Bárbaros são normalmente associados com figuras masculinas com mais músculos do que cérebro e um pavio curto. o fato do bárbaro icônico ser uma bárbara é um entre os muitos detalhes interessantes dessa personagem, da relação com seu clã até os elementos que destacam a classe e como eles se manifestam, são os detalhes que fazem de Amiri uma grande personagem, A bárbara icônica foi anunciada no blog da paizo no dia 31 de Março de 2008 como persogagem jogável na campanha A Segunda Escuridão. Texto original de James Jacobs.
Tradução: Fred Torres
Publicação: Fred Torres
Há muitas maneiras de morrer no Domínio dos Senhores Mamutes. Os nativos dessa terra são os Kellids, e eles tiram o máximo que podem dessa realidade primitiva. Amiri é uma dentre esses bárbaros e muito embora ela tenha sido abençoada com um grande senso de independência e força física sua infância foi, pra dizer o mínimo, desafiadora, uma vez que força e independência não são atributos desejáveis para as mulheres da sua tribo. As mulheres dos Seis Ursos, como se chamam, são responsáveis por criar os filhos, cuidar dos feridos e criar laços com as outras tribos. No fim das contas as mulheres Seis Ursos são moedas de troca, e quando se quer formar alianças, além de presentes com carne, peles e tesoutos, se oferece as filhas Nesse sentido, elas são meros recursos a serem usados pelos homens quando conveniente. Amiri nunca se viu como gado e a cada oportunidade que tinha, provava que poderia ser melhor que seus irmãos e primos homens. Se um caçador conseguia uma rena para alimentar a tribo, ela conseguia duas, se por acaso encontrassem um grupo de orcs caçando em seu território e o herói da tribo matasse quatro deles, ela matava seis. Seu senso de competitividade não lhe rendia muitas amizades, já que seus irmãos se sentiam intimidados pela sua força e fascinados por sua beleza e as irmãs não eram poupadas dos castigos, resultado dos atos da jovem bárbara.
Quando Amiri atingiu a idade adulta, sua reputação havia se espalhado para além dos Seis Ursos e as outras tribos passaram a chamá-la de “Chefinha” dos Seis Ursos, um apelido depreciativo não só para ela, mas também para sua tribo, que era mal vista por ter permitido que uma mulher tivesse se tornado tão forte e independente. Nenhuma das tribos a queria e sua presença entre os Seis Ursos causava problemas tanto nas relações internas quanto na diplomacia com tribos aliadas. Assim, os anciões determinaram que havia uma única solução, Amiri teria que morrer. O problema era que matar um membro da família era um dos maiores tabus da tribo, e o caminho mais curto pro infero.
Mas a oportunidade de se livrar da irmã problemática não tardou a aparecer. Quando a tribo soube que gigantes do gelo estavam rondando a área das montanhas próximas, eles organizaram um grupo de ataque para afastar os gigantes, e Amiri estava entre eles. Surpresa, mas orgulhosa de ter sido incluída no grupo, não percebeu a malícia nos sorrisos dos anciões diante da sua ânsia de provar seu valor. Eles sabiam que a competitividade de Amiri a colocaria numa situação em que ela não conseguiria se salvar, e incumbiram os outros da tarefa de garantir que algo do tipo acontecesse.
O bando rumou para o sopé das montanhas Kodar, e não demorou para que encontrassem rastros de gigantes. Numa manhã, o líder do bando entrou no acampamento com uma adaga to tamanho de um braço de um homem, declarando ter derrotado um gigante sozinho e tomado sua arma e sendo recebido com festa pelos outros, que o parabenizavam pelo grande feito. Amiri, mordendo a isca, anunciou sua nova missão, voltaria até o fim do dia com uma arma ainda maior. Não desconfiou, e nem poderia, de que aquilo era tudo uma armação e que os seus companheiros havim trazido aquela adaga com eles para pressioná-la a fazer algo tolo.
O que o bando não esperava é que Amiri encontrasse aquele Gigante do Gelo. Após vagar pelas montanhas ela encontrou o imenso corpo aos pés de uma colina, o gigante caíra morto ali há algumas semanas e ao seu lado estava sua espada, uma espada bastarda imensa. Amiri obviamente não matara o gigante, mas ela pensou que bastaria a espada para que convencesse seu bando de que havia cumprido sua promessa. Chegou ao acampamento e nada encontrou, temendo pela vida de seus companheiros, seguiu os rastros que encontrou, os alcançando há meio caminho do acampamento principal da tribo. Ao passo que se aproximava deles, ela percebeu que algo estava errado, que eles falavam dela. E riam.
… Eventualmente eu encontrei um líder dos Gigantes do Gelo e o derrotei em combate singular. Tomei sua espada e parti sem olhar pra trás.
(Amiri conta sua história para Valeros. Patfinder Origins #1)
Se aproximando sem ser vista dos limites do acampamento, ela percebeu que tinha sido enganada, ela ouvia os seus primos e irmãos zombando de seu comportamento na tribo, de como tinha sido tola em ter caído no golpe deles e como agora deveria estar servindo de carne num ensopado de algum gigante. O que mais irritou Amiri não foi o fato deles estarem felizes com sua morte, mas sim a prova inconteste de que sua tribo a tinha como idiota. Furiosa, Amiri adentrou o acampamento mostrando sua nova espada, declarando que mais uma vez, ela os superara. Depois do breve choque por vê-la viva, o bando caiu na risada apontando sua incapacidade de brandir aquela gigantesca espada. Colérica a essa altura, Amiri tentou assumir uma postura de combate com a arma, mas o tamanho da arma tirou seu equilíbrio e ela caiu, arrancando gargalhadas dos seus companheiros.
Foi a gota d’água. Num urro, Amiri se pôs em pé com um salto e o sangue lhe subiu a cabeça, tomando sua visão. A fúria tomara seu corpo e alma. Dois dos bárbaros estavam sem suas cabeças antes que conseguissem reagir e seu sangue banhava a imensa espada do gigante. A batalha foi rápida e brutal, Amiri não sentia os golpes que recebia e movia-se de traidor em traidor ceifando suas vidas, certeira como a própria morte.
Quando a fúria a deixou, Amiri percebeu o que fizera. Ela sabia que os que ali pereceram, fizeram por merecer tal destino, mas eles ainda eram família e mesmo que os motivos para matá-los fossem justos, eles não invalidavam os laços de sangue. Ela sabia que tinha que fugir, então deu as costas aos corpos mortos, sabendo que seriam encontrados eventualmente, e rumou para as terras de irrisen e para o desconhecido além. Finalmente ela estava livre, não mais teria os grilhões tradição sufocando suas vontades. Embora grande demais para ser brandida apropriadamente sem estar tomada pela fúria, a espada do gigante passou a ter grande valor para ela, sendo inclusive parte de sua identidade, um símbolo de sua independência e coração valente. Ela não mais se vê como uma Seis Ursos, mas jamais revela os motivos pelos quais abandonou sua terra natal. É melhor que algumas coisas permaneçam em segredo.
A próximo Icônico será Lini, a Defensora.
Fred Torres
Ilustração de Wayne Reynolds
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