Esse é o resumo da sessão ocorrida no dia 11.05.19 (como o tempo voa!), com os Heróis da Ordem. O grupo avança nas últimas horas da madrugada até o porão de uma estalagem no subúrbio de Keristen, e lá são recebidos por uma misteriosa figura. O grupo visa o descanso e tratar de trazer o seu companheiro Aescriel Saliezur, de volta a vida.
Jogadores:
Bruno Freitas | Rathnar
Marcelo Guimarães | Aescriel
Bruno Simões |Kalin
Lester | PdM
Insix | PdMTexto Original: Bruno de Brito, revisão Bruno Simões
13 de Preparos de 592CY
s aventureiros deixaram para trás a masmorra onde enfrentaram membros da Guilda de Rakdos e, sob a orientação de Insix, seguiram por becos e vielas pelas ruas de Keristen. Ainda que restassem cerca de 2 horas para o amanhecer, o grupo precisava andar furtivamente para evitar as eventuais milícias que salvaguardavam ruas e postos pelo caminho.
Todos ali confiavam em Insix, a pirata havia provado a verdade de suas palavras e seus valores ao revelar os horrores da guilda de Rakdos aos Heróis da Ordem. Como baixa eles perderam o elfo Aescriel, que sucumbiu ante o poder dos meio-orcs da guilda. Mas Kalin tinha fé e poder trazê-lo de volta, tão logo o sol raiasse novamente e seus poderes revigorassem mais uma vez. O Clérigo estava convicto: Aescriel andaria com eles mais uma vez.
Insix lhes disse que os levaria a uma estalagem, mas o grupo se surpreendeu quando o que lhes aguardava, na verdade, era o porão de uma. Os aventureiros viram um grande casarão que fora transformado em estalagem, onde havia ainda um resquício de luz em seu interior e umas poucas vozes, mas os aventureiros notaram que eram os últimos clientes. O acesso ao o porão da estalagem era pelo estábulo e, após o último herói passar, a pirata adentrou e fechou o portão do porão. E completou: “- Sejam bem-vindos ao Ponta do Nyr.”
O grupo desceu no porão e notou um amplo espaço com algumas seções onde encontrava-se estoques de alimentos, equipamentos, livros, camas e até uma ferraria instalada no local. Um homem de pele negra a frente do grupo parecia esperá-los. Na verdade, o grupo percebeu que era Insix que era aguardada. E ele falou: “- Sejam bem-vindos ao Ponta do Nyr. Esse é o porão da minha estalagem e o local é seguro. Acomodem-se como melhor for, e fiquem à vontade para comer o que encontrarem na dispensa. Eu me chamo Albarraz Ponta de Nyr e vocês, quem são?”
Ainda que a identidade de cada um ali não fosse desconhecida de Albarraz, o grupo apresentou-se formalmente ao baklunita. E após as formalidades ele disse: “- Pela tarde estarei de volta. Terão a manhã para descansar. Insix, me acompanha?” Concordante com a cabeça, a pirata deixou os companheiros seguindo com o baklunita para fora do porão.
O grupo podia finalmente descansar. Todos exploraram o local, averiguando sua segurança e após terem constatado não haver risco, se dispuseram juntos a conversar. Ainda que o cansaço fosse pertinente, algumas coisas precisavam ser discutidas. E ainda que muitos assuntos precisam ser colocados em pauta, um trouxe a atenção especial dos heróis. Um pergaminho encontrado em meio ao tesouro dos derrotados na caverna da Guilda de Rakdos.
O grupo observava entre os baús e sacos, tudo que fora coletado como espólio de aventura conquistado após a derrota da guilda, horas atrás. Não havia moedas, no lugar dezenas de pedras preciosas, lápis-lazúlis, ônix negro, pérolas branca, preta, de água doce, jaspes, corindos e outras jóias. O grupo entendeu que a ausência de moedas só poderia supor que a guilda não queria ser relacionada ao Império de Iuz.
Além das gemas, o grupo também encontrou objetos mágicos. Lester se encarregaria de identificá-los assim que descansassem. O grupo havia identificado, um amuleto e uma armadura com motivos em ondas e uma cor turquesa escura. Por fim, o último item encontrado entre os espólios era um pergaminho escrito em pele de cabra. Lester, como único conjurador, e mais curioso que todos, tal qual um bom halfling, abriu o pergaminho e leu seu título: “O Mapa dos Sete”.
O Mapa dos Sete apontava para a suposta localização de sete criaturas demoníacas, sete Hezrou. Marcados com um “R” de Reymend, “V” de Verbobonc e “K” de Kron em uma legenda, o halfling leu as palavras chaves que parecia deduzir relação entre a localização de cada um dos sete:
O grupo se lançou em uma quantidade surpreendente de teorias, e conseguiram graças ao apoio de Kalin identificar apenas um dos pontos, o sétimo. Não havia muito tempo, Kalin havia enfrentado um hezrou em um esgoto nas cercanias de Verbobonc, o guardião da alma de Alvearnelle, Adramalech. Tudo havia ocorrido na aventura O Fio de Prata. E os acontecimentos eram recentes na memória do sacerdote de Pelor. Mas por mais que eles tentassem entender os demais seis pontos, as tentativas eram infrutíferas. Eles precisavam de alguém detentor de vasto conhecimento, e foi um senso comum – Eles precisavam de Aescriel.
O grupo decidiu descansar e aguardar pelo poder milagroso de Pelor, para trazer Aescriel de volta, logo mais.
Ainda era meio dia do 13º dia de Preparos de 592, ano Comum, quando Rathnar despertou e viu seus companheiros dormirem. Kalin e Lester dormiam confortavelmente e ele decidiu averiguar o alçapão que dava para fora daquele porão. Percebeu que estava travado por dentro e poderia abrir se quisesse. Mas quando ouve do lado de fora o som de cavalos e carruagens passantes, desistiu de revelar-se. Era arriscado e a essa altura, eles, bem como havia ocorrido a Insix, poderiam estar com a cabeça a prêmio. Decidiu regressar e aguardar seus companheiros despertarem, o que não demorou muito a ocorrer.
Quando todos estavam despertos e alimentados, dividiram os espólios e Kalin meditou para recuperar os seus poderes sagrados. Uma vez feito, iniciou o rito de preparação do corpo de Aescriel para receber a magia de Reviver os Mortos. Com essa graça, o elfo dourado regressaria do mundo dos mortos. É certo que ele regressaria um pouco mais fraco que antes, dado que aquela benção era apenas o primeiro estágio de uma série de poderes de ressurreição existentes. Mas era um grande privilégio poder conjurá-lo, independente do círculo a que pertencesse o efeito.
Kalin levou o corpo de Aescriel com a ajuda dos companheiros até as escadas do porão, e posicionou o elfo de modo que recebesse o estreito fio de luz do sol que escapava pela fresta de madeira do alçapão. O raio atingia a pedra de diamante em forma de garra avaliada em 5.000 peças de ouro, que se encontra posicionada na região do coração do elfo. O diamante muito bem lapidado refratava a luz do sol na direção do rosto do elfo, em um prisma de cores firmes e belas. Pronto, estava tudo devidamente preparado. Aquele diamante, era na verdade as garras de uma criatura enfrentada por Rathnar no Lar de Tamoreus, tempos atrás. Aquelas eram garras de diamante de um Cantor Pétreo.
O ritual teve início.
Após cerca de um minuto invocando o poder sagrado de Pelor, o feixe de luz do sol se intensificou e brilhou intensamente sobre o diamante e o brilho logo arrefeceu e apagou. A magia estava concluída, mas o diamante que era esperado ser destruído no processo de conjuração da magia, estava intacto. A magia falhara… Aescriel continuava morto.
Kalin observava o esvair de sua magia, e por um breve momento não entendeu o que se passou. Imaginou se errara em algo na conjuração da magia, mas esta cumpriu todo ritual, conforme era estabelecido pelo clero. E foi nesses rápidos questionamentos que ele percebeu que cometeu um erro. Não havia indagado ao espírito de Aescriel, se este desejava regressar. Rathnar e Lester que observavam de perto notaram o insucesso da magia e olharam para Kalin em busca de uma resposta, ao passo que o sacerdote falou:
“- Cometi um erro. Dita a regra, que é desejável indagar o morto, sobre o seu desejo de regressar. E eu não fiz isso, acreditando que jamais Aescriel recusaria, mas ele o fez…”
Aescriel caminhava tranquilo nos limites entre o plano intermediário e o plano de Árborea, aonde era possível observar os campos verdejantes. Aescriel havia sido julgado e absolvido de seus erros no plano material e agora marchava para o reino eterno dos elfos – As clareiras olímpicas de Árborea. O plano da paixão e paz. Local de abundância da natureza em toda a sua diversidade e glória. Domínio do Senhor dos Elfos. Uma verdadeira colcha de retalhos de climas e ambientes todos prósperos.
Ali Aescriel encontraria finalmente seu merecido descanso e todas as questões mundanas, ou melhor da sua vida material, ficariam para trás e tinham agora pequena importância. Aescriel sentiu quando uma conexão mágica provocou um súbito puxão e ele sentiu como se o centro de sua gravidade sofresse um abalo. Ele parou a caminhada e sentiu que poderia resistir àquele efeito. Ele estava recebendo a energia mágica da ressurreição, e poderia advir de qualquer fonte, benéfica ou maléfica. Ele já sentira isso outra vez, e como consequência ele havia se tornado Aescriel o Vampiro. Mas havia a possibilidade de ser efeito dos poderes de Kalin, o sacerdote de Pelor que ele convocará para ajudá-lo a obter o Berílo. Fosse como fosse, ele não se importava mais, e assim recusou o chamado.
Não demorou muito para Aescriel ouvir uma voz mágica que ressonou através dos planos. Era Kalin.
“- Aescriel, quem vos fala é Kalin. Peço desculpas se não lhe consultei inicialmente acerca do desejo de regressar a vida, e agora o faço. Aescriel Saliezur, desejas retornar a vida e combater ao lado de seus companheiros mais uma vez?”
Aescriel ouviu atentamente as palavras do sacerdote, e por mais que todos eles, Rathnar, Lester e Kalin, estivessem onde estavam por um pedido seu, aquilo tudo havia ficado para trás, e eles poderiam se desvincular da missão pedida, e assim cada um seguir seus rumos. Além do mais, não havia mais por que voltar. Ele havia sido absolvido pelos juízes élficos de Árborea. Poderia viver eternamente em paz, estudando, apreciando a arte e a magia. Por que regressaria?
“- Eu não tenho interesse Kalin.”
Rathnar percebeu que via e ouvia a tudo, e mais que isso, poderia ser ouvido também. Ele entendia Aescriel, ele próprio já havia estado naquela posição, na qual a morte era prejulgo do perdão… Rathnar com a oportunidade que teve e explica que esteve naquela mesma posição. Achava que havia falhado, que fracassou com seus aliados, com seu Reino e com Corellon. Sentia vergonha e desonra por ter vestido o manto morto-vivo de subserviência a Anacrael. Ele não merecia estar mais entre os vivos.
Então, ele percebeu que estava errado. Que na verdade ele não tinha controle de todas as situações, nem do destino. E que, na verdade, tudo era uma provação de Corellon em seu percalço. Ele, hoje, era o único vivo do Exército da Libertação.
Porque?
Talvez a negação de retornar após a falha de Makumatan poupara o herói do fracasso inevitável. E que ele precisava passar por isso para se reerguer e se fortalecer.
É no fracasso, na derrota e na desonra que nos tornamos mais fortes. É com a resiliência que nos tornamos fortes.
Refletindo sobre o que havia dito, o paladino não apenas reafirmou sua posição e convicção, mas ajudou a fazê-lo a sentir melhor, mais confiante e perseverante. Rathnar quer agir como um propulsor de confiança, esperança. Ideias e valores ecoam muito mais do que qualquer Espada ou flecha. E Aescriel havia entendido.
O brilho se fez intenso através da fresta de sol sobre Aescriel, o diamante se desintegrou e após a luz intensa, a tez da vida revelou Aescriel de volta aos aliados. Todos abraçaram o elfo dourado, mais uma vez entre os heróis. Aescriel observou a todos e sorriu e com um olhar de cumplicidade agradeceu.
Passado o momento, todos improvisaram um jantar. Havia queijo, pão, cevada, carne defumada, salgada, vinho e frutas. Comeram e enquanto se alimentavam, atualizaram Aescriel de tudo que havia se passado desde sua morte. A facção encontrada da guilda, havia sido derrotada e Insix provou a verdade de suas palavras. Aescriel ouvia atentamente tudo que seus companheiros relatavam e se sentia feliz por ter aliados fortes ao seu lado. No fim ele fizera boas escolhas, e as chances de obter êxito estavam ao seu favor. Em seu peito, ele sentia pulsar forte a joia que anularia completamente suas chances de conjurar magias, caso falhasse. E o elfo foi tirado de seus pensamentos quando Kalin disse:
“- Aescriel, temos algumas informações que precisam de seu vasto conhecimento para esclarecer.”
Aescriel analisou o pergaminho dos sete, dentre todo o tesouro encontrado, aquele havia representado grande incógnita para o grupo. Mesmo Lester que também era mago como ele, devido ao tempo que esteve aprisionado, eram limitados os seus conhecimentos sobre o escrito. E um a um, Aescriel foi expondo as informações que tinha e as especulações acerca.
Quando concluiu suas palavras o grupo estava pronto para iniciar um debate acerca das informações, e Kalin sentiu em seu íntimo uma pertubação. Algo nas revelações de Aescriel lhe dizia que seus companheiros Erzurel e Gatts corriam risco. E ciente que Gatts estava na região de Reymend e Erzurel estava entre Verbobonc e Kron, ele decidiu alertar os seus companheiros. Kalin invocou duas bênçãos de “Mensagem” e as enviou para Gatts e outra para Erzurel:
A mensagem para Gatts:
Gatts, estamos com a informação de dois locais com aliados de Iuz e Vecna – O Estarote Dominado e O Demônio de Dapple. Tenham cuidado.
A mensagem para Erzurel:
Erzurel, senti uma perturbação vindo de Kron. Como estão as coisas? Tulvar tem que ter cuidado com o Senhor das Manticoras. Aliado de Iuz e Vecna. Pergunte sobre Guardiões da Fé.
Quando Kalin concluiu a magia e recebeu de seus companheiros as respostas, ele percebeu uma interferência mágica em sua comunicação. Sua mensagem havia sido ouvida por mais alguém além de seus companheiros…
Aescriel também havia percebido, mas era tarde demais para alertar Kalin.
Um pouco perturbados com a interferência sofrida, o grupo ouviu quando a porta do alçapão foi aberta e de lá desceram Insix e Albarraz. Algumas figuras mais atrás traziam pilhas de cadernos e papiros. Albarraz havia conseguido restaurar os documentos obtidos na caverna da guilda de Rakdos e agora o grupo se debruçaria sobre a missão a qual eles estavam ali para resolver.
Continua…
Os Monstros - Episódio 14 - Segundo Ato - Fara Snow (Vampiro: A Máscara) Acompanhem…
A Forja da Fúria - Episódio 10 - Primeiro Ato - A Lâmina Anã (D&D…
O Tesouro da Rainha Dragão - Capítulo 5 - Episódio 2 - Primeiro Ato -…
Os Monstros - Episódio 14 - Primeiro Ato - A Baronesa (Vampiro: A Máscara) Acompanhem…
A Forja da Fúria - Episódio 9 - Segundo Ato - Kaarghaz e seu Bando…
Os Monstros - Episódio 13 - Urso Demônio (Vampiro: A Máscara) Acompanhem conosco o desenrolar…
This website uses cookies.