Esse artigo reúne os fatos que antecederam a Missa Heroica ocorrida no dia 06 de Preparos de 597 CY (On Game). Um ponto curioso é que essa sessão ocorreu integralmente via WhatsApp. O que representa um marco na história de como jogamos RPG.
– O Templo da Flor de Sol, foi conspurcado. E poucos entendem isso. – Suspira e lamenta Erzurel.
Vendo que o descontentamento tomou conta da reunião, Rathnar tenta evitar maiores dissidências, dizendo:
- “Estamos todos reunidos aqui, é um risco muito grande, é verdade. Toda preocupação é válida, mas vamos olhar o lado bom: Os clérigos Erzurel e Kalin, juntamente com Sandy Benelovoice, certamente analisaram os riscos antes de tomar essa decisão. Como estavam aqui, desde o inicio, envolvidos com toda essa trama e na defesa do templo, eles conhecem melhor os inimigos e as autoridades políticas e religiosas”.
– “O nosso grupo está todo aqui e isso é a maior vantagem. As forças que agem contra os povos dessas terras terão muito mais dificuldade caso queiram intervir nessa possível aliança, se trata de um possível acordo de paz, meus companheiros. Para por fim a essa guerra. E isso é o que interessa. Nós, por estarmos aqui, podemos garantir uma melhor e mais segura transição desse momento de guerra, para um de paz. Se pudermos resolver essa questão entre Verbobonc e Colinas Kron, ao mesmo tempo em que restabelecer a ordem religiosa de Pelor, cujo templo foi atacado de forma covarde, será o maior feito desse grupo de heróis”.
– Estaremos sendo verdadeiros Defensores do Trono. Protetores de coroas de nações honradas e benevolentes, como é Verbobonc, Colinas Kron, Furyondy, Ducado de Urnst, Condado de Urnst e Demesnes. Essa é a maior vantagem de realizar essa Grande Missa, de cunho religioso, como alavanca para por um fim à essa guerra, de cunho político.
Das Necessidades
– “Precisamos, certamente, planejar melhor tudo a partir de agora, para reduzir riscos e garantir o sucesso dessa nova missão. De qualquer forma,precisamos receber a confirmação. Se realmente as autoridades de ambos as cidades concordam com essa reunião”.
Notando a tentativa do elfo em amenizar o ocorrido, Eophain continua:
- “Não só questionar a concordância de ambos os lados, Elfo. Nem mesmo foi solicitada a autorização dos governantes de Verbobonc para a realização deste evento, que atrairá outros chefes de estado não só de Colinas Kron, mas seja lá pra quem Erzurel despachou os malditos pombos do templo! Se fosse do intuito de vocês que este tratado fosse realmente assinado, isto nunca, em hipótese alguma deveria, ter sido decidido por dois ou três integrantes, de um grupo muito maior! Estão se precipitando nos seus desejos pessoais, esquecendo que o Todo é muito maior.”
Alheio aos protestos do Kensai, Erzurel continua:
- “Exatamente isso Rathnar. Essa é uma missão pessoal e acredito que de Sandy e de Kalin também. Precisamos restabelecer o templo, obter mais informações sobre o conflito e tentar um diálogo com as duas partes. Com isso traçar, as medidas que devemos tomar para resolução desta questão”.
Perspectivas
– O cenário é diferente de um campo de batalha ou uma alcova, mas há perigo na diplomacia e nestes jogos políticos. É uma atuação diferente, mas necessária. Não os comuniquei antes, pois fiquei deveras envolvido com os preparo. Porém Kalin e Sandy sempre estiveram a par da situação. Mas peço aos que puderem colaborar, que o façam de boa vontade. Entenderei os motivos dos que não quiserem se arriscar”.
– Precisamos agora apenas de coesão, planejamento, proteção e execução. Como vocês podem nos ajudar?”
- “Como eu disse, amadores”. – vocifera Eophain, dando as costas e retirando-se da reunião.
Sandy dá um sorriso. Quando Eophain tenta passar por ela, a paladina se interpõe no caminho do kensai impedindo sua passagem, fazendo uma barreira, tal qual faria com uma criança rebelde. E diz: – Não quebre o protocolo senhor profissional de grandes eventos, ou se preferir, não seja descortês com uma dama ou com seus aliados. Chamei vocês aqui para uma reunião. E como o destino do todo e, parafraseando o kensai, depende das ações de cada um, então apenas deixe o recinto quando a mesma for desfeita, Al’ Durkan!”
E ela continua:
– “Agora escute bem. Como uma das capitãs das forças Reais de Furyondy, compactuo com seu orgulho em não querer ocultar sua posição, apesar de Verbobonc não fazer parte de Furyondy.Nossos inimigos trabalham com manipulação forçada e, de cara limpa, você estaria sendo um alvo.Nybas sucumbiu porque um demônio se apossou de seu corpo e não quero que o mesmo ocorra com mais ninguém. – Dirigindo-se para os demais, ela diz: – Enquanto estivermos vestidos como os trabalhadores do templo, nos confundiremos com eles, ficando espalhados por todo o terreno. Como disse, farei os ajustes nas roupas para que elas se tornem robes para que sejam fáceis de remover e nos dar a liberdade que precisaremos”.
Dissidências
– Realmente pessoal, não estamos aqui para discutirmos se faremos o evento ou não, ou se sequer concordamcom ele! O evento vai acontecer! Independente de minha vontade ou de quem quer que seja! Mas quero que vocês mantenham a mente aberta, pois estamos num dos maiores templos da cidade de Verbobonc e criaríamos outro problema, especificamente para o templo, se vedássemos o acesso das pessoas importantes a ele. Só vamos aproveitar que isso vai acontecer mesmo, para tomarmos as medidas de contenção necessárias. Seria mais fácil se fechássemos o templo e deixássemos o Orochi fazer a santificação e a missa apenas para nós.Mas que significado teria isso? O que de heroico isso traria?”
A Paladina prossegue com seu discurso:
– “Como Mestre Rathnar bem disse, os heróis se reuniram aqui!Penso que Heironeous e os demais deuses fizeram isto com um propósito. A missa de Kalin pode ser um importante passo para atingirmos uma grande obra: alcançar a paz entre os povos de Colinas Kron e Verbobonc. E isto é o desejo de nosso senhor Tom! Desejo que todos aqui possam estar envolvidos se realmente são súditos dele,se pelo menos almejam a paz entre os povos ou se realmente tem alguma predileção por Pelor”.
– “Vamos mostrar nosso profissionalismo com a coesão que nos é esperada por Tom e, com os detalhes do plano que devem ser discutidos por todos nós, se envolver nele profundamente. É muito fácil arrotar verdades e dar as costas.No entanto, melhor é expor ideias que auxiliem no sucesso da missão ou no menor estrago possível e assim que grandes grupos se formam. Claro que estou apenas falando de nossos posicionamentos, inicialmente.Existem outros detalhes como o fato das autoridades e seus representantes ocuparem as fileiras iniciais, com um pequeno espaço entre eles, seus homens de confiança e o restante da comitiva que vier. Temos que pensar em como distribuir estas pessoas pelo templo. Eu poderia pensar em tudo sozinha, mas sei que reuni aqui as melhores mentes e com elas planejo fazer algo grandioso.”
União
– “Temos que ter em mente que o esforço de Kalin não poderá ser em vão! Alguns aqui não me conhecem tão bem quando podem achar, mas eu não deixarei que ninguém tombe sozinho. Ou venceremos juntos ou caímos juntos! Isto é o todo sobre o um!”
– “Bem, se não temos mais discussões e uma vez que todos aceitaram suas posições no evento. Agora vamos aos detalhes do plano, amigos.”
Assim que a Paladina termina de falar, Eophain se retira. Para ele, infelizmente o discurso heroico recheado de contradições, maquiando uma ideia utópica, não pareceu ser suficiente para preencher as lacunas de um plano que, para o Kensai, possui brechas perigosíssimas. Sendo assim, ele prossegue com sua retirada.
Sandy deixa que o guerreiro saia do recinto percebendo que, aparentemente, ele não participará do plano. Vendo-o sair, ela apenas diz:
– “Espero que, ao menos você Al’Durkan, possa ficar ao meu lado durante o evento. Hadauck ficará com Rathnar e estaremos concentrados sentindo o mal. Precisaremos de sua espada, caso o pior aconteça. Se não pelo grupo e pela vontade de união de Tom, pelo menos faça isso por Kalin ou por algum sentimento de honra entre aliados que você tenha guardado em algum lugar.”
O Kensai deixa a reunião
-“Não se preocupe Paladina. – diz Eophain, ainda de costas–“De Capitão de tropas e Kensai da força real de Furyondy para capitã, farei o necessário para que esta missa não ofereça risco algum para nenhum dos envolvidos.” Eophain conclui, fazendo uma reverencia a Sandy e se retira do recinto”.
Com o semblante sereno, e entendendo um pouco mais sobre a natureza e posição do Kensai, Benelovoice, faz um cumprimento militar à ele e se volta para os aliados.
–“Política e Religião me sempre fascinam.– diz Hadauck. Ele dá um sorriso e continua:– “Acho queremos força suficiente para cobrir as brechas. Mas não vamos pormenorizar as preocupações de Al’ Durkan. “Com fé em Istus, dará tudo certo.”
Mestre da campanha "Aurora dos Conflitos", ocorrida no cenário de Greyhawk. Entusiasta do sistema Pathfinder, fã de Magic: The Gathering e churrasqueiro nas horas vagas.