Müeller havia sido encontrado por Sandy com uma de suas pernas prensadas na altura do joelho para baixo por uma carroça. Erzurel conseguiu dar tratamento adequado ao homem que teve parte de sua perna imobilizada e enfaixada. O homem relatara que foi contratado por um fazendeiro chamado Filiken e junto com outros mercenários seriam responsáveis por proteger uma carga de diversos materiais que seria pega em Verbobonc. Sandy, Erzurel e Nybas se surpreenderam com a informação. E cientes de que Hommlet dependia mais uma vez do esforço daquele grupo, alteraram a rota.
Para ver o inicio desta fantástica histórica, Clique Aqui.
Personagens jogadores: Sandy Benelovoice (Patrick Nascimento) e Erzurel (Aharon).
Personagens do Mestre: Príncipe Thrommel, Nybas Tyrangur e Müeller
Sessão ocorrida no dia: 03.06.17
O grupo caminhava por uma trilha em meio a colinas irregulares que se estendiam até perder a vista. A manhã a muito já havia se ido, e um vento frio filtrado pelos montes trazia incômodo a todos os aventureiros. Silvertite sobrevoava acima dos montes, e com sua pele metálica sentia o incômodo clima contrair suas escamas.
Contrariando os reclames do corpo, o grupo seguia coeso, observando enquanto o patrulheiro Müeller colhia evidências no caminho que lhe indicasse o caminho a seguir. Ainda que sua perna quebrada reclamasse as dores do acidente, ele seguia silencioso.
Foi quando o grupo sentiu uma mudança abrupta no ar, e Sandy notou quando Silvertite atravessou duas colinas em direção ao que parecia ser outro ser alado. O grupo todo parou quando urrando o dragonado de Sandy se chocou contra a outra criatura. Um urro felino tal como o de um leão foi ouvido de onde os heróis estavam. Cercados entre os montes, se perguntavam que criatura havia sido aquela, e antes mesmo que pudessem conjecturar melhor, Nybas gritou para o grupo:
– Protejam-se!
Sandy viu quando estranhos projeteis parecidos com virotes de besta pesada voaram em sua direção. Outra saraivada também foi lançada contra Thrommel, que conseguiu reagir a tempo e erguendo seu escudo, evitou as farpas. Sandy não teve a mesma sorte, os projeteis atingira sua perna e na altura do ombro.
Erguendo os olhos na direção de seus atacantes, o grupo percebeu bestas semelhantes a leões, com asas de morcego, uma longa cauda que terminavam em espinhos e uma face estranhamente humana e felina. As criaturas vieram em direção do grupo com sede de sangue nos olhos e uma ferocidade bestial.
Müeller conhecia aquelas criaturas, eram manticoras, seres extremamente territorialistas que atacavam ao menor sinal de invasão em seu território.
Um total de quatro daquelas criaturas avançaram contra o grupo. E com uma grande coordenação, eles se organizaram, primeiro para dar apoio a Silvertite e ao passo ao passo que o confronto evoluía, Sandy dividia sua preocupação entre a segurança do príncipe e Silvertite que enfrentava duas daquelas poderosas bestas aladas, ainda que apoiadas por Müeller e Erzurel. E em um rompante de preocupação ela deu o comando para a dragonado rugir. E buscando do âmago de seus pulmões Silvertite invocou um brado poderoso, tamanho foi a força do rugido que abalou não apenas as manticoras, mas também seus aliados.
Após ter dado o comando, Sandy percebeu que em seu desespero acabou por abalar os seus aliados com o efeito sônico do rugido de Silvertite. Os mais próximos como Erzurel e Müeller ficaram ensurdecidos, enquanto que Thrommel mais distantes, sentiu uma grande fadiga. Nybas conseguiu resistir aos efeitos devido sua já treinada fortitude.
Fato é, o combate ficou mais difícil, e apesar com dificuldade conseguiram vencer as feras. Uma conseguiu fugir, mas outras três estavam derrotadas e mortas no solo da colina.
Vencido o desafio, os feridos receberam os tratamentos de cura de Erzurel e Thrommel também invocou bençãos sobre os heróis.
Neste momento, não conseguindo se conter de curiosidade, Erzurel indagou o príncipe:
– Vossa alteza, que tipo de sacerdote habilidoso tu és, brande a espada com mais maestria que um sacerdote, e ainda é capaz de conjurar magias ou seriam habilidades divinas as quais nunca ouvi falar, que tipo de formação religiosa é esta?
Sorrindo, o príncipe retrucou:
– Sou um sacerdote de natureza combatente sobretudo, meu amigo, também conhecidos como Vindicador Sagrado. Mais tarde poderemos conversar mais a respeito, teremos tempo.
E empolgado, Erzurel assentiu.
O grupo voltou a observar atento, enquanto Müeller se punha a buscar novas evidências. Não tardou o patrulheiro sinalizar algo a vista de todos no sopé de uma colina.
– Uma caverna, a cerca de meia hora daqui, conseguem ver?
Com certa dificuldade o grupo assentiu. E assim avançaram naquela direção. Sandy não deixou de observar uma certa apreensão no comportamento do rastreador Müeller, havia uma pressa e talvez algo mais que ele escondia com sutileza suficiente para ocultar dos demais, mas não de Sandy. O sexto sentido da paladina estava advertindo que havia algo ali. Ela decidiu então observar com mais cautela.
O caminho prosseguiu por não mais que dois quilômetros, e a cerca de 100m o grupo parou frente a uma elevada colina, pouca grama e muitas rochas alertava para uma subida perigosa com risco de acidente. A frente do grupo uma caverna murmurava o vento em atrito por suas curvas internas, dando uma leve impressão de lamento.
Já se iam pelo fim da tarde e o grupo parou para avaliar o melhor caminho. Segundo as evidências deixadas pelo caminho, Müeller afirmava que havia sinais de sangue morro acima, mas inúmeras pegadas caverna a dentro. E neste momento Sandy o interrompeu:
– Algo o perturba Müeller? Notei que a medida que nos aproximávamos daqui, você ficou mais apreensivo e nervoso.
O patrulheiro devolveu:
– Não minha senhora, apenas preocupação com aqueles que foram levados pelos gigantes.
Com as mãos no ombro da paladina, Thrommel lhes disse baixo:
– Se seus instintos lhe dão alguma mensagem, use sua capacidade divina para ver as intenções malignas. Só você dentre nós possui essa benção à vontade.
Mas Sandy caiu em si de uma nova possibilidade. Havia alguém na caravana que importava muito ao rastreador Müeller. Um filho, esposa talvez… Fosse quem fosse, ela decidira não pressionar mais ele.
E foi Nybas que provocou a todos:
– Pessoal, precisamos decidir qual caminho tomar. Há evidências em ambos os rumos, que indicam que estamos próximos da caravana. A caverna me parece mais “segura”, do que uma subida perigosa desta colina. O que vocês acham?
E apresentando diferentes argumentos e sugestões, o grupo estava em um impasse.
Percebendo que precisava de uma orientação, Erzurel pediu o auxílio dos anjos solares. Que eles lhe dessem uma luz. O sacerdote invocou então o augúrio divino, e perguntou indicando a passagem pela caverna o que lhe reservava o futuro indo por ali.
Uma voz cristalina e pacífica, lhe invadiu os pensamentos e em um transe breve ele ouviu:
- O frio da morte, indica risco e perigo...
Saindo do transe, Erzurel tinha uma resposta, uma indicação, e externalizou para todos:
– Por esta caverna, encontraremos perigo, vamos subir a colina!
E foi Thrommel que retrucou:
– Sacerdote de Pelor, não duvido que a mensagem que recebestes, é de puro e verdadeiro teor, mas o que o augúrio lhes disse do caminho pela colina?
E após o silêncio negativo de Erzurel, ele continuou:
– Infelizmente meu nobre sacerdote de Pelor, não sabemos qual o tamanho do risco da colina. Sabemos graças a sua benção apenas que a caverna certamente o é. Precisamos tomar uma decisão com base nas evidências que temos.
E foi Sandy que decidiu. Vamos pela caverna! E sem ser questionada, todos se preparam para seguir a decisão da paladina. Talvez por estarem sem uma noção dos riscos, talvez porque a colina representasse uma perigosa armadilha, era seu instinto sagrado, mais uma vez alertado-a?
Um vento cortante e frio soprava de dentro da caverna, indicando que o mesmo entrava forte por alguma de suas extremidades. Com a luz de duas tochas o grupo avançou. A caverna possuía grandes proporções, cerca de 12 metros de largura e outros 15 metros talvez de altura. O grupo foi avançando cautelosamente, com Müeller rastreando. A escuridão atrapalhava bastante, mas o caminho até ali tinha se revelado simples, um corredor único.
Após cerca de 10 minutos de caminhada, um caminho se abriu do lado direito que o grupo seguia. O corredor continuava. Sentindo um forte cheiro vindo dessa passagem lateral, o grupo decidiu investigar.
Avançando pelo caminho, chegaram até uma grande câmara e a fonte do cheiro que sentiam – era o cheiro da morte. Amontoados em uma pilha, cadáveres humanos estava posicionada no centro da câmara. Pelas roupas e características, tratava-se de pessoas que estavam na caravana de Filiken. Muitos estavam severamente mutilados.
Müeller partiu para uma averiguação mais minuciosa, ele estava desesperado para saber se em meio aqueles corpos havia alguém que conhecia, alguém que ele procurava, que o havia acompanhando em seu primeiro trabalho, para aprender o ofício com seu pai – Seu filho Marcus. E na extremidade norte da pilha de corpos, ou seja, o lado oposto à entrada, lá estava o corpo desfalecido do filho do patrulheiro.
O grupo foi avançando cautelosamente para dar cobertura ao rastreador e ao mesmo tempo averiguar o que havia levado a óbito aquelas pessoas. E eles não tiveram muito tempo para verificar. Foi Erzurel que sentiu primeiro uma mão segurar firmemente sua canela, e uma face distorcida pela morte desesperadamente tentando mordê-lo.
Os corpos começaram a se levantar e para surpresa de todos, avançar em direção ao grupo.
Mas havia algo mais perigoso em meio a fileira de zumbis. Mortos-vivos mais astutos e perigosos avançaram disfarçados em meio as fileiras contra os heróis.
Sandy sentiu quando o primeiro dos “zumbis” deu-lhe uma forte pancada, mas além disse gerou na paladino um efeito mais debilitante. quando o morto-vivo recuava o punho do ataque, uma energia translucida e prateada veio junto. Sandy sentiu sua energia sendo drenada. Ela percebeu que aquele zumbi, era muito mais que um mero morto-vivo. Há muitos anos atrás, ela tinha enfrentado uma criatura semelhante e ela conhecia bem aquele tipo de ataque…
Em meio aos zumbis, haviam vampiros!
O grupo se organizou rápido para combater a ameaça. Eles não sabiam exatamente quantos vampiros estavam em meio aos zumbis e isso era ainda mais perigoso que a quantidade numerosa de zumbis, cerca de 15 deles.
Thrommel reagiu rápido invocando os poderes de sua fé. Um pulso brilhante de energia escarlate divina centrada nele, irradiou destruição em todos os zumbis, tamanho foi o poder. Os vampiros também sentiram. Um deles havia recebido um poderoso golpe de Nybas e não resistiu ao círculo de energia positiva invocada pelo príncipe.
Agora estava mais claro, em meio aos zumbis, havia um total 3 vampiros, agora dois, restavam para serem vencidos.
Os perigosos ataques, cujo toque imbuíam o dreno de energia, atingiram Thrommel e Sandy, mas no final, o grupo conseguiu destruir os vampiros. O combate fora difícil, mas a paladina sabia, caso fossem vampiros verdadeiros, aquele combate teria certamente sido muito mais mortal. Aquelas criaturas eram crias vampíricas, mortos-vivos com poderes parciais de um vampiro verdadeiro, legado do sangue amaldiçoado de algum ser de poder muito maior.
Durante todo o conflito, Müeller permaneceu no chão, chorando a morte de Marcus, que fosse por sorte ou outro motivo, não estava entre os mortos que se levantaram. E graças a vigilância de Sandy e Erzurel não sofreu ataques dos inimigos.
Agora o grupo estavam com uma nova interrogação. Quem haviam despertado do sono da morte aquelas pessoas, e quem criou os vampiros?
Sandy tinha uma teoria, e somente duas figuras poderiam ter combinado seus poderes profanos para resultar naquelas criaturas. E uma delas, Sandy conhecia muito bem, era o antigo mago da Ordem Arcana – Aescriel. O outro poderia ser provavelmente Lázarus, o necromante.
O grupo não se demorou naquela cena, pois sabiam que a vida de outras pessoas poderiam estar sofrendo grave perigo de vida. Eles correram até o fim da caverna e se depararam com uma cena:
Do alto de uma colina de onde a caverna desembocava, o grupo olhou para uma clareira situada no nível mais baixo entre colinas, no centro um gigante devorava a perna de um homem ainda com vida. Ele parecia absorto provando o manjar. Uma pilha próxima de restos de cadáveres revelava que aquele pobre homem não era a primeira e provavelmente não seria a última parte da refeição do gigante.
O grupo estava em choque observando a cena. Eram poucos segundos até uma reação. O que os heróis iriam fazer? E no horizonte o sol se punha revelando que o manto noite estava chegando…
Descobriremos o que irá ocorrer na próxima sessão 01.07.17.
A Forja da Fúria - Episódio 9 - Segundo Ato - Kaarghaz e seu Bando…
Os Monstros - Episódio 13 - Urso Demônio (Vampiro: A Máscara) Acompanhem conosco o desenrolar…
Rosewood - Episódio 13 - Segundo Ato - Combate contra a Rosa Marciana (Savage Worlds)…
Os Monstros - Episódio 12 - Madame Sam (Vampiro: A Máscara) Acompanhem conosco o desenrolar…
O Tesouro da Rainha Dragão - Capítulo 5 - Episódio 1 - Terceiro Ato -…
A Forja da Fúria - Episódio 9 - Primeiro Ato - Montando Guarda (D&D 5ª…
This website uses cookies.