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Terra dos Escudos, nas cercanias de Alhaster, Inverno de 563 CY (29 anos atrás)

Numa fortificação à Leste de Alhaster, um homem com aparência mais envelhecida do que deveria fitava a lareira à sua frente. Era o olhar de um homem cansado de batalhas e fugas. Próximo à lareira, estava um berço, onde uma criança de um pouco menos de um ano dormia tranquilamente.

Fortificação em Alhaster

O homem ouve batidas na porta, e, sem aguardar resposta, um criado entra e se põe diante dele.

“Senhor, não poderemos mais ficar aqui. Nossos informantes dizem que a cidade sofrerá em breve um ataque vindo da Terra dos Bandidos. Além disso, a situação nos arredores de Critwall continua tensa, visto que o Lorde Walworth ainda não convenceu o Rei Belvor IV que o retorno de Iuz seria um problema futuro para Furyondy e para a Terra dos Escudos.”

“Diplomacia nunca foi o forte do Lorde Walworth. Porém, ele tem razão, e por isso deixei aquele lugar.” – o homem fala, seguido de uma tosse.

“Porém, senhor, parece que sua saída foi percebida. O avanço da Terra dos Bandidos contra Alhaster tem como objetivo capturar o senhor e seu filho. Eles os enxergam como uma grande ameaça contra seus planos.”

O homem estava cansado. Ele, de sangue nobre, precisou se esconder nos últimos meses, e a falta de uma assistência adequada custara a morte de sua esposa um par de meses após o parto da criança.

“Traga-me Qiad.”

Qiad, um clérigo de Pelor, era um velho amigo de Lorde Yach, e seu conselheiro nas horas mais sombrias. Ele celebrara o casamento de Lorde Yach e da Condessa Eudora, além de batizar seu filho, e, apesar de ter sido convocado às pressas, não estava presente quando a esposa do Lorde sucumbiu.

Lorde Yach

Após regressar com Qiad, o servo se retirou, e Lorde Yach começou a falar:

“Qiad, meu velho amigo… Acredito que, aqui, precisamos nos separar. As últimas notícias de Critwall não são animadoras, e saí de lá há mais de um ano para proteger Eudora e nosso filho, que ainda não havia nascido. Porém, Eudora agora não está mais entre nós, e parece que a tempestade nos persegue…”

Qiad olha para Yach, de forma fraternal, mas não fala nada.

“Preciso de um favor, Qiad. Retornarei para o lado do Lorde Walworth, pois preciso ajudá-lo a conquistar a aliança com Furyondy, mesmo que seja necessário revelar minha verdadeira linhagem. Porém, não posso arriscar a vida de meu filho nesta missão. Leve a criança com você e siga para o Ducado de Urnst, onde ainda deve ser seguro, e sei que temos amigos por lá. A herança dele nunca deve ser revelada, e isso é uma ordem que não pode ser descumprida de forma alguma. Espero que meu filho possa fazer seu caminho sem que os fantasmas do passado de nossa família o persigam. Ele não merece isso. Com meu retorno, espero estar construindo um futuro de paz para ele.”

Qiad acena positivamente, e sai. O caminho seria longo.

Bruno Simões

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