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No dia 12.05.2020 teve sessão. Eophain entrou em ação novamente. Responsável pela interpretação de Eophain Al’Durkan, Fabrício determina os rumos de seu perosnagem diante de uma descoberta inesperada.

Jogadores:

Fabrício Nobre | Eophain Al’Durkan

Revisão: Bruno Simões

Essa história é a continuação do artigo: As Brumas de Stalmaer

O Grande Herói

18 de Preparos de 592CY

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ophain se vê diante da grande torre da bruxa Lytta Neyd. Ao seu lado e atrás, dezenas de licantropos saúdam a vitória sobre os elfos. Há sinais de sangue e um cheiro de suor paira no ar com intensidade. A bruxa a frente de todos estende o braço ao alto e todos se calam.

“- Vencemos meus, lobos, javalis e ursos, vencemos. Os elfos de Sobanwhych tiveram uma dura derrota e agora lambem suas feridas retornando para a sua vila em meio a floresta Gnarley. Stalmaer persevera ante a ameaça dos grugachs (Elfos Selvagens) e amanhã marcharemos sobre eles. Hoje devemos curar nossas feridas e nos preparar para marchar floresta adentro.”

“- Dentre todos vocês, devemos essa importante vitória a Eophain Al’Durkan! Sua lâmina derrotou Aretusa, o líder da Ordem de Aglaeh, o Druida de Sobanwhych sucumbiu ante a maestria dele!”

Todos os licantropos novamente urraram perante as palavras de Lytta.

“- Pelos seus feitos Eophain Al’Durkan, quero lhe presentear.” Saindo de dentro da torre, dois homens javalis colocaram aos pés de Lytta um grande baú. A bruxa tirou de seu pescoço uma chave e abriu. De dentro dele era possível notar diversos objetos, tecidos. Ela retirou de lá um saco de linho e uma grande espada larga atada em fitas de couro. “- Tome, aceite como um presente pelos seus préstimos a Stalmaer”.

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Eophain entre licantropos

Eophain pegou o saco e a espada, e ao tocar no cabo da arma, soube mentalmente seus poderes. A lâmina era conhecida como Ruína Élfica, e enquanto contra qualquer um, se comportava como uma espada mágica de nível básico (+1), contra qualquer inimigo de natureza élfica, se tornava mais forte, dotada de um corte mais agressivo (+3), e capaz de aprofundar os danos contra o adversário (+2d6).

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A espada Ruína dos Elfos

A espada de feitoria aparentemente simples, possuía uma lâmina larga e com cores diferentes do lado de cada gume. De um lado um aço negro denotava sua força mágica, do outro dourado elétrico, o que poderia fazer com qualquer elfo que atingisse. O punho longo para acomodar duas mãos ainda era protegido por uma guarda de aço escuro, perfurado em sua base.

O outro item, retirado de dentro do saco de linho era uma belíssima armadura completa, cujo metal que foi forjado era de um vermelho intenso.

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A Armadura de aço vermelho

O Grande Lobo

“- Seu contrato comigo está findado Eophain. Você cumpriu com a sua palavra, e por isso, não há nada que nos vincule, você está livre. Mas quero lhe fazer um pedido, desta vez, sem quaisquer condicionantes ou entrelinhas. Ajude-nos uma vez mais. Invadiremos Sobanwhych e será a nossa vez de testar as defesas da vila dos elfos de Gnarley. Iremos esmagar esses malditos elfos de uma vez por todas. Eles estão abalados com a derrota e muitos dos seus morreram aqui hoje. Nos empreste a sua espada e mais glórias e presentes poderei lhes dar. O que me diz?”

Eophain olhou nos olhos da bruxa e depois em seu entorno, observou os presentes. Sim, eles lhe serviriam muito bem. A espada acreditava que dificilmente viesse a conseguir usar seu potencial. Elfos não estavam em sua lista de inimigos habituais. E a armadura, aquilo sim, era uma boa e generosa recompensa. No entanto, precisava encontrar seus companheiros, o tempo urgia. E ele não sabia em que condições Dikstra e Sandy conseguiram sair do caos que se instalara mais cedo, bem como, deixou também os dois anões para trás, ainda que em segurança.

Não, ele não podia aceitar.

“- Aprecio o pedido, e agradeço pelas recompensas. Não esperava nada além de me ver livre de nosso acordo. Bom que cumpriu com a palavra, eu também cumpri com a minha, e acredito que nosso negócio se encerre aqui.”

E a bruxa tentou sua última cartada, o próprio Eophain não havia se dado conta do que se tornara e ela iria se aproveitar disso:

“- Você não entende que toda essa situação serviu para lhe tornar melhor do que você já é? Olhe-se kensai, veja no que se tornou, e por que toda a alcateia o segue e o idolatra.”

E Eophain percebeu. Sua pele dera lugar para pelos, suas orelhas eram grandes e igualmente peludas. Se tornara maior, mais forte e um focinho havia surgido em sua face. Ele se tornara um lobisomem, um licantropo, tal qual todos ali.

E o sangue do kensai ferveu!

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Eophain, o Grande Lobo

A Decisão

“- É assim que você me agradece pelo que fiz, me condenando a essa maldição?! O que você fez bruxa maldita!?”

Eophain estava possesso, a saliva espumava em sua boca, e seus grandes dentes cruzavam com um rangido lupino em fúria. Mas com uma tranquilidade perturbadora falou:

“- Você se equivoca, eu não sou responsável por isso, e sim você. A Escama de Prata que lhe entreguei foi absorvida por sua índole, e ela lhe transformou em um lobo original, não uma fera amaldiçoada pelo véu. Você é livre para seguir o caminho que desejar, só tome cuidado com as noites de lua cheia, mantenha sua vontade forte e sempre terá o controle sobre si. Agora mesmo, você apenas com sua vontade, pode reverter sua condição lupina.”

Eophain fez como a bruxa orientou e de fato sua forma híbrida se reverteu em humano novamente. Mais calmo ele disse:

“- Seguirei meu caminho.”

Mas Eophain não o faria sozinho, a bruxa concedeu-lhes como guia para fora de Stalmaer dois camponeses, Silas e Nauberth. Conhecendo os caminhos da região, eles tentariam guiar com segurança Eophain nos rastros de seus companheiros. Mas não foi bem assim que ocorreu.

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Silas (a esquerda) e Nauberth (direita)

Preâmbulos da Bruxa

Junto com os dois camponeses, Eophain decidiu que iria atrás do rastro de seus companheiros ainda naquele dia. Não havia tempo a perder. A caminhada de algumas horas revelou uma vegetação exuberante, de um bosque denso. Eophain não sabia, mas os rastros interpretados pelos seus guias, o estava colocando dentro da famosa Floresta de Gnarley, e aqueles dois, não tinha interesse em conduzir Eophain para o encontro com seus companheiros, a missão deles era muito simples.

“- Silas e Nauberth, como é provável que o guerreiro Eophain recuse minha oferta e queira seguir atrás de seus companheiros, vocês dois deverão guiá-lo por dentro da selva de Gnarley, em direção da vila de Sobanwhych.”

Temeroso com o pedido da sua bruxa e senhora, Nauberth disse:

“- Ma, ma, mas minha senhora, iremos direto para boca do lobo. Os elfos nos atacarão!”

“- Sim, os elfos certamente os atacará. No entanto, você soube do que a lâmina do kensai foi capaz de fazer a Aretusa? Pois bem, quero que vocês matem o máximo de elfos possível, estaremos a poucas horas atrás de vocês e deixem um rastro de destruição digno do amor de vocês por mim.”

A lealdade dos licantropos para com Lytta era inquestionável, e não era fundamentada no ódio ou medo, era uma devoção amorosa.

O Ataque da Canção

Noite do dia 18 de Preparos

Era noite, Nauberth estava exausto da caminhada, Silas ainda aguentaria por algum tempo mais, sem dificuldade, e Eophain também precisava parar para descansar. Havia seguido jornada após um dia inteiro praticamente de batalhas. Suas pernas anunciavam o início de uma câimbra incômoda. Decidiram parar em uma formação de pedra composta por vários anéis, semelhantes a platôs. A encosta a direita, após algumas dezenas de metros, dava para uma ribanceira que terminava em uma grande queda de mais de quarenta metros na floresta coberta por árvores altas lá embaixo.

Depois de organizados os turnos, Nauberth pegaria o primeiro, depois Silas e por fim Eophain, e assim iriam se revezando até o amanhecer. Eophain estava ansioso por reencontrar seus companheiros e anunciou que antes do sol raiar, deveriam todos estar prontos. Mas foi durante o turno do próprio Eophain que o ataque ocorreu. O kensai estava preparado, vestido com a sua armadura, e tinha tido tempo de acordar com chutes seus companheiros. Os elfos os haviam alcançado.

No total, de ambos os lados vinham elfos, oito do lado direito e sete do lado esquerdo. Arqueiros em sua maioria, e logo as flechas voaram. Silas e Nauberth se transformaram em homem urso e lobisomem, respectivamente. Mas ainda assim os inimigos eram numerosos. E para completar, eles estavam sob uma liderança.

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A voz de Sobanwhych

A elfa no morro acima estava voando e cantava uma canção de fúria e raiva. Olhos atentos podiam revelar lágrimas em seus olhos, ela chorava por alguém certamente perdido na batalha e ela buscava vingança. A batalha começou rápido e rápido terminou. Eophain sabia que não poderia confrontar tantos inimigos e estes pareciam ter sentido sua vontade de escapar, pois quase uma dezena de flechas vieram, e rapidamente sua condição de vida se tornou dramática.

Não vendo muitas alternativas o kensai correu na direção da ribanceira. Se ficasse ali, seu fim seria patético, ele iria arriscar. E foi assim sem olhar para trás que ele saltou sobre o paredão, se equilibrando da melhor forma possível. Mas ele não contava que a ribanceira terminava em um vão de queda livre dentro da floresta cerca de quarenta metros abaixo. E ele soube naquele instante, era o seu fim.

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Elfos no encalço do kensai

Continua

Eophain viu quando já estava bem próximo da copa das primeiras árvores que alguém o segurou pelas costas, era a elfa que liderou o ataque. Ela segurava o kensai com todas as suas forças reduzindo dramaticamente a velocidade da queda, no entanto a copa das árvores chegou, Eophain perdeu os sentidos, os danos sofridos com os elfos e os galhos, lhe cobraram a consciência. Já a ela perdeu o controle caindo junto com o kensai na densa mata.

Eram as primeiras horas de sol do dia 19 de Preparos de 592CY

 

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Sobre o Autor: Bruno de Brito

Mestre da campanha "Aurora dos Conflitos", ocorrida no cenário de Greyhawk. Entusiasta do sistema Pathfinder, fã de Magic: The Gathering e churrasqueiro nas horas vagas.

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