Aurora dos Conflitos

As Catacumbas de Rakdanam | Parte II

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No dia 28.05.2021 teve a continuação da aventura – As Catacumbas de Rakdanam. Os aventureiros foram recepcionados por mohrgs, após Dhounay coletar tesouros existentes em um baú. A vitória veio sem grandes gastos de recursos. Muitas informações históricas passaram a ser conhecidas pelos heróis e nesta continuação novos pedaços da história do primeiro povo Verbobonc vem a tona.

Jogadores:

  1. Daniel Alonso (Pyrus)
  2. Diogo Coelho (Gatts)
  3. Marcelo Guimarães (Dhounay)

Essa é uma história original escrita por Bruno de Brito (DM) e revisada por Bruno Simões (Kalin). Grande em sua nobreza, pleno em sua bondade. Obrigado por me ajudar nessa tarefa de revisão dos textos da campanha Aurora dos Conflitos.

Quase Nada

08 de Flocos de 592 Ano Comum

Vencer os Mohrgs não havia sido uma batalha muito difícil, pois, apesar de perigosos, aquelas criaturas não eram páreo para a força e experiência dos aventureiros. E eles esperavam encontrar mais daqueles seres, e fosse como fosse, seus espíritos mortos-vivos teriam um descanso definitivo.

Seguindo as orientações de Nay, o grupo avançou por um corredor que se bifurcava. Decidiram pegar o caminho perpendicular, e tanto Gatts quanto Nay haviam percebido uma porta ao longe no corredor. No caminho passaram por um novo corredor, ignoraram e foram verificar a porta. Nay detectou que estava trancada. O grupo tomou o corredor próximo e atentos, eles buscavam perceber qualquer som ou marcação que pudesse preveni-los de eventual ataque. O corredor terminou em uma sala retangular grande. Havia o que outrora foram bancos de pedra, destruídos. Um painel em uma das paredes trazia uma pintura muito bela, ainda que deteriorada pela ação do tempo.

Labelas Enoreth e Elebrin Liothiel que preservem nossa história, conhecimento, a abundância de nossas matas, pomares, rios e florestas. Que sejamos eternos em sua eterna fé.

E foi no momento que Pyrus e Nay averiguavam o fundo da sala, que eles ouviram em élfico:

“-Blasfemadores, humanos malditos!”

O que surgiu diante dos aventureiros foram três fantasmas élficos oriundos de pontos distintos da sala e que voaram em tom de ataque contra os heróis. Gatts buscou manter-se afastado, assim como comandou que Adda também o fizesse, mas algo ainda mais perigoso que os fantasmas, espreitava, e ele não havia percebido que se afastava justamente em direção ao local onde estava o ser.

O Devorador

Na direção para onde Gatts havia ido, ele se deparou com uma criatura grande. Um ser feito da mesma matéria morta-viva de um zumbi, porém com o ventre aberto, de onde o herói podia ver inúmeras almas em dimensão pequena revolvendo no interior da criatura. Gatts não teve tempo para identificar o que aquela nova criatura era, pois imediatamente ela iniciou uma ofensiva de magia contra ele e os demais.

O Devorador de Almas

A batalha foi muito difícil. Adda tombou, e por vezes, os fantasmas conseguiam o feito de assustar com reverberações de seus poderes, tendo afetado até mesmo Gatts. As magias perniciosas do devorador deixaram Gatts estupefato e tal condição visivelmente comprometia sua capacidade de conjuração. Não fora apenas uma vez que suas magias foram frustradas, simplesmente pelo fato de que sua mente lhe traía e as pronuncias das magias fugiam à memória, como em um surto de esquecimento.

Um a um, o grupo derrotou os fantasmas, deixando o devorador por último. E graças aos esforços combinados dos heróis, eles conseguiram derrotar o último inimigo, ao custo de muitos dos seus recursos. Àquela altura, foi inevitável não indagar entre si, se eles não deveriam regressar, e restabelecer suas energias. E foi enquanto o grupo se recuperava e Nay averiguava as estatuas existentes no palco do pequeno oratório, que algo lhe chamou a atenção. Uma pequena rocha na parede, ela destoava das demais, e ao tocá-la, a ladina desapareceu.

Dhounay

Nay surgiu em um corredor de escuridão plena. A meio-orc possuía o dom da visão no escuro, herança de sua contraparte orc. A escuridão que para qualquer humano seria plena, para ela era como uma penumbra. Em um primeiro momento, medo e receio tomaram conta de seus pensamentos e ela olhou para ambos os lados daquele corredor, tentando identificar onde estava e ouvir algum ruído provocado por seus companheiros. Ela escolheu uma direção e após caminhar por um breve tempo, chegou até uma câmara.

O local era cheio de ossadas espalhadas pelo chão. Havia inúmeros crânios de animais. Um leito de rio seco indicava ter corrido perpendicular pela sala em velhos tempos. Do outro lado de uma ponte, Nay viu um corredor, e ela avançou, porém o que ela não esperava era que, ao pisar nas ossadas, essas se animariam, e se tornaram mais que meros esqueletos humanoides. Pelo contrário, as ossadas formaram um turbilhão de crânios animados, querendo morder tudo em seu caminho. Outra espiral semelhante se formou próximo dali, e Nay percebeu que corria risco.

Rapidamente a meio-orc iniciou uma conjuração, e antes que as espirais famintas chegassem até onde estava, ela desapareceu ao atravessar um portal invocado por sua magia. Nay foi parar no limite do corredor a frente, fora da sala em que se encontrava. Ela ainda olhou para trás, logo que ressurgiu e o que ela viu, deixou-a ainda mais assustada. Ela correu.

Onde estava Nay?

O grupo procurou pela ladina. Dhounay simplesmente havia desaparecido, no local em que ela estava havia agora uma passagem. E o grupo notou coisas brilhantes no chão lá dentro, havia moedas, objetos de arte e pedras preciosas espalhadas no pequeno cômodo. Gatts suspeitou que a ladina havia tocado em algum gatilho e este a sugou através de um portal. Enquanto Gatts e Adda tentavam entender para onde o portal havia levado Nay, Pyrus recolhia o tesouro espalhado. Levou cerca de um minuto, até que o grupo seguiu reunir todas as peças e seguir atrás da companheira. Seja por sorte ou coincidência eles se depararam com Nay assustada, vindo correndo de uma das passagens.

A ladina explicou o que se passou quando caiu na armadilha, e todos ficaram bastante assustados. Ela explicou o que passara, descreveu a espiral de ossos animados, e foi Pyrus que explicou com o que provavelmente ela se deparara. Tratava-se de um Enxame de Crânios Ferais. Ele não recordava as habilidades do ser. Precisaria testemunhar um com os próprios olhos e talvez aí conseguisse falar com mais certeza. Mas não apenas isso chamou a atenção do grupo no relato de Dhounay. O pior foi a visão de mais um devorador – o morto-vivo que havia debilitado Gatts. Havia mais uma daquelas criaturas, e isso representava que um grande desafio estava à frente, muito pelo fato de que, de acordo com o que Nay explicou, não havia outra passagem alternativa.

O grupo aproveitou a informação e tentou se preparar da melhor forma possível para o que viesse no próximo caminho. Beberam poções, trataram ferimentos e seguiram adiante.

Ossuário

Seguindo pelo único caminho existente, o grupo chegou até onde Nay havia descrito ter passado. De fato, a sala continha uma quantidade impressionantes de crânios e ossadas. O leito seco de um rio indicava que há muito outrora algum lençol freático passava por ali, no lugar havia apenas tumbas de pedra. Uma ponte ainda em bom estado de uso, levava de um lado ao outro por sobre o rio seco. Duas coisas eram notáveis também: uma era uma estátua de um sapo em um canto e outra um painel em uma parede adjacente de onde os personagens chegavam. Na parede uma nova pintura e escrito em élfico uma mensagem.

Aqui fomos jogados, junto com nossos animais mortos durante a ocupação oerita. Eles caçaram por prazer, para dominar, nossas feras, nossos animais sagrados, um a um foram sendo extintos pela lança, pela besta, pela ganância de nosso rico solo, e para quê? Para trazer sua agricultura atrasada, seu cultivo arcaico e cruel para com seus próprios animais? Sem paciência fomos sendo aqui acumulados, alguns de nós ainda com vida, se misturando a fezes, doenças e a própria morte. Que Lolth os amaldiçoe, que nossos corpos moribundos contaminem suas águas, e que nossas almas não tenham descanso, enquanto nossos corpos e espíritos não forem vingados. O sangue dos nossos animais foram tantos que ferveu o rio e o secou. Corellon, Sehanine que vossa pintura nos vigie, que vossa magia nos mantenha vivos, um dia, um dia seremos vingados. Pintura em óleo, lama e sangue, Sheedra Molostroi

Não havia sinais dos enxames mencionados por Nay, muito menos do devorador. O grupo foi avançando com cautela. Gatts e Adda na retaguarda, Pyrus e Dhounay na frente. E tal como esperado, no momento que o passo dos heróis quebrara uma das ossadas sob seus pés, como um gatilho mágico, os enxames surgiram, e de um dos corredores, a criatura, o Devorador.

A batalha que se seguiu depois disso, foi ainda mais dura que anterior, os enxames mordiam, rasgando, perfurando e colidindo nos locais ocupados pelos heróis. A chama da espada Língua de Fogo de Pyrus, foi a arma certa nas mãos do campeão de Joramy, mas mesmo ele sentia o exaurir de forças. As bênçãos de Adda, lhe ajudou a resistir em um momento crítico e no fim o grupo venceu.

Enxame de Crânios Ferozes

Se antes havia dúvidas com relação ao prosseguir com a missão, agora elas eram certezas perigosas. Mas algo ainda mais preocupante não vinha sendo notado pelos aventureiros. Será que eles perceberiam até o fim daquela jornada?

Continua….

Bruno de Brito

Mestre da campanha "Aurora dos Conflitos", ocorrida no cenário de Greyhawk. Entusiasta do sistema Pathfinder, fã de Magic: The Gathering e churrasqueiro nas horas vagas.

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