A Dama Risonha
Do alteroso Monte Olimpo
Fugiu uma dama risonha
Temendo o iracundo relâmpago
Do altiregente Crônida
Viajando pelo espaço infinito
Chegou a uma terra distante
Pentagramado disco de prata
Refulgente estrela errante
Acolhida por um povo arcano
Destruído pela hubris traiçoeira
De um Arquimago obsecado
Em atingir a Divindade Verdadeira
Por muitas eras foi amada
Como o Sorriso da Fortuna
O Destino inevitável
Dos audazes a bravura
Igualmente amou a Guerra
E ao Sol se entregou
Mas cansou-se do amante
Enfadada o deixou
E vagando pelo mundo
Encontrou a rubra rosa
Que selou a sua sina
A perfídia venenosa
Roto aroma podre
Miasmática armadilha
Doce engodo sórdido
De uma Verdade esquecida
No passado a bela dama
Também havia amado a Morte
E a Morte a reclamou
E a entregou a própria sorte
Sabendo que um dia
Muitos anos no futuro
Seu sorriso cumpriria
Um desígnio obscuro
Dividida foi a dama
Corrompida pela rosa
Pelos raios luminosos
De uma deusa piedosa
Sendo dois a bela dama
Ainda assim era só uma
Duas faces da Moeda
Reluzindo à luz da Lua
Mas conheçam, ó mortais
O segredo da donzela
Pois o raio luminoso
Não purgou a alma dela
Quando o ouro precioso
Transmutar-se em fosca prata
Boa Sorte e Azar
Reunidas em amálgama
Saberemos, ó mortais
Que a dama corrompida
Desposou a própria Morte
E retornou enfurecida
Ominoso pentagrama
Sobre o manto estrelado
Um sorriso reluzente
Transformado em pranto amargo
Dragará a Existência
Para o Fim inelutável
Consumindo a Luz do Cosmos
Com uma sede irrefreável
Esta é a palavra verdadeira
Está é a profecia derradeira
Escrita com símbolos de fogo
No abismo que existe além das estrelas