Pathfinder

Pathfinder 2ª Ed. | O que mudou e por que mudou

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Olá bravos companheiros que acompanham as notícias aqui pelo Orbe dos Dragões. Um pouco atrasado, mas em tempo quero falar um pouco sobre a nova edição de Pathfinder, conhecida como 2ª edição, lançada em meados do ano passado (2019).

Pathfinder é um sistema de RPG base D20 lançado em 2009 pela Paizo, e ele veio com uma proposta de desafiar o até então Dungeons & Dragons 3.5, sistema que na época era o campeão nos tabuleiros pelo mundo. Mas Pathfinder veio e firmou suas raízes nas mesas de jogos. Isso se devia principalmente pelas suas melhorias face seu principal rival, e também pelo fato de ter sido mais democrático em popularizar seu conteúdo através da web. Centenas de milhares de conteúdos se tornaram abertos e elucidavam as dúvidas de milhares de jogadores e mestres, através do site da D20PFSRD, uma biblioteca gigantesca de conteúdo sobre o sistema.

Esse é um artigo original escrito e revisado pelos “Brunos” de Britis e Puro

Mas se o sistema era bom, por que mudou?

A verdade é que passados 10 anos do sistema, já era nítida a necessidade de implementar melhorias. Isso ficava cada vez mais evidente nas dezenas de suplementos que foram lançados complementando regras e ampliando os horizontes para classes e raças. Isso invariavelmente era o prelúdio do que estava por vir.

Tal como sua alma gêmea (D&D), Pathfinder caia no mesmo dilema quando os personagens atingiam níveis a partir do 10º, ou os itens mágicos entravam em cena – o desequilíbrio entre personagens ficava nítido e os mestres precisavam fazer adaptações às regras ou lançar mão da famosa “regra de ouro”.

Uma das restrições que mais vi ser feita é com relação a magia divina Reviver Morto/Ressurreição/Ressurreição Verdadeira. E por quê? Por que os mestres queriam tornar o efeito grandioso, valorizado pela dificuldade ou simplesmente mais milagroso.

Se podia ser melhorado, por que não fazê-lo? Foi aí que a equipe da Paizo entrou em ação novamente e repensou o seu principal RPG.

Novidades – Atributos

Esse não será o último artigo a falar de Pathfinder, na verdade espero que seja o primeiro de muitos, e a expectativa é trazer as novidades da nova versão e falar sobre suas principais mudanças. Respirou aliviado? Mas nem tanto. Muito pouco da primeira edição migrou para a segunda, e ainda assim as referências que se tinha antes, precisarão ser repensadas, como por exemplo os tipos de testes de resistência permanecem (fortitude, reflexos e vontade). O valor nestes testes depende agora do que o sistema chama de nível de treinamento, além da classe e atributo base (como era antes). Neste ponto senti um cheiro de similaridade com D&D5.0, mas vamos lá.

Como a coisa toda começa pelos atributos, aqui vem uma das novidades que mais me amarrei no Pathfinder 2ª Edição. Primeiro de tudo, são mantidos os 6 atributos bases de cada personagem (Força, Destreza, Constituição, Inteligência, Sabedoria, Carisma).

Existe a regra de rolagem de atributo (rolar 4d6 e descarte o menor), mas é um sistema altamente não recomendado, isto por que as pontuações podem ser formadas a partir da Ancestralidade, Biografia e Classe de seu personagem, partindo de uma base 10. Mas como assim?! Quero poder jogar minha bagaça e contar com a sorte… Aguarde um pouco e leia os parágrafos a seguir jovem padawan.

Todo personagem começa com todos atributos 10, e como vocês poderão ver a seguir, essa base pode aumentar ou diminuir a partir das escolhas que você fará.

Ancestralidades

Antes de se tornar um professor, padre, rastreador, médico, ferreiro, etc, você vem de uma ancestralidade. Isso é o mesmo que raça, porém com um toque de enriquecimento maior para algumas, como a humana por exemplo (que desdobra em humano, meio-elfo e meio-orc). A ancestralidade trata de sua origem, raízes, além de beneficiar com as características raciais, atribui um bônus de +2 em dois atributos e uma penalidade de -2 em outro (cada ancestralidade tem os atributos que são impactados). A exceção é para os humanos que recebem +2 para ser aplicado em dois atributos quaisquer, sem a penalidade. Além disso, a ancestralidade lhe concede uma quantidade de pontos de vida inicial fixa (apenas no primeiro nível), além de bônus em perícias específicas, e uma relação de talentos específicos de sua ancestralidade (1 no 1º, outro no 5º e por aí vai). Talentos de Ancestralidade só podem ser utilizados para talentos dessa natureza (parece óbvio, mas para quem estava acostumado gastar pontos de talentos onde tivesse atendimento aos pre-requisitos, é uma mudança importante).

De novidade nesse aspecto está a ancestralidade Goblin para poder ser jogada. É isso mesmo, agora você pode jogar com goblins. No inicio parece estranho, mas os caras tinham que dar um toque de excentricidade nos pequenos esverdeados e confesso que achei bem bacana a adaptação.

Biografia

Quem é você, o que você fazia antes de iniciar sua vida de aventuras? A biografia representa exatamente esse histórico. Esse é o passo seguinte a sua ancestralidade. Uma das coisas mais legais na biografia é que ela lhe ajuda a contar a história da gênese de seu personagem. E não precisa se preocupar com muito conteúdo, o livro básico traz cerca de 34 biografias, prisioneiro, vidente, taverneiro, soldado, médico, operário, mercador, mineiro, nobre, marinheiro, lavrador e por aí vai; a lista é grande e já soube que nos suplementos que ainda serão lançados novas biografias serão disponibilizadas. Da forma como o sistema sugere, um mestre e jogador criativos podem criar suas próprias biografias.

Mas para que serve em termos práticos?

Cada uma concede melhoria de +2 em dois atributos, um (de duas opções) é estabelecido pela biografia escolhida e outro é livre para o jogador aplicar onde bem entender. Além disso, ela lhe considera “treinado” em média de duas perícias e recebe um talento de perícia predeterminado.

É incrível como as coisas encaixam. O capítulo 2 é simplesmente um dos mais importantes do livro, isto porque a sua proposta é fundamentar as bases de todos os personagens com a Ancestralidade e a Biografia.

Onde eu compro?

Gostei de tudo que li, e quero conhecer o trabalho da equipe da New Order, como faz? Por R$ 1.000,00, você pode adquirir uma versão do livro básico, ou bestiário, ou suplementos! rsrsrsrsrs Esse é o preço que está disponível para venda no site da New Order. É isso mesmo produção?!

A New Order, foi a empresa brasileira escolhida pela Paizo (graças aos deuses no lugar da falecida responsável pela 1ª ed). A New Order cuidará de todas traduções e comercialização do conteúdo de Pathfinder e Starfinder no Brasil. A empresa concluiu em agosto do ano passado, a tradução do livro básico, além do bestiário e lançaram simultaneamente com o mundo, o novo RPG. O material está de uma qualidade impressionante.

Mas e aí, onde os R$ 1.000,00, fazem sentido?!

Para financiar o projeto de tradução eles precisavam atingir uma meta estabelecida pela empresa para que a comercialização desse certo. Imagine como um IPO de ações. Para a empresa conseguir expandir e ampliar seus negócios, ela lança ações no mercado e voilá. No caso do financiamento coletivo é um pouco diferente, mas parte da mesma premissa, captar recursos para poder se investir em projetos como esse.

Quem comprou no financiamento coletivo pagou bem menos que R$ 1.000,00, o livro básico e bestiário (versão PDF) estavam por R$ 130,00, entre outros pacotes com diversas combinações como Livros de Luxo, versões impressas, cards de falhas/sucesso críticas, etc.

Mas e aí, agora só pagando R$ 1.000,00?!

Em março de 2020, a New Order promete que os livros estarão disponíveis para compra no mercado comum através de seu site. Até lá, resta apenas aguardar e de forma alguma pagar esses mil badarós 😀

E Agora?

Tem ainda uma série de coisas para serem ditas e me comprometo a fazê-lo ao longo das próximas semanas. Se você se sentiu perdido com o pouco que foi expressado aqui, não se assuste, eu também me senti assim. Mas logo que a leitura foi progredindo as coisas foram ficando cada vez mais claras e eu voltei a reler alguns capítulos e tudo fez sentido.

Se não quiser esperar e tiver dúvidas sobre como ficou “isso” ou “aquilo”, não se acanhe, deixe aqui sua pergunta e a comunidade Orbe dos Dragões” lhe responderá!

Até mais!

Fontes:

https://pt.wikipedia.org/wiki/Pathfinder_Roleplaying_Game

https://paizo.com/

https://newordereditora.com.br/

https://www.d20pfsrd.com/

Todas as imagens foram retiradas da internet com assunto relacionado a Pathfinder. 

Bruno de Brito

Mestre da campanha "Aurora dos Conflitos", ocorrida no cenário de Greyhawk. Entusiasta do sistema Pathfinder, fã de Magic: The Gathering e churrasqueiro nas horas vagas.

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