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Esta é a história dos eventos que acontecem durante o Bloco de Zendikar, conforme explicado de maneira fragmentada em diversos artigos no site da Wizards.

Revisão: Bruno de Brito

Fonte: MTGVortex

Os Eldrazi são nativos dos espaços entre os planos e sua natureza é incompreensível… eles apenas vivem para devorar a energia de qualquer plano que encontrarem. Além disso, eles são seres que transcenderam as cores de mana como nós as conhecemos: no seu estado de vida original, eles não tem forma física e nenhuma relação com qualquer uma das cores. Há séculos atrás, três Eldrazi chegaram em Zendikar e iniciaram o consumo do mundo (eram eles: Kozilek, Ulamog e Emrakul). Sua vida era dedicada apenas a saciarem sua fome, criando até algumas proles com o intuito de auxiliar nesse processo.

Lordes Eldrazi

Cada um dos colossais Eldrazi gerou sua própria linhagem a partir de suas ninhadas. As três linhagens são compostas de zangões Eldrazi e outros seres subordinados, cada um refletindo a imagem de seu progenitor. Antes de sua ascensão, a distante lembrança da cada Eldrazi foi venerada como um triunvirato de deuses pelas raças de tritões e kor de Zendikar.

Correspondendo vagamente a Em, a deusa dos ventos dos tritões, Emrakul é o maior e mais temível dos Eldrazi. Ele causa um terror silencioso quando alça voo personificando desolação, distância emocional e física, o frio do vácuo e o terror de ficar só.

A linhagem de Emrakul caracteriza-se por estruturas reticuladas semelhantes à carne, simetria bilateral inconstante e tentáculos que terminam com dedos vestigiais arredondados. Sua superfície reticulada, semelhante a uma barba de baleia alienígena esponjosa, tem respiração própria, independente do Eldrazi, e abriga uma colônia de minicriaturas invisíveis. Alguns nesta linhagem, inclusive o próprio Emrakul, flutuam acima da terra, utilizando-se de poderes desconhecidos para alterar a gravidade ao seu redor.

Emrakul

Kozilek é a verdade por trás do mito tritão do deus trapaceiro Cosi, abominação surreal de implacável loucura. Kozilek representa os temas de dissimulação, enigmas, mentiras, dominação da mente, transformação e experimentação. Os sábios chamam Kozilek de a confusão do pânico, a armadilha dos enigmas e o ladro de pensamentos.

Kozilek

Os Eldrazi da linhagem de ninhada de Kozilek têm muitos olhos próximos das articulações ou ao longo das cristas do corpo, placas dentadas ou lâminas de um brilhante mineral preto salientes ou flutuantes pelo corpo e anatomias animalescas ou insetóides revestidas com carapaças duras. Os zangões de Kozilek podem absorver vida com sua mera presença, mas preferem rasgar a carne utilizando suas protuberâncias negras.

Ulamog, a monstruosidade cuja metade do nome foi esquecida, ficou conhecido como o deus tritão dos mares Ula e representa a praga, os laços cegos entre o parasita e o hospedeiro e a abundância excessiva. Ulamog é criação e destruição unidos numa harmonia profana.

A linhagem de ninhada de Ulamog caracteriza-se por uma enorme quantidade de tentáculos sem sucção, diversos braços atrofiados bifurcados nos cotovelos e, sua característica mais aterrorizante, placas ósseas sem olhos em formas que embora não sejam humanas lembram um rosto. Os vorazes e brutais Eldrazi da linhagem Ulamog vagam pela terra, disseminando doenças e drenando tanto a alma como a energia vital de suas vítimas.

Ulamog

Três planinautas se uniram no passado para tentar destruir os Eldrazi quando os mesmo iniciaram a invasão em Zendikar. Ugin, o dragão-espírito, lutou diretamente contra eles usando sua baforada de chamas invisíveis, oriundas de seu conhecimento de que a magia incolor fere normalmente estas entidades. O planinauta vampiro chamado Sorin Markov auxiliou Ugin no combate, usando suas técnicas de drenar energia vital dos inimigos. Por fim, Nahiri, uma planinauta litoforjadora oriunda das tribos kor usou seus poderes para dar forma física aos Eldrazi, facilitando assim a sua destruição.

O Trinuvirato Planinauta
(na ordem: Sorin, Ugin e Nahiri)

Entretanto, o plano dos três planinautas falhou e eles não foram capazes de destruir os Eldrazi progenitores. Sendo assim, decidiram aprisioná-los em Zendikar para evitar os danos que eles poderiam causar ao Multiverso. Entretanto, os Eldrazi não chegaram lá acidentalmente, mas sim foram guiados pelos planinautas que planejaram enjaulá-los lá. Mais específicamente, foram guiados por Sorin, que conseguiu fazer o apetite deles sentir a presença de Zendikar. Ugin usou seu conhecimento sobre a magia incolor para criar um campo energético de contenção, e a planinauta litoforjadora construiu uma complexa cadeia de montanhas e pedras (chamadas de edros) que agiriam em sincronia com o campo energético criado por Ugin para confinar os Eldrazi.

Dessa forma, eles foram capazes de aprisionar as monstruosidades no interior das montanhas Akoum. Para garantir que o lacre místico não fosse rompido, os três planinautas usaram uma espécie de mecanismo mágico, o qual foi chamado de Olho de Ugin, que só poderia ser ativado na presença da energia de três planinautas em conjunto com chamas incolores.

O confinamento dos Eldrazi no interior de Zendikar trouxe conseqüências para aquele Plano. A influência da presença, mesmo aprisionada, dos Eldrazi fez com que o mundo fosse afetado de maneira feroz, fazendo com que a terra criasse vida, o chão flutuasse, as criaturas se tornassem mais vorazes do que o normal, a geografia mudasse, a vida de maneira geral ficasse mais hostil e o mana ganhasse bem mais força.

O aprisionamento dos Eldrazi

Centenas de anos se passaram e os Eldrazi apenas aguardaram… Durante este período, seu poder cresceu e as memórias das lendas a seu respeito foram pervertidas e transformaram-se nas religões dos povos de Zendikar (embora esses próprios povos não saibam, suas religiões são derivações dos Eldrazi como por exemplo, a divindade Ula na verdade são resquícios de memórias dos tritões a respeito de Ulamog). Muitos aventureiros e arqueólogos (como o próprio vampiro Anowon) cruzavam o mundo em busca de respostas sobre tais lendas. Mas, mesmo assim, a prisão permaneceu intocada durante todo este tempo… até que… um certo dragão ancestral teve interesse nas histórias de Zendikar. Por suas próprias razões, Nicol Bolas enviou um enlouquecido e serviçal Sarkhan até o Olho de Ugin com uma misão especial.

Sarkhan estivera em Jund, um dos cinco mundos de Alara, realizando a busca que sempre fez durante toda sua vida: encontrar o mais poderoso e feroz exemplar dos dragões, para servir e devotar pelo resto de sua vida. Sua jornada fez com que ele encarasse o planinauta Nicol Bolas e, embora os instintos de Sarkhan o avisassem sobre algo maligno naquele dragão, ele reverenciou a majestade suprema de Nicol Bolas ao perceber seu imenso poder.

Ao contrário do que muitos pensam, Nicol Bolas não dominou a mente de Sarkhan. Pelo menos, não diretamente. O astuto dragão apenas aproveitou-se dos dogmas do xamã para usá-lo como seu assecla. Dessa forma, Sarkhan está trabalhando de livre e espontânea vontade, seguindo as ordens daquele que ele acredita ser o mestre que sempre estivera procurando. Desde que chegou em Zendikar, no entanto, o xamã tem feito muitas perguntas a si mesmo. Nicol Bolas ordenou que ele aguardasse na montada onde se encontra o Olho de Ugin até o momento certo… mas o tempo e a solidão fizeram vozes ecoar na cabeça de Sarkhan. Sua crença em servir ao grande dragão e seus instintos prevendo algo maligno entraram em um profundo dilema e sua mente foi tomada por uma espiral de loucura. Sarkhan desistiu de pensar, vai apenas seguir seus impulsos.

Chandra Nalaar foi para Zendikar pois havia conseguido roubar um pergaminho que indicava a localização da câmara onde se encontrava o Olho de Ugin, uma relíquia milenar cheia de lendas sobre poderes titânicos. Ao chegar em Zendikar, ela encontra o vampiro Anowon e o “convence” a ser seu guia.

Algum tempo depois, quem chega em Zendikar é Jace Beleren, que foi contratado pelos donos do pergaminho para caçar a piromante. Enquanto isso, Chandra e Anowon encontra em seu caminho: Sarkhan. Ele está diferente. Mais soturno, mais brutal. Um combate se inicia e Anowon tomba rapidamente. Mas, quando Sarkhan vê o fogo que emana das mãos de Chandra, diz várias coisas sobre a “oferenda que Ugin aguarda” e interrompe o combate. Chandra fica confusa, mas quando Sarkhan diz que a conduzirá até o Olho de Ugin, ela o segue… afinal foi atrás disso que ela veio.

Jace continua sua busca e acaba encontrando o vampiro Anowon ferido, que tenta impedir Jace de avançar, alegando que se ele ou Chandra chegarem até o Olho de Ugin, os “antigos” despertarão e devorarão Zendikar. Mas Jace o derrota e o força a guiá-lo até a câmara onde se encontra o lendário Olho.

No interior da câmara, Chandra finalmente o encontra… e descobre que não se trata de uma coisa ou objeto… o Olho de Ugin é o poder aprisionado nos confins das cavernas de Zendikar. Sarkhan braveja que o Olho é a prisão invisível e que deve ser quebrada. Para isso, ele comenta que sacrifícios devem ser feitos e que ele já tentou muitos, mas parece que agora finalmente encontrou a chave que procurava, o derradeiro sacrifício: Chandra. Nesse momento, Sarkhan se transforma em um dragão e o feroz combate que havia sido adiado, se reinicia!

Anowon fala sobre o conteúdo da câmara para Jace, revelando que existem muitas runas e encantamentos que servem para selar forças que destruirá Zendikar caso estas amarras místicas fossem desatadas. Ao adentrar na câmara, a porta rapidamente se fecha e deixa Jace cara a cara com o combate entre Chandra e o Sarkhan-Dragão. Um pensamento ecoa na escuridão “os três estão aqui”… parece que alguém escondido observa a situação. No combate, o fogo conjurado por Chandra não parece quente o suficiente para ferir o dragão. E as magias de Jace parecem ser enfraquecidas dentro da câmara. Algum poder estranho está afetando os dois planinautas, e Jace percebe que o mesmo ocorre com as forças de Sarkhan. No entanto, embora não precisem se preocupar com as mágicas de seu adversária, Jace e Chandra ainda estão em desvantagem pois ele é um Dragão e seus golpes podem esmagá-los facilmente.

Chandra chegou até o Olho de Ugin, seguindo um misterioso pergaminho que continha o mapa da localização do mesmo… e Jace apareceu logo atrás, seguindo os passos da piromante… “exatamente como ele disse que aconteceria”, pensou Sarkhan, ao encontrar com os dois outros planinautas e iniciar um confronto. No entanto, Nicol Bolas também havia dito para Sarkhan proteger o Olho de Ugin a qualquer preço e, por isso, ele estava tão engajado na luta contra Chandra e Jace.

Para sobreviverem, Jace diz a Chandra que o enigma do olho se refere ao que não pode ser visto, o que é invisível… ou seja, talvez a única forma de derrotar o oponente seja usando um fogo que não seja possua luz. A piromante pensa e começa a modificar sua energia, criando uma bola de fogo incolor em suas mãos e arremessando contra o dragão. O dano é massivo! Chandra se empolga e expele uma poderosa explosão de fogo invisível, derrotando o dragão… mas também atingindo Jace sem querer e o ferindo gravemente. Nesse momento, o pensamento imerso nas sombras novamente surge e dessa vez apenas sussurra “agora resta apenas um”. Vendo seu caçador caído, Chandra tem a chance de eliminá-lo, mas prefere não fazê-lo. Ela hesita, parece reconhecer que ele não é exatamente um inimigo como pressuponha… além do que, foi graças ao conselho dele que ela conseguiu derrotar Sarkhan.

Por fim, Jace se recupera e diz para Chandra que o que acontece dentro da câmara não deve ter sido um acidente. Eles foram pegos em uma armadilha. Alguém arquitetou para que este confronto acontecesse exatamente ali. Ele suspeita de seus empregadores e questiona Chandra sobre como ela ouviu falar do pergaminho… ela pensa e diz que irá averiguar, iniciando sua partida para outro plano. Jace espera ela ir, pois ainda precisa recobrar plenamente suas forças. Enquanto isso, ele indaga sobre QUEM poderia estar por trás disso.

Há muito tempo atrás, como dito no começo da história, o lacre místico foi criado para ser rompido apenas quando três planinautas e mais o fogo invisíveil fossem colocados no interior da câmara. Porém, parecia impossível que estes elementos se reunissem de novo sem a presença de Ugin, o dragão espírito. No entanto, Chandra conhecia esta arte e seguindo o conselho de Jace, era a única arma capaz de ferir Sarkhan no interior da câmara, pois todos os outros poderes mágicos estavam impedidos de serem usados devido ao lacre dos Eldrazi. Mas, nem Jace, nem Chandra e tampouco Sarkhan sabiam do que estava prestes a acontecer. A batalha entre os três havia sido arquitetada passo-a-passo por Nicol Bolas e seu resultado foi o gatilho necessário para desfazer a prisão dos Eldrazi. Depois de centenas de anos, as abominações estão livres e vão devorar o mundo. Mas, quais serão as intenções de Nicol Bolas por trás de tudo isso? Somente o tempo poderá nos dizer… agora, devemos apenas assistir os Eldrazi saciar o seu apetite ancestral.

E como diz Urza:

“Agora nos resta observar e aguardar…

Quer ler mais sobre as histórias de Magic the Gathering, não perca tempo e acesse!

Bruno de Brito

Mestre da campanha "Aurora dos Conflitos", ocorrida no cenário de Greyhawk. Entusiasta do sistema Pathfinder, fã de Magic: The Gathering e churrasqueiro nas horas vagas.

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Bruno de Brito

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