Resumo da sessão ocorrida no dia 09.02.19, com Gatts solo. Nesta missão, o guerreiro mago adentra a cidade dominada pela Legião do Chifre e tem sua sanidade testada diante dos males testemunhados.
Jogador: Diogo Coelho (Gatts)
10 de Preparos de 597CY
Quando Gatts ressurgiu, estava completamente surpreso pelo fato de que não foi no destino desejado pela magia de teletransporte! O guerreiro mago havia deixado Sandy, Thrommel, Eophain e Dikstra na estrada a caminho de volta a Verbobonc, logo após ter visto através da magia sondagem que a vida de Caleb corria sério risco. Isto por que sua magia fora o tempo todo monitorada por um terceiro, e Gatts sabia quem era… Raven Pântano Negro.
Gatts não contou muito tempo, puxou de sua bolsa um velho pergaminho e ao lê-lo, desapareceu em uma poeira mágica de cor esverdeada. O destino da magia: A casa onde Caleb e a velha senhora se encontravam. Mas por efeito de algum feitiço poderoso Gatts reapareceu no limite da cidade de Reymend. O furyondês havia deixado o acampamento por volta do meio dia, mas ali as margens da cidade, era noite! Nuvens carregadas de uma tempestade que ameaçava ruir dos céus a qualquer momento, bloqueava com tanta força a luz do sol, que por cerca de 60 quilômetros no entorno da cidade, era como se de fato fosse a noite. No horizonte distante Gatts via a luz do dia, mas estava tão afastada que nem mesmo a penumbra alcançava. A cidade estava sob o efeito de algum encanto poderoso. E ao olhar os céus ele teve duas visões perturbadoras.
A primeira foi de uma única estrela brilhando lilás no alto da cidade, em meio a tantas nuvens escuras, ela brilhava sozinha e de seu brilho emanava a fina película quase imperceptível que recobria em uma semi esfera toda a cidade. E a segunda visão foi ainda mais surpreendente. Sobrevoando todo o espaço aéreo, Gatts viu um dragão feito completamente de ossos, com uma luz bruxuleante e disforme em seu interior de tonalidade azul. Era Kaeris, o dragão esqueleto do Templo Elemental da Terra, ou mais precisamente, o Templo do Elemental Maligno!
Quando Kaeris sobrevoou próximo de onde Gatts estava, ele não estava procurando pelo guerreiro mago, mas apenas cumprindo uma vigilância completa de todo espaço aéreo da cidade, e neste instante Gatts sentiu um aperto em seu coração, um medo genuíno que somente era provocado pela presença aterradora que aqueles seres míticos eram capazes de causar. Mas Gatts manteve o auto controle e resistiu aos efeitos do medo sobrenatural.
Buscando se esconder da percepção da besta mágica, Gatts percebeu que no escuro, seria muito difícil se orientar. Havia pontos de luz na cidade, mas ali onde ele se encontrava estava tudo escuro. E providenciando uma luz mágica, ele tratou de reduzir sua luminescência com o seu manto, avançando em seguida pelas ruas de Reymend.
Gatts pensava uma forma de percorrer rapidamente o espaço da cidade, ele tentou conjurar a magia voar, e esta não funcionou. Algum tipo de bruxaria o estava bloqueando. Outra coisa que ele percebeu foi que sua magia de invisibilidade também estava bloqueada.
Sem poder usar suas magias de subterfúgio, Gatts foi avançando com o máximo de furtividade que lhes era possível e logo observou dois guerreiros da legião. Eles pareciam patrulhar aquela região. Estavam armados com espadas e escudos e vestiam lorigas segmentadas. Um tipo de armadura que não era barata e protegia muito bem contra ataques físicos.
Gatts provocou a atenção dos guerreiros propositadamente, e questionado sobre o que um camponês fazia na rua àquele horário, Gatts desconversou, mas quando lhes foi pedido que entregasse a sua espada, ele prontamente o fez, mas com o fio da lâmina sobre os inimigos.
O combate que se seguiu foi com técnica e velocidade e não fosse por um arqueiro posicionado de modo traiçoeiro no telhado de uma casa próxima, Gatts poderia seguir o seu caminho. Mas ali embaixo, ele era um alvo fácil e o guerreiro se escondeu as costas de uma parede, longe da trajetória que estavam vindo as flechas. Gatts ouviu murmúrios e sons de dor e lamentação no outro lada da rua e ele percebeu para sua surpresa – mortos-vivos. Pelos trajes, se tratava de aldeões de Reymend e os sons de ossos e carne sendo rasgada juntamente com a agonia, só podia indicar que pessoas estavam servindo de alimento para aqueles seres.
E antes que pudesse verificar se poderia ajudar alguém, um zumbi surgiu diante de Gatts e tentou atacá-lo com suas unhas apodrecidas. Gatts destruiu o morto-vivo sem dificuldades, mas ao ser morto em definitivo o monstro explodiu em uma nuvem tóxica. Gatts não sentiu qualquer efeito colateral da explosão.
Com um arqueiro atento aos seus movimentos e zumbis do outro lado da rua, Gatts fez uma escolha inusitada. Ele avançou na direção da rua onde os mortos estavam e com um salto, atingiu a perna de um segundo arqueiro que se encontrava desprevenido. O arqueiro pego de surpresa se desequilibrou e caiu. E Gatts o colocou diante dos mesmos zumbis que atacavam inocentes em meio aquela cena caótica. E de fato o plano do guerreiro mago deu certo, o zumbi avançou sobre o arqueiro, como uma vítima mais vulnerável ao solo.
Gatts se preparou para lançar sobre os arqueiros suas magias, mas outros três surgiram lançado sobre o guerreiro mago, suas flechas mortais. Gatts viu sua vitalidade reduzir drasticamente. Ali ele era um alvo fácil.
Um dos arqueiro gritou para o companheiro caído no chão uma ordem. Gatts tentou compreender o que ele dizia, mas o dialeto era completamente desconhecido para o furyondês, porém o arqueiro caído compreendeu a ordem e na primeira oportunidade que, se lançou correndo para fora daquela cena.
Gatts se concentrou no poder de suas botas que o permitia voar e percebeu que elas também não estavam funcionando. O mesmo bloqueio que impedia conjurar a magia de voar, era também o fazia com sua vota.
Gatts correu debaixo de uma chuva de flechas que tentavam atingi-lo e outras conseguiam êxito. Conseguindo despistar os arqueiros, ocultando a própria luz, ele adentrou em uma casa abandonada e aguardou.
Passou-se algum tempo e Gatts notou luzes percorrendo a cobertura das casas. Os arqueiros estavam a sua procura. O arqueiro que havia recebido as ordens, seguiu com a ordem de acionar o seu mestre, aquele que liderava a companhia do arco na legião. E este apenas avisou para colocarem o plano em prática.
Gatts não conseguiu dimensionar o tempo que ficou esperando busca dos arqueiros arrefecer. Uma fina chuva começou a cair, tornando o caminho lamacento e apagando lanternas expostas. Isso ajudou o guerreiro a continuar a sua busca. Para despistar dos arqueiros ele arremessou a sua própria luz em uma direção e saiu nas sombras em outra.
Ele notou a movimentação dos arqueiros para aqueles lados e isso foi a sua deixa para tomar um rumo diferente.
Gatts tinha uma vaga ideia da direção onde ficava a casa visualizada através de sua magia, entretanto chegar até ela, era o desafio. O guerreiro mago tinha certeza que se aproximava o fim da tarde, mas não fosse por aquelas nuvem escuras nos céus, teria total visibilidade do caminho a frente.
Sem uma orientação clara de para onde ir, ele tomou uma direção qualquer.
Gatts caminhou com cuidado, utilizando de coberturas oferecidas por paredes e telhados e evitando da melhor forma que podia ser notado pelos arqueiros. Ele revirava seus pensamentos, pensando nos itens que possuía e como poderia ajudá-lo na tarefa de se livrar daquela condição. Quisera ter habilidades para poder ser furtivo, mas ele não era um perito. Avançando cautelosamente ele sentiu quando a primeira invasão psíquica ocorreu. Uma rápida dor de cabeça atravessou-lhes e ele colocou as mãos sobre as têmporas e massageando, ele rechaçou a primeira investida. Fosse o que fosse, ele conseguiu resistir.
Ele avançou por um corredor e notou uma região de feira. Gatts não reconhecia aquele local. Apenas passara rapidamente por Reymend da outra vez, ele sabia que a estalagem Velho Risonho não estava longe.
Notando uma quantidade anormal de legionários, ele aproveitou a lama que se formava pela chuva que ruía dos céus e se sujou com ela. Ele manchou seus braços, rosto e roupas. Daquela forma ele poderia se passar por mendigo, exceto se alguém chegasse perto demais. Sua espada o denunciaria.
E ele parou em um beco, quando um homem no alto do teto de uma casa falou: “Ei! mendigo, o que faz aqui? Saia daqui imediatamente”.
Sem ousar mirar nos olhos do arqueiro da legião, Gatts avançou lentamente pelo beco, e a segunda invasão mental veio.
Quando a segunda invasão psiônica veio, pareceu que uma carroça com 4 cavalos estava passando ao pé do ouvido de Gatts. E desta vez foi impossível ao guerreiro mago resistir. Ele apoiou-se com um dos braços contra a parede naquele beco e parou, colocando a mão na cabeça tentando impedi-la de estourar, tamanha a dor que sentiu.
O arqueiro ainda observava do alto e sorriu diante do visível sofrimento do mendigo, dizendo para si: “Pobre desgraçado, poderia testar uma de minhas flechas contra ele, para reduzir esse tédio…” O dedo do arqueiro ainda coçou ante a expectativa de matar aquele “pobre moribundo” e livrá-lo das dores do mundo, mas desistiu da ideia. Era bom poupar suas flechas, ele pensou afinal.
“Siga em frente, quando chegar à bacia de água no fim do beco, tome o norte direto e depois siga pela direita até a casa com jardim de centaureínas”
Gatts levou um tempo memorizando a orientação e entendeu que quem quer que fosse, estava tentando ajudá-lo. E ele percebeu que a dificuldade deve ter sido muito elevada justamente por que toda aquela região estava “protegida” contra percepções extra-sensoriais.
E o que ele fez, foi justamente seguir exatamente a orientação que lhes foi dada, muito por que Gatts sabia de quem era aquela voz: Savras, o senhor da Torre da Mágoa.
Caminhando pela rota sugerida, Gatts tinha no seu caminho adiante, um sentinela, ele marcava a divisão de 3 caminhos em um beco. E o guerreiro furyondês sabia muito bem como driblar aquele obstáculo. Invocando palavras de um encantamento básico do primeiro círculo ele soprou sobre o alvo o efeito de uma reação amistosa e mais. O legionário o veria como aliado e não um estranho ou mesmo inimigo. E foi o que ocorreu.
Quando Jonas viu Gatts se aproximar, uma reação de estranheza atingiu-o em um primeiro momento, mas sem saber por que ou como, sentiu pelo guerreiro mago uma afetuosidade instantânea e simpática.
Reagindo de forma amistosa Gatts se aproximou e pediu ajuda de seu “amigo”: “Meu caro, estou perdido, procuro por uma casa com flores lilases aqui em Reymend, você sabe de alguma com essa descrição?”
“- Você é louco?!” Indagou o legionário diante da pergunta de seu “amigo”. “- A cidade está tomada, caminhar a qualquer hora é risco para qualquer um que não pertença às fileiras da legião. Desde que aquela Orbe foi lançada aos céus e o dragão chegou, até mesmo nós da legião tememos ser vítimas do sacrifício da Bruxa, da senhora do Pântano – Raven…”
Então era isso, Gatts concluiu. Aquela era um dos Orbes Elemental, provavelmente o que estava dominando Kaeris, mas como, quando? E de repente, tudo começou a fazer sentido, Raven e seu grupo haviam adentrado o Templo do Elemental maligno e não apenas recuperara um dos Orbes Elementais existentes nas masmorras, mas como conseguiu dominar o dragão esqueleto e agora ele testemunhava o poder dele. Essa constatação era terrível.
“- Venha, não sei por que estou atendendo ao seu pedido, mas vou lhe ajudar. Me acompanhe”.
E ainda que Gatts não tenha dado o seu nome, o encantamento funcionou perfeitamente, Jonas e Gatts passaram ainda por mais um sentinela e sob protestos, Jonas ignorou as advertências dadas por seu companheiro. Em dado ponto, Gatts avistou o jardim iniciando nos fundos de uma construção. Não era como uma casa, pelo contrário, parecia uma pousada, uma estalagem. Despediu-se de Jonas, que retornou ainda um pouco confuso ao seu posto e Gatts avançou o mais furtivamente possível rumo a construção.
Gatts adentrou na estalagem sem dificuldades, a entrada da construção estava aberta, e o guerreiro mago notou uma quantidade anormal de sentinelas. Havia alguma coisa errada naquela situação, pensou ele. Certamente eles também estavam a procura de Caleb, ou estavam a espera de seu aparecimento.
Uma vez dentro da estalagem, Gatts se aproximou das janelas a frente da construção e olhou através das frestas. Ali estava a casa de sua visão. O local vislumbrado pela sua adivinhação horas atrás. Mas a frente da casa Gatts notou um contingente de legionários estacionados. Entre eles um que erguia no peito o símbolo do Velho, certamente era um sacerdote de Iuz. Jonas havia lhe explicado que todo grupo composto por 10 legionários teria um sacerdote de Iuz. Na sacada ou telhados das casas próximas, arqueiros estavam de prontidão.
Enquanto pensava em um plano para conseguir adentrar na casa em que vira Caleb e a senhora que dela cuidava, ele decidiu explorar os cômodos daquela construção. No andar superior notou 5 legionários que pareciam aproveitar de um dos quartos para descansar. Havia ainda um segundo quarto em frente aonde se encontrava os soldados com a porta aberta. Sem poder ficar invisível ou desacreditando em sua capacidade furtiva diante daquele desafio, Gatts retornou para os andares inferiores.
Gatts não ouviu o choro acompanhado de soluços que vinha do aposento não explorado. Até por que, a voz de quem quer que estivesse ali, estava sendo abafada…
No andar inferior, Gatts revirou seus pertences, precisava encontrar uma alternativa para não ser detectado, e foi nessa busca que ele encontrou um pergaminho, no título um nome: Anatomia Cadavérica I.
Os escritos no pergaminho brilharam como luz da solução nos olhos de Gatts. Ele lembrou que pretendia adquirir aquela magia. Ela pertencia ao 3º círculo de magia, e ele tinha todos os pré-requisitos para poder conjura-la. Entretanto abriria mão do aprendizado. E ele leu o pergaminho. Quando a magia se desprendeu das linhas escritas no papiro, Gatts foi sofrendo uma transformação. O guerreiro mago foi morrendo por dentro magicamente e se tornando cada vez menor. Ainda que qualquer que testemunhasse pudesse julgar que o pergaminho certamente era necromântico, se enganaria. Aquilo era obra da escola de Transmutação. Gatts era um morcego morto-vivo, mas plenamente consciente de suas faculdades mentais, e uma vez que aquele efeito era temporário, ele precisaria usar de todo tempo disponível para procurar por Caleb. E com um novo disfarce, ele avançou rapidamente para dentro da casa a frente da estalagem em que se encontrava.
Na forma de um morcego Gatts varreu os cômodos dos aposentos na casa a frente. Teve a certeza que aquele era o local que vira em sua magia de sondagem, mas a única coisa que encontrou ali foi o corpo retalhado da velha senhora que cuidou de Caleb. Havia vários sinais de ataques covardes e sinais de múltiplas mutilações por todo o corpo. Mas não havia sinais da primeira Dama de Reymend. Gatts saiu da casae tomou o corredor ao sul, no sentido da estalagem Velho Risonho. Ele tinha esperanças que Caleb houvesse escapado e estivesse conseguido abrigo junto a Dimitri.
Quando chegou a região central da cidade onde ficava a estalagem e também o templo de São Cuthbert, notou a frente do estabelecimento a cabeça presa a ponta de uma lança. Pertencia ao ruivo estalajadeiro que ajudará Pyrus em sua fuga e havia sido tão atencioso com Thrommel durante a estadia em seus cômodos.
Gatts regressou para as imediações da casa que viu Caleb e foi nesse retorno que seu sonar poderoso captou um grito de dor que escapou de uma das construções, naquele instante o coração morto do morcego que era Gatts, se tornou mais frio que gelo e ele voou rapidamente na direção do som.
O morcego voou rapidamente na direção da origem do som e percorreu um caminho que já conhecia. Era a estalagem que adentrara pela primeira vez e ao subir para os quartos superiores, notou no primeiro aposento que vira soldados inicialmente e este estava vazio, a exceção de um legionário que dormia pesadamente, e ao seguir para o outro aposento estacou o voo em pleno ar diante da cena.
Sendo segurada em cada braço por um legionário com as dobras de seu vestido suspenso Gatts testemunhou a maior violência que pode ser cometida a um ser humano. Caleb estava sendo cruelmente violentada e as marcas de hematomas e os rasgos da seda com sangue em seu vestido indicavam que aquilo não tinha começado naquele momento.
Os legionários não viram quando o primeiro braço foi decepado pelo risco rápido de uma espada larga voraz por vingança. Quando todos viram Gatts, a cabeça do legionário que tivera o braço cortado fora foi separada do corpo. A técnica, velocidade e brutalidade com que Gatts atacava eram impressionantes, e os legionários em suas armaduras parciais revidaram. Mas era como se atingissem um saco sem vida. Os cortes das espadas longas dos legionários abriam talhos profundos na pele de Gatts, mas o guerreiro furyondês apenas queria cumprir a sede que sua espada e a sua fúria ansiava.
Caleb se encolheu no canto, e teve seu rosto lavado com o mar de sangue que varria o cômodo. Gatts não viu quando uma figura apareceu na porta e dispondo de uma longa lança começou a ajudar o guerreiro mago e foi por pouco que a espada do guerreiro mago não veio em sua direção, tomando por inimigo, e foi só quando ele gritou mais alto que ele parou: “- Gatts, eu não sou seu inimigo, sou eu Gabardd!
Quando as vistas de Gatts se ajustaram e o sangue foi removido de seu rosto pelas costas de sua mão que ele reconheceu o lanceiro. Mas fez pouco caso do homem. Gatts se dirigiu para Caleb. Acuada no canto a primeira dama era um trapo humano, ferida, violentada e assustada como um animal ela recuou do toque de Gatts temendo que seu pesadelo tivesse continuação, mesmo assim o guerreiro mago insistiu em abraça-la e ele chorou pela sua dor, e mais ainda por que ele teve plena consciência que havia falhado.
“- Gatts, sei que o momento requer cuidado, mas teremos a qualquer momento mais inimigos adentrando aqui. Precisamos sair deste local. Por Zagyg! Você está muito ferido!” E era verdade, no frenesi do combate com o sangue correndo quente em seus músculos, Gatts não sentiu a gravidade dos ataques que os legionários lhe incutiram e a dor dos ataques finalmente chegava a sua mente. “- Tome, beba isso, irá se sentir melhor” Gatts não pestanejou, sorveu o líquido entregue pelo mercenário e sentiu seus ferimentos se fechando parcialmente. Sua condição ainda era periclitante.
“- Precisamos sair daqui agora.” Bradou Gatts com Caleb em seus braços. A mulher nada dizia, apenas sentia sua dor e chorava silenciosamente. Gabardd chegou a observar a janela ali existente, mas era uma queda de 6m metros. Sem corda, não poderia sair. Teria que sair pela por da frente. “Lanceiro, tome:” e jogando para Gabardd, Gatts lhe devolveu sua arma, um ranseur mágico. A arma havia sido tomada do mercenário na aventura A Mina e a Dama. “Não sei se sobreviveremos ao que nos espera lá fora, mas você já fez muito aqui. Eles querem a mim, mas se me ajudar a sair daqui, lhe recompensarei devidamente.” E respondendo ao guerreiro mago, Gabbard disse: “Se eu sair desta, já haverá sido recompensa suficiente para mim, além obviamente de ter meu ranseur de volta…”
E o lanceiro estava certo. Os gritos de batalha despertaram a atenção dos legionários do lado de fora e eles se preparavam para a saída dos heróis. Mas se se surpreenderam quando ao invés de saírem pela porta principal, Gabbard surgiu primeiro por uma das janelas da estalagem. E o lanceiro já saiu correndo em direção a um legionário próximo. Sua arma de haste atingiu o inimigo, desconsiderando todas as suas defesas. A energia brilhante na ponta de sua lâmina atravessou a loriga segmentada como se fosse apenas uma roupa, e sangue verteu pelo ferimento aberto.
Gatts foi o seguindo a sair e logo que saiu, analisou a rota, identificando um caminho menos ocupado, colocou Caleb ao seu lado e invocou uma de suas magias prediletas – Os Tentáculos Negros de Evard, a magia atingiu em cheio o sacerdote e dois dos legionários. Gatts sabia que o sacerdote poderia ser um grave problema se invocasse sua magia.
Os guerreiros da legião avançaram, 3 contra Gabardd e outros 2 contra Gatts, do alto, flechas voavam na direção do trio. Escondida atrás do guerreiro mago, Caleb estava protegida dos ataques que seu defensor recebia.
Gabardd girou o seu ranseur com maestria e com golpes rápidos carregados de técnica, derrubou dois dos legionários que enfrentava, e logo na sequência recuou até Gatts pegou Caleb e se adiantou a frente do caminho orientado pelo guerreiro mago. Dando cobertura a Gabardd e Caleb, Gatts invocou sobre os guerreiros e parte dos arqueiros uma densa e pegajosa teia que tomou toda a área.
E enquanto fugia cerrou o restante do caminho com uma longa e resistente muralha de gelo.
Os três polos de onde os inimigos estavam agora se encontravam neutralizados. Eles tinha o caminho livre, exceto por um inimigo.
Quando Gatts alcançou Gabardd e Caleb, ele notou que o guerreiro estava se apoiando em sua arma de haste, em seu corpo 4 flechas estavam fincadas e o sangue vertia vigorosamente. Caleb na retaguarda do mestre de armas apontou para o alto, onde Gatts notou um homem com um arco e duas flechas prontas em seu arco. Tendo sido notado pelo guerreiro mago ele disse: “- Deponha as suas armas Gatts, este é o fim de sua jornada. Não me faça matar, um de seus companheiros. Eles para minha senhora pouco valem. É você que ela quer. Responderá algumas perguntas e quando o seu príncipe vier ao seu resgate, ou desta cidade miserável, o faremos prisioneiro, ou quem sabe algo mais, quem sabe? Deponha suas armas”.
Gatts olhou para um lado, para o outro e não havia escapatória, recuar não era uma opção, ele mesmo havia cerrado os caminhos de volta e o único vão livre tinha um inimigo cruel adiante. E Gatts disse:
“Laucian, não esperava vê-lo aqui. Eu lhe conheço e ser cruel não é parte de sua índole, iremos seguir e você não nos fará mal”.
E quando Gatts deu o primeiro passo, Laucian retesou a corda do arco e o guerreiro mago teve certeza de que ele iria disparar, era o fim daquela empreitada…
Uma espessa neblina surgiu do ponto em que o mestre dos arqueiros da legião se encontrava, e ela rapidamente se expandiu obscurecendo a visão na região. E no mesmo instante Caleb, Gabardd e Gatts viram quando um círculo dourado com cerca de um metro e meio desenhou magicamente no chão, sob os pés do grupo.
Flechas voaram a esmo de dentro da neblina e quem estava dentro dela, se viu preso em uma massa de ar tão densa que impedia qualquer deslocamento. A frente do grupo surgiu uma figura. Em uma de suas mãos um livro de capa vermelha e em seu ombro um corvo agitava as asas após o abrupto surgimento.
Gatts conhecia aquele homem de meia-idade, era Savras, o senhor da Torre da Mágoa, e antes que qualquer coisa pudesse ser dita, ele falou: “- Não resistam!”
Tão rápido quanto surgiu, as quatro figuras desapareceram.
Surgindo no assoalho frio de uma câmara circular feita de pedra cinzenta, Gatts, Gabardd, Caleb e Savras surgiram. Ali de pé estava um anão e um drow, aparentemente já aguardando o surgimento deles. O anão, na verdade era o azher, Ghor e o drow, o ladino Hedrack. Gatts os conhecia de longa data e estava contente por revê-lo.
A ajuda de Savras os livrou de um grande perigo e logo que se recuperaram do efeito da magia, ele foi o primeiro a falar:
“- Vocês estão seguros. Esta é a Torre da Mágoa. Assim que se recuperar, venha até mim no último andar Gatts. Há aposento para todos, Ghor irá mostrá-los. Virá uma sacerdotisa de Trithereon de Baranford para cuidar da jovem.”
E se afastando o mago deixou a todos.
Retirando de dentro de sua blusa Gatts observou uma intrincada chave, uma chave especial amarrada por uma fina corrente de aço. E olhou o mago se afastando.
Continua…
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