Desde tenra idade, Irko destacava-se dentre os filhos da tribo Fúria Dourada. Sua força impressionante e sua paixão ardente pelas atividades tribais, fossem elas batalhas físicas ou as rodas de cantorias e lendas, o tornavam notável. O mestiço nidal-tassiloniano encantava-se com as narrativas que permeavam sua tribo: a lenda de como foram criados pelo Grande Dragão Xirveorth, as épicas contendas em Nidal e a ousada travessia da Varísia até encontrar refúgio na Tassilônia.
Outro aspecto que trazia brilho aos olhos de Irko eram as artes abençoadas de sua tribo. Especialmente, ele se empolgava com a arte de inscrever símbolos na própria carne, as tatuagens.
O desdém que desenvolvera por cidades ordenadas era quase palpável. Ele as associava aos seguidores de Zon-Kuthon, o Senhor da Meia-Noite, que expulsaram sua tribo de Nidal. Acreditava que tal ato era pura maldade e covardia, valores que repudiava com veemência.
À medida que crescia, tornava-se cada vez mais evidente a discrepância entre a força de Irko e a de outros jovens. Sua maestria com a arma característica de sua tribo, o Malho, também se destacava. Contudo, o despertar da Fúria que o acometeu pela primeira vez durante o festival da colheita, no início de Rova, foi um acontecimento que mereceria sua própria canção. Enquanto duelava com um conterrâneo ligeiramente mais velho, Irko encontrou sua Fúria de maneira inesperada. Chamas mágicas envolveram seu corpo e ele avançou descontroladamente contra seu adversário. Mesmo com tal exibição de poder, Irko perdeu o combate, mas o conselho de anciãos da tribo o chamou de “Herdeiro de Xirveorth”. Explicaram-lhe que, segundo as lendas, alguns membros da tribo possuíam um sangue de dragão mais puro, capaz de despertar poderes de fogo como o sopro de Xirveorth.
Foi nesse momento que o jovem bárbaro pediu para que gravassem tatuagens dracônicas em sua pele, e iniciou uma jornada de aprendizado do idioma dos dragões, apesar de sua limitada inteligência.
A partir desse evento, sua admiração pelas histórias de Xirveorth cresceu, ganhando respeito entre alguns e, simultaneamente, temor e desdém de outros. Isto, entretanto, o incomodava profundamente. Seu sonho era ajudar sua tribo a retomar suas terras em Nidal, mas ser temido pelos conterrâneos não era um começo auspicioso. Decidiu, então, buscar experiências além dos limites da tribo, e partiu junto de uma expedição da Tassilônia que se dirigia a Pontareia, no oeste da Varísia.
Decidido a angariar ouro e poder para sua causa, Irko embarcou na expedição. Poucas noites após sua chegada a Pontareia, aventurou-se em uma taverna central da cidade. Por acaso feliz, uma trupe de artistas se apresentava na Taverna do Dente Quebrado, entoando histórias e canções. O clima estava propício até que um homem corpulento chamado Das Korvut subiu ao palco para relatar suas proezas. O público, embriagado em grande parte, interrompia suas tentativas, irritando Irko. Em um momento de explosão, o jovem bárbaro bradou contra uma interrupção, desencadeando uma briga caótica na taverna.
Após passar alguns dias preso pela confusão, Irko descobriu que Das Korvut era o dono de uma ferraria em Pontareia. Decidiu então visitar o estabelecimento, pois suas armas já careciam de um trato há tempos…
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