Essa história é a parte final da aventura As Minas de Caingorn. Os heróis descobrem que foram enganados por Besh. Gatts, LAvínia e o gnomo patrulheiro estão mortos. O grupo desiste de prosseguir com a missão e buscam acertar as contas com Dal Quertos. O que eles não esperam é que uma antiga dívida tenha que ser paga antes disso tudo. As partidas referente a esses acontecimentos ocorreram 24 e 27/04/2020.
Conheça o desenvolvimento dessa história em:
Jogadores:
Diogo Coelho | Theros Gatts
Aharon Freitas | Erzurel Graysson
Bruno Freitas | Melina (Apoio ao mestre)
19 de Preparos de 592CY
arregando seus mortos, o grupo refazem o caminho para fora das Minas de Caingorn. O percurso é tão demorado quanto o trabalho de içar os seus companheiros mortos para fora da mina. Quando concluem estão todos exaustos e a noite já avança pelas horas da madrugada. Talvez fosse pelo frio noturno em contraste com o clima das colinas, uma espessa neblina era visível por todos os lados. O frio também gelava os ossos de todos os membros, e logo aquilo ficou claro para todos que não era algo natural. Havia alguém nas brumas, espreitando e esperando o momento do medo para se revelar e talvez fazer algo mais que assustar aquele grupo alquebrado.
E todos puderam ouvir quando o som de um relincho e trote foi se tornando cada vez mais audível, mas as órbitas avermelhadas da montaria logo revelaram a anti-naturalidade daquele ser, e mais ainda de seu cavaleiro.
Vestindo uma armadura completa feita totalmente de ossos e aço, o cavaleiro parou a cerca de dez metros do grupo, que a essa altura já estava armado e preparado da melhor maneira que lhe era possível. O cavalo bufou, soltando um ar gélido pelas suas narinas e logo a natureza da montaria ficou evidente. O cavalo era mais ossos que carne, e a pouca pele que possuía, era flácida e seca em diversos pontos de seu corpo. Ainda assim, o cavalo morto-vivo sustentava o seu cavaleiro com tranquilidade e parecia partilhar de sua avidez.
Mas um membro sabia quem era aquele homem montado naquele cavalo saído de pesadelos. E esse era Erzurel.
O cavalo parou e o seu cavaleiro desceu da montaria e caminhou firme e reto em direção a luz irradiada pelas tochas do grupo. A poucos metros ele observou durante um tempo todos os membros e depois desafixou a placa da face de seu elmo, revelando que as suspeitas de Erzurel estavam corretas. Aquele rosto, ainda que tocado pelo frio da morte pertencia a Nybas. Dentro das vertebras da armadura dele, dois cubos estavam cravados como parte da proteção.
Erzurel tomou a frente do grupo e olhou nos olhos frios e não naturais de Nybas. Em correspondência, Erzurel não conseguia ler absolutamente nada. Nybas não passava qualquer semblante de ódio, seu rosto, seu olhar, eram inescrutáveis como uma estátua de cera.
Depois de um tempo Erzurel foi o primeiro a falar:
“- Sabia que esse dia em algum momento chegaria Nybas. Procurei por seu corpo, para poder dar-lhe um digno enterro, e quando não o encontrei sabia, sabia que você não seria enterrado até resolvermos essa situação. Eu falhei contigo e eu peço desculpas Nybas Tyrangur, pois eu falhei.”
Nybas, pôs a máscara de volta, não porque quisesse ocultar seu semblante, mas porque queria ver sem filtros aquele que o condenara aquela existência miserável. E erguendo a mão apontou para Erzurel, Atrás da figura dele, as sombras se remexeram e olhos vermelhos revelaram que Nybas não estava só. E ele disse:
“- Seu perdão não tem valia. Somente sua vida pode compensar a minha sina. Chegou a hora de acertarmos as contas Erzurel Graysson”.
Um “não” foi ouvido próximo. Erzurel sabia que era seu pai. E olhando para o homem viu negativas para aquele confronto. Mas Erzurel balançou a cabeça, não havia alternativas. O guerreiro santo tinha plena consciência que precisava confrontar aquele momento. Mas não o faria sem uma devida exigência:
“- Nybas, eu aceito o seu desafio, no entanto me devolva o poder divino que tomara de mim. Assim lutaremos de igual para igual. Se é para acertar as contas aqui, então que seja com a minha plenitude!”
Uma risada medonha e sonora foi ouvida de Nybas, que após se recuperar da gargalhada disse:
“- Quem tirou os seus poderes foi o seu ato, o seu deus o viu indigno de receber as bênçãos seja de qualquer natureza. Você é um penitente em busca de redenção Erzurel, e eu não posso fazer nada em relação a isso. Você é mais tolo do que eu imaginava. Venha, vamos terminar isso, venha!”
Erzurel segurou firme na espada e andou em direção de Nybas. E esperando pegar o seu adversário de surpresa, foi o primeiro a atacar, errou. Atacou novamente, novamente e de novo. Todas as tentativas eram falhas. A defesa de Nybas não tinha comparação com qualquer adversário que Erzurel tivesse enfrentado até ali. O guerreiro santo entendeu, que jamais poderia vencer aquele monstro, criado pelo seu próprio ato de covardia e deslealdade.
Erzurel entendeu que não tinha chance e se ajoelhou diante de seu adversário.
Não longe dali, Maurício retira dos pertences de Gatts uma chave. Fala palavras cujo significado é claro apenas para ele e depois de tocar o corpo morto de Gatts, desaparece. Melina nota, até sente vontade de ter ido junto, mas sabe, o seu destino era ali.
“- Tire minha vida. Eu não posso vencê-lo…”
Erzurel foi interrompido por cortes de espada, todas as vezes que falou para Nybas, e mesmo quando orou pedindo a intervenção de Pelor, e apenas ouviu o silêncio, sentiu o seu sangue verter a cada perfuração ou corte da espada de brilho mágico fulgurante de Nybas. A espada lambia sua pele, cortando dão friamente quanto uma lasca de gelo.
E quando o limiar havia chegado, Erzurel fechou os olhos e sentiu uma presença ao seu lado, quando abriu os olhos, viu que era o seu pai. Ele ainda ergueu os braços na tentativa de pedir clemência e que Nybas o levasse, mas a lâmina veio certeira e rápida…
A cabeça de Arziel Graysson rolou no chão e o corpo desabou. Erzurel chorou, Melina tentou ir na direção, Xitoos a segurou. Erzurel olhou nos olhos de Nybas e não viu nada além do vazio.
O cavaleiro levantou o corpo de Arziel, colocando-o no seu cavalo, corpo e cabeça e montado na criatura disse:
“Minha vingança foi saciada Erzurel, levarei o corpo de seu pai. Ele me servirá como membro de minha legião. Meu caminho agora deve cruzar com a sua prima, ela é corresponsável por tudo, tanto quanto você foi responsável, e minha vingança vai alcançá-la.”
A lâmina portada por Nybas, era uma emulação de uma espada bastarda. Que no lugar de uma habitual régua de aço, afiada de ambos os lados, só havia o breu. Uma escuridão latendo de uma base cúbica. O poliedro em sua base era escuro como o vazio sombrio que habita a alma daqueles, cuja a verdade sobre sua condição só pode ser sussurrada em corredores frios e mal iluminados.
A espada bastarda cortava a carne de Erzurel, ignorando completamente sua armadura e qualquer barreira física, quando chegava a pele, cortava-lhe muito mais que a matéria física.
O Cavaleiro da Cripta era uma lembrança amarga do que fora em vida, outrora o General de armas da Legião do Lobo, a última armada de Furyondy, um dos homens mais amado e idolatrado em Chendl. Também pudera, sua história era de uma origem simples, de homens tão leais que aceitaram permanecer no norte, enquanto seu líder ia ao sul, buscar um outro herói. Sua história findou de forma abrupta, triste e cruel. E nos braços do Mestre dos Sussurros, um novo Kas foi escolhido para ser a sua “mão direita”, a mão sangrenta de Vecna.
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