Kalin estava preocupado com Eophain, enquanto caminhava com seus companheiros, tentava estimar quanto tempo levaram na sala do alquimista se recuperando dos ferimentos e se preparando para uma nova investida contra o dragão esqueleto. Desta vez ele não temeria a criatura e usaria toda a sua reserva divina para destruir aquele ser de inominável poder. Ele só esperava que não fosse tarde demais para Eophain. O clérigo de Pelor não toleraria perder qualquer um de seus companheiros.
Essa era a sua missão, e ele não desapontaria a todos!
Mestre da Masmorra: Bruno de Brito
Personagens:
Bruno Simões (Kalin)
Fabrício Nobre (Eophain)
Diogo Coelho (Gatts)
Daniel Alonso como (Pyrus – conduzido especialmente como NPC)
PdM (Questin)
Sessão de 16.09.17
O Templo do Elemental Maligno
- A Aventura Começa;
- Chegada ao Templo;
- Sangue Morto;
- A Santa Sé Elemental;
- O Templo Elemental da Terra – Parte I;
- O Cofre de Romag;
- O Cofre de Romag – Parte II;
- Templo Elemental da Terra – Parte II;
- Templo Elemental da Terra – Parte III – Exploração;
- Templo Elemental da Terra – Parte IV – O retorno de Kalin;
- Templo Elemental da Terra – Parte V – Mudança de Rumo;
- Templo Elemental da Terra – O Dragão Esqueleto | 1º Ato;
- Templo Elemental da Terra – O Dragão Esqueleto | 2º Ato;
- Templo Elemental da Terra – Parte VII – A Saída;
- Em busca dos Heróis do Norte
Textos dos Jogadores
Pontos de Experiência
INICIO
Os aventureiros levaram cerca de uma hora se preparando para retornar ao corredor onde encontraram os mortos e perderam Eophain. Gatts estava muito preocupado. Cada minuto era valioso demais, mas seus companheiros precisavam recuperar-se de seus ferimentos e Pyrus insistia em descansar para poder ter as bençãos de Joramy mais uma vez. Kalin estava esgotado, só lhe restava a fé para canalizar energia e umas poucas preces pouco úteis no combate que se anunciava.
Fosse como fosse, Gatts elevou a moral dos sacerdotes de Questin e logo se puseram a caminhar rumo ao local onde deixaram Eophain. Por dentro Gatts se martirizava. Sua condição havia melhorado após a restauração de Kalin. Ele havia chegado próximo da morte. Os ataques físicos e a baforada do dragão drenou grande parte de sua energia de vida e ele esteve muito próximo de se tornar um daqueles esqueletos, servindo ao dragão pelo resto de sua vida. Mas o desespero e uma decisão mal pensada houvera talvez condenado o kensai.
Quando disse que iria recuar, todos os membros do grupo consideravam a retirada. Não era isso que o guerreiro mago tinha em mente, mas seu comando fora limpo, claro e simples. Ele havia liderado sem perceber, e agora entendia algo que sua prima sempre lhes dizia e ele teimava em ignorar:
Meu primo, você é um líder nato. Veja o que você fez na Torre da Mágoa, do que fizemos no vilarejo de Nó e em Hommlet, sua natureza pode ser de um guerreiro solitário, mas seu carisma inspira, lidera…
Mas agora era tarde. Ele precisaria refletir sobre essa “responsabilidade” outra hora, Eophain precisava de sua ajuda e ele esperava, e rezava intimamente que ainda desse tempo. Precisaria de todos aqueles aliados para ajudar a resgatar o príncipe Thrommel.
O grupo chegou ao local da batalha contra Falkenheart, nome o qual se auto intitulou o dragão esqueleto. O vasto corredor estava coberto por ossadas humanoides de todos os tipos e o grupo foi até a prisão de ossos a qual Eophain fora enclausurado. A mesma se encontrava aberta, sem sinais de rupturas ou quebras. Quando saiu dali, Eophain o fez sem utilizar de sua força física. Pyrus esperava que tivesse sido sua força psicológica.
Kalin e Questin iniciaram uma perícia minuciosa atrás de vestígios do kensai. Gatts se uniria a eles logo após quebrar um último totem que restava no final do corredor. O grupo estava preocupado, aquele era o covil do dragão e a qualquer momento ele e seus esqueletos poderiam retornar. Precisavam rapidamente encontrar pistas de para onde Eophain pudesse ter ido. E alguns indícios foram mostravam que possivelmente o guerreiro houvera retornado de onde vieram os heróis, mas para onde?
Um corredor na região central e inferior da sala, revelava duas portas, ambas bloqueadas firmemente por móveis do outro lado. Uma das portas segundo Questin lhes revelou sons de conversas além. E a outra silêncio.
Quando estavam quase preparados para seguir adiante pelo corredor, novamente a perícia de Questin revelou quem uma parede se destacava das demais, uma seção de 3m por 3m e com todos agora atentos à possibilidade de haver ali uma passagem secreta, começaram a perscrutar com magia e uma busca mais intensa, sinais que revelassem como “abrir” aquela passagem secreta. E foi nesse meio tempo que o grupo ouviu passos do corredor de onde o grupo veio. E todos se surpreenderam – era Eophain!
O kensai se aproximou do grupo devagar. Estava cansado, com diversos hematomas e sinais de queimaduras, dentre outros ferimentos de um guerreiro que acabara de sair de uma batalha ferrenha, e foi isso que o furyondês relatou. Ainda sem saber exatamente como os seus semelhantes reagiriam às verdades, Eophain preferiu soltá-las gradativamente, ao longo da conversa. E apesar da desconfiança de todos, uma coisa era inegável – o companheiro estar vivo era uma notícia muito boa.
Ao conhecimento do grupo chegou a revelação de que Eophain auxiliou Kaeris (ou Falkenheart) em seu plano de tomar de assalto um orbe guardado na venda, e para isso enfrentou e quase dizimou completamente o estabelecimento. Agora o dragão possuía o objeto e era muito mais perigoso que antes.
Após as devidas análises da situação, o grupo chegou a conclusão que era melhor recuar para o corredor principal e tomar os acessos ao norte na tentativa de encontrar a saída.
O patrulhamento dos gnolls se tornara muito mais intenso, e agora o grupo sabia que dificilmente passariam como seguidores do templo, mesmo usando os robes. E foi explorando os caminhos que eles chegaram até uma porta reforçada de metal e madeira. Com perícia, Questin conseguiu desativar uma armadilha mágica e abrir a fechadura, mesmo sem a chave correta.
O que os aventureiros viram do outro lado era uma sala, com uma bela parede ornamentada com grandes gárgulas de cada lado e um portal, onde em sua base pequenos espaços indicavam que ali deveria ser depositado algo. A frente do portal uma grande estatua de pedra destoante das características da rocha da passagem – um guardião. A estatua trazia em escritos ao redor de seu pescoço os seguintes dizeres:
Esta é a saída do templo, para um salvo conduto, o enigma deve responder, ou as consequências sofrer…
Havia chegado a hora e local. O grupo havia conseguido encontrar a passagem para fora daquela masmorra e não titubearam. Colocaram as gemas adquiridas na venda aos pés do portal, em receptáculos e aguardaram a pergunta do enigma e ela veio através da boca do Golem:
Muitas palavras definem a pergunta, mas apenas 1 satisfaz em resposta. Quem é o senhor do templo?
Virando uma ampulheta localizada na cintura, a criatura indicava o tempo que o grupo tinha para dar a resposta certa. E foi Gatts que respondeu:
O Mal
E como que dando uma chance para melhor definir a resposta, o golem perguntou:
E quem é o mal?
A resposta que veio, foi errada – Romag.
Guardando a ampulheta o golem se colocou em posição de combate e uma peleja se iniciou.
O golem era uma muralha quase impenetrável, apenas a técnica ou sorte conseguiam ultrapassar as camadas de pedra e adamante a qual o ser era feito. E o grupo combateu com a melhor unicidade vista desde que adentraram o templo. Em verdade as sucessivas batalhas e desafios os estava unindo como um ferro de múltiplas ligas em uma forja chamada Templo do Elemental Maligno.
Gatts invocou a mágica da velocidade, pode sobre o qual todos os heróis estavam céleres e mais defensivos aos ataques. Pyrus como de praxe durante suas ações invocou as bençãos sequências de Poder Divino e Força dos Justos para poder combater em pé de igualdade com Eophain, Questin durante todo o combate se posicionou gerando vantagem aos ataques dos companheiros, principalmente Eophain. O halfling não obtivera êxito em qualquer de suas tentativas de ataques contra o ser, mas gerou para o kensai maiores chances de atingir o inimigo.
Mas o golem de pedra, também tinha seus truques. Em dado momento durante o combate ao pisar com extrema violência no chão, todos em um raio de 3m com baixa resistência a efeitos morais foram submetidos ao efeito inverso da magia conjurada por Gatts. O golem conjurou sobre todos em seu entorno o efeito da magia Lentidão. Aqueles que tiveram maior resistência conseguiram vencer o efeito, outros tiveram os efeitos ad velocidade conjurada por Gatts cancelados.
E assim o combate seguiu com o grupo resistindo aos poderosos ataques do golem e este também ao dos heróis.
Eophain havia conseguido enfraquecer muito o ser com sua técnica e habilidades de combate. O kensai de fato era um exímio guerreiro. Questin apesar de não ter conseguido “ferir” a criatura, desviou sua atenção o suficiente para gerar vantagens a todo tempo para Eophain. Pyrus também conseguiu igualar-se a Eophain em capacidade de combate graças as benção de Joramy, Kalin como um grande curandeiro e sacerdote apoiou o grupo com as magias divinas de Pelor. E Gatts foi o grande finalizador do combate.
Usando magia e espadas, o guerreiro mago beneficiado pela própria magia de velocidade, tendo resistido aos efeitos de lentidão que a criatura produzia, realizou 3 poderosos ataques contra o golem. Que por fim não resistiu aos duros golpes combinados dos heróis de Furyondy. O construto de pedra, guardião da passagem para fora daquele inferno, se desmantelou em pedra e adamante e grande parte dos fragmentos foram sugados pelo portal, abrindo uma visão para uma outra paisagem.
E o grupo não perdeu tempo. Todos atravessaram o portal e Gatts pensou, finalmente encontraria sua prima e ajeitaria as coisas…
O grupo ressurgiu na entrada de Nulb, era noite e todos decidiram que não dormiriam na vila. Seus moradores estranhos e suspeitos poderiam levá-los novamente para dentro do templo de forma misteriosa. E assim, optaram por caminhar por algumas horas, se afastando do local. Gatts esperava que pudesse encontrar Nybas a caminho de Nulb e ele precisaria se manter na estrada.
O grupo adormeceu em um casebre mágico invocado por Gatts, e descansaram finalmente em um sono tranquilo.
O grupo finalmente estava fora do templo, mas todos sabiam que o que eles fizeram ali dentro criaria um novo cenário caso retornassem algum dia. Falkenheart, ou Kaeris como chamaram os gnolls estava de posse de um dos misteriosos orbes elementais e certamente ameaçaria aqueles que dominavam o Templo Elemental da Terra, Frumar e Romag, ou se estabeleceria como um terceiro pilar no domínio daquele nível? Tudo eram teorias que atravessavam os pensamentos ainda inquietos do grupo.
Há algum tempo eu não tinha uma noite tão boa de sono. Uma vez acordado, enquanto arrumávamos nossas coisas, algo me chamou a atenção: um escudo, encostado numa parede. Aquelas formas não me eram estranhas… quando a lembrança veio.
Ao me tocar do que se tratava, chamei Eophain no canto, e retomei o assunto da captura dele. Falamos um pouco de conceitos de bem e mal, e, finalizado o tópico, o questionei do escudo. Ele me explicou que este escudo estava na venda dos Gnolls, e que o Gnoll que havia sobrevivido, era o que portava este escudo.
Agora tudo fazia sentido: este é o Escudo da Determinação, antiga relíquia da realeza da Terra dos Escudos, há longo tempo procurado pela Igreja de Pelor, de forma a solucionar o problema daquela região. Expliquei a Eophain que este escudo, além das propriedades que ele mesmo já havia sentido, possuía outras propriedades, que só eram habilitadas quando o mesmo era portado por um Sacerdote de Pelor. Com isso, o guerreiro ofereceu o escudo a mim, como símbolo de nossa amizade, e reforçando a confiança que deveríamos ter uns nos outros, se quiséssemos de fato salvar o Príncipe, a Paladina, e o reino de Furyondy.
Ciente de que todos estavam presentes, eu falo: “Senhores, passamos por grandes dificuldades dentro do Templo, por momentos que questionamos a lealdade daqueles que estão ao nosso lado, e questionamos as nossas próprias habilidades. Porém, mesmo que não tenhamos cumprido nossa missão, saímos de lá como pessoas melhores do que entramos, e, principalmente, saímos com nossos laços de companheirismo mais fortes, e são esses laços que vão fazer que sejamos capazes de resgatar Sandy, Thrommel e os outros. Devemos encontrar Nybas o mais rápido possível e seguir para Verbobonc.”
E assim, inicia-se mais um dia.
Notas do Diário de Kalin.
Texto Original: Bruno Simões
Fosse como fosse, esse retorno deveria aguardar. A prioridade do grupo agora era se juntar a Sandy e aos demais, para encontrar o príncipe e colocá-lo no trono de Furyondy. Só então poderiam regressar para suas missões.
Mas essa é uma história para uma nova oportunidade. Muito obrigado aos leitores que chegaram até aqui. Espero em breve poder revela-lhes os próximos passos dos Heróis de Furyondy, a comitiva mais valente e intrépida de toda Flanaess!
Até mais!
Texto e revisão: Bruno de Brito DM.