Nos dias 27.06.20 e 15.07.20, houve o desenvolvimento de uma importante missão na Ilha de Caermus. Os heróis finalmente adentraram a caverna onde esperavam encontrar o Piscodaemon Lukokian e Tsotha Lanti, a gênio que se estava sobre seu cativeiro. Kalin, Rathnar, Lester, Aescriel, Anthony e o tritão Thyssenidas iniciam uma perigosa exploração em uma caverna há muito esquecida….
Jogadores:
Bruno Simões – Kalin
Bruno Freitas – RathnarTexto Original: Bruno de Brito, Revisão: Bruno Simões
Essa é uma continuação da história: A Ilha de Caermus
14 de Preparos de 592CY
s portas cobertas por teias de aranhas indicavam que há muito tempo algum ser atravessara aquele limite. Teias sobre teias tornava branca a parede de pedra esculpida. Thyssenidas alertou o grupo que havia ali uma armadilha e as habilidades do tritão conseguiram não apenas desativá-la, como também a desobstruir. O patrulheiro Anthony empurrou um dos lados, e uma pesada carga de ar embolorado saiu de lá de dentro.
Vencida a situação desconfortável, Anthony iluminou o caminho, um corredor curvo e plano mais à frente. A câmara que foi se abrindo com a cuidadosa aproximação dos aventureiros denotava uma grande quantidade de rochas de um desmoronamento que tinha certamente ocorrido há muitos anos, décadas, ou talvez centenas de anos. Aescriel e Lester logo perceberam nas colunas tombadas inscrições complexas. Glifos que até mesmo a vasta experiência dos arcanos desconhecia o significado. Do pouco que pôde ser compreendido ali, havia um símbolo que aparecia repetidas vezes em trechos das escritas. Lábios femininos com uma língua bifurcada, tal como uma serpente. Kalin tinha certeza tratar-se de alguma divindade, teoria confirmada pelos conjuradores, mais quem quer que fosse, era uma divindade antiga e certamente esquecida no tempo.
Mas o grupo não percebeu quando debaixo dos escombros criaturas surgiram. E quando o ataque ocorreu, o grupo não sabia exatamente o que eram exatamente aqueles seres. O grupo foi atacado por bestas do caos.
O confronto que se seguiu foi uma loucura. Os ataques dos quatro seres tinham uma perturbadora capacidade de paralisar as vítimas de suas mordidas. Não obstante, como elas eram amorfas, acertos críticos não surtiam qualquer efeito. Ainda assim Anthony, Kalin e Thyssenidas conseguiram vencer as quatro criaturas. Os demais, Lester, Rathnar e Aescriel somente puderam contemplar horrorizados o combate.
Vencidas as criaturas, os heróis avançaram por novos corredores e enfrentaram outros seres, armadilhas e encontraram novos textos e mensagens indecifráveis. Em uma sessão da masmorra, eles enfrentaram Otyughs. No lodaçal em que as criaturas surgiram, eles encontraram uma gema laranja de beleza incomum. O grupo evitou seguir por um corredor regular em determinada passagem, pois o tritão revelou haver uma perigosa armadilha de eletricidade.
Em outra passagem forçaram a ativação de uma armadilha de rochas soltas no teto. No local se depararam com esqueletos antigos. Humanoides que exploraram aquele local em tempos passados, volta e meia mais mistérios se adensavam acerca daquele local, mas os heróis estavam dotados de uma impaciência, uma pressa que eventualmente deixavam detalhes passar.
Seguindo mais ao sul da passagem, eles chegaram ao que parecia ser um oratório. Um local aparentemente que sofreu com o mesmo abalo que ruiu as colunas das câmaras anteriores. O local afundava em degraus em que no seu limite inferior se encontrava uma estátua caída, era de uma mulher de grande beleza. Ali quatro colunas sinalizavam inúmeros glifos e mensagens incompreensíveis. No entanto, uma pôde ser entendida, o nome da deusa – Syrul.
Ainda que com diversas rachaduras e sinais de partes faltando, a mulher na estátua era de grande beleza. Com a identificação do nome, foi possível combinando os conhecimentos de Lester, Aescriel e Kalin saber mais sobre a divindade. Syrul foi a deusa de suelita das Mentiras, Decepção, Deslealdade, e Falsas Promessas. Imune a todas as ilusões e decepções. Embora ela seja a mãe de Kord com Phaulkon, o seu único verdadeiro aliado divino que se tem conhecimento era Pyremius. Syrul é descrita como uma velha fedorenta, suja, vestida em roupas esfarrapadas. Porém, esta é mais uma ilusão, pois sua verdadeira forma é indescritível. Ela era famosa por usar a Mentira Pequena (uma Adaga venenosa feita a partir do chifre de um unicórnio maligno, e Verdade Severa uma varinha de murchar feita a partir de alma cristalizada). Nos contos acerca da divindade era é vista freqüentemente envolta em Chama Demoníaca, cavalgando um pesadelo pertencente a ela.
O símbolo santo de Syrul é uma língua bifurcada. Os seus clérigos são especialistas em mentir, e usam esta habilidade para criar tanta destruição quanto for possível, seja em embaixadas, mercados, casas ricas, ou salas de tribunal. Muitos dos seus clérigos trabalham como atores, escrevendo e executando jogos que caluniam os altos membros das sociedades e os poderosos. Eles às vezes são empregados por líderes para desencaminhar os dignitários forasteiros e espiões. A fé de Syrul é mais forte na Fraternidade Escarlate, e também podem ser encontrada em: Ahlissa, Terra dos Bárbaros do Frio, Ilha de Lendore, o Domínio das Ilhas, o Pomarj, Rel Astra, o Domínio dos Barões do Mar, o Cabo dos Príncipes do Mar, e Pedra Presa.
Nas quatro colunas encontradas no pequeno santuário da divindade o grupo descobriu espaços para colocar quatro gemas em cada. Em duas delas havia gemas incrustradas, certamente preciosas. Mas o grupo decidiu não mexer com aquilo e seguiram mais a fundo da câmara. O que viram foram escadas submersas em uma correnteza de águas que seguia pelo subterrâneo. Sem muitas alternativas, o grupo decidiu explorar por aquele lado. Thyssenidas o tritão foi o primeiro a mergulhar, e logo após atestar a segurança, Kalin conjurou sobre alguns aliados a capacidade de respirar na água, e assim o grupo mergulhou naquelas águas cristalinas cuja correnteza indicava um fluxo para fora dali.
Mas uma iluminação em uma direção oposta, fez o grupo nadar contra a correnteza e eles se surpreenderam quando uma grande grade separou Thyssenidas e Anthony dos demais membros do grupo. A dupla havia ficado mais atrás. E a frente de Aescriel, Kalin, Rathnar e Lester, dois grandes peixes vieram em sinal de ataque. Os heróis notaram em um montículo presa a grilhões uma mulher de beleza extraordinária, e ao seu lado um ser humanoide cuja descrição era deveras difícil.
Os aventureiros estavam diante de Lukokian, e o confronto que quase se deu por inevitável, foi revertido em diplomacia e negociação graças a influência de Kalin. Mas tivesse planejado o sacerdote ou não, tudo não passou de um embuste contra o psicodaemon. Aescriel de posse do Cajado do Mago usou dos poderes do artefato e enviou o psicodaemon para outro plano. Tudo que havia começado tão rápido, terminou igualmente veloz.
Thyssenidas libertou Tsotha Lanthi e os enormes peixes que atacou o grupo foram dispersados graças ao poder do elmo do leviatã utilizado por Rathnar.
Quando o grupo estava preparado para sair daquela misteriosa caverna, Tsotha fez uma revelação que pegou a todos de surpresa. Ela conseguia enxergar através da ilusão do disfarce de Anthony Bri Cri. Ele na verdade era Chapelle. Do grupo apenas Kalin sabia a verdade, o próprio Yuan-Ti se revelara quando o salvou dos tricerátopos. Mas isso não era tudo, a marid revelou também que o possuidor do elmo do leviatã, era na verdade um portador amaldiçoado.
Rathnar não queria crer, o próprio Chapelle admitiu as verdades sobre as palavras da marid, e o grupo iniciou uma longa conversa para tentar retirar o elmo do elfo. Chapelle tinha cumprido a sua missão, aparentemente ele tinha uma dívida a cumprir com Tsotha e essa fora paga, porém com relação ao estado de Rathnar, ele sorrira e saiu da caverna. Se Rathnar não retirasse o elmo, se tornaria um escravo da vontade do Yuan-ti.
Para a sorte do elfo, Kalin tinha uma magia capaz de neutralizar o efeito mágico do elmo, e quando dissipou o mal sobre o objeto, Rathnar pôde ver que de fato o item o amaldiçoara. Era o fim de um engodo perigoso que envolvia o elfo e o Yuan-ti.
O grupo regressou para o Dol Angra e finalmente poderia aguardar os reparos da embarcação para seguir viagem. A gênio em agradecimento ao grupo concedeu um desejo a eles, e Kalin sabia exatamente o que pedir. O sacerdote de Pelor desejou ter o Palantír, e para a sorte do grupo, o item estava desapossado, ou seja, ninguém o estava segurando no momento da conjuração. De posse do item, um acordo do grupo com Insix havia sido firmado, e agora eles poderiam seguir rumo a ilha misteriosa onde estava o Berílo, a gema procurada pelo grupo, que seria entregue a Ordem Arcana de Greyhawk.
Mas essa não foi a única surpresa. Os reparos na embarcação ainda levariam cerca de 4 dias, e ao final dessa espera, Gatts e Sandy surgiram magicamente na praia. Eles haviam atravessado um portal, aberto muito longe dali, e mais que isso, Gatts revelou possuir a pedra tão desejada por Aescriel, a Esmeralda Vermelha.
O grupo tornou a conversar, desta vez para decidir os rumos.
Ali estavam presentes todos os membros que restaram da primeira reunião ocorrida cerca de 3 meses atrás. Ausentes estavam Erzurel, Eophain, Pyrus e Thrommel. E o que foi decidido era que Lester, Aescriel e Rathnar iriam para a Cidade Livre de Greyhawk, entregariam a gema, e dedicariam um tempo para pesquisar sobre a influência da trindade divina composta por Vecna, Tharizdum e Iuz. Além disso, eles procurariam informações sobre o que havia ocorrido em Celadon. Dentro de um mês Gatts pediu para eles tornassem a se reencontrar em Chendl, a capital de Furyondy. A outra parte do grupo, formada por Kalin, Sandy e Gatts, partiriam imediatamente para Chendl.
E foi o que ocorreu.
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