Em um tempo esquecido
Perdido em eras passadas
Três peregrinos sombrios
Encontraram a estranha morada
De uma antiga Verdade
Que permanecia velada
Aos olhos daqueles que vivem
Enquanto durava a jornada
Através do mundo da luz
Da existência encarnada
A doce mentira da vida
Tantas vezes desperdiçada
A Verdade contou-lhes segredos
Terríveis mistérios sangrentos
Disputados osso por osso
Entre os peregrinos sedentos
Um deles se tornou Tirania
A negra manopla do Medo
A ambição obscura do déspota
A espada cruel do guerreiro
Um deles se tornou Morte
O gélido beijo implacável
O derradeiro sussurro dos vivos
O desenlace inevitável
Um deles se tornou Matança
A adaga fatal do assassino
A lascivia do canibal
O êxtase do homicídio
Por eras os peregrinos reinaram
Espalhando seu terrível legado
Por eras o mundo queimou
Sob o jugo do Triunvirato
Mas nunca era o bastante
Para as sombrias Deidades
A Morte desejava seus lábios
Sobre os lábios da Eternidade
Ela conspirou em silêncio
Ao lado da Tirania
Para tomar o controle
Da Eterna Roda que Gira
Não sabiam os peregrinos
Que sua hubris divina
Servia a um outro Senhor
A um Mal que se escondia
O Caos que prescruta das trevas
Entropia feita em Essência
O que foi, é e será
O Devorador da Existência
Quando a Espada da Lei abater
Uma dama misteriosa
E a Terceira em glória ascender
À radiância apoteótica
Saberemos então, com pesar
Que um dos Selos foi violado
Que o Palácio de Vidro afundou
Que o Destino foi recuperado
A Morte poderá morrer
A Tirania desaparecer
A Matança irá perecer
E o Bem prevalecer
Mas escutem, ó meros mortais
Contemplem o próximo Selo
Pois a Verdade guardou para si
Seu mais precioso segredo
Quando a Morte enfim retornar
De seu exílio nas trevas
Encarnada na glória dos reis
E beijar a face da terra
Quando a Matança voltar a fluir
Na forma de um rio escarlate
Espalhando seu legado maldito
Sua semente por toda parte
Quando a Tirania crescer
Em um ventre imaculado
Para então ressurgir
Na carne de seu filho bastardo
Saberemos, ó reles mortais
Que outro Selo foi violado
Que um sorriso esmaeceu
E se transformou em pranto amargo
Esta é a palavra verdadeira
Está é a profecia derradeira
Escrita com símbolos de fogo
No abismo que existe além das estrelas
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