Gatts e Pyrus, se vêem em meio a uma trama para levar a morte a meia-orc Dikstra An Craite em Reymend. A dupla deve descobrir o que está acontecendo por trás dessa história.
Esse é o resumo da sessão ocorrida no dia 10.03.18.
Uma história original escrita pelo DM Bruno de Brito, vivida e interpretada pelos heróis: Theros Gatts Nalambar (Diogo Coelho) e Pyrus, o Líder Elemental (Daniel Alonso).
03 de Preparos de 597 CY
Na carroça sendo conduzida Andrew, líder dos mercenários de St. Cuthbert estava Dikstra, a meio-orc. Ela havia sido condenada pelo crime de assassinato da senhora de Reymend. A forca era seu destino e em uma tentativa frustrada, escapou para ser capturada tempos depois.
Gatts ponderava pelo que faria e conversava com Pyrus. Eles começariam pela guarda, por Andrew ou seu superior, eles precisavam descobrir as circunstâncias do crime, do julgamento e também precisavam conversar com a própria condenada. A condição do príncipe, era uma constante preocupação da dupla. E Pyrus se dispôs a manter a vigilância sobre o nobre. Gatts faria a exploração combinada.
Cerca de 1 hora antes de chegarem na cidade, a comitiva parou. Aparentemente a pedido do patrulheiro Dustran. A cavalo ele se adiantou cerca de 20m na estrada e desceu do cavalo. Gatts sinalizou para Pyrus ficar alerta e foi atrás de Dustran.
O patrulheiro parecia ler sinais no solo e em uma de suas mãos um pedaço de tecido rasgado.
– Pelo menos 3 carroças passaram aqui, e cortaram a estrada para dentro das planícies naquela direção…
Gatts observava as leituras do especialista e tentava entender a relevância.
– O que há naquela direção?
– Após as planícies, um grupo de colinas que foram minas de carvão no passado. Além disso, mais nada.
Retornando com o lenço em mãos, Dustran ainda ofereceu a Gatts e Pyrus na esperança que eles pudessem perceber o que ele havia notado. Mas a dupla não notou.
A chegada a pequena cidade foi acompanhada por um vento frio que anunciava ainda os resquícios do inverno. Era o meio dia, o zênite. As forcas estavam lá, no mesmo local. Todos passaram observando-a. Gatts se aproximou de Andrew e manteve o interesse em acompanhá-lo até a guarda. Lá daria por cumprido seu objetivo de conduzir em segurança a meia-orc.
Mesmo sob protestos do líder mercenário, quase todos seguiram para a guarda. Tabruk e Dustran tomaram rumo diferente. Seguiram para o Velho Risonho, a estalagem de Olidammara. A dupla seguiria no dia seguinte pela manhã, caso ainda fosse do interesse.
O céu anunciou que uma tempestade logo chegaria à cidade. E pela sua força, seria intensa…
Desta forma tudo ocorreu como idealizado. Gatts e Pyrus não conseguiram melhores resultados. O líder da guarda se revelou um homem impaciente e pouco diplomático.
Ainda que a fome já tivesse reclamado, os heróis ainda tentaram um trunfo. Eles iriam a corte, onde possivelmente conseguiriam informações sobre o julgamento da meio-orc. Mas não poderiam fazê-lo com Thrommel. Mesmo nas condições em que estava, ele precisava se alimentar. E assim os heróis decidiram passar rapidamente no Velho Risonho.
Com pressa, a dupla seguiu com a carroça em direção a estalagem o Velho Risonho. Dimitri, o estalajadeiro os recebeu como da outra vez, muito bem. E destinou um quarto para o trio. Uma vez lá anunciou que prepararia uma refeição para o grupo, os mesmos negaram, mas a fome era grande.
Enquanto Gatts estava lá em baixo com Dimitri, Pyrus tratou de manter o máximo confortável o príncipe Thrommel. E foi neste momento que ele abriu os olhos. Pyrus tomou um susto, não havia esperado aquele despertar. O príncipe estava com febre e lhes disse:
– Como você está meu amigo? Carrega um semblante preocupado…
Surpreso, Pyrus é que devolveu a pergunta:
– Minha preocupação é pela sua condição meu senhor. A dias você não desperta. Estamos em Reymend e vamos descobrir o que aconteceu. Se Dikstra de fato for inocente, descobriremos meu nobre príncipe.
Com um sorriso, Thrommel parecia satisfeito. E como se um pesado sono estivesse embalado nas tramas do sonhos, ele adormeceu novamente.
Pyrus olhou intrigado. Thrommel tinha nuances de lucidez breves e dificultosas. Ele apanhou seu caderno onde estava fazendo observações sobre a condição do príncipe e escreveu.
Gatts desceu as escadas com o estalajadeiro quando a refeição ficou pronta. Eles comeriam no quarto mesmo, e foi quando notou duas figuras em uma mesa comendo. Pareciam que havia chegando a pouco. Era ninguém menos que Gillius e Questin Himbble.
Gatts suspirou aliviado, não poderia ter tido visão melhor. O guerreiro mago se aproximou de seus companheiros e os mesmo felicitaram quando o viram. Era de fato um encontro inesperado.
É muito bom te ver Gatts, falou o anão. Questin também estava feliz por ver Gatts e revelou que a missão havia sido exitosa. Encontramos a Pedra da Lua e a recolocamos em seu pedestal. Foi uma aventura insana e difícil. Criaturas nunca antes vistas por nós, estavam no caminho. Mas no final conseguimos. O portal da Casa do Fosso permaneceu aberto e com isso durante nossa empreitada criaturas saíram. Dentre elas uma criatura velha conhecida do Amarok Ghardeus, ele o chamou de Sombra da Noite. Segundo o amarok trata-se de Barghest Superior.
Ele e Leonardo, agora estão empenhados em caçar a criatura. Eles estão alojados na Casa do Fosso, que agora é uma espécie de posto avançado de observação sobre Hommlet.
Para Gatts ouvir tudo aquilo era muito bom. Com o êxito um grande mau entendido havia se resolvido. Uma vez no quarto Gatts explicou para dupla o que estavam fazendo e como a presença deles havia sido providencial.
Após explicarem aos dois novos integrantes o que estava se passando, Gillius ficou com a responsabilidade de guardar o príncipe, enquanto Questin seguiria com eles para o tribunal
A casa da justiça de Reymend era um prédio austero e simples. Com 8 colunas grossas como o corpo de um boi sustentando a entrada. Os aventureiros adentraram o prédio cinzento e um dos mais antigos da pequena cidade. Uma recepcionista os recebeu. Ela informou aos heróis que o magistrado responsável pelo julgamento estava em audiência.
Inconformados com o tempo que poderia durar aquela audiência, eles decidiram adentrar no tribunal. E com inteligência e astúcia, conseguiram forçar um recesso nos julgamentos que desenrolavam. Hora por conta de disputas de terra, por vezes questões de herança e comercio.
Motivado por um incomum interesse, o juiz cedeu uma sessão privada a Gatts e Pyrus. Fatos novos relacionados a morte da primeira Dama de Reymend. Este havia sido o motivo. A pedido de Gatts, Questin deveria ficar atento a quaisquer nuances que pudesse servir de pista.
Com olhos astutos e pequenos, o juiz possuía uma postura belicosa. Gatts pressentiu que algo naquele homem não lhe soava bem, correto. E deste ponto teve cuidado com as palavras medidas no inicio do diálogo.
– Quais assuntos relacionam a morte de minha cunhada, pode ser relevante a esta altura?
Aquela era uma nova informação. O juiz era irmão do prefeito de Reymend. Gatts percebeu naquele momento que deveria medir com cuidado suas palavras…
– Meus pêsames pela perda vossa excelência. Mas temos motivos para crer que o cumprimento da sentença deve ser adiado. Haja visto que novas evidências podem ter surgido.
– E quais evidências seriam estas?
– Estávamos, eu e meu companheiro a caminho da CIdadela de Graylode. Há menos de 1 dia de Reymend, quando notamos o ataque a carroça que conduzia a meio-orc. Os bandidos que os atacaram só não lograram êxito devido a nossa interferência. Os rufiões teriam matado tanto os mercenários de St. Cuthbert, bem como a condenada pela justiça desta cidade. E por que isso? Eles não seriam seus comparsas, por que a quereriam morta?
– Veja bem… senhor Gatts, as consequências dos atos daquela meio-orc atraíram estes resultados. Seu submundo de crimes está cobrando um preço, que é a sua cabeça. E em quê seria diferente da forca que a aguarda amanhã?
Toda aquela conversa era um beco sem saída. E Pyrus insistiu com uma nova abordagem.
– Vsa. Excelência, pedimos então apenas um único favor. Dê-nos uma autorização por escrito para permitir interrogarmos Dikstra An Craite. Não queremos uma reversão da condenação, haja visto que a mesma foi conduzida conforme o rito da justiça local. Nos permita apenas investigarmos um pouco mais.
Com um tom impaciente, Strauss assinou uma ordem de permissão. E os heróis saíram.
Pyrus e Gatts estavam inconformados. Estava evidente que o juiz estava envolvido, e desejava a morte de Dikstra, tanto quanto os rufiões da estrada. A pobre coitada não teria chances. E diante deste cenário Gatts iniciou um plano alternativo arriscado e perigoso. Caso eles não conseguissem encontrar as evidências da inocência de Dikstra, precisariam evitar que sua condenação fosse executada.
– Questin você conseguiria reproduzir esse documento com um conteúdo diferente?
– Como assim Gatts, quer que eu falsifique-o?
O halfling debochava claramente de Gatts, e percebendo a impaciência furyondêsa nos olhos do companheiro, decidiu não continuar com as piadas.
– Consigo sim meu caro, preciso apenas de um local tranquilo, pena e tinta.
– Ótimo! Quero que escreva uma ordem de soltura para Dikstra.
Pyrus olhou para Gatts com olhar curioso. Via no companheiro a lealdade e a ordem como valores inquebráveis, e naquele momento uma nova faceta lhe estava sendo revelada. E Gatts percebeu o olhar, e antes que o sacerdote de Joramy pudesse sustentar o olhar acusativo, ele disse:
– Todos temos limites meu amigo, e aqui não será por uma decisão injusta, ainda que não possamos provar, que testemunharei a condenação de um inocente. Não quero ter que fazer isso, mas se o tempo que temos disponível for curto perante a hora da execução da decisão de morte sobre a meio-orc. Irei “ganhar tempo”, se Thrommel lhe disse que essa mulher é inocente, será essa ordem que iremos seguir. Vou provar sua inocência e adicionalmente desbancar essa administração e seu magistrado, caso sejam culpados.
Havia ordem no final. Não era como meios para justificar os fins, Pyrus percebeu. Era uma lealdade absoluta, acima de regras morais simples e preconceituosas. Gatts estava sendo mais leal e ordeiro que nunca. E aquilo fortaleceu suas convicções.
– Pois bem pequenino, retorne para o Velho Risonho e trabalhe nisso. Eu e Pyrus iremos no templo de St.Cuthbert. Nos vemos mais tarde.
A dupla precisava tenta uma última cartada mantendo os preâmbulos da lei. O templo de St. Cuthbert precisava saber do ataque a Dikstra e seus mercenários responsáveis por trazê-la até a cidade. Conhecendo o clero como conhecia, Pyrus e Gatts esperavam que a mínima suspeita de inocência pudesse fazer o clero assumir uma posição inquisidora sobre o caso. Se funcionasse ganhariam um tempo precioso.
O fim da tarde se aproximava, e os heróis via o tempo passando com uma preocupação alarmante sobre o amanhã. Os heróis adentraram na igreja e procurando por um sacerdote com que pudesse falar, notaram algo. Próximo a nave de celebração, uma figura familiar conversava com um sacerdote, que lhe balançava a cabeça negativamente. O patrulheiro notou a chegada dos heróis, encerrando a conversa e vindo na direção da dupla.
Era Dustran, o patrulheiro responsável pela proteção do burguês Tabruk. O que ele estava fazendo ali?
– Olá, não esperava vê-los por aqui.
– Nós idem.
O que faz aqui Dustran, indagou Pyrus?
– Desde que encontrei aquele pedaço de pano na estrada para cá, estou curioso. E esse incomodo me fez iniciar uma investigação para tentar descobrir de onde é.
E Gatts os levou para fora do templo.
– O que há de tão estranho neste pedaço de pano Dustran? Indagou Pyrus.
– Sintam o cheiro que há nele.
Gatts e Pyrus tentaram tal como feito antes da chegada a Reymend, sentir algo de estranho no pano, mas apenas um leve e distante aroma chegava as suas narinas.
– Esse leve aroma que sentem, é de um perfume. E como já não se fosse raro pessoas comuns usarem perfume, esse cheiro é de Lágrima de Rosas. Um perfume utilizado apenas por nobres e pessoas muito ricas. Algo me diz que esse perfume é da senhora Caleb Menge, concluiu Dustran.
Essa era a suspeita que Gatts e Pyrus precisavam. E Dustran continuou:
– Durante o dia pesquisei aqui em Reymend lojas que pudessem vender esse perfume e não encontrei, mas uma senhora nobre que me recebeu, afirmou que o perfume somente era utilizado pela primeira dama. Mas a senilidade da depoente ainda sustentou dúvidas. Por isso quero fazer algo mais arriscado e este era o motivo de estar aqui no templo.
– O que você pretende Dustran? Indagou Gatts.
– O cemitério de Reymend é de propriedade do clero de St. Cuthbert e deles queria uma autorização para visitar o mausoléu da família Menge. Acredito que lá podem haver pistas que liguem esse perfume a senhora Caleb. Ela está enterrada lá. Mas não tive êxito. O mausoléu é uma propriedade privada e o clero não me deu autorização, mesmo com cunho investigativo. Eles alegam que é uma violação e é crime. Somente a família pode adentrar o local.
E foi Gatts que disse:
– Podemos ajudar. Estamos no mesmo “barco”, queremos desvendar esse mistério. Venha conosco para o Velho Risonho, lá pensaremos em um plano.
02 de Preparos, 597 CY, Reymend
Dustran, Gatts, Questin, Gillius e Pyrus se reuniram no quarto onde dormia o príncipe Thrommel. E após muitas discussões e reflexões eles definiram o curso de ação.
Questin Himmble iria até o cemitério, o grupo lhe aguardaria na estalagem. Caso o pequenino confirmasse as suspeitas do grupo, eles estariam prontos para seguir os rastros das 3 carroças que saíram de Reymend hoje.
A noite havia chegado em Reymend e o grupo se preparava para desvendar aquele mistério. A vida de Dikstra An Craite dependia disso, ao zênite do dia seguinte, a meio-orc haveria recebido sua sentença. A ampulheta havia sido virada.
Continua…
Essa história é uma continuação de uma série de aventuras, em especial: Rumos do Norte. Clique e confira!
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