Aventura CaLuCe: Caçada Insana em Vilaverde, primeira parte

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Comemorando o Centésimo Artigo do Cenário de Aventuras de Crivon, lhes brindo com o resumo da aventura de um dos maiores heróis deste cenário, Markin S’man Tinthalion, uma crônica da Caçada Insana, cuja aventura se chamou: Caçada Insana em Vilaverde.

Essa aventura se realizou após duas sessões, que foram jogadas em 06 e 18/10/2015, pelo jogador Aharon Gonçalves, controlador e intérprete do personagem Markin S’man Tinthalion, elfo dourado, guerreiro-mago da Ordem dos Cavaleiros da Luz Celestial, que após o retorno de Ecnor, ingressou nas fileiras da recém-criada criada ordem dos Caçadores Insanos, cuja principal missão é erradicar corruptores e aprisionar ou eliminar seus colaboradores.

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Markin S’man Tinthalion um Caçador Insano.

Caçada Insana em Vilaverde

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Alundra Vilegane – batedora dos Caçadores Insanos.

Para os intrépidos Markin S’man Tinthalion e sua rastreadora ecnorita (nomenclatura dada a quem é proveniente do Protetorado de Ecnor) Alundra Vilegane, o cheiro que vinha da cozinha, arremetia a algo saboroso para o jantar. Na humilde, porém aconchegante choupana de Albiori Benezer, xerife do vilarejo de Vilaverde, o jantar ia sendo posto aos poucos para a dupla que havia acabado de chegar e se instalado a poucas horas.

Um guisado de coelho que foi preparado em conjunto como uma sopa de carneiro era servido, enquanto eles saboreavam frutas e tomates cerejas, que eram destinados aos recém-chegados hospedes ilustres daquele pequeno senhor.

Enquanto viu o jantar sendo posto pela esposa da autoridade local, o elfo dourado, olhando fixamente para o fogo que crepitava na lareira cujo calor agradável reavivaram as lembranças dos eventos que o haviam trazido até aquele ponto. As lembranças passaram por sua mente como um turbilhão de imagens e sons advindos de seus pensamentos, sob sua própria narrativa:

“Havíamos deixado Ecnor com um grande grupo de caça, em busca de diabos farpados que haviam feito a travessia de Avernos para Crivon e haviam conseguido escapar do ataque dos anjos.

Descobrimos que o grande grupo se separou em pequenos bandos, indo em direções opostas ou próximas. Sabíamos que as criaturas não serem estúpidas e provavelmente estavam tramando algo para nos confundir certamente. Devido a isso, optamos por separarmos nosso grupo de caça igualmente em pequenos grupos, baseados na experiência e força de cada um, em função da quantidade de diabos.

Dois cavaleiros, um rastreador e um clérigo dos Caçadores Insanos foram rumo a Cidade de Tempo Bom no Sudeste de Ecnor, Rudolf e Galahad se deslocaram para a Vila Ponta de Pedra, no Sudoeste do Reino, e eu decidi seguir com a jovem rastreadora Alundra rumo a Vilaverde, no Sul.

Nosso caminho foi tortuoso, pois a criatura parecia ser dotada de uma astúcia impressionante, sempre seguindo por florestas e bosques, pareceu que ele conhecia o caminho ou detinha alguma capacidade para ver do alto o caminho para onde se dirigia.

Tempos mais tarde, descobrimos da pior forma possível, que ele estava sendo ajudado por um aliado alado, ao que segundo meus conhecimentos, consegui identificar como sendo um diabrete, lacaio ou aliado dele.

Durante o nosso primeiro confronto direto contra ele, percebemos que o diabo não estava sozinho, pois até aquele, em sua passagem, de alguma maneira ele tinha reunido sob seu comando alguns orcs, que o serviram por promessas que morreram com eles. Porém, foi quando ele acreditou ter nos emboscado, no alto de uma cachoeira, a diabólica criatura revelou seu comparsa e juntos tentaram acabar conosco, mas não contavam com o grandioso poder da Lâmina do Trovão, o qual eu liberei sobre o diabo farpado, causando-lhe grande dor, fato que o levou a pular do alto da cachoeira para não ser destruído.

Seu aliado sumiu em seguida e continuamos nossa caçada, com a empenhada diligência de minha incansável rastreadora, que me pareceu nutrir um rancor especial por aquela criatura. Não tive abertura com ela sobre o assunto, mas percebi que ela se sentia especialmente atraída em seguir a trilha deixada por ele, inclusive, ela sabia diferencia-la dos outros da mesma espécie.

A jovem Alundra havia solicitado trocar de lugar com o outro rastreador para me acompanhar inicialmente. Por fim, após uma semana de caçada chegamos ao pequeno e acolhedor povoado de Vilaverde, onde fomos bem recebidos pelo xerife local, um homem simples, chamado Albiore Benezer, um senhor de rosto severo e altivo, um rosto típico dos ecnoritas, apesar disso foi muito receptivo. ”

Retornando a si, Markin olhou na direção do xerife, que parecia estar conversando com eles, mas em sua retrospectiva dos últimos acontecimentos, o elfo apenas viu a boca do homem abrir e fechar sem ouvir uma palavra se quer.

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O Xerife Albiore Benezer.

O xerife falou um pouco sobre a vila para Tinthalion, que estava sentando, e para sua rastreadora que permanecera de pé, em prontidão. O velho, disse que a vila vivia de seu comércio, oriundo da agricultura (verduras e frutas) e pecuária (gado e ovelhas), cujos produtos eram destinados as feiras locais e ao abastecimento de seu principal cliente: a Fortaleza de Helm, na Muralha Guardiã, dois dias ao sul daquele ponto.

Enquanto comeram o que havia sido posto, naquele breve momento em que descansavam da dura e extenuante jornada, o xerife não guardou cerimônias e lhes perguntou sobre o real significado deles naquele lugar. Tinthalion, preocupado com o peso que as informações que trazia poderiam causar a ouvidos sensíveis, solicitou educadamente mais chá a esposa de Benezer, que percebendo o que seria tratado ali, saiu para deixá-los a sós. O anfitrião falou:

– Então, agora que minha mulher se foi, poderá falar francamente. Diga meu jovem elfo, o que aflige o Reino? Estamos aqui para servir.

Markin, sem rodeios, lhe disse:

– Agradecemos sua hospitalidade nobre Xerife, como deve perceber, fazemos parte da nova ordem instituída pelo Reino de Ecnor, a ordem dos Caçadores Insanos. Estamos aqui pois perseguimos um diabo que aparentemente se dirigiu para estas terras. Por acaso sabia sobre nós, e mais importante, sabe de algo estranho que esteja ocorrendo nestas pradarias?

Benezer, respirou fundo, pegou seu cachimbo lentamente, deu uma tragada nele, expeliu a fumaça e por fim disse:

– Sim caçador. Havia recebido a algumas semanas atrás, uma carta informando sobre a nova ordem, o símbolo que utilizariam e para ficarmos atentos a estranhas calamidades e acontecimentos que envolvessem bruxarias, feitiçarias, ou coisas macabras.

Pois bem! Devo mencionar um acontecimento terrível que acreditamos ter ocorrido a dois dias, mas do qual só tomamos conhecimento ontem!

Uma família, quase que inteira, foi dizimada de uma forma brutal. Apenas a filha, de sete verões, sobreviveu escondida numa fossa sanitária, sendo a única testemunha do ocorrido. – se lamentando, enquanto tragava de seu cachimbo e bafejou, ele continuou – Realmente uma tragédia! Um horror! O primeiro a chegar e encontrar a família morta e resgatar a menina, foi Velho Arqueiro, um dos nossos mais antigos patrulheiros.

A garota está sob meus cuidados agora, ainda está muito assustada a pobrezinha, – fazendo menção de se levantar, mas interrompido por Markin, continuou – se quiserem posso convoca-la aqui para poderem falar com ela.

Rejeitando a oferta do xerife, por não querer fazer com que a pobre criança revivesse a tragédia, Tinthalion interpelou seu anfitrião para saber se aquilo não poderia ter sido obra de outras criaturas hostis da região, ao que Benezer lhe contou que o maior problema que tiveram em décadas, havia sido com ogros, mas que as criaturas haviam sido escorraçadas da área por um grupo de destemidos Guardiões da Muralha.

Os ogros haviam sido derrotada e diminuíram em muito o seu número, vivendo apenas no Bosque da Harpia de Pedra. Ademais, as marcas deixadas pelos assassinos denotavam um quê de bruxaria, pois em muitos locais da casa haviam sinais e símbolos ritualísticos, o que chamou a atenção do elfo dourado, que percebeu a inquietude de sua rastreadora ao ouvir o relato. Quando a jovem declarou secamente:

– Com licença, vou sair para pegar um ar.

Markin entendeu o significado da repentina ação da jovem e saiu em seguida, agradecendo ao xerife pelas informações.

Do lado de fora, sentido o frio noturno daquela região, reunido com sua rastreadora, eles decidiram empreender a continuação da perseguição, mesmo naquela noite fria e nublada. Mas antes, eles precisariam falar com Velho Arqueiro para pegar algumas direções: a da fazenda e a do bosque.

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A dupla andou a noite pela vila em busca de Velho Arqueiro.

Assim, após andarem um pouco pela vila, eles encontraram Velho Arqueiro, um homem esguio de meia idade e rosto severo, caolho, mas com seu único olho aguçado e perscrutador os examinou atentamente antes de lhes dirigir a palavra, parecia ser uma figura descontraída e animada, com uma jovem esposa e muitos filhos.

Segundo contou, havia perdido seu olho direito num combate contra orcs, do qual saíra vitorioso e desde então, segundo contou, sua habilidade com o arco se tornou sem igual. Interpelado por Markin, que interrompeu o veterano em suas lembranças e devaneios, ele informou onde ficava a fazenda e o bosque, que pelas orientações ficavam na mesma direção.

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Velho Arqueiro.

De posse dessas informações, a dupla partiu a noite, sob um vento frio e a precipitação de uma leve chuva que caiu.

Após andarem em marcha por três horas, sob a chuva fina e fria, a dupla chegou até uma fazenda abandonada, onde com a iluminação fornecida pelo elfo dourado, eles encontraram rastros de um ogro que passava pela fazenda e depois seguiu na direção que rumava para o bosque.

Enquanto investigavam os arredores, Markin encontrou uma repulsiva marca diabólica, feita com sangue, na porta de entrada da casa principal e num acesso de raiva, por identificar que aquele sangue era humano e certamente dos antigos moradores da casa, destruiu os símbolos e desenho com uma rajada de fogo proveniente da ponta de seu dedo, enquanto seu cristal mágico brilhou, enquanto um tétrico corvo, que estava pousado no telhado da varanda da casa alçava voo, assustado com o repentino ataque mágico do elfo dourado.

Alundra se aproximou para tentar ver o que mais havia e percebeu que existiam muitas marcas de sangue e todas eram humanas.

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O símbolo em sangue que estava na porta foi destruído pelo elfo.

Tinthalion, apesar do sono que começava a mordiscá-lo, consultou sua rastreadora, que apesar do aparente cansaço, insistia que poderia manter a macha tranquilamente.

Pensando em ganhar tempo e alcançarem o paradeiro das criaturas, decidiu que a dupla continuaria a caça ruma ao Bosque da Harpia de Pedra. Alundra então disse:

– Mestre Tinthalion, pela disposição das pistas, eles parecem que querem que sigamos o ogro. E se for uma armadilha?

Ao que Markin lhe respondeu:

– Certamente será uma armadilha minha jovem, contudo, eles em breve perceberão que somos mais difíceis de derrotar do que julgam.

Após quatro horas de caminhada dentro de um terreno acidentado, com muitos aclives e declives, adentraram uma área de floresta, onde o elfo sentiu um ambiente pesado, como uma força lhe oprimisse o peito. Alundra declarou para seu parceiro de caçada que eles haviam chegado naquela madrugada ao bosque que buscavam.

Antes de continuarem, eles elaboraram como plano seguirem próximos, porém não juntos, utilizando a rastreadora como isca, enquanto o mais experiente cuidaria de surpreender qualquer atacante que tentasse emboscá-los.

Eles prosseguiram entre arbustos, se agarrando em raízes, pulando por troncos, sujando-se com terra, fuligens e limo, durante momentos em que hora chovia e hora não, com olhos atentos e ávidos naquela noite fria.

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Eles seguiram pela floresta a duras penas.

Finalmente chegaram até uma área contendo um pequeno rio, onde Markin ficou observando a jovem humana recarregar seu odre e atravessar uma ponte natural feita com pedras espalhadas, porém próximas, que permitiam aos mais ágeis e aos cuidadosos, atravessarem o rio até o que parecia ser um antigo e arruinado mirante.

O estranho e antigo mirante
O elfo dourado, teve uma sensação nostálgica ao contemplar a construção e pensou que poderia ser proveniente de algum povoado élfico.

Sua contemplação foi cortada, quando ambos ouviram um forte barulho, como se algo grande se deslocasse com vigor e velocidade, na direção da jovem que estava do outro lado do rio, inspecionando o mirante, mas colocando seu arco em riste no que parecia ser a direção da origem do barulho.

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Mirante nas Ruínas Élficas.

Prevendo um combate iminente e não querendo arriscar uma travessia rápida e descuidada, o cristal de Tinthalion brilhou, enquanto ele conjurava uma magia que o faz alçar voo e chegar rapidamente e em segurança do outro lado do rio.

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Cenário da batalha. Fonte: Roll20.net

Markin chegou a tempo de ajudar Alundra a confrontar um ogro portando um grande porrete. A grande criatura os atacou com feracidade e força, conseguindo atingir a rastreadora fortemente, fazendo com que ela se retirasse para se recuperar. Contudo, Tinthalion desferindo poderosos e precisos golpes no humanoide hostil, que enxergou nele um inimigo mortífero e o contra-atacou com um destrutivo golpe que deixou o elfo sem respirar.

Pensando em se prevenir de serem pegos traiçoeiramente por novos inimigos e não querendo arriscar que aquela criatura pudesse repetir seu poderoso ataque, Markin S’man, deslocou voando rapidamente e descarregou contra o ogro um relâmpago a queima roupa, que o fulminou completamente, derrubando-o do mirante na água do rio. Tamanha foi a força destrutiva de sua magia, que os pelos e cabelos da dupla ficaram arrepiados no processo.

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Apesar de poderosa, a criatura não foi páreo para o poder de Markin. By Guzboroda

De repente, o elfo ouviu grasnado de corvo vindo de uma árvore e percebeu que, da escuridão, dois pequenos olhos vermelhos os espionavam de longe, suspeitando daquela criatura ele voou em sua direção como um relâmpago, percebendo que o pássaro fugia dele, antes que deixasse completamente seu alcance, disparou no corvo um raio de fogo, que o atingiu levemente na asa, mas o dano provocado não foi o suficiente para impedir que debandasse sua fuga, desaparecendo nas trevas.

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O sombrio corvo parecia espioná-los.

Preocupado por ter se afastado muito, Markin voltou-se na direção onde havia deixado sua rastreadora. Ao encontra-la, a ajudou em sua recuperação. A garota, que ainda tinha dificuldades em respirar devida potência do golpe que havia recebido, foi lentamente se recuperando com a ajuda do elfo. Após um breve momento de pausa, a jovem, estendendo uma carta na direção de Tinthalion, lhe disse:

– Mestre Tinthalion, essa luta foi por pouco! – Enquanto colocava pomado de cataplasma de folha varsho em seu peito, continuou – Nós, súditos de Ecnor, estamos preparados para morrermos em missão, principalmente numa dessa importância. Mas lhe peço mestre, se algo me ocorrer, gostaria que entregasse essa carta, por favor! – O elfo a segurou, fazendo um silencio solene.

Quebrando o silêncio ocasionado pelo requerimento e tentando recriminar a rastreadora por cogitar sua própria morte, Tinthalion disse por fim:

– Alundra, guardarei sua carta, apenas para lhe entrega-la novamente quando nossa missão terminar. Todos regressaremos e os diabos serão destruídos e assim você poderá ou não entregar sua carta.

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A carta de Alundra foi guardada por Tinthalion.

A chuva progressivamente parou, deixando em seu lugar um clima pesado, enquanto os intrépidos caçadores olharam para o tortuoso caminho que ainda deveriam seguir, enquanto percebiam que um novo amanhecer se aproximava fora daquele bosque obscurecido por alguma força maligna eles pensavam quais seriam os desafios que ainda enfrentariam até o término daquela caçada insana em Vilaverde.

Para ver a continuação, clique aqui.

Criação e elaboração: Patrick, Aharon.
Fontes de imagens: internet

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Sobre o Autor: Patrick Nascimento

4 Comments

  1. Legal, muitos detalhes e certamente uma aventura que gerou aquele clima medieval que tanto gostamos.

    Acerca do gentílico para os nascido em Ecnor, pensei se não soaria melhor: ecnorita ao invés de ecnorense.

    Excelente artigo Mestre Patrick.

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