De médico e louco, todo mundo tem um pouco. Essa antiga máxima é normalmente utilizada para justificar automedicação, mas certamente encontra guarida na história de Mr Hyde e Dr Jackyl, o médico e o monstro. O Alquimista é explicitmente baseado nesse personagem dual, além da aura de mistério que cerca esses experimentadores, parte místicos parte cientistas da idade média. Damiel é, em alguma medida um resumo disso tudo. distânte, engenhoso e mal compreendido, damiel é aquela figura estranha que cata insetos no intervalo na escola, mas que se revela um gênio no futuro, criativo e com muitos recursos. O Alquimista icônico foi anunciado no blog da paizo no dia 3 de Agosto de 2010. Texto original de James L. Sutter.
Tradução: Fred Torres
Publicação: Fred Torres
Limafolha¹ pode acalmar sua mente. Pesh pode melhorar seu humor. Mas qualquer sábio ou escolástico pode te dizer que conhecimento é a droga mais viciante. E uma vez que a sede se instaura em você – uma vez que seus olhos se abrem – não há como se livrar.
Damiel Morgethai nasceu, como muitos elfos, em Kyonin. Um dos inumer´paveis descendentes da prestigiosa família Morgethai, cresceu na pitoresca cidade de Torre do Rio², onde as margens sudoeste da floresta dão lugar a planícies férteis. Quando chegou à idade de escolher uma carreira, o jovem e extremamente precoce elfo partiu para a grande capial Iadara, com toda a riqueza que sua famlília pôde dispor, para estudar alquimia sob a tutela dos grandes mestres da arte. E foi ai que os problemas começaram.
Damiel pegou o jeito com a alquimia com extrema facilidade, maravilhado com a ideia da transmutação – a mutação de uma coisa n’outra, por intermédio da química ou da magia arcana. Alquimia, dizia orgulhoso aos amigos, é pura magia, mesmo quando não é. Dentro de poucos anos, o brilhante e estudioso Damiel aprendeu o suficiente dos seus instrutores, para que eles o autorizassem a buscar por si seus próprios estudos, tornando-se seus conselheiros e respeitados colegas ao invés de mestres.
Alquimia é pura magia. mesmo quando não é
(Damiel Morgethai)
Mas Damiel aprendeu mais do que fórmulas estranhas em Iadara. Por mais alegre e inocente que parecesse em seu exterior, sua obsessão com o que chamava de “A Alteração” ia além dos simples curativos de um apotecário, mais do que as misturas explosivas das bombas dos alquimistas treinados para combate. Em sua eterna busca para entender melhor os limites de suas teorias, Damiel se entregou, literalmente, aos seus estudos e começou a usar a sí próprio como cobaia, no intuito de realizar todo o potencial de seu corpo. Entretanto quem emergiu daquelas inúmeras noites sem dormir foi uma outra pessoa, uma pessoa perigosa.
Oficialmente, Damiel foi banido de Kyonin por plagio, outras histórias contam de um filho com uma nobre comprometida. Os documentos não mencionam o fato de seus antigos amigos terem notado uma mudança em seus olhos, que tornavam-se progressivamente selvagens a cada noite sem sono e com a colaboração de doses e mais doses de um éter revigorante.
Não há menção também dos crimes violentos que passaram a acontecer nas vizinhanças que ele frequentava, nem dos furtos ousados ou incêndios repentinos. Muito menos havia registro do corpo de uma jovem encontrada num beco atrás de seu apartamento, com a face completamente queimada, numa tentativa de esconder sua identidade – e a identidade de seu assassino. Em que pese reconhecer o monstro que mataria uma garota apenas por ter visto algo que não deveria, seria uma tarefa difícil, até para o próprio assassino.
Damiel já não era mais o homem que fora. Em sua sanha por desvendar os mais grandiosos mistérios, ele desenvolveu potenciais enormes – Estranhas tintas que aceleravam seus movimentos, embassando sua presença, manipulando sua constituição para sobreviver a qualquer veneno ou doença. Mas enquanto ganhava crescente controle sobre a manipulação de seu corpo, sua mente pagava o preço.
Exilado de sua terra natal, Damiel vagou por anos a fio, aprendendo aos poucos a lidar e controlar seus vícios. Os apagoes já eram raros, assim como os surtos de violência descontrolada. Damiel se tornara um jovem com olhar endurecido e assombrado porém belo, apesar da aparencia bestial e as muitas cicatrizes nos antebraços, logo acima das veias. Na busca de comercializar seus achados, viajou por Adagamarca³ nos Reinos Fluviais, se juntando à Guilda dos Envenenadores. Por um tempo, suas misturas únicas o tornaram uma pequena celebridade em determinados círculos.
Mas ao passar dos meses, seu controle sobre si falhou e ele teve uma recaída. Seu velho desejo pelo caos da inconsciência (e inconsequência) tomou conta, liberando a besta d’A Alteração nas ruas da ciade. No fim, a Guilda considerou as ações de Damiel ofensas capitais, ainda que o elfo tenha argumentado arduamente que seu trabalho, não tendo sido encomendado nem pago por ninguém, não estava na alçada da Guilda. Mesmo assim, nada adiantou e ele estava só novamente.
Hoje em dia Damiel é mais do que nunca um ser dual. O primeiro, uma mera sombra do que fora Damiel Morgethai genuinamente arrependido das arbitrariedades e do sofrimento desnecessário que causara aos outros, tentando sempre mantes seus demônios em cheque. O segundo é aquele que foi trazido à tona pela Alteração, a louca e imponderável alma caprichosa que despreza todas as criaturas, existindo com o singular propósito de sentir o calor das explosões em seu rosto ou vibrar com a mudança de cores da pele das vítimas de seus venenos.
O monstro se revela normalmente em combate, quando as poções de Damiel transformam seu corpo, tornando-o mais rápido do que ele deveria ser, deslizando velozmente no campo de batalha para fazer voar suas misturas corrosivas ou espetar os guerreiros de forma tão rápida que eles apenas se dão conta do ferimento quando a respiração já não vem e o veneno corre solto em suas veias.
Apesar de Damiel se portar adequadamente na maioria dos eventos sociais, não mais permitindo que seu monstro tome rédeas das situações, quem quer que o olhe nos olhos compreende rapidamente sua natureza instável, imprevisível, dividida – e absolutamente indispensável numa luta, o que ainda permite que ele ande com aventureiros eventualmente. E ao passo que ele amadurece, alguns desses sobrevivem à sua companhia.
O próximo icônico é Lirianne, a Filha Rebelde
Fred Torres
Ilustrações de Wayne Reynolds (caixa) e Kerembeyit (topo)
*Traduções não oficiais*
¹ Flayleaf
² Riverspire
³ Daggermark
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