não nos deixou sementes, não há herói igual ou próximo de tamanha força e valores…

E uma segunda vez Eophain respondeu: NÃO.

Eophain sentiu a voz se afastar, não antes do guerreiro observar um punho segurando uma espada de ponta cabeça, totalmente incorpóreo, mas visível. O Kensai sabia, aquela espada era o portal para a vida, mas ele não sentia qualquer vontade de retornar, mas uma reflexão sobre oq ue havia sido dito por último o colocou em reflexão.

A semente é o segredo da vida. E justamente isso explicou uma constante melancolia que sentia desde que havia chegado ali. E muito por isso meditava constantemente buscando a razão da aflição distante, pequena, mas incômoda. Ele sentia uma falta inexplicável, uma falta que levou um tempo para reincorporar em sua mente – Eophain sentia falta de seu amor não consumado, o kensai sentia falta de Lihana Greylode, e uma pequena chance desse desejo se concretizar mudou tudo.

E uma terceira e última vez, Eophain disse: SIM.

Ao tocar a espada, o sopro da vida irradiou o kensai novamente.

O Anjo da Guarda

Erzurel esteve diante do Tribunal do Sol, logo após sua morte contra o bebilith em Hommlet, o sacerdote sucumbira ante o poderoso veneno demoníaco do ser, desde então ele havia peregrinado no Paraíso Celeste até o monte onde se encontra o Tribunal de Pelor. Lá aguardou pacientemente sua vez. Diferente da expectativa de descanso, lhe foi oferecida uma chance de guardar uma outra vida, uma vida em perigo no plano material. E foi assim que o clérigo de Pelor se tornou o anjo da guarda de Maylorn, um soldado da primeira companhia e que lutava longe da fronteira norte de Furyondy com seus outras 10 companheiros.

Erzurel não existia no plano material, mas também não existia no plano celestial em que estivera antes. O seu espírito residia em uma estreita camada entre os planos, um local conhecido como Plano Astral, um espelho distorcido cuja variáveis de tempo e espaço eram relativas de forma intrincada e desconhecida ao sacerdote. Fato é que ali, Erzurel conseguia antever resultados de ações e situações aleatórias que colocaria a vida de Maylorn em perigo. Aquele soldado raso, Erzurel não sabia por que, precisava ser guardado e protegido, ele tinha uma missão.

Foram muitas as empreitadas as quais Erzurel foi o fiel da balança e protegeu Maylorn, bem como indiretamente todos os demais 10 companheiros furyondeses. Pelo seu empenho, inteligência e sorte, Maylorn se tornou 1º tenente daquele grupo, desde que Bishop (antigo 1º tenente) havia tido sua perna amputada por conta de severos ferimentos. Eram muitos os territórios perdidos e aquele destacamento tinha uma última missão, havia um último posto que não poderia ser perdido de forma alguma, representava uma posição estratégica de grande importância para o exército que se aproximava alguns dias apenas.

O grupo decidiu descansar nos arredores de uma torre em ruínas cujo teto e níveis superiores a muito fora calcinado por fogo e destruição na guerra. Ali eles descansariam e montariam turnos.

E foi no turno de Maylorn que Erzurel ouviu a voz:

“Erzurel, Erzurel, convoco-lhes a lutar mais uma vez, nobre sacerdote de Pelor, tua luz canaliza a verdade sobre o sol, e eu rogo-lhes, aceite meu pedido.

Erzurel viu quando a mão fantasmagórica surgiu segurando uma espada de ponta cabeça. O clérigo sabia, ao tocar aquela energia, voltaria para o mundo dos vivos. Ao seu redor, todos dormiam e Maylorn estava de prontidão, ele poderia ir, mas uma percepção extra-sensorial, daquela que ele tinha sentido muitas outras vezes, lhe alertou, havia um perigo genuíno no ar. E o anjo da guarda, bem como o próprio Maylorn não demorou muito para perceber orcs e goblins se aproximando furtivamente pela planície em direção a torre em ruínas. Erzurel percebeu, eram muitos dezenas. A decisão estava clara para o sacerdote de Pelor.

“Entendo o valor e a importância de regressar para cumprir os desígnios de Pelor mais uma vez, mas aqui cumpro um papel mais importante ainda. Minha missão é proteger e salvaguardar os meus semelhantes e farei isso através de Maylorn, essa é sua missão e é a minha também!

A mão etérea se tornou maior com o corpo que surgiu, translúcido, Erzurel viu um homem segurando um belo e familiar escudo, uma espada e um elmo com longa crina.

Erzurel assumiu Maylorn e Heironeous encarnou a ambos…

Foi um combate épico. Isto por que Maylorn parecia possuído por um campeão de guerra, a “furya” ascendia em seus olhos e cada ataque era de uma perfeição impossível. A verdade sempre era clara frente ao blefe dos inimigos, armas comuns cortavam a carne de Maylorn com dificuldade e ele não parecia sentir, tal como sev um escudo intransponível o protegesse, e a espada vociferava letal contra qualquer ser que tocava.

Greyhawk_Maylorn-450x600 Aurora dos Conflitos Greyhawk Pathfinder 2ª Edição
Maylorn, o Guerreiro da Furya

Ele salvou os seus 10 companheiros, bem como garantiu o posto avançado para a chegada do exército furyondês que se aproximava, e apenas um preço foi cobrado – O Sacrifício de Maylorn, e assim ficou conhecida essa batalha, que foi cantada e homenageada pelos soldados salvos e que o conheciam por “muitos anos” seguintes.

O Despertar dos heróis

Eophain e Erzurel despertaram de seu sono eterno e se viram diante do homem e voz da espada. Com o regresso eles puderam ver que a espada não estava mais de ponta cabeça, ela agora surgia positiva.

Após devidas apresentações, Thrommel disse a Eophain que este deveria seguir junto com os outros para o Templo do Elemental Maligno, e que encontraria o grupo no caminho para o mercado Quinta Regaliera. Já Erzurel seguiria com o príncipe para o norte.

E assim foi feito.

O que reserva o destino do Quarteto que seguirá rumo ao norte, Sandy, Erzurel, Nybas e Thrommel I?

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Sobre o Autor: Bruno de Brito

Mestre da campanha "Aurora dos Conflitos", ocorrida no cenário de Greyhawk. Entusiasta do sistema Pathfinder, fã de Magic: The Gathering e churrasqueiro nas horas vagas.

2 Comments

  1. Narração de arrepiar do começo ao “fim”

    Erzurel está satisfeito com seu regresso representar o sucesso de sua guarda! Apesar do sacrifico de Maylorn.
    Novas oportunidades surgem cada novo começo!

    Ansioso com a continuação!!!

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