No dia 22/02/2016 das 14:00 as 18:20 ocorreu a 19ª sessão de Arzien com a participação de 100% dos jogadores do Grupo 1.
Nesta sessão os heróis Liam, Hejaz e Thorjan chegam na cidade de Marantel. O trio procura descansar da viagem e no dia seguinte começam a investigar as notícias que rondam a cidade.
Essa é a quarta sessão da aventura “A Coroa da Ruína”.
A medida que o trio caminha pelas ruas de Marantel percebem que estavam bastante vazias. Apesar de já ser tarde da noite, Hejaz sabe que normalmente o movimento é um pouco maior, mesmo para aquele horário. Havia um silêncio no ar, portas e janelas fechadas, algumas até mesmo com cadeados. Apenas sons de cascos de cavalos, oriundos de patrulhas noturnas, podiam ser escutados ao longe. Ou então algum animal, como cachorros e gatos.
Em dado momento o trio é surpreendido por dois soldados que faziam a ronda noturna. O guardas pareciam apreensivos e cautelosos. Eles alertam aos heróis para que se recolham, já que havia passado o toque de recolher. Hejaz fica surpreso, afinal, toques de recolher são incomuns em Marantel. Ao questionar sobre os motivos do toque de recolher, os guardas alertam que semanas atrás pessoas desapareceram misteriosamente. Sombras e aparições foram vistas andando nas ruas. Boatos de fantasmas também fortaleceram um clima de terror. Segundo contam, inescrupulosos ladrões de tumbas invariam o Cemitério dos Guerreiros Derrotados e, depois disso, de alguma forma os mortos começaram a escapar de lá!
Há cerca de um mês foi instaurado um toque de recolher para garantir a segurança das pessoas, já que a maioria dos casos de desaparecimento e visões assombrosas eram a noite. Em seguida, as Igrejas locais trancaram todo o cemitério, ninguém mais poderia entrar ou sair.
Hejaz sabe que de tempos em tempos esses boatos de mortos-vivos sempre voltam para apavorar os moradores de Marantel, já fazia parte da cultura local temer o cemitério. Contudo, devido aos fatos recentes envolvendo a Coroa da Ruína e Vasharn, o clérigo da luz fica mais preocupado. Afinal, se isso realmente vem acontecendo, talvez tenha algum envolvimento direto.
O trio continua seguindo pelas ruas de Marantel a procura de abrigo.
Os heróis estavam cansados, afinal desde que chegaram em Dulamar estão correndo contra o tempo para tentar impedir que os planos malignos de Vasharn. Como era tarde da noite, precisavam encontrar um local adequado para comerem, deixarem os cavalos e descansarem. Hejaz Gorwill propõe aos amigos a se hospedarem na casa de seus pais, no distrito nordeste da cidade.
Thorjan teve oportunidade de conhecer os pais de Hejaz meses atrás, quando a dupla viajou a Marantel para que o clérigo iniciasse seu treinamento como Radiante de Mylanian. Nessa época, Liam estava desaparecido, pois havia abandonado seu grupo na Montanha Azul e partido em uma jornada em busca de respostas sobre Ezdrath Shellscape e o Círculo Escarlate (leia mais em O Chamado Escarlate).
O fato é que Thorjan gostava do lugar. Era aconchegante, tinha boa comida e principalmente, o pai de Hejaz, o cavaleiro do condado Angus Gorwill, gostava de um bom vinho. Já Liam não teve essa mesma oportunidade. A última vez que esteve com Hejaz em Marantel foi justamente na época em que iriam realizar uma missão para o Bispo Clermont (leia mais em A Segunda Luz). De qualquer forma, o feiticeiro estava curioso para conhecer o lar do seu mais antigo amigo de aventuras.
Como Hejaz já havia contado em outras oportunidades, ele relembra a seus amigos que sua mãe, Brieda Sorvena Gorwill é crizandia e dona de uma loja de tecidos na cidade. A paixão da sua mãe é a costura, sejam roupas comuns ou caras, até mesmo arranjos para festas e outras ocasiões. Sua irmã mais nova, Lisandra Gorwill trabalhava seguindo os passos da mãe. Hejaz ainda outro irmão, chamado Michael Gorwill, porém prefere não falar muito sobre ele (ele não mora mais com seus pais).
Assim sendo, o trio chega a Casa dos Gorwill, uma aconchegante residência de dois andares, feita de pedra e alvenaria. O clérigo já sabia que os velhos hábitos nunca mudam. Sua mãe deixava uma chave escondida em uma pedra solta, próximo a entrada, na esperança de que seu filho voltasse para casa. Hejaz pede que Liam e Thorjan aguardem do lado de fora, para possa se certificar que sua mãe não fosse surpreendida. Ela tinha o costume de adormecer em sua cadeira de balanço na sala.
Dito e feito. Hejaz encontra Brieda adormecendo em uma cadeira de balanço, uma cadeira especial que fora da bisavó de Hejaz e trazida diretamente de Núrvv, a capital de Crizandir e cidade natal de Brieda. Sua mãe amava costura e tinha o costume de tricotar ao lado da fogueira durante a noite. Seu pai ficava ao lado dela, apreciando um vinho e um pedaço de carne de porco. Porém, era comum Angus ficar com sono e subir mais cedo para os aposentos. Sua mãe, em contrapartida, ficava até mais tarde tricotando. Não era incomum seu pai depois acordar, descer e levá-la nos braços para a cama.
Assim que desperta Brieda, que é uma adorável e carismática mulher, ela fica muito feliz ao rever seu filho. Hejaz também fica contente por sua mãe estar bem e mais ainda após ela dizer que todos também estavam. O clérigo chama Liam e Thorjan para entrarem e lhes apresenta sua mãe. São bem recebidos por Brieda.
Todos conversam por um momento. Angus, o pai de Hejaz, termina despertando e se junta ao trio para uma breve conversa. Seu pai não era muito sociável. Era um homem disciplinado, amante da cavalaria e leal ao condado. Brieda prepara uma janta para seu filho e seus amigos e depois os quartos.
Durante a conversa com sua mãe, Hejaz fica sabendo que dentro de 5 dias ocorrerá o Festival da Amizade, uma data comemorativa e importante para todo o Reino de Dulamar. O Festival da Amizade (também conhecido como Festival do Pacto) comemora o dia em que ocorreu o pacto entre elfos e homens, chamado Pacto das Espadas Cruzadas, em que Valenax realizou às margens do Rei Acordo a 569 anos atrás. Esse pacto selaria a aliança entre os povos para combaterem Temorkar.
Todo ano ocorre esse festival, a diferença é que desta vez o Rei Calahan Urzendur IX em pessoa vai participar dos festejos. Ele virá a Marantel juntamente com membros da Corte do Reino. Esse evento, a visita do Rei, é algo raro. A última vez que um rei participou deste festival em Marantel foi a 25 anos atrás, no reinado de Theodore Urzendur VIII. Brieda estava animada pois sua loja de tecidos ficara responsável em confeccionar diversas bandeirolas, laços e outros tecidos ornamentais que iriam decorar ruas e a praça da cidade.
No fim da noite todos sobem para seus aposentos para finalmente descansar.
No dia seguinte os heróis, já descansados, tomam um bom café, com direito a pão, bolo, frutas e vinho. Infelizmente os pais de Hejaz não puderam esperá-lo, já que sua mãe tinha que abrir cedo a loja de tecidos e seu pai realizar seus afazeres militares. Contudo, Dona Ophélia, uma senhora que trabalha para os Gorwill desde que Hejaz era pequeno, avisa ao clérigo que seu pai pediu para que estivesse presente a noite, para um jantar em família.
O trio decide então que precisavam buscar informações no Templo de Mylanian. Afinal, esses eventos recentes no cemitério precisavam ser esclarecidos. Thorjan decide que iria ficar na Taverna do Rei Fantasma aguardando Liam e Hejaz, afinal, ele não era muito chegado em eventos sociais, muito menos em igrejas. Thorjan já estava cansado de Igrejas, já havia passado tempo demais no Santuário de Vhendara.
Assim, Liam e Hejaz partem para a Catedral da Aurora Radiante e Thorjan para a Taverna do Rei Fantasma.
O anão assim que chegar a Taverna do Rei Fantasma encontra pessoas tomando café, algumas já bebendo e outras se recuperando da bebedeira do dia anterior. Para Thorjan, a Taverna do Rei Fantasma é a melhor taverna da cidade. Tem este nome graças às lendas e folclores que rondam o cemitério. Em dado momento, o taverneiro Richard Mandog, entrega uma carta ao anão. Segundo ele, haviam três semanas que ela havia chegado, mas ele a guardou, conforme prometeu desde a última vez que o anão esteve em Marantel.
Thorjan reconhece que a carta vinha de Forte Bradsgar, graças ao símbolo de bronze que a selava. Certamente era do seu avô ou então de algum outro parente (dificilmente). Thorjan de tempos em tempos enviava cartas ao seu avô Bognar, relatando suas aventuras. Mas, ele nunca havia recebido uma carta resposta antes, mesmo porque ele nunca teve tempo de parar em uma cidade antes.
O anão abre a carta, escrita em pele de cordeiro, e vê a escrita em anão. Ele sorri ao saber que é do seu avó Bognar.
Meu caro neto,
Já faz tempo que não conversamos. Soube que iniciou uma jornada de aventuras desde que deixou o Condado de Therust, onde servia como mercenário. Fiquei sabendo também de seus feitos nos Pântanos das Garras Rastejantes e que havia se juntado a um grupo de aventureiros, tendo partido para o Reino de Grothvar. Seu avô está velho, mas ainda sabe como rastrear um Rhunaheim.
Fiquei bastante contente que escreveu aquela última carta, quando esteve em Marantel. Já estava bastante preocupado. Estou feliz que tenha feito novas amizades e espalhado o nome da nossa família pelas terras que cruzou.
Saiba, meu jovem, jamais o esquecemos aqui em Bradsgar. Seus irmãos Dorvarin e Toldekan, apesar de relutantes e desgostosos com seus últimos atos, sentem sua falta. Ainda tento colocar juízo na cabeça de Jormir, mas ele ainda continua do mesmo jeito (acho até que vai piorar). Vorumbar se casou novamente (acredita nisso?). Sinceramente espero que seja a última vez. Bognir abriu uma ferraria em Erimbar, e está tentando expandir seus negócios para além. Pra mim é o que mais tem visão em comparação com os outros dois (apesar de sua língua continuar afiada e petulante). Hommer está ajudando Bognir com os novos negócios, já que mantém contato com alguns mercadores influentes de Malgrun. Não sei não, mas sinto que esses dois estão se envolvendo com pessoas de má índole. Por fim, Turdil está compenetrado demais em um novo projeto de uma muralha que teima em rachar.
Thorjan, dentre os 7, você é mais corajoso, não sendo a toa que escolheu a vida de aventureiro ao invés da militar. Saiba filho, seu avô já está bastante velho, mas já viu muita coisa acontecer no oeste de Vilthorn.
Não quero deixá-lo preocupado ou ansioso, mas coisas estranhas estão acontecendo nas redondezas, nas frágeis fronteiras das terras civilizadas. Hordas de orcs e goblins voltaram a se agrupar, monstros estão sendo visto com mais frequência, mais do que o usual. Sinto que um antigo mal teima em retornar para nos atormentar.
Chegou a hora de revelar algo que a décadas tenho guardado, desde que resolvi me aposentar. Espero nos revermos em breve.
Juízo,
– Bognar Rhunaheim
Surpreso pelo conteúdo da carta, Thorjan fica preocupado com as notícias do seu avô. Haviam cerca de 5 anos desde que deixou Forte Bradsgar depois daquele terrível ataque e da sua falha em proteger o nobre Dorien Derruskat, filho de Lorde Serban Derruskat. Thorjan havia deixado sua terra natal como um anão em busca de penitência. Deixou a vida militar para viver a de um aventureiro.
A possibilidade de regressar ao Forte Bradsgar deixava o anão temerário. Afinal, ter que encarar todos aqueles seus antigos colegas, seus irmãos, era pesado demais. Porém, o anão estava decidido em partir o mais breve possível.
Thorjan aproveita o tempo livre para devolver os cavalos alugados em Elortizir os Estábulos de Bertorius, uma filial da Companhia dos Cavalos das Nuvens de Grishtar.
Em seguida o anão escreve e envia uma nova carta para seu avô, da mesma forma que o fez da última vez que esteve em Marantel.
Caro avô,
Desculpe seu jovem neto pela demora em responder, mas sabe como é a vida de aventureiro. Dificilmente fico muito tempo em um mesmo lugar. Da ultima vez que estive em Marantel, enviei uma carta para você e só agora retornei a essa cidade para receber sua resposta.
Fico muito feliz em saber que a família Rhunaheim está bem, mas aflito ao mesmo tempo com essa noticia das movimentações orcs nas proximidades.
Tenho assuntos iminentes para resolver nessa região, mas pretendo assim que possível, retornar para minha terra e saber as intenções dessa horda e afugenta-la daí.
De seu saudoso neto,
Thorjan Rhunaheim
Ao meio-dia Thorjan aguarda o retorno de Liam e Hejaz na taverna, apreciando uma boa cevada e pernil assado. O movimento aumentava a medida que se aproximava da tarde. As pessoas só falavam no Festival da Amizade, sobre mercadores, a vinda do Rei, e, claro, de meretrizes. Thorjan adorava aquele clima.
Liam e Hejaz seguem para o templo de Mylanian. Durante o caminho, a dupla percebe que a cidade estava bastante agitada. As ruas tomadas por mercadores que aos poucos montavam suas barracas e estandes de vendas para o Festival da Amizade. Afinal, a vinda do Rei Calahan à cidade de Marantel iria atrair milhares de pessoas dos campos e vilas vizinhas, até mesmo dos baronatos de Tergrand e Fayartheme. Os negócios certamente iriam florescer nesta época e nenhum mercador gostaria de ficar de fora.
Além do movimento do comércio, a dupla nota que a segurança está trabalhando duro para garantir a segurança da comitiva do Rei. Postos de vigília e observação estão sendo montados, bem como novos alistamentos de milicianos. Os próximos dias serão agitados na pacata Marantel.
Liam e Hejaz seguem para a Catedral da Aurora Radiante, o maior templo da Deusa da Luz no Reino de Dulamar. A Catedral da Aurora Radiante é um templo fabuloso. Cheio de vitrais coloridos no teto, abóbodas, colunas e arcos de pedra podem ser vistos em diversas partes do grande templo.
Ao se aproximarem da estrutura a dupla avista centenas de pessoas participando de uma missa matutina típica. Os aldeões são fervorosos para com a Deusa da Luz, eles sempre buscam sua benção para iniciar um novo dia de trabalho nos campos.
Em dado momento, durante a missa, Hejaz avista o Abade Colbert. Colbert é um dos responsáveis pelas atividades administrativas da Catedral. Ele se aproxima de Hejaz e cumprimenta ele a Liam. Em uma conversa breve, Hejaz diz que precisava falar urgente com o Vigário Cássio Polendarth, a autoridade da igreja imediatamente abaixo da Arcebispa Sunshine, bem como o líder da Ordem dos Radiantes. O abade Colbert prontamente guia a dupla corredores e sala adentro da Catedral.
A dupla chega a um grande salão do templo conhecido como Salão da Miríade da Luz, local adequado para reuniões de clérigos e Radiantes. O Abade Colbert se despede da dupla e diz que espera que consigam resolver seus problemas.
No salão Liam e Hejaz avistam um homem de meia-idade, com cabelo curto e de bigode, vestindo um peitoral de aço com um desenho do Talzûn no peito e segurando um cajado de madeira. Era o Vigário Cássio Polendarth, o líder dos Radiantes.
Na ocasião o vigário estava conversando com outros três clérigos, dando últimas orientações para alguma missão que estava por vir. Assim que eles deixam o recinto, o Vigário chama Hejaz e Liam para conversar.
Cássio recebe muito bem Hejaz e fica feliz em saber que ele esteja bem. Fica surpreso também em reencontrar Liam. O feiticeiro fica contente em saber que é relembrado. Após as devidas apresentações, Hejaz explica toda a história sobre Vasharn e a Coroa da Ruína. Explica que existe uma grande ameaça deste mago maligno libertar o fantasma do Rei Ferthgull, que por sua vez poderia levantar os antigos guerreiros do seu exército e marchar contra as cidades, causando morte e destruição.
O vigário escuta toda a história de Hejaz, atento e surpreso pelas revelações, em especial a existência de uma coroa maligna. Em seguida ele inicia um longa história, buscando esclarecer alguns pontos:
“Sabe Hejaz, você conhece parte da história do cemitério e do Rei Ferthgull. Vou contar a vocês a verdade sobre todo o surgimento deste local.
Quando Valenax retomou as terras onde ocorreram a derrota do último rei da Kinária e dos seus milhares de guerreiros, os clérigos da igreja de Arantos viajaram da capital para realizar os ritos necessários para enterrar os mortos.
Todo o túmulo de Ferthgull, lápides, covas, tudo foi construído pela Igreja de Arantos. Décadas depois clérigos cultistas do deus Recvill invadiram o cemitério para animar mortos e realizarem seus cultos obscuros. Combates ferrenhos entre os clérigos de Arantos e Recvill se sucederam ao longo de anos, com indas e vindas.
Posteriormente, a igreja de Heinvarg e Mylanian chegaram ao local e juntas expulsaram definitivamente os adoradores de Recvill e em seguida criaram o cemitério. A igreja de Heinvarg reconstruíram fisicamente um novo cemitério, as três igrejas criaram defesas para impedir que espíritos malignos fugissem. Houveram tentativas de santificar o local, todas em vão.
Na realidade o espírito de Ferthgull não conseguia desencarnar e todo o terreno que ocorreu o derrota do exército havia sido amaldiçoado. As 3 igrejas se esforçaram muito para tentar santificar o cemitério, porém jamais conseguiram. Ao longo dos séculos o cemitério foi alvo de saqueadores, caçadores de tesouros, cultistas e ladrões.
A Igreja de Heinvarg se esforçou para impedir que a imagem de Ferthgull Baliankor fosse deteriorada, eles acreditam que o rei deveria ser lembrado como um herói, um mártir que se sacrificou ao lado de seu exército. Mesmo assim, o folclore e cultura local a mais de 560 anos transformou a imagem do Rei Fantasma em um mito. Essas diversas profanações transformaram o cemitério, e esses focos malignos deveriam ser combatidos e a memória dos verdadeiros guerreiros preservadas. Portanto, ao longo dos anos a Igreja de Heinvarg sempre tentou preservar a imagem do Rei e do exército de heróis. Ferthgull e seu exército havia se sacrificado para impedir o avanço de Temorkar e devem ser lembrados como mártires.
Para a Igreja de Arantos, o espírito do Rei Ferthgull e de seus guerreiros não estavam em harmonia e somente eles poderiam encontrá-la, caso aceitassem a bênção do deus da paz e piedade. Já houveram incursões no passado para convencer a essas almas a deixarem o plano terreno. Mas muitas delas não o fizeram. Por fim, para a Igreja de Arantos, o exército do último rei da Kinária escolheu descansar neste mundo para poder algum dia despertar e defender todo o reino de Dulamar contra uma grande ameaça. Talvez só assim suas almas encontrassem paz.
Para a Igreja de Mylanian os mortos-vivos e outros males devem ser destruídos e a luz deve sempre prevalecer, independente de questões que afetam a honra, senso de justiça ou cultura popular. Aqueles que caminham nas trevas devem temer a luz, não o contrário.
Os séculos se passaram e o cemitério continua do mesmo jeito. O local emana um poder e aura sobrenatural. Sempre foi assim e talvez nada mude isto.
Em seguida Polendarth diz:
Sobre a Coroa da Ruína, a qual você conta em sua história, jamais foi vista pelas três igrejas. Alias, eu nunca soube de coroa alguma em todos esses anos. Não sei do que você está falando. Se houvesse alguma coroa, já saberíamos. Ou então existe algo que não sabemos…”
Hejaz já sabia em parte sobre o posicionamento das igrejas em relação ao cemitério. Então ele diz ao Vigário que precisava adentrar ao local para descobrir o mal que lá habita. Precisa impedir qualquer tentativa de Vasharn de libertar Ferthgull.
O Vigário responde ao clérigo:
“A questão é que acessar o cemitério está proibido. Depois da última incursão de vocês dois, a diversos meses atrás, houveram mais três grupos que invadiram o local. Dois deles jamais voltaram e outro conseguiu retornar. Eles saquearam pertences antigos, itens que foram enterrados com os guerreiros, como jóias, peças ornamentais e outros objetos familiares enterrados com eles. Esse tipo de saque e intromissão é combatido ferozmente pelas três igrejas.
Para piorar, alguns mortos-vivos conseguiram escapar do cemitério. Sombras, ghouls e zumbis foram vistos por algumas pessoas, em momentos diferentes. Isso aumentou a tensão e preocupação dos habitantes, fortalecendo a lenda que envolve o cemitério e que tanto combate a Igreja de Heinvarg.
A Igreja de Mylanian foi acusada de ter permitido que vocês adentrassem ao local e ter iniciado o estopim dessas novas invasões. Isso gerou um certo atrito com as outras duas igrejas. Como são mais militares, a Igreja de Heinvarg criou um cerco ao cemitério, com soldados e tudo mais. A igreja de Arantos, que prega a paz e piedade, também não viu com bons olhos o que aconteceu e ficou do lado da igreja de Heinvarg.
Foi então instaurado uma nova lei: ninguém pode adentrar ao cemitério sem o consentimento das 3 Igrejas, de Arantos, Heinvarg e Mylanian. Ou seja, as três autoridades máximas das Igrejas devem permitir o acesso. “
Ou seja, as mãos de Polendarth estavam atadas. Ele não poderia autorizar a entrada de Hejaz e seu grupo ao cemitério. A situação mudou e, para não causar mais atrito entre as igrejas, era necessário obter o aval por escrito das três autoridades:
Templo Casa da Piedade (Templo de Arantos)
Igreja do Juramento da Espada (Templo de Heinvarg)
Catedral da Aurora Radiante (Templo de Mylanian)
Cássio abençoa Hejaz e pede para que possa resolver este embate de forma clara e lúcida. Ele ora para que a Deusa da Luz ilumine o caminho dos heróis.
Caso não quisessem obter problemas com as igrejas locais e infringir a lei, os heróis precisavam convencer as demais autoridades. Hejaz sabia que esse papel seria dele, afinal, ele foi uma espécie de ponto focal para o início de tudo a meses atrás.
Os heróis saem da Catedral da Aurora Radiante e se reúnem na Taverna do Rei Fantasma.
O trio precisava pensar como deveriam agir a partir de agora.
A sessão termina neste momento.
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Diante de tantas informações e manobras burocráticas, Hejaz ficou intrigado e curioso sobre o que estaria por trás das entrelinhas que ele e seus amigos ainda não conseguiram decifrar.
Agora ele terá que ir com a carta de autorização, já com a assinatura da Arcebispa da Senhora da Luz, para encontrar com o Frade Robert Shiller no Templo à Arantus, pois sua assinatura é fundamental para garantir o acesso dos heróis ao cemitério. E orar a Mylannian para que ilumine a mente desse frade, pois os heróis estão diante de dois inimigos implacavéis: a política e a burocracia.