Demorou um pouco mais que eu previ, mas voltei! E trago a continuação dessa história, que narra a coragem e força do batedor Laucian, e de como foi dura sua batalha contra o barbazu – Durg.
Esse artigo é uma continuação do “Conto do Arco“, que captura um fragmento de uma história maior “Problemas Gigantes no Sudoeste“.
Esse é um artigo original escrito e revisado por Bruno de Brito.
Dezenas de investidas e outras tantas flechas disparadas e a angústia era perceptível em todos os espectadores da luta entre Durg e Laucian. Uma eternidade tinha se passado para aqueles que assistiam a um embate aparentemente sem um vencedor aparente. Do lado de dentro da gaiola, Laucian sentia a ponta de seus dedos formigando, dezenas de flechas no chão e aparentemente apenas alguns segundos parece que tinha passado.
Laucian contou as flechas em sua aljava e observou possíveis pontos fracos que pudesse explorar de seu inimigo. Dois pequenos cortes, um na perna e outro na altura da cintura doíam muito, com um fluxo continuo de sangue que empapava sua roupa. Laucian sabia que o toque daquela lâmina possuía algum tipo de bruxaria macabra e se esse combate perdurasse ele estaria perdido.
Do lado de fora Talglor estava apreensivo e hora ou outra balbuciava que iria entrar na arena, e de sua boca proferia:
“Não morra, se não conseguir, apenas desista, não morra aqui garoto”…
Ainda que dissesse tais palavras Talglor permanecia imóvel. Gatts sabia que o tempo era precioso, o batedor já tinha se provado hábil em esquivar dos ataques do barbazul e igualmente ele também era muito esquivo, esquivando muitas vezes das flechas mortais que lhes eram disparadas. Nessa briga contra o tempo, um único ataque bem-sucedido do diabo, era crucial para decidir o resultado da luta.
Uma vertigem tomou Laucian, ao seu redor uma poça de sangue se formava vindo de seus ferimentos e essa tontura foi aproveitada pelo seu inimigo, o glaive veio rápido do alto e atingiu o ombro do batedor que com a força do ataque ajoelhou e apoiou o arco contra o chão, quase que em uma redenção evidente.
Durg cessou seus ataques e olhou seu oponente cansado e morrendo ajoelhado no chão. Ele sorriu com a vitória que completava seu repertório para a noite. Um brilho de maldade cintilou em seus olhos e uma língua asquerosa correu pelos lábios, gotejando em sua barba suja e emaranhada.
Gatts, Talglor e Eophain captaram o risco eminente e gritaram para abrir a jaula. A luta tinha acabado. Talglor literalmente abriu caminho como uma esfera de ferro inexorável descendo por uma rampa lisa. A grade estava a poucos metros de alcance e o carcereiro com medo começou a abri-la tremendo pela chegada do anão. O martelo irrompeu sobre o cadeado com extrema força, espedaçando.
Talglor chegou em tempo de ver a lâmina negra de sangue atravessada no peito de Laucian. Ele não estava mais ajoelhado, seu corpo estava suspenso, erguido pela haste do glaive e pela força de Durg que gargalhava ante o inimigo derrotado. Talglor avançou com Massacre em mãos e Durg notou.
A poucos metros do diabo, Talglor preparava seu ataque contra o barbazul quando este simplesmente desapareceu. O corpo de Laucian foi segurado a tempo pelo anão que gritava não com todo ódio a plenos pulmões.
Continua em A arena, o minotauro e a fúria de Talglor.
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