O Despertar de Thrommel | Heróis do Trono

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Este é o resumo da partida ocorrida no dia 13.01.19. Dentro da casa mágica invocada por Gatts, ele e seus companheiros Sandy e Eophain e a nova aliada, a meia-orc Dikstra An Craite, discutem os próximos passos. A condição do príncipe Thrommel é uma preocupação constante do grupo.

Jogadores:

Fabrício Nobre | Eophain
Patrick Nascimento | Sandy
Diogo Coelho | Theros Gatts

Texto Original e Revisão: Bruno de Brito

A história que você lerá a seguir, é a continuação da aventura: O Ninho da Hidra.

Palavras do Jogador

Esse texto foi falado pelo jogador Patrick Nascimento e tomo a liberdade de abrir esse resumo com as suas justas e bem colocadas palavras.

“ – Peço licença ao Mestre da Masmorra Bruno e demais colegas jogadores para, neste dia auspicioso (13.01.19), fazer uma declaração e menção honrosa neste que é o dia do nome de meu amado irmão – Michel Nascimento.

Já faz tanto tempo que as vezes me perco na lembrança… Acredito ter começado a jogar RPG em 1992. Assim, Eu, Henri, Maurício, Gustavo (irmão de Maurício) e Gabriel (primo de Maurício), formamos o primeiro núcleo de jogadores de RPG de Itapuã (Salvador – BA) naquela época.

Questão de um ano depois, comecei a mestrar, mas foi entre meados da metade da década de 90 (noventa), que Michel Nascimento e Eber Santana trouxeram a minha mesa de jogo excelentes e importantes aquisições, como Bruno Brito, Diogo Coelho e Bruno Gonçalves que além de abrilhantarem nossa mesa de jogo, trouxeram também outros jogadores consigo. Posteriormente, eles próprios disseminaram com grande maestria o RPG, e o propagaram de forma ímpar com seus próprios cenários. Reuniram novos jogadores e formaram uma liga de amigos cujos laços são mantidos até os dias atuais.

Penso que sem a ponte formada por Michel Nascimento e Eber Santana, entre essas personalidades e a minha própria, essa liga de amigos poderia até ter sido forjada, mas não seria da forma magistral como é hoje configurada.

Assim quero destacar os parabéns a Michel Nascimento e desejar-lhe uma vida plena e feliz por todo o bem que ele representou, representa e representará em nossos vidas!

Parabéns Michel!

De Patrick Nascimento e demais jogadores

O Refúgio

09 de Preparos de 597 CY

Greyhawk_Letra-O-198x200 Aurora dos Conflitos Greyhawk Pathfinder 2ª Edição

s heróis cuidaram de seus ferimentos. Sandy Benelovoice verificou principalmente Eophain, que havia recebido muitas doses de veneno, para garantir que o kensai não sofresse os efeitos colaterais da peçonha dos wyverns combatidos outrora.

Em ato contínuo, a paladina tratou de se ocupar em cuidar e observar o príncipe Thrommel. Percebeu que apesar das escoriações e sujeira, o futuro monarca estava bem e estável. Era uma das primeiras oportunidades que Benelovoice tive de poder olhar “Tom” novamente e percebeu que Pyrus havia feito um bom trabalho. Enquanto Gatts e Eophain conversavam, ela se concentrou em garantir o máximo de conforto a Thrommel.

A meio-orc, encostada em um canto da casa, observou com estranheza os cômodos da casa mágica invocada por Gatts, quando o próprio guerreiro mago lhe dirigiu uma pergunta: “- Dikstra, como você e Tom foram parar no ninho do Wyvern?”.

A meio-orc relatou, sua saída abrupta de Reymend e como ajudou Pyrus em sua fuga. Logo após o sacerdote de Joramy selar um dos cavalos da carruagem destruída, Pyrus lhe deu uma poção mágica de invisibilidade e partiu. “- Eu tentei ao máximo desviar a atenção dos seus perseguidores, mas as coisas começaram a ficar perigosas, acabei enfrentando um dos batedores que perseguiam Pyrus e roubei-lhes o cavalo. Com ele consegui abrir uma maior distância. Sem muitas alternativas que não, me esconder na floresta Dapple e dirigir para essa região. Foi quando encontrei em um ponto da estrada sinais de ataque. No princípio achei que era evidências dos perseguidores, mas logo notei que não. Prossegui cautelosamente e mais adiante encontrei a carcaça de um animal. Ele estava morto há pouco tempo e segui os sinais do ataque, foi quando dois wyverns me surpreenderam em um ataque. Próximo, não muito longe, estava o corpo moribundo de um homem. No fim, vendo que não tinha chances de vencer os monstros, fingi minha derrota na esperança de não ser devorada ali. Arrisquei e deu certo. Eles levaram a mim e ao homem para o Ninho dos Wyverns, e o resto da história vocês conhecem.”

O Caderno de Anotações de Pyrus

Estava tudo pronto, a sopa, novas roupas e a água do banho. A paladina havia preparado o que considerara necessário para cuidar de Tom. E foi no momento que despia sua camisa que ela viu um caderno fino, não deveria ter mais que 50 páginas de papiro envelhecido, capa de couro mole e uma longa fita de amarrar. Uma outra fita estava amarrada a um lápis de carvão, o qual era utilizado para anotações. Sandy logo percebeu que se tratava de um diário com os registros de Pyrus sobre a evolução do estado do príncipe. Ela chamou Gatts e ambos iniciaram a leitura da obra.

As anotações haviam se iniciado no dia 27 de Inverno de 597CY, a mesma data em que o grupo havia se reunido em sua totalidade, na beira da estrada, nas proximidades de Verbobonc. Durante esses 12 dias, Pyrus esteve observando e tomando diversas notas acerca da condição do príncipe. No princípio suas observações eram superficiais e pouco conclusivas, a medida que os dias foram passando, seus registros ganhavam mais detalhes e abordavam até mesmo reflexões do próprio sacerdote de Joramy acerca do príncipe e de si próprio.

Registros do Diário de Pyrus

27 de Inverno

Comprei esse caderno no intuito de poder registrar os avanços e melhorias no quadro clínico de Tom. Acredito que com os meus conhecimentos medicinais e de cuidado de enfermos, posso restabelecer a saúde de meu querido amigo. Caso este caderno se perca, saiba que ele pode ser devolvido ao Templo de São Cuthbert em Hommlet, aos cuidados de Ydey, sobrinha do Cânone Calmert. E Tom, é um apelido afável para Tomas di Brugis, amigo ao qual presto os cuidados aqui registrados.

28 de Inverno

O grupo se separou e cada um tomou um rumo. Espero que tenhamos feito a escolha correta. Gatts, Questin e eu, estamos viajando para o Norte. Faremos uma parada de um dia na cidade satélite de Reymend, onde compraremos uma carroça mais confortável para Tom. Os cavalos de Gatts são bons, mas não ideais para transportar meu amigo enfermo. Ele dorme um sono profundo, há respostas instintivas a luz incidida em seus olhos, no entanto ele não responde ao calor ou ao frio. Seu estado é similar ao sono produzido por grave trauma físico.

29 de Inverno

Chegamos a Reymend, cidadezinha pequena e tranquila. O ar daqui é bem agradável e o príncipe apresenta uma coloração firme e parece saudável. O mês de Preparos me parece que será um mês bom para a saúde de… (nome bastante rasurado e ilegível) amigo. Nos hospedaremos na estalagem O Velho Risonho, uma aconchegante taberna e pousada. Ao que parece o seu proprietário é devoto de Olidammara, seu nome é Dimitri Gordon. Segue algumas observações importantes sobre o estado de Tom:

  1. Pele apresentando coloração menos pálida. Lembrar de levá-lo pela manhã para receber um banho de sol, pelo menos 1 hora;
  2. Adicionei a dieta dele, além de frutas amassadas, carne salgada de cabra cozida, desfiada, legumes e raízes (não sei se é impressão minha, mas acredito que houve uma melhora);
  3. As fezes de meu amigo deixaram de ser ralas e passaram a ter melhor consistência. Sinal de que sua diarreia passou. Com a fé de Joramy o curei no dia 27, mas ele tornou a ter novos episódios. Acredito que a alteração da dieta está melhorando suas funções digestivas;

A noite ele despertou, balbuciou palavras ininteligíveis, mesmo assim, ele repetiu tantas vezes que pude registrar:

האש של ג’ורמי הפכה לאש הצדק

01 de Preparos de 597CY

O banho de sol fez bem a Tom, ainda bem que o fiz cedo, não tardou Gatts e Questin já tinham preparado tudo para viagem, não obstante nos providenciou uma confortável carruagem. Acredito que a viagem será bem mais adequada ao meu amigo enfermo. Gatts claramente mostra sinais de descontentamento e impaciência. Se ele pudesse usaria seu pergaminho de teletransporte e levaria o príncipe direto para Chendl. Mas o pedido de Tom em sua vontade de rever o reino, o fez iniciar essa que chamo de verdadeira peregrinação. Eu discordo também, mas nos poucos momentos em que esteve lúcido, essa tinha sido uma de suas poucas exigências. Ainda me pergunto o motivo. Uma nota importante: Esta cidade definitivamente fez bem ao príncipe, analiso os elementos para tentar replicar nos próximos dias.

03 de Preparos

Demorei a tomar notas novamente, e tenho muito a escrever. O príncipe teve um novo relance de sobriedade e falou-nos sobre a inocência da meio-orc que salvamos. O que está acontecendo? Como isso é possível? E por que toda vez que isso ocorre me arrepio completamente? Teria isso haver com seu tratamento?

Gatts saiu em missão e estou plenamente dedicado a cuidar de meu amigo. Voltamos para Reymend. Alguma coisa mudou, uma tempestade açoitou as janelas e as portas, além de um vento incessante e incômodo. Apesar de tudo isso, a saúde de Tom permaneceu incólume e ele dormiu tranquilamente. Estou preocupado com algumas feridas que tem surgido nele. Pedi a camareira que lavasse os panos da cama e os fervesse, mas de nada adiantou. Comprei um livro em uma biblioteca no qual li sobre cuidados de enfermagem. Através dele estou seguindo orientações de como não manter o enfermo em uma mesma posição por mais de 4 horas.

04 de Preparos (madrugada – primeiras horas do novo dia)

O príncipe despertou, mas ele não estava acordado de fato… ou estava? Eu não sei. Ele acordou logo que Dimitri saiu. Há uma legião de guerreiros em Reymend e sua presença não me traz bons augúrios. Foi nessa situação que Tom acordou e falou: “- A Dama Caleb, ela e Gatts, o amor nasceu e não pode ser destruído”. Após dizer isso ele tornou a cair num sono inquieto. Tom não estava nada bem, a presença daqueles homens estavam interferindo absolutamente em seu estado de saúde. Gatts estava certo em uma de suas deduções, pois Tom está reagindo ao ambiente. Será que é por isso que ele não quis ser teletransportado para Furyondy?

Tenho ainda algumas coisas para escrever, mas precisarei par….

06 de Preparos

Parei a escrita abruptamente no dia 4, pois saímos às pressas de Reymend. Estou preocupado com Tom, paramos a pouco para comer algo e também para não matar o único cavalo de exaustão. Estamos sendo perseguidos. Se não fosse a ajuda da meio-orc Dikstra, eu não teria conseguido sair de Reymend, tomara que ela tenha conseguido escapar também. Guardarei esses registros entre as coisas de meu amigo e espero que alguém versado em tratamento medicinal o encontre caso precise me separar dele… Em nome de Heironeous estou preocupado com ele! O que estou falando? A quem estou pedindo ajuda? Ao Deus dos Heróis? O que está acontecendo com a minha fé?

Fim dos registros…

Preocupações

Sandy notou seu primo enrubesceu quando o nome Caleb foi mencionado, ela sentiu que algo bom havia ali e poucas foram as vezes que ela vira ele tão consternado por alguém. Mas além disso, eles tinham em posse os registros sobre os estudos do sacerdote de Joramy e como a sua proximidade com Thrommel o havia afetado a ponto de entrar em um dilema religioso. Pyrus estava se convertendo a fé de Heironeous e não havia se dado conta disso.

Gatts e sua prima continuaram conversando por um tempo a mais, até já ser bem tarde. Gatts continuou folheando os registros em busca de novas informações e entrelinhas não lidas, e quando acordou Sandy para cumprir o turno de vigília, foi a vez da paladina de também tentar encontrar maiores informações naquele diário. Ela refletiu sobre a importância de Pyrus manter os registros de Thrommel e como isso iria ajudá-la a manter os tratamentos em prol da melhora da saúde de seu amado príncipe.

10 de Preparos de 597CY

Eophain foi o primeiro a despertar, sentiu nos lábios a necessidade de tomar um café forte. Seus reflexos de guerreiro o alertaram que algo aconteci fora do recinto onde estava. O kensai havia ouviu, lá fora, o som de folhas e movimentos do vento e de uma janela observou a meio-orc praticando com seu machado grande. Ele indagou se ela aceitaria café e com a sua confirmação calculou a quantidade de água e pó para prover a todos naquela construção mágica.

Não demorou, Dikstra adentrou o recinto e trocou algumas palavras com o kensai. Eles se apresentaram formalmente e falaram sobre os estilos de combate. Logo mais os demais companheiros despertaram.

O Segredo de Gatts

O som do ronronar de Silvertite foi ouvido por todos na casa. O dragonado da paladina finalmente havia chegado até a sua companheira. Sandy saiu da casa para verificar e notou nela escoriações e ferimentos. Sandy entendeu que para chegar até ela, Silvertite adentrara a região dos wyverns e se deparou com confrontos diretos inevitáveis. Sem delongas, a paladina curou a aliada completamente e a abraçou alegre pelo reencontro.

Gatts despertou, tomou o café preparado por Eophain e após concluir os estudos de suas magias para aquele dia, anunciou que precisava ter uma conversa privada com o kensai e a paladina. A meio-orc se pôs a sair da casa, para deixá-los a sós, mas Gatts disse que eles sairiam, e assim foi feito.

Diante dos seus companheiros ele falou. “- Quando estivemos em Hommlet e nos deparamos com o príncipe Thrommel, eu que sempre fui desconfiado, considerei que ele pudesse ser um falsário. Alguém que não era de fato quem se dizia ser. Até aquele momento, tudo que se sabia sobre o príncipe, estava perdido em cerca de duas décadas de fábulas, lendas e folclores no entorno do Templo do Elemental maligno. Imaginei que tendo tantos inimigos, nós poderíamos vir a ser vítimas de algum plano e por isso dispondo do Elmo da Visão da Verdade, eu olhei para aquele que se dizia ser o príncipe Thrommel…”

A Verdadeira Identidade de Thrommel

Os olhos de Gatts se encheram de lágrimas e marejaram no limite de seus olhos, precipitando como um filete de lágrima isolado. A lembrança daquele evento ainda marcava sua mente e pareceu ser como os escritos de seu livro de magia, tão firmes e detalhados. Se recompondo da emoção, ele falou sem mais rodeios: “- Thrommel é um representante de Heironeous, e não se enganem com minhas palavras, quando digo representante, é por que ele de fato é a personificação do Deus neste plano. Tenho certeza que ele não sabe de sua condição, e nem Pyrus jamais descobriu. Não posso mais esconder esse segredo de vocês! Considero a você Eophain e você Sandy, as pessoas que dedico a mais sincera confiança, pois foram apenas vocês dois quem vieram ao auxílio de Tom no momento em que os convoquei em Verbobonc. E partilho deste fardo, para que vocês possam me ajudar deste momento em diante a suportá-lo. Thrommel é aquele que provavelmente está destinado a combater Iuz em pé de igualdade e isso explica por que ele vem sendo caçado ao longo destes anos.”

E ele continuou, diante do silêncio de sua prima e do kensai:

“- Precisamos colocar Thrommel no trono dos Cavaleiros e testemunhar vê-lo ser sagrado Rei de Furyondy. Só assim as disputas políticas pelo poder, que tanto deterioram o reino cheguaram a um fim. Assim poderemos nos concentrar em enfrentar o verdadeiro inimigo – O Velho.”

Sandy segurou nas mãos de seu primo e com um olhar carregado de convicção, lhes disse: “- Esse fardo é nosso agora, meu primo. E tenha certeza que seu segredo só fortalece nosso ímpeto, nossa vontade de perseverar e de colocar Tom no seu lugar de direito.”

Eophain ouviu atentamente a tudo que era dito e a medida que algumas dúvidas surgiam, elas eram respondidas pelo próprio depoimento de Gatts. “Por que, sendo um avatar ele não pode despertar; Quais são os seus reais poderes, etc”. Ao final das falas da paladina ele se expressou: “- Dormindo ele é um grande problema. Como lidaremos com os desafios que ele nos propõe enfrentar na condição em que ele se encontra? Precisamos de um porto seguro, um local que seja possível deixá-lo seguro e nos permita avancar contra os inimigos do Reino, o que você pensa em fazer Gatts?”

Grandes Distâncias

“- Pensei em muitas coisas, o príncipe reage a eventos bons em seu entorno, e mergulha em profunda apatia quando coisas ruins estão por vir ou acontecer. Ele não pode ser deslocado magicamente, logo não podemos ir para a Torre da Mágoa, local que considerei ser uma possibilidade. Ainda que, a pessoa que está regendo o local, não seja uma pessoa que eu nutra qualquer confiança. Também considerei o Templo da Flor de Sol, em Verbobonc, mas não sei qual a atual situação do local. Em resumo, precisaremos manter o príncipe conosco.”

E foi Sandy que teve uma ideia:

“- Podemos usar Silvertite! Ela pode manter o príncipe longe dos problemas, no ar. Isso manteria ele próximo e ao mesmo tempo seguro diante dos problemas que enfrentarmos”.

“- Acho que o plano da paladina pode funcionar.” respondeu o kensai. “- De todo modo, é o que temos no momento. O que faremos agora?”.

Gatts observou a todos e externalizou o seu plano:

“- Precisamos livrar Reymend da Legião do Chifre, só assim iniciaremos um confronto direto contra a influência de Iuz nesta região. Não temos uma legião para enfrentá-los, mas precisamos conhecer sua força, seus planos e poderio. Vamos para Reymend, onde resgatarei Caleb e seguiremos para Verbobonc, de lá e com as informações que obtivermos em Reymend, seguiremos para o próximo passo.”

Rumo a Reymend

A paladina e o kensai pareceram satisfeitos. E Gatts continuou:

 “- O nosso único problema é a distância. Temos pela frente com meus cavalos mágicos, cerca de 3 dias de viagem. Cerca de 320 quilômetros nos separa de Reymend, e considerando Silvertite voando, nove dias, no solo sete! Se meus cálculos estiverem certos”. E olhou para a paladina.

Sandy compreendeu imediatamente o motivo de sua companheira ter demorado tanto para chegar até a floresta Dapple, durante a investida para resgatar Tom. Diferente de algumas montarias mágicas dos paladinos de Flanaess, Silvertite havia sido concebida neste plano e era considerada mais forte que maioria das montaria aliadas aos paladinos, contudo, em deslocamento, comparada a das montarias mágicas fornecidas por Gatts, ela estava em desvantagem, pois não conseguia se descolar rápido o suficiente.

O grupo decidiu então que percorreria a distância mantendo-se em linha com o deslocamento de Silvertite, de modo que o plano de proteger Tom pudesse ser posto em prática em caso de necessidade. O grupo reuniu as coisas e iniciou a jornada de sete dias, rumo a Reymend.

Encontro Inusitado

10 de Preparos de 597CY

Ao meio dia de viagem, o grupo parou para comer algo e descansar as nádegas do rápido galope que as montarias de Gatts possuíam, e foi quando duas figuras surgiram magicamente diante de Eophain. Eram Aescriel e Falwick, o Conde de Moën. No princípio todos se assustaram, mas os olhos astutos de Sandy e Gatts perceberam que se tratavam de projeções ilusórias. Eles não estavam realmente ali. Antes que qualquer um, questionasse a inesperada visita, Aescriel quem falou:

“- Meu caro parceiro Eophain Al´Durkan, venho até você em busca de auxílio. Me foi incumbida uma importante missão para reparar os danos que eu causei quando era um vampiro. Além de Rathnar e Kalin, estou lhe convidando para se juntar a mim.”

Eophain ouviu atentamente as palavras do elfo dourado, e ouviu no seu ouvido as palavras de Gatts lhe dizendo que eles não estavam realmente ali, tratavam-se de projeções da imagem. Eophain assentiu a Gatts e sem rodeios disse-lhes:

“- Aescriel, para quando é a sua necessidade?”

“- Imediata meu caro. O dano que produzi, demanda reparo imediato. Se aceitar o meu convite, será teleportado para onde me encontro – a Cidade Livre de Greyhawk. Preciso encontrar um diamante muito raro, um diamante de sangue, conhecido como Berílo. Tenho pistas sobre essa gema em algum lugar do Nyr Dyv”

Em resposta, Eophain lhe disse:

“- Gostaria de poder ajudar-lhe, mas neste momento eu não posso. Outras responsabilidades clamam ao meu dever como kensai. Espero que você tenha êxito em sua missão. E se eu puder indicar alguém para ir em meu lugar, sugiro ofertar à Dikstra An Craite, a meio-orc que nos acompanha”. Eophain dirigiu o olhar para a meio-orc e ela disse: “- Tenho meus propósitos em Reymend e poucas coisas me tirariam deste caminho, ainda mais para seguir um elfo…”

Encabulado com a negativa do kensai, Aescriel então se dirigiu para a paladina:

” – Poderia então, você Lady Sandy me ajudar nesta empreitada?”

Serenamente a paladina respondeu:

“- Sinto meu caro amigo, mas meu lugar é ao lado de meu amigo Tom e desta comitiva!” Se ao final desta demanda ainda puder lhe ajudar, minha lâmina estará a sua disposição! Mas no momento apenas posso lhe dirigir o meu desejo de sucesso e bênçãos de Heironeus para sua missão!”

Tentando ajudar Aescriel, Sandy complementou:

“- Gatts, não há aquele anão de nome Gillius que nos ajudou com a missão da Pedra da Lua, por onde ele anda?”

E Gatts apenas redarguiu: “- Siga seu caminho elfo.”

Aescriel assentiu às negativas, e não pareceu triste ou desapontado. Ele sabia que aquele grupo tinha consigo uma grande responsabilidade. Ele teria que contar com outra ajuda e já tinha em mente a quem chamar. Os magos desapareceram tão rapidamente quanto surgiram.

Gatts estava internamente satisfeito com a decisão de Eophain. Não havia “engolido” a purificação do elfo dourado Aescriel, e para si, ele ainda era uma incógnita digna de toda desconfiança possível. Além do mais, quando esteve em apuros, ele e Pyrus em Reymend, ninguém apareceu para ajudar-lhes. O elfo do sol teria que se virar com as ajudas que encontrou.

A Sondagem de Gatts

O grupo retomou a cavalgada e apreciou o misto de planícies e colinas que compunham a paisagem daquela região. As horas de cavalgada logo deram lugar as primeiras estrelas da noite. Observando o horizonte laranja, o grupo começou a procurar uma clareira para passar a noite e encontraram um bom lugar.

Gatts invocou a magia Abrigo Seguro, a mesma invocada anteriormente para materializar uma casa feita de pedra, janelas e porta de madeira forte e cobertura de palha. Os cômodos do abrigo era seguros e confortáveis, e segundo o próprio Gatts era protegido por alarmes mágicos que soariam mediante qualquer tipo de invasão. E ainda havia uma criatura mágica invisível que mantinha tudo limpo e arrumado.

Tal como ocorrido a norte anterior, Gatts pegaria o primeiro turno, Sandy o seguinte, depois Eophain e por fim Dikstra. Mas no início de sua vigília Gatts pediu a sua prima que esperasse um pouco. Ele iria conjurar uma magia para sondar magicamente Caleb Mengue, em Reymend e precisaria que a sua prima estivesse a postos para ameaças externas durante a execução da adivinhação.

A sonda de Gatts viajou rapidamente até Reymend e uma vez lá, localizou magicamente onde se encontrava a primeira Dama de Reymend, e ela estava linda. Sentada em uma cadeira de madeira com os cotovelos apoiados em uma mesa simples com quatro lugares, ela aguardava ansiosamente uma senhora de costas terminar um preparado no fogo a lenha.

O Desaparecimento e o Despertar

Gatts se pegara preso a imagem, hipnotizado pela beleza de Caleb. Seus cabelos mesmo desarrumados, presos em um rabo de cavalo destacavam sua pele morena clara, marcada por sardas entre o nariz. Seus olhos de cor turmalina carregava uma constante ingenuidade e delicadeza. Gatts imaginava quão cruel era Gelibol Mengue, seu marido, para ter a covardia de agredir uma mulher, em especial ela. A senhora a beira do fogão experimentou com as costas da mão um pouco do preparado e sorriu com a certeza de que o sabor estava ótimo e pronto para servir. Elas falavam sobre trivialidades, como velhas amigas.

Foi neste momento que a imagem falhou e Gatts percebeu que falhara em notar que sua magia havia sido acompanhada durante todo o tempo, alguém via o que ele via, e ainda que tenha suspendido imediatamente a magia, garantindo que uma visão interna não diria a localização da casa, ele não sabia se sua magia continuou sendo sustentada para identificar a fonte da observação. A ampulheta do tempo havia sido virada.

Gatts saiu do transe mágico, com um semblante de agonia e ansiedade que foram captados por sua prima. Imediatamente pegou de sua bolsa um papiro enrolado e proferiu nervosamente. “- Sandy, minha magia foi notada! Caleb corre sério risco!” Ao mesmo tempo, a paladina notou Dikstra se aproximando da cama em que se encontrava Thrommel. O príncipe se debatia em um ataque convulsivo. Gatts e Sandy brevemente conversaram sobre as implicações de sua partida, ambos sabiam que partida de Gatts poderia estar levando o cavaleiro arcano para uma armadilha.

Alguma coisa muito ruim estava para acontecer. Julgavam isso pela reação do príncipe. Gatts, em sua visão mágica, havia visto um anjo proteger Caleb. Ele sabia que o anjo, na verdade, era uma manifestação do príncipe, que havia dispendido sua energia mágica para proteger Caleb e agora algo tinha acontecido.

Desfraldando o pergaminho em sua mão e falando de forma nervosa, Gatts declarou: “- Sandy, eu preciso ir! Cuide de Tom! Encontre cavalos!” Assim, de forma abrupta, Gatts desapareceu ao mesmo tempo que sua prima tentava lhe dizer para deixar algo com ela, mas as falas foram em vão.

Prólogo

Algum tempo depois da partida de Gatts, Sandy, Eophain e Dikstra observam os tremores de Thrommel desaparecerem e o monarca abrir os olhos dizendo:

“Os Discos, O Berílo, A Gnomo e Caleb, todos, todos estão conectados”.

O príncipe havia finalmente despertado de seu longo sono…

Continua.

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Sobre o Autor: Bruno de Brito

Mestre da campanha "Aurora dos Conflitos", ocorrida no cenário de Greyhawk. Entusiasta do sistema Pathfinder, fã de Magic: The Gathering e churrasqueiro nas horas vagas.

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