Esse texto é de autoria de Diogo Coelho, com revisão de Bruno Simões.
A Comitiva dos Bravos e a Trilha do Ninho
os últimos oito meses, a trilha que liga Vau Ashaben a Essembra foi infestada por mortos-vivos. A situação não era pior pois uma tropa de soldados do Vale da Névoa impedia que os zumbis se alastrassem ainda mais. Simultaneamente, um grupo de guerreiros élficos de Árvores Enroladas, liderados por Lilion Beriot, O Prateado, constatou que as vestes, armaduras, brasões e demais posses encontradas com estes mortos-vivos não eram dos Vales, nem de outra região conhecida por eles.
Os heróis iniciavam sua jornada para tentar entender e sanar o problema do Caminho dos Mortos. Guiados por Arkidis, um elfo caçador de Árvores Enroladas, o grupo é conduzido até poucos quilômetros do Ninho de Galath, provável epicentro daquela infestação.
Kirkmund, o Peregrino, era movido por algo além da sua fé e obrigação divina: há três meses, o Templo da Luz de Lathander enviara dois Luzes Noturnas, o grupo especializado em estudar e combater mortos-vivos, para esta região. O Peregrino buscava notícias destes clérigos, visto que os mesmos tinham seu paradeiro desconhecido.
Harash Valariel sentia um misto de incômodo e suspeita pelo fato de ser guiado por Arkidis. Porém, na tarde do segundo dia de caminhada, as dúvidas do elfo transformaram-se em certezas: o guia de Árvores Enroladas mostrou-se habilidoso na condução por trilhas fechadas, mas certo movimento feito por Arkidis fez com que Harash identificasse o que o incomodava – eram movimentos similares ao assassino mascarado das “Sombras de Cormanthor”, que atacara Harash há alguns dias.
Ao tomar ciência da semelhança, Harash sacou sua espada, e uma ríspida discussão teve início. Arkidis negava as acusações que o elfo disparava contra ele, alertando que aquele barulho atrairia os mortos-vivos.
Caliban não testemunhara o ataque relatado por Harash, porém adotou como verdade a narrativa do elfo e preparou-se para atacar Arkidis, se necessário fosse. Artanis e Andrea preocupavam-se com todo aquele barulho, e ficaram de prontidão caso ocorresse um ataque dos mortos-vivos. Kirkmund tentava apaziguar os ânimos. O clérigo, junto a Lucius, havia ajudado Harash na ocasião do ataque; ele percebia uma fúria nos olhos do elfo, mas simultaneamente não percebia mentiras nos argumentos de Arkidis.
Após um grande esforço diplomático de Kirkmund, as armas foram guardadas, Arkidis foi enviado de volta para Vau Ashaben. Harash não concordou com a decisão, pois estava convicto que o guia era o assassino, e pretendia ceifar a vida dele ali mesmo. Assim, o grupo percorreria os últimos quilômetros até o Ninho de Galath sem seu guia.
Neste trajeto, a Comitiva dos Bravos confrontou esqueletos, zumbis, e até mesmo um Urso Atroz Atormentado. Porém, nenhum destes combates proporcionou um grande desafio. Chegando nas ruínas do Ninho de Galath, Harash afasta-se do grupo, seguindo o granar de um corvo. Neste tempo, os outros membros buscam pistas que possam ajudar a entender melhor a infestação de mortos-vivos que assolava a região.
Repentinamente, um grito desesperado de uma mulher é ouvido por Caliban, Kirkmund e Andrea.
Os aventureiros percebem que este grito viera de uma parte das ruínas coberto por uma leve neblina. Eles seguem na direção da origem do grito, ao mesmo tempo que tentam localizar Harash, de forma que ele acompanhe o grupo. Kirkmund é o primeiro a avistá-lo, e percebe que o alto elfo está em transe. Artanis tenta despertá-lo, sem sucesso – seus olhos enevoados tremem freneticamente, e em sua mão há um pote de vidro com orbes oculares flutuando num líquido amarelado. Kirkmund cogita ajudar Harash, porém, ao perceber o que está nas mãos de seu aliado, o clérigo de Lathander recua, com um semblante irritado.
Assim, o Peregrino conduz o resto do grupo em direção aos gritos, correndo de encontro às brumas. Caliban observa Harash e Artanis sendo deixados para trás e indaga o clérigo:
“Os dois elfos não irão nos acompanhar? Não iremos esperar por eles?”
Ao passo que Kirkmund responde, friamente:
“Harash não nos consultou enquanto um grupo, antes de voltar a usar aquele item profano. Não deixarei de salvar uma vida em perigo para esperar que o elfo conclua seus rituais nefastos.”
Continua…