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Valeros, O Destemido

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Valeros foi o primeiro dos Icônicos divulgados pela Paizo. Foi anunciado no blog da editora em maio de 2007, no dia 7,  como apenas um guerreiro de duas armas com uma queda pela bebida e uma atitude desleixada perante a vida, mas com uma bússola moral afinada. Sua primeira aparição se daria no segundo nível da campanha A Coroa do Rei Kobold. Anos mais tarde, em 2010, os editores perceberam que os Icônicos que sucederam Valeros, vieram mais ricos, com um pano de fundo mais elaborado com relação às suas perspectivas, objetivos e motivações. Eis que no dia 30 de Junho daquele ano, o erro foi corrigido e Valeros ganhou uma história oficial.

Tradução:
Fred Torres
Publicação: Fred Torres


Valeros nasceu numa pacata fazenda em Andoran, onde cresceu ouvindo as historias de soldados que por ali passavam, sonhando com dias de aventura e exploração. Esse desejo por desbravar o desconhecido sempre crescera em seu coração, mas também crescia a necessidade de ajudar seus já idosos pais nas tarefas da fazenda e pouco a pouco as assombrosas e crescentes demandas da vida rural iam destruindo qualquer possibilidade de viagens para conhecer o mundo lá fora. Um mês antes que um casamento arranjado com a filha de um fazendeiro vizinho pudesse prende-lo para sempre naquele lugar (mas não antes dele provar algumas das benesses da vida casada), Valeros finalmente se viu diante do fim da vida de aventuras que tanto sonhara. Tomado subitamente pelo desespero de uma vida entre gado e espigas de milho, Valeros arrumou uma muda de roupas, malocou alguma comida da cozinha e um velho cabo de machado para se proteger de rufiões e fugiu na calada da noite, a primeira de muitas fugas.

Nos anos seguintes, Valeros amadureceu, não era mais aquele menino verde que saíra fugido de suas terras buscando abraçar o mundo (e talvez uma ou três donzelas que se animassem com suas histórias). A vida de viajante não era, ao que parecia, uma vida muito fácil e nem um pouco glamurosa como os contos dos bardos faria crer e Valeros, já adulto, carregava as evidências na forma de cicatrizes. Se percebendo habilidoso com uma espada na mão, Valeros rapidamente se viu engrossando a fileiras de grupos mercenários. No meio deles, aprendeu a verdade nua e crua sobre os combates e as guerras. Apesar de suas habilidades com uma espada (ou duas) raramente fossem questionadas, o tempo que passava num grupo nunca era muito longo. Ele foi guarda por um tempo do Consórcio Áspis, relação que acabou quando certos carregamentos começaram a aparecer no seu turno (não porque os moradores locais explorados estavam morrendo de fome, e precisavam de pouco a mais pra sobreviver ao inverno). Certa feita passou uma temporada como caçador de recompensas freelancer, período em que percebeu que era mais fácil caçar um assassino foragido do que uma jovem fugitiva de um casamento infeliz. E é claro, o infame incidente com o Bando do Espancador, sobre o qual Valeros diz apenas que tinha absoluta certeza de que o líder da companhia morrera esmagado naquele desmoronamento, de outra forma ele jamais tocaria em sua mulher.

No fim das Contas, depois de prestar serviços a dezenas de empregadores, valeros finalmente concluiu que para pararem de culpá-lo por coisas que ele não teria feito – ou não – era melhor que trabalhasse para si, como aventureiro. Dessa forma teria a companhia apenas daqueles que o compreendessem e aceitassem, deixando os outros de lado. E se por acaso esses companheiros fossem belas mulheres como uma certa feiticeira varisiana ou uma ladina elfa, tanto quanto melhor.

“Não há nada melhor do que uma noite de bebedeira intensa e uma companhia cheirosa”

(Valeros)

Embora obediência não seja sua maior qualidade (assumido pelo próprio), Valeros é um talentoso lutador de duas armas, facilmente encontrando lugar em qualquer grupo pela tenacidade e absoluto destemor – alguns diriam negligência – com o qual se lança para o combate. Apesar de sua reputação de bruto e de recorrente desrespeito pelas leis, Valeros aprendeu alguma coisa aqui e ali em suas viagens, inclusive a ler (coisa que seus respeitáveis pais nunca souberam). Devoto de Cayden Cailean – a única divindade que compreende o papel central da liberdade na vida do homem comum – Valeros vive sua vida na boa, levando esse espírito para todos os aspectos dela, inclusive relacionamentos e riqueza. Embora seja afeito a armas de qualidade e aos confortos mundanos, o único ítem de que nunca se separa é a caneca (porque nunca se sabe quando alguém vai lhe oferecer uma bebida). O recorrente comportamento apático e insensível, esconde um coração nobre e uma lealdade ímpar àqueles poucos que conseguem o feito de cativá-lo.

A próxima Icônica será Seoni, a Líder Estrategista.

Fred Torres¹

¹Publicado originalmente em paizo.com/paizo/blog por James L. Sutter no dia 30 de Junho de 2010
Ilustração de Wayne Reynolds

Dom Freddonci

View Comments

  • Curti de mais a leitura, obg pela apresentação deste herói, no aguardo do próximo.

  • Muito bom. Todos os icônicos parecem ter uma história simples e até clichê, mas é um engano. Todas as histórias que li em outros fóruns e agora essa publicada aqui no blog, são muito interessantes e mostra como a origem, a gênesis de um personagem influencia em sua carreira.

    Muito bom Lorde Vaca, continue assim!

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