História original escrita pelo intérprete de Fharagauwer, Fabricio Nobre
O vento frio ergue os panos que protegem a entrada da tenda. Já é a terceira vez. Uma brisa gelada e neve entram pela passagem, sacudindo mantos e revirando os papiros espalhados pela mesa cercada pelos quatro homens. Com um tapa, Fharagauwer impede que o grande mapa saia voando mais uma vez. O guerreiro resmunga por entre os dentes:
Maldito Vingard, se não vai participar dos planos mantenha pelo menos esta entrada fechada!
Além de Vingard e Fharagauwer, estão na tenda Lucius e Malorn, o paladino. Absortos em seus pensamentos, os outros não parecem se distrair com o vento gélido que fazia rodopiar capas e papéis. Sentados em troncos de madeira, Lucius, Fharagauwer e Malorn desprenderam horas tentando traçar alguma estratégia para por suas ideias em pratica. Adentrar Essembra nas condições atuais era uma tarefa deveras difícil, complicada ainda mais pelos acontecimentos gravíssimos na Abadia da Espada.
Vingard Markani observa a nevasca que caia nas planícies do Vale da Nevoa. Ele não precisava observar papiros, escritos e mapas. A vida já o tinha feito decorar aquelas estradas e caminhos mais até do que ele gostaria. A discussão do grupo de como adentrar em Essembra sem serem notados pelos Drows o deixava com enxaqueca. Para ele, entrar e sair sozinho seria algo muito mais fácil, mas para conseguir completar seus objetivos na vila, ele precisaria da ajuda daquelas pessoas.
Lucius exaltava-se. O Sacerdote de Tempus parecia alheio à delicadeza da missão e a todo momento lançava em pauta a importância de livrarem a Abadia do mal que a assolava. Malorn, mais comedido, analisava as entradas e saídas a todo momento, pontuando as vantagens e desvantagens da estratégia do sacerdote, fazendo Lucius ficar vermelho de irritação. Fharagauwer, por sua vez, apoiava Malorn, agora como seu comandante direto, uma vez que ele havia assumido controle sobre o destacamento do Vale das Sombras. Quando a quarta discussão mais fervorosa começou a tomar forma e os tons de voz começaram a se exaltar na mesa, Vingard teve uma ideia. Àquela altura eles estavam ficando sem opções, e os perigos da missão eram diretamente proporcionais à sua necessidade. Aquela era uma missão urgente e perigosa.
Atirando sua adaga no mapa ele fez com que todos ficassem em silêncio. Atraindo a atenção de todos, a adaga de lâmina curva restava fincada perigosamente entre os dedos de uma das mãos do Clérigo.
Acredite Markani, estou orando a Tempus nesse momento pedindo para que você tivesse acertado minha mão – rosnou o Sacerdote do Deus da Guerra.
Com sua foz baixa e nebulosa, e com um sorriso leve no canto da boca devido à ameaça de Lucius, Vingard fala apontando para onde a adaga perfurou o mapa:
Vamos por este caminho.
Os olhares de indagação eram visíveis nos rostos de seus companheiros. Era um caminho que fugia da estratégia montada nas últimas horas e quiçá os levaria ao coração de Essembra. Vendo a dúvida pairar no ar tão tangível quanto o vento que, pela quarta vez rompia pela maldita porta, ele continuou falando:
Tenho um plano que pode ajudar a colocar vocês em Essembra, mas vou precisar cobrar uma dívida.
O destino do grupo é um vilarejo ao sul de Essembra, chamado Acaso. Com o auxílio dos poderes divinos de Lucius, a distância até lá é percorrida rapidamente. O Sacerdote tem pressa, pois sabe que inquisidores de Tempus estão avaliando a situação da Abadia, com o objetivo de garantir a proteção do Escudo das Lágrimas.
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