Aventura CaLuCe: O passageiro das trevas – o surgimento de Sombra da Morte

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Em seu caminho furtivo pela floresta, seguindo os rastros dos goblinóides, o quarteto de elfos notou que Markin – por seus comentários e conhecimento místico, demonstrava ser o mais experiente entre eles, assim decidiram elegê-lo como líder daquela comitiva.

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O grupo elegeu Markin S’man Tinthalion como o líder daquela comitiva.

Adran, pensando na defesa do herói nos momentos em que ele utilizasse suas magias, destacou a rastreadora Adele como sua guarda-costas.

No caminho, confrontaram alguns hobgoblins acompanhados por bugbears. Após rechaçá-los e interrogar um deles, descobriram que Adrie estava sendo mantida pelos hobgoblins. Minutos de caminhada depois, eles chegaram num local que parecia marcar o início do acampamento inimigo.

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Combate dos elfos contra os vigias do limiar do acampamento goblinóide. Fonte: Roll20.net

Eles combinaram entre si e teceram como estratégia que o herói e Galion seriam os combatentes corporais, recebendo apoio dos arqueiros Adran e Adele.

A medida que os arqueiros abatessem os inimigos a distância, os combatentes avançariam, sendo necessário que todo buscassem serem o máximo furtivos até alcançarem o centro do acampamento, onde provavelmente Adrie poderia estar sendo mantida cativa.

E assim foi feito, seguindo essa combinação, o grupo progrediu com rapidez, tenacidade e precisão. Prosseguindo, eles atingiram a parte mais central do acampamento, lutando contra muitos hobgoblins – que mesmo sendo possuidores de técnicas de combate em grupo e uma organização militar ameaçadora, não fizeram frente aquele mortífero quarteto élfico.

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O quarteto élfico foi adentrando cada vez mais no acampamento rival. Fonte: Roll20.net

Cada vez mais confiantes, os elfos passaram a se movimentar conforme seus próprios anseios de ataque, quebrando a tática acordada. Mesmo assim, eles continuaram a progredir, até começarem a ouvir sons de uma sinistra ladainha.

Uma voz rouca e raivosa falava enquanto outras respondiam numa mesma entonação. Markin e Adele tiveram um pressentimento ruim diante desse fato, mas nada comentaram com os demais.

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Confronto dentro do acampamento goblinóide. Fonte: Roll20.net

Ao chegarem no ponto central do acampamento, os elfos viram sobre uma mesa de madeira improvisada como altar, a elfa florestal Adrie Verdemanto deitada. A sua volta haviam dois hobgoblins trajando grossos e pesados robes em tons escuros de marrom, que destoavam das metálicas armaduras daqueles que estavam a sua volta, dando proteção.

Os clérigos seguravam cajados de madeira com pequenos crânios no topo. Um deles, parecia liderar o ritual, segurava uma cabeça mumificada de um goblinóide, com duas pequenas velas no interior de cada orbita ocular.

Os hobgoblins melhor equipados que os demais confrontados até aquele momento., perceberam a aproximação dos elfos e para impedir que eles se aproximassem do ponto do ritual, iniciaram uma extenuante batalha.

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Sobre um altar improvisado, Adrie Verdemanto era alvo de algum ritual sinistro. Fonte: Roll20.net

Tinthalion e seus aliados tiveram que confrontar uma guarda de elite hobgoblin, liderada por seu capitão. O Capitão Grievuss demonstrou que era detentor de grande capacidade de tática, articulação e comando de seus subordinados, dificultado o progresso dos intrépidos elfos.

No ápice do conflito, Markin titubeou em utilizar sua poderosa magia de fogo em área, por não saber corretamente a localização de Adele – a rastreadora estava combatendo a volta deles. Temendo atingir Adele no fogo amigo, Tinthalion se conteve, o que rendeu ao clérigo Quishant de Maglubiet a chance de calá-lo com uma oração que o manteve em silencio.

Desesperado com o efeito maléfico do clérigo, pois agora ele estaria restrito ao uso de sua espada, assim como os demais, Tinthalion viu as primeiras manifestações do ritual, pois um tenebroso vórtice de sombras surgiu próximo da cabeça de Adrie.

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Um sombrio vórtice surgiu sobre a cabeça de Adrie, para o espanto dos elfos.

Correndo contra o tempo e com a cobertura das flechas disparadas por Adran, os combatentes Markin e Galion, ignorando os demais adversários, investiram contra Tyrant, o clérigo da divindade goblinoide, que segurava a caveira e regia aquele ritual sinistro, na esperança de anulá-lo. Após uma breve peleja, eles obtiveram êxito em mata-lo. Contudo, não antes que Tyrant passasse a caveira para Quishant, que concluiu o ritual.

Enquanto o vórtice se abria exibindo uma labareda em seu centro, Galion, sem se importar com o outro clérigo ou demais advesários, tentou desesperadamente libertar Adele das amarras da mesa, Tinthalion em silêncio olhou na direção do vórtice sombrio que se abriu. De repente, tudo virou trevas, pois uma grande escuridão se formou a volta deles.

Ele não houvera visto semelhante escuridão, era profunda e densa. Tinha a impressão de que caminhava dentro de um vapor negro, composto da própria escuridão em si mesma que, quando era inalada, trazia cegueira não apenas para os olhos, mas para a mente, de modo que até a lembrança de cores e formas e de qualquer luz se apagavam no pensamento (TOLKIEN, OSDA, pág. 345).

Aturdido e engolido pelas escuridão que o rodeava, que impedia que até mesmo sua visão élfica a desvendasse, Markin S’man Tinthalion se sentiu desprotegido.

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Quando eles chegaram em Adrie, eles tiveram um novo desafio pela frente. Fonte: Roll20.net

As trevas eram totais e pareciam impenetrável, somada a terrível ausência de som provocado pela magia silencio lançada por um dos clérigos de Maglubiet causaram um grande medo no alto elfo.

Tinthalion não saberia mensurar se a floresta inteira havia sido dragada para as trevas, mas ele teve um forte pressentimento de que naquele momento um grande mal estava espreita, pois uma poderosa presença exalou um forte e nauseante cheiro de enxofre e morte. Atemorizado pela presença maligna, o rápido instante em que não pôde reagir lhe pareceu uma eternidade.

Rompendo aquele breve instante de terror, todos os presentes ouviram uma poderosa e e cavernosa voz que disse para todos:

– Vocês falharam! Vítimas do sentimento e da preocupação que sentem uns pelos outros! – A entidade continuou após uma breve pausa – Eu represento as trevas, o mal ancestral que assola o mundo desde o início da criação. Eu sou um demônio, que diferente de um diabo que anseia pelo controle e perversão absoluta de toda a criação, eu apenas desejo colaborar para uma única coisa… Sua total aniquilação! Eu sou Sombra da Morte e a morte cairá sobre toda a escória élfica!

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Adrie despertou e se atemorizou.

Mesmo as cegas, o compenetrado Galion, conseguiu terminar de libertar Adrie de suas amarras. A elfa não entendeu o estava acontecendo, não sabia como havia parado ali e não pôde ver a situação, entrando em pânico, como quem havia despertado de um sonho ruim e contempla uma realidade advinda do pesadelo sonhado.

Ela se atemorizou com as trevas que os rodeavam, com a maligna presença próxima, com sua respiração poderosa e terrível odor de enxofre que a inebriava. Mas sentiu que alguém tocava suavemente sua mão e a puxava para si, lhe dando um beijo suave. Ela soube neste instante que era Galion, seu amado. Percebeu que ele tremia, mas em seguida ouviu sua voz – que num tom nervoso, como se pressentisse algo ruim, lhe disse rapidamente:

– Sou eu, Adrie! Galion! Viemos para te libertar. Você deve sair daqui o mais rápido que puder e procurar ajuda! Eu tentarei contê-lo. Amo você! Vá, antes que…

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Galion foi a primeira vítima da criatura sobrenatural.

Antes que pudesse continuar, sua voz foi interrompida pela maligna criatura que surgiu após a conclusão do ritual. O ser aproveitou o descuido do guerreiro para agarra-lo num abraço mortal, pois diferente dos intrépidos elfos, parecia que a criatura enxergava bem na misteriosa escuridão criada.

Xilocient foi a primeira vítima da pérfida criatura, que ao agarrá-lo, com poderosas pinças, apertou firme despedaçando o corpo dele, como consequência Markin e Adrie, que nada viram – e no caso de Tinthalion, nada ouviu, apenas sentiram gotículas de um liquido morno, com aroma ferruginoso.

A maléfica criatura, fez uma fina chuva sanguínea, para o horror daqueles elfos, que se sentiram impotentes diante das circunstancias, pois nada puderam fazer para evitar aquilo.

Neste instante, uma voz familiar chegou até os confins da mente assolada pela angustia de Markin lhe dizendo:

– Markin, quem vos fala é Merlin, onde você se encontra neste momento? Pode ser que esteja caindo em alguma armadilha. Chego amanhã em Vilaverde.

Entendendo que seu velho amigo se comunicou com ele através de uma poderosa magia de mensagem. Tinthalion, ansioso, respondeu ao companheiro mentalmente:

– Amigo Merlin, estou na floresta da vigília a oeste de Vilaverde; um dia de macha seguida, estou em perigo extremo, em auxilio a comunidade élfica.

Aguardando a resposta de Merlin, Markin esperou, mas em sua mente, para seu crescente desespero, um profundo silêncio se fez em seguida.

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Criação e elaboração: Patrick, Aharon.
Fontes de imagens: internet
Autoria da imagem da capa do artigo: Shin

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Sobre o Autor: Patrick Nascimento

2 Comments

  1. Pq que eu n lancei contramagicá na silêncio? 🙁 bem deu nisso.

    Tudo ocorria do jeito certo, mas a medida que íamos avançando sentíamos a urgência no ar o que nos desconcentrou da estratégia, que deveria ser reorganizada, pois Markin sabia da necessidade de serem céleres, mas lhe faltou liderança e sobrou autoconfiança.

    O Sabor de derrota foi amargo de mais desta vez…

  2. Que desespero aterrador!

    Agora Merlin compreende porque Mark estava tão diferente quando o encontrou. O elfo estava traumatizado. Se sentia impotente, fraco e culpado pela morte sangrenta de seus companheiros.

    A responsabilidade em liderar o grupo de elfos caiu como uma âncora em sua alma, arrastando Thintalion para uma área sombria, de desespero e culpa.

    Porém, o guerreiro mago se mostrou um verdadeiro herói.

    Recompôs sua força e, ao lado de Merlin e dos paladinos Poderkaine, se juntou ao grupo em Vilaverde e juntos partiram de encontro a Sombra da Morte, na Floresta Flograthi.

    Mas….isso são cenas de capítulos posteriores a este.

    Excelente resumo, DM Patrick!

    Citando trechos de Tolkien, eu mesmo senti a presença de Sombra da Morte em seu texto.

    Parabéns também a Aharon, pela interpretação de Markin’ Sman.

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