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A poeira lançada pelo vento quente e seco os atingia como o açoite de um carrasco implacável, a comitiva encabeçada pelo seu líder, o paladino Joshua Wenishay e formada por Markin, Rudolf, Anna, Galahad, Garibaldi, Tyla, Esmeralda e Zell, deixando aparente seguridade da Fortaleza dos Insanos, ela seguia em sua dura e difícil jornada, agora seguiam pelos tortuosos caminhos daquela paisagem estéril e inóspita.
Enquanto protegiam seus rostos com capuzes e elmos, eles continuaram a trilha seguindo o mapa e as especificações dadas pelo arquimago, seu único guia naquele lugar.
Durante a viagem o arcano lhes contou mais sobre o plano onde estavam, dizendo o seguinte:
– Segundo alegam os estudiosos, os Sete Infernos são um único plano compreendendo sete camadas separadas. As seis primeiras camadas são governadas por arquidiabos que respondem ao maior arquidiabos de todos: Asmodeu, o Arquiduque de Nessus, a sétima camada e a ele todos se submetem em obediência.
Para chegar a mais profunda camada, deve-se passar por todas as seis camadas acima, em ordem.
O meio mais rápido de fazê-lo é através do Rio Estige, que imerge cada vez mais fundo à medida que flui de uma camada para a seguinte. Apenas os aventureiros mais corajosos ou loucos podem suportar o tormento e o horror dessa tortuosa jornada.
Do alto de uma colina rochosa, Wenishay e Rudolf que iam mais à frente do grupo, como batedores, viram que estavam se aproximando do que parecia ser um rio envolto em brumas, sendo que a outra margem dele não era possível localizar do ponto encontrar, como era a única formação fluvial que viram, deduziram que haviam encontrado o Rio Estige.
Retornaram e avisaram os demais sobre a descoberta, conclamando todos a seguirem em marcha rápida. Quando fizeram o caminho de descida se aproximando do rio, a equipe foi subitamente atacada por um grupo de diabos de espinhos que, furtivamente, os estavam observando do alto e acreditando que por estarem num número superior ao dos heróis, os estariam sobrepujando, o que os levariam a uma vitória garantida pelo fator surpresa e por sua fabulosa capacidade de voo. As criaturas desceram ferrenhamente contra os intrépidos heróis que lhes ensinaram uma dura lição, a qual os seres não esperavam.
Vencendo as criaturas com certa facilidade, enquanto o arquimago conseguiu abater o último deles, que tentou escapar, com um poderoso relâmpago. Ao final do combate, todos perceberam que os diabos ao morrem se desintegravam como se nunca houvessem existido, deixando para trás como único vestígio de sua presença, um pequeno monte de cinzas e um forte odor de ovo goro.
Anna perguntou o que havia acontecido com as feras, ao que Zell lhe respondeu que apenas nos Sete Infernos um diabo poderia ser verdadeiramente destruído, de uma vez por todas.
Ao ouvirem aquela informação, os paladinos sentiram um grande entusiasmo e um forte desejo em combater mais daquelas criaturas, com o propósito de eliminarem o máximo que pudessem. Todavia, Zell percebendo o entusiasmo no semblante de Wenishay, Galahad e Tyla, lhes advertiu sobre o perigo de uma eventual caçada e combate desenfreado àqueles seres, pois o objetivo específico daquela comitiva era garantir o resgate de Ecnor, a destruição dos diabos seria uma casualidade aceitável para alcançarem o fim planejado.
Eles não sabiam, mas um diabrete, que assistiu ao combate de longe, partiu para informar seus superiores sobre aquela falange de aventureiros mortais.
Passado um bom tempo de viagem eles alcançaram a margem estéril de um rio com águas escuras como uma obsidiana, caudalosas, com uma correnteza poderosa e fluindo livremente.
Ao aguçarem as vistas, eles divisaram no horizonte a continuação do rio, que em alguns trechos estava envolto em brumas, mas não conseguiram visualizar a margem do outro lado, o que levou alguns a pensar que aquele rio poderia se estender pelo infinito.
Markin chamou a atenção de todos para uma repentina aparição, pondo-se em vigilância contra um novo possível adversário que vinha em uma pequena embarcação numa velocidade impressionante, todos começaram a sacar suas armas, mas Relâmpago Ardente, com um estranho semblante de alívio, lhe informou para que não as desembainhassem, alertando que naquele recinto ninguém se atreveria a atacar o Barqueiro ou a seus clientes.
Eis que surgiu diante deles, iluminado por um antigo e desgastado lampião de ferro cru, na proa de um largo barco de cedro escurecido e em péssimo estado de conservação, uma sinistra e assustadora figura envolta num grande e escuro manto, com apenas os antebraços a mostra, secos como raízes de uma arvores velha, agarrando com uma firmeza incrível a um longo remo de madeira de carvalho bem antigo.
De seu capuz, era possível visualizar um par de tenebrosas e fortes luzes, que pareciam ser seus olhos. A criatura parecia remar com uma força sobrenatural, chegando rapidamente até aqueles que, estupefatos, estavam na margem sem saber se deveriam ataca-lo ou dar-lhe conversa.
Quebrando o silêncio, Zell falou:
– Bem-vindo ô barqueiro! Nos alegra ver a velocidade com que vem até nós. Hoje você terá clientes incomuns, pois como pode perceber, estamos todos vivos! Como não pode se opor a aparição de clientes que querem atravessar, desde que possam pagar o tributo, solicitamos que nos atravesse, Caronte o barqueiro!
O barqueiro, com um intenso brilho nos olhos e uma voz cavernosa e poderosa respondeu:
– Verdade, mortal! Vejo que conhece o plano infernal muito bem e conhece nossas diligências e costumes. Mas lhe escapou um detalhe que o senhor mesmo esclareceu. Vocês não estão mortos para que lhes aplique o preço padrão! Portanto atravessá-los é uma opção minha, vamos a barganha, o que me oferecem?
Após um longo diálogo encabeçado por Joshua e Tinthalion, ficou acertado que todos os heróis entregariam ao atravessador uma pequena fortuna. E assim foi feito, pois não haveria outro meio se não a barganha.
Satisfeito, apesar de muitos se perguntarem o que aquela entidade faria com todo aquele tesouro, ele os atravessou pelo Rio Estige, que se apresentou morbidamente silencioso e calmo a passagem da criatura.
O grupo pode ver que aquele místico rio não era apenas composto por água, já que era possível identificar almas que passavam sob suas águas. Galahad indagou o arquimago sobre o fato. Zell respondeu que aquelas almas estavam sendo transportadas para as margens por muitos dos níveis dos Sete Infernos, a depender da gravidade de seus atos, para sofrer algum tipo de tormento, ou simplesmente serem convertidas em novos diabos.
Durante a viagem fluvial do grupo, quando Garibaldi esticou a mão para pegar na água ao ver a imagem de uma linda mulher que lhe convidava para pegar-lhe a mão, seguindo o convite com uma curiosidade desleixada, foi detido por Markin que percebeu a tempo e impediu o erro que o motaviano estaria cometendo.
Diante dessa situação, Zell então lhes contou algo sobre o Rio Estige, dizendo:
– Se diz que o rio tenha propriedades mágicas, sendo um veneno mortal para homens e animais, corroendo e destruindo tudo que nele seja lançado: ferro, metais e louça.
Apenas este barco e seu remo, cujas origens eu ainda desconheço, são capazes de suportar o fator corrosivo do rio desde tempos imemoriais.
Ademais, as águas do rio infernal, formadas pelas águas da fonte do mesmo nome, tem igualmente propriedades extraordinárias, como exercer sobre aqueles que fazem um juramento em suas margens, um compromisso irremediável, além de que nenhuma façanha mágica inferiores aos de um SAMC ou auto clérigo não surtirem efeito para vencer sua travessia, dentre outras propriedades ainda desconhecidas.
A informação prestada pelo arquimago levou a Tinthalion o contentamento para a indagação que permeava sua mente: o porquê de não ter utilizado a magia voo.
Após algum tempo, que lhes pareceu uma eternidade, ao divisar a terra, Anna alertou os amigos sobre a chegada da embarcação a margem oeste do rio, deixando aquela mórbida embarcação e seu sinistro remador para trás. Esmeralda e Tyla confessaram que sentiram um grande alívio, pois lhes parecia, a todo o instante, que a embarcação iria virar. Antes de desaparecer em meios as névoas, o Barqueiro lhes disse por fim:
– Espero que tenham aproveitado a viagem. Alguns de vocês eu nunca mais irei rever, mas outros eu verei mais cedo do que qualquer um de vocês possa imaginar.
Com essa mórbida afirmação enigmática, que fez arrepiar até o mais corajoso membro daquela comitiva, seus membros engoliram em seco, imaginando o que ele queria dizer. Joshua, interrompeu os devaneios do grupo incitando a rápida continuidade da jornada.
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Criação e elaboração: Patrick, Bruno Santos, Aharon Freitas
Fonte da imagem da capa: acervo pessoal – desenhista: Shin;
Fonte de imagens: acervo da internet.
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Estas passagens, foram sinistras alem de fantásticas, se não me engano fomos advertido que se morressemos lá, por lá ficaria sem a possibilidade de ressurreição. E essa fortuna desembolsada Por Zell foi impressionante. A cada novo trecho a leitura fica melhor e mais empolgante, aguardo os próximos capítulos.
Endosso suas palavras Aharom. Me impressiona a qualidade dos detalhes. Ler me faz recordar dessa aventura que foi fantástica e épica. Fora uma das últimas feitas pelos Cavaleiros da Luz Celestial.
Uma dúvida, quem é: Relâmpago Ardente?
Zell Relâmpago Azul
Relâmpago Ardente Azul?
kkkkkkkkkkkk... Bem observado senhores! Estava confundindo alcunha de arcanos. O nome do arquimago da eletricidade é Zell Relâmpago Ardente. Já corrigi nos textos. Valeu!
ahehueauheahueahueahueahuauhuheauheueaeua
Daqui a pouco vai ser Zell relâmpago arco íris
hueaahueahueaeahueahuehueea
Éh verdade Bruno! Bem pensado! Como esse é um cenário de inclusão, poderia pensar num npc com essa pegada para conviver com vcs... ;-D
Se é que não já existam e vcs nem imaginam... kkkkkkk