Torkill, O Sem Nome

Nome: Torkill

Jogador: Augusto

Idade: 28 anos

Raça/Etnia: Humana/Tethyana

Profissão: Mago

Cabelos/Olhos: Pretos/Castanhos

Cor da Pele: Branca

Altura/Peso: 1,92 m/70 kg

A noite estava fria, raios e trovões cortavam o ar anunciando a tempestade que viria. Anabel era a matrona do orfanato de Waterdeep e odiava noites assim. As crianças ficavam assustadas e ela também. Já era tarde e ela tentava sem sucesso acalmar uma das crianças quando escutou um barulho vindo da ruela ao lado. O som de algo pesado batendo contra o solo, tábuas se partindo e um grito de alerta seguido de um clarão… O estrondo do trovão que sucede o raio, e passos apressados correndo. Por fim a chuva e o silêncio. Anabel se encolheu apavorada. Aquelas ruas podiam ser bem perigosas a noite. Foi quando escutou o choro de um bebe. Espiou da janela e não viu ninguém, a ruela parecia deserta, apenas o barulho da chuva e o choro de um recém nascido. Anabel abriu a porta ainda apreensiva, mas não era a primeira, nem seria a ultima vez que alguém abandonaria o filho na porta do orfanato.

Torkill passou a infância no orfanato. Odiava o lugar. A matrona era dura e rigorosa com tarefas que nao faziam o menor sentido para ele. Alem disso, ele odiava as outras criancas. Franzino, se via constantemente em desvantagem nas brincadeiras idiotas que quase sempre acabavam em briga, que por sua vez jamais acabavam bem para ele. Perdeu as contas de quantas vezes apanhou das outras crianças e consequentemente chegara com a roupa suja de lama ou rasgada e acabara apanhando novamente da severa matrona Anabel. As punicões jamais eram justas. Assim, passou a ignorar os outros quando podia. Os únicos bons momentos no orfanato se passavam quando se reuniam próximo da lareira nas noites de tempestade. Gostava de observar o medo que tomava conta de todos, inclusive da matrona que tentava acalmá-los contando as mais diversas estórias.

Não tinha lembrança dos pais, não sabia sequer se haviam morrido ou por qual outra razão o haviam abandonado, mas as vezes sonhava com eles. Os sonhos eram tão reais que acreditava que seria capaz de identificá-los caso os visse na rua. Por isso passava o tempo livre na janela, observando os passantes enquanto as outros orfãos brincavam. Sempre soube que era diferente, o que ficou ainda mais evidente quando descobriu seu dom para magia. Mesmo sem treinamento era capaz de realizar alguns truques e usava isso a seu favor para colocar medo nas outras crianças.

Aos 10 anos, observava da janela quando viu um pássaro fugir da gaiola de um comerciante que passava. Interpretou aquilo como um sinal. Então, reuniu toda sua coragem e resolveu fugir do orfanato. Não tinha a nenhuma ideia de para onde ir e, como por azar, acabou esbarrando em uma mulher, ninguém menos que Laeral Silverhand, parceira de Khelben “Blackstaff” Arusun. A arquimaga sentiu imediatamente a a aptidão magica natural do jovem Torkill, levando-o consigo para a Blackstaff Tower, onde comecou seu aprendizado. Aquele foi talvez o dia mais feliz de sua vida.

Contudo na escola nem tudo eram flores. Os colegas o chamavam de Torkilll, o sem nome, em referência a ele ser orfão e não ter um nome de família. Ignorava-os como havia ignorado os orfãos antes. Isolado e sem amigos, dedicava seu tempo na torre aos livros e estudos, fascinado por tudo que aprendia. Estava sempre a frente dos colegas e frequentemente desafiava a autoridade dos mestres fazendo experimentos ou roubando livros considerados avançados demais para ele. A puniçao, quando descoberto, era sempre severa, mas ele não se importava, as recompensas e o aprendizado geralmente valiam o risco. Já não se dava ao trabalho de entender as pessoas ou como estas lidavam com a autoridade que possuíam. Seu único objetivo era se tornar um mago de verdade. As vezes sonhava que era o próprio Khelben ou algum outro mago famoso.

Se formou com louvor. Havia sonhado com a mãe na noite anterior à formatura e ela chorava. Não tinha a mínima ideia do significado do sonho, menos ainda do que faria da vida dali pra frente, agora que havia se tornado um mago. A cerimônia ocorreu num dia chuvoso, e logo após receber seu bastão, o arquimago Khelben veio ter com ele. Torkill sabia do que se tratava e recusou a proposta mesmo antes de ouvir as palavras. Não faria parte dos Moonstars. Se o arquimago ficou decepcionado, nada demonstrou, ao contrario de Laeral, que ficou furiosa. Torkill gostava deles, principalmente de Laeral, a quem era extremamente grato pela oportunidade que esta lhe dera, mas ainda assim deixou tudo para trás sem sequer dizer uma palavra de agradecimento ou de explicação à maga que o acolhera. Passou a viver como um viajante errante pelo Norte de Faerûn, bem longe de sua cidade natal.

Nessa fase da vida, visitou lugares que conhecera nos livros. Estudava os misterios da magia e sua influência prática no mundo e em seus habitantes. Recentemente, enquanto explorava cavernas habitadas por goblins com um grupo de aventureiros aos quais se associara temporariamente, acabou encontrando fragmentos do Nam Bal Sharai, uma obra profana escrita por Kassandra, A Sombra Escarlate, discipula direta do próprio Zhengyi, o Rei-Bruxo. Dias antes havia escutado a notícia que o Rei Bruxo havia sido derrotado em Damara. Coincidência ou não, o jovem mago Torkill, no auge de seus 28 anos, passou a estudar a intrigante obra enquanto se dirigia à região de Damara na esperança de descobrir mais sobre Kassandra, ou até mesmo sobre o próprio Zhengyi.