A Cidade Perdida de Luckendor, 3ª parte: A Tumba de Haran-Pharak, sessão I

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No dia 31/01/2016, das 08:00 as 13:30 ocorreu a 18ª sessão de Arzien, com o Grupo 2. A sessão contou com a presença de 75% dos jogadores na forma presencial e 25% online, através do Roll20. Essa foi a terceira sessão presencial em Arzien.

A sessão foi um verdadeiro palco de guerra pela conquista do lendário Olho-de-Fogo, na Praça da Tríade, local onde foi a revelada a passagem para a Tumba de Haran-Pharak.

Os heróis enfrentam os vilões da campanha:  Vorssenach, o yuan-ti abominação líder dos Língua-das-Trevas, Halaman, o mago sha’ir e o misterioso Nyaga, o qual descobrem ser um gênio efreeti! Para piorar a situação, os vilões do O Altar aparecem e iniciam um ataque impiedoso contra todos.

Essa foi a primeira sessão da aventura “A Cidade Perdida de Luckendor, 3ª parte: A Tumba de Haran-Pharak”. 

Saiba mais sobre o Grupo 2

Praça de Guerra

Era noite, o céu estava estrelado e completamente limpo. Aliás, nuvens é algo extremamente raro no continente desértico de Alkemor, e não seria diferente em Myd-Arventhor, o Deserto dos Mortos.

O trio Zelot, Krusther e Sean chegam a Praça da Tríade após deixarem as ruínas do Templo de Valumbar. Espalhados por toda a área estavam homens-serpentes ocultos sob a forma de Sentinelas de Valumbar.

O local estava iluminado por diversas piras e tochas e toda a atenção daqueles presentes se voltava para o centro da praça. Lá os heróis avistam Halaman, Nyaga e também um homem-serpente musculoso, grande e aterrorizante, com o corpo completamente coberto por escamas, cabeça e cauda de serpente. Krusther reconhece como sendo Vorssenach, o yuan-ti que os heróis combateram na aventura nas Cavernas Mulich.

O trio de heróis escutam Halaman e Vorssenach discutirem como iriam entrar na Tumba de Haran-Pharak, que acabara de ser aberta. Os ânimos pareciam estar a flor da pele entre eles:

Halaman: “Vorssenach, agora que encontramos a Tumba de Haran-Pharak, vamos seguir com o plano original. O Olho-de-fogo é tudo que interessa agora.”

O bestial homem-serpente, com sua língua sibilante, diz:

Vorssenach: “Acha messsmo que pode nos enganar, Ssha’ir? Você ficará aqui e impedirá qualquer tentativa dos infiéis esstrangeiross de cruzarem meu caminho. Nossso acordo essstá mantido, afinal você ainda esstá vivo.”

Halaman, mago Sha’ir de Alkemor.

Sem expressar temor e convicto de suas palavras, em um tom pedante Halaman responde:

Halaman: “Vorssenach, você sabe que não conseguirá chegar ao medalhão sozinho. Vai precisar de mim. Sem minhas habilidades, como já foi provado antes, ficará perdido.”

Vorssenach: “Bassta! Esstou farto de tolerar sua arrogância. Você fará o que eu dissse, Halaman. Acha messmo que precisamoss de você para dar continuidade ao nosso plano de ascensão? Nada pode impedir os Filhos de Sviluss e a Vontade do Grande Deus Serpente!”

Vorssenach, líder dos Yuan-Ti Língua das Trevas, Alkemor.


Krusther Nesmish
sabia que era questão de tempo para que seus inimigos os detectassem. O feiticeiro luparano, que estava sob o efeito da magia vôo e de armadura arcana, flutua em direção a área de combate à 9 metros do chão e lê runas mágicas de um pergaminho, conjurando mísseis mágicos potencializados. Cinco dardos dourados incandescentes voam em direção ao Sha’ir e explodem em seu peito, abrindo feridas profundas. 

Krusther: “Vocês estão enganados! O Anel Guardião não permitirá que cheguem ao Olho-de-Fogo!”

A presença dos heróis havia sido revelada neste momento.

Krusther Nesmish surpreende os vilões com sua magia.
Praça da Tríade: palco da batalha entre os heróis e vilões.


Halaman é o primeiro a reagir. Mesmo bastante ferido, o mago consegue conjurar uma espécie de magia. Krusther, que estava mais próximo do mago, percebe uma minúscula criatura humanoide sair de dentro do seu manto, de cor azul, usando turbante e com fumaça nas pernas. Ele voa até a orelha direita do mago e parece sussurrar palavras. Em seguida Halaman voa, flutuando 9 metros acima do solo. 

O mago fala em voz alta:

Halaman: “Malditos sejam heróis, conseguiram sair vivos das catacumbas. Subestimei suas habilidades. Mas, não cometerei este erro novamente. Nada poderá me deter a chegar ao Olho-de-Fogo! Zurgyg, acabe com eles!”

Nyaga, o misterioso homem atlético de pele negra, usando roupas simples e surradas se vira em direção aos heróis. Uma transformação sobrenatural se inicia a medida que caminha calmamente na direção da entrada do templo.

Seus olhos começam a brilhar, um tom vermelho-alaranjado profundo. Suas roupas queimam e seu corpo cresce, ao mesmo tempo que chamas e fumaça irrompem de sua pele. Nyaga se transforma em uma grande e musculoso humanóide, de pele roxa-avermelhada. Seu corpo parecia ser uma verdadeira fornalha, rodeado de chamas e fumaça.

Nyaga se transforma em Zurgyg, uma criatura flamejante.

A criatura flamejante ergue o braço direito e uma muralha de fogo de 4,5m de altura surge, se estendendo por toda a frente do templo, bloqueando a passagem para a praça. No mesmo instante em que surge, a muralha flamejante emite uma forte onda calor, causando queimaduras em Sean e Zelot.

Sean, surpreso pela feitiçaria, recua de volta ao templo. O guerreiro estava assustado com o calor das chamas vinda da muralha de fogo e não sabia exatamente o que fazer. Ele segura ferozmente sua espada larga e tenta analisar melhor a situação.

Zelot, em um ato não muito calculado, corre em direção à muralha de fogo e a cruza, se queimando no processo. Graças a misteriosa aura prateada que a protege, a ladra não sofre graves queimaduras. Ela para ao lado de Zurgyg, a criatura flamejante.

A heroína incentiva seus amigos a lutarem:

Zelot: “Vamos avançar Anel Guardião! Não deixaremos nossos inimigos vencerem!”

Zelot incentiva seus companheiros a lutarem.

Neste momento Krusther, que estava voando e tinha uma melhor visão da área, observa  uma sequência de eventos. Aldeões desesperados correm ao longe, cruzando os portais de acesso à praça. Eram pessoas que viviam e trabalhavam em Luckendor, os mesmos que os heróis haviam visto desde que chegaram à cidade arruinada.

No portal sul da praça homens portando cimitarras, alguns cavalgando cavalos e outros a pé, entram e atacam as pessoas que tentavam fugir. Nos portões leste e oeste, hordas de esqueletos usando armas e armaduras enferrujadas atacam as pessoas e tudo que veem pela frente. Um profundo brilho vermelho e maligno é emitido das órbitas vazias dos seus crânio.

Vorssenach percebe a invasão de vários inimigos na praça e ordena que os demais yuan-tis impeçam o avanço dos inimigos. A criatura se comunica em uma linguagem sibilante e incompreensível.

Em seguida Vorssenach se vira para Halaman e fala em comum ao mesmo tempo em que se movimenta:

Vorssenach: “Halaman! Issso é culpa sssua! Você deveria impedir que esses humanos atrapalhessem nosssoss planoss!”

Finalizando sua ação, o homem-serpente rasteja em direção a Zelot e a golpeia com uma grande cimitarra.  A ladra sente que aura mágica que a rodeia é destruída neste momento.

Após a ordem do Vorssenach, os diversos yuan-ti que estavam espalhados correm direção aos inimigos que estavam invadindo o local. Eles usavam khopeshs, lanças e arcos-curtos.

Enquanto isso, dentro do templo, o anão Eberk vasculha o corpo de Mennak, que havia sido morto pela misteriosa criatura com cabeça de chacal. Os olhos e ouvidos do bárbaro anão estavam atentos e consegue perceber que, tal como uma serpente, Mennak tentava disfarçar que estava morto. Assim que percebe que o anão não havia caído em seu ardil, tenta reagir. Rápido como uma flecha, Eberk crava a lâmina do seu machado em seu crânio, espalhando pedaços de seu cérebro no piso sujo e esbranquiçado do templo.  Satisfeito com os espólios encontrados, e por ter certificado que havia matado Mennak, Eberk segue para fora do templo.

 

Eberk mata Mennak, impedindo o yuan-ti de fugir.


Do lado de fora, Krusther Nesmish saca sua cimitarra mágica e voa em direção ao sha’ir. Ele consegue atingir um poderoso golpe em Halaman com sua cimitarra, que irrompe em um turbilhão de chamas e gelo. O grito de dor e raiva do mago ecoa pela praça e quase é suficiente para derrubá-lo.

Irritado e ferido, Halaman observa o feiticeiro com ódio. Krusther percebe novamente o minúsculo humanóide saindo de dentro de seu manto e sussurrando em seu ouvido. O sha’ir faz gestos e palavras mágicas e  estende a palma da mão direita aberta em direção ao luparano:

Halaman: “Morra, feiticeiro insolente! Morra!”

Um Cone de Frio surge da sua mão e, como um grande turbilhão de gelo e neve, cobre inteiramente o corpo do bárbaro, congelando sua carne. Krusther, ferido, por pouco perde a estabilidade do voo. Halaman diz:

Halaman“Vorssenach, os demais inimigos chegaram! Impeça-os de alcançarem a Tumba! Efreeti, acabe de uma vez por todas com aqueles que estão tentando sair do templo!”

Zurgyg, a criatura flamejante, golpeia Zelot com seus punhos cerrados e flamejantes. Em seguida dois raios flamejantes emergem de seus olhos em direção a Krusther, que estava voando. O feiticeiro é atingido pelas chamas e fica ainda mais ferido.

Sean Kallingard, percebendo o ato de coragem da ladina, corre e cruza a muralha de fogo, se queimando no processo. O guerreiro chega ao lado do efreeti e consegue atingir-lhe um golpe com sua espada larga.

Sean Kallingard avança contra os inimigos!

Percebendo que estava em uma posição nada privilegiada, Zelot deixa o combate corpo-a-corpo contra o efreeti e Vorssenach, realizando diversas acrobacias e avança em direção ao centro da praça. Ela saca uma poção de seu cinto e bebe, ficando invisível.

Eberk sai do templo e avista a muralha de fogo. O anão bebe uma poção de aumentar pessoas e tenta ver a melhor estratégia para lutar. Porém, o bárbaro não conseguia ver nada além da muralha flamejante e escutava apenas gritos e sons de combate.

Do alto da área de combate, Krusther percebe uma névoa densa e sobrenatural se formar no portão oeste da praça, encobrindo esqueletos e yuan-tis que lá lutavam. O feiticeiro nota pessoas correndo, emergindo da neblina. Gritos de dor podem ser ouvidos vindos de lá.

Sem mais a presença de Zelot na área de combate, o efreeti ataca Sean com seus punhos ardentes. O guerreiro sente os poderosos golpes atingirem sua armadura na região do peito e ombro. O calor que a criatura emite e a dor de seus golpes não intimidam Kallingard, que prepara seu próximo ataque.

Eberk, que estava maior graças a uma poção de aumentar pessoas, salta as chamas da muralha e se junta e ataca o efreeti com seu machado. O anão bárbaro golpeia fortemente o braço esquerdo da criatura. Na sequência Sean também consegue atingir o efreeti na perna direita. Os golpes em conjunto do bárbaro e do guerreiro deixam a criatura flamejante cambaleante, porém ainda viva..

Krusther, que estava bem ferido graças aos ataques mágicos de Halaman e Zurgyg, após analisar toda situação de combate,  percebe que precisava ser mais efetivo. Ele voa em direção as escadas e desce a Tumba de Haran-Pharak, abandonando a Praça da Tríade.

A praça se transforma em um palco de guerra, com diversos inimigos invadindo o local. Homens com cimitarras e escudos, alguns cavalgando cavalos de guerra leve, lutam contra yuan-tis no portão sul. Hordas de esqueletos avançam nos portões leste e oeste e também enfrentam resistência dos homens-serpentes.

Halaman voa em direção a entrada da tumba, preocupado com Krusther.  O sha’ir faz gestos e palavras mágicas e conjura bola de fogo, atingindo Eberk, Sean e Zurgyg. Porém, a magia parece não afetar o gênio flamejante, cujo os olhos brilhavam com ódio.

O efreeti ataca Sean e Eberk e usa sua rajada de fogo pelos olhos, ferindo tanto o guerreiro quanto o bárbaro.

Sean gira sua espada larga no ar e atinge um golpe firme e mortal contra Zurgyg. Quando morre, o efreeti se transforma em chamas e cinzas e seu corpo desaparece, deixando o chão completamente queimado. A muralha flamejante é dissipada neste momento.

O guerreiro Kallingard estava bastante ferido. Seu corpo estava cheio de queimaduras e feridas. Porém não era hora para recuar. Sean Kallingard avança contra seus inimigos no centro da praça, segurando firmemente sua espada larga

Eberk se esconde atrás da coluna e bebe poção de voo. O anão planejava atacar o mago no alto, mas para isso precisava surpreendê-lo.

De alguma forma, um misto de instinto de sobrevivência e habilidade em lidar com itens mágicos, Zelot conjura teia nas escadas usando seu manto mágico. Ao descobrir essa habilidade mágica, Zelot consegue desbloquear outros poderes. A ladra descobre que a teia que havia criado não impede a sua passagem e, além disso, ela consegue andar pelas paredes! Sem perder tempo, a ladina, esguia e habilidosa, caminha pelas paredes das escadas em direção a Tumba de Haran-Pharak.

Vorssenach, percebendo que a ladra estava tentando ganhar tempo ao bloquear a passagem, acende uma tocha que se encontrava em uma pira próxima. O homem-serpente parecia estar apressado em impedir que os heróis chegassem ao Olho-de-Fogo.

Neste momento Eberk nota Miyu, Vlendzer, Cedric e Youssef saindo de dentro do templo. Eles estavam usando suas armas e parte de suas armaduras, que haviam ficado para trás quando foram aprisionados. Eles se deslocam em direção ao combate sem perder tempo!

Halaman, flutuando no ar, bebe outra poção de cura e em seguida se vira em direção a Sean e fala:

Halaman: “Guerreiro, ataque o homem-serpente! Ele é o seu verdadeiro inimigo. Estarei ao seu lado para que possamos vencê-lo! Ataque-o!”

A voz do sha’ir ecoa profundamente na mente de Sean. Naquele momento parecia que tudo que ele disse fazia sentido. O guerreiro não sabia, mas estava sendo alvo de alguma magia.

Sem pestanejar, Kallingard investe contra Vorssenach. Entretanto, a criatura estava preparada e atinge o guerreiro em um ataque de oportunidade. Sean, que já estava bastante ferido, não resiste e cai inconsciente e sangrando no chão.

Assim que derruba o poderoso guerreiro, Vorssenach, se vira para Halaman. Seus olhos brilham dourado ao mesmo tempo que ele fala em voz alta:

Vorssenach:  “Mago do deserto, estamos lutando um contra o outro. Para vencermosss nesta batalha, precisamosss nos unir. Você deve usar sssua magia contra os inimigoss que avançam! Impeça-os chegarem até mim. Eu irei desscer a Tumba para impedir que os outross cheguem ao Olho-de-Fogo. Esstamoss do messsmo lado, Halaman! Agora, mate a todoss!”

Em seguida Vorssenach queima as teias que cobrem as escadas  e rasteja descendo em direção a Tumba de Haran-Pharak.

Neste momento, Eberk sai detrás da coluna e voa em direção a Halaman. O anão fica corpo-a-corpo contra o mago, pronto para atingí-lo com seu machado.

Halaman, percebendo a ameaça do anão, se afasta 9 metros e conjura uma magia no ar. Sua mão eletrifica e ele conjura uma poderosa Orbe Elétrica contra o bárbaro, que é atingido e ferido pela magia.

Vlendzer, Miyu, Cedric, Youssef avançam em direção ao centro da praça. O halfling fala em voz alta:

Vlendzer: “Companheiros, vamos lutar contra os inimigos com todas as forças! Miyu, ajude Sean, ele precisa de cura imediatamente! Youssef, siga em direção a Tumba de Haran-Pharak e ajude os demais que desceram! Cedric, prepare-se para lutar, O Altar já está aqui! Precisamos agir em conjunto, vamos ficar no centro da Praça, dentro dos 3 Círculos!”

Na sequência o bardo começa a tocar uma música usando sua flauta, inspirando coragem a todos nesta batalha.

Miyu, mais rápida, corre em direção a Sean e aplica uma poção de cura completa no guerreiro. Sean abre os olhos arregalados, como se um choque de vida percorresse seu peito. O guerreiro sente uma sensação muito boa, como se tivesse acabado de acordar. Nada parecia deter seu ímpeto novamente.

Youssef faz o que o bardo disse e corre para às escadas, descendo em direção a Tumba.

Eberk voa em direção a Halaman com raiva e tenta atingi-lo com seu machado.  Contundo, voar não é o forte do anão. Ele se desequilibra no ar e erra o ataque contra o sha’ir.  Definitivamente ele não era um bom combatente voando.

Cedric saca seu arco longo e dispara uma flecha contra o mago Halaman, atingindo-o. Ele diz:

Cedric“Estou vendo meu nobre amigo. Eles chegaram. Prepare suas melhores músicas.”

Halaman, percebendo a ameaça de diversos inimigos, se afasta de Eberk e conjura uma magia que o deixa invisível.

Eberk, percebendo que a coisa ia ficar feia la embaixo se não fizesse nada, resolve descer as escadas que levam a Tumba de Haran-Pharak.

Ficam na Praça da Tríade apenas SeanCedric, Miyu e Vlendzer.

E eles presenciam a chegada dos vilões do Altar.

A Chegada do Altar

Sean Kallingard, a medida que se levanta após ter sido curado por Miyu,  percebe uma figura nunca antes vista se aproximando com agilidade:

Uma mulher esguia, branca, de cabelos lisos e negros, olhos puxados, ataca homens-serpentes que se opõem em seu caminho. Ela usa duas kamas, pequenas lâminas curvadas que mais parecem navalhas em sua mão. A mulher rodopia, faz acrobacia a medida que ataca e mata seus inimigos. Golpes fatais no pescoço. Sem chance para seus inimigos.

Kyra, monja do O Altar.

Assim que termina, ela  fita os olhos de  Miyu Katsurana, que devolve também com um olhar penetrante. Sean sente que essas mulheres parecem se conhecer a mais tempo. Pior, parecem ser rivais. A monja fala ao guerreiro:

Miyu: “Sean, nossos inimigos do Altar estão aqui! Eles já possuem diversos medalhões e não podem chegar ao Medalhão do Poder. Eu cuido de Kira, a monja da Lótus Negra. Temos assuntos não finalizados em Hyakato. Ajude os demais!”

Neste momento Kallingard tem uma poderosa e sobrenatural sensação de presença vinda do portão oeste, da região coberta pela misteriosa neblina.

Momentos anteriores, gritos de dor e morte podiam ser ouvidos de dentro de uma neblina sobrenatural que havia tomado o portão oeste da praça. Um breve silêncio se faz e logo em seguida sons de passos pesados e lentos. Uma misteriosa figura aos poucos emerge da névoa.

Um homem alto,  forte, com ralos e longos cabelos crespos, vestindo uma meia-armadura cinza fosca, coberta por sangue. Tem um manto escuro e segura uma bela espada larga com as duas mãos. Seu olhar é sério e sem expressão, de um homem calejado, acostumado com as batalhas. A neblina parece seguir seus rastros a medida que caminha.

Kreven, o Névoa.


Ele tinha certeza absoluta: era a Espada Kallingard. Sean Kallingard sente uma atração vinda deste homem, mais precisamente da espada larga que ele segura. Seu coração bate mais rápido, sua respiração fica ofegante e seu sangue circula mais veloz.

Agora fazia sentido para Sean. Este era Kreven, O Névoa, o ex-pupilo de Lorde Dreghet VonZyke, o corrupto general que havia derrotado seu grupo quando invadiram as masmorras do Castelo Alta-Vista, na cidade de Mirkazin. A missão de recuperar a Espada Kallingard e trazer uma chama de libertação para seu pai, Lorde Frajean Kallingard de Greslund, havia sido apagada naquele dia.

Sean foi feito prisioneiro por Lorde Dreghet, que desejava apresentar o guerreiro ao real portador da Espada Kallingard para que morresse nas mãos dele. Dessa forma, o último herdeiro dos Kallingards finalmente encontraria seu fim.

Os pensamentos do guerreiro o fazem voltar ao passado, inclusive no momento em que seus aliados são mortos por Lorde Dreghet. Sean se recorda dos meses em que estava aprisionado nas masmorras, em meio a trevas e solidão. Todo aquele tempo faz o guerreiro refletir sobre tudo que havia acontecido. 

Ele nunca mais seria o mesmo depois que escolheu seguir o Caminho da Espada.

Um tapete voador pousa nas proximidades do centro da praça.  Em cima dele haviam dois homens bastante distintos:

O homem da frente, que estava agachado e parecia guiar o tapete voador, é alto, magro, careca, de barba mal feita e veste uma armadura de couro batido. Seu semblante parece de alguém doente, com olheiras profundas, veias grossas e roxas ao redor de sua pele seca e pálida. Seu olhar é cabisbaixo, desconfiado e traiçoeiro.

Aspendale, o ardiloso assassino vilão do O Altar.

Os heróis sabiam que este era Aspendale, o ardiloso ladino assassino que a tempos vem cruzando o caminho do Anel Guardião (tendo sido o responsável pelo rapto de Sâmira Olhos-de-Esmeralda, em Zukh-Mosir). Sua última aparição havia sido na Floresta das Estacas, ocasião em que fugiu usando o tapete voador de Krusther Nesmish depois que os heróis derrotaram o Alfatir Kethjaris (confira aqui essa aventura).

O segundo homem, que estava em pé, é alto, robusto, musculoso, com barba e bigode negro, cabelos longos, veste uma armadura de batalha cheia de entalhes e pedras preciosas azul escuras. Ele segura uma  espada bastarda e usa um belo medalhão verde escuro, claramente visto em seu pescoço. Seu olhar é profundo e penetrante, de alguém determinado e ganancioso.

Lorde Russel Oskion, o líder da comitiva do O Altar. Possuidor do Medalhão da Dominação e do espírito do Rei Vanothias Gumbar.

Lorde Oskion desce do tapete e conjura uma Coluna de Chamas nos inimigos que avançavam contra ele. Três dos cinco homens-serpentes são queimados vivos, bem como dois guerreiros que pareciam lutar ao lado do Altar. Em seguida ele segue em direção ao centro dos três círculos.Todos sabiam: este era Lorde Oskion, o ganancioso nobre dulamariano que se curvou as forças do Altar e se tornou portador do Medalhão da Dominação e desde então lidera um grupo de campo para recuperar as antigas relíquias conhecidas como Os Medalhões de Krynplastor. Os heróis sabiam também que Lorde Oskion era dominado pelo antigo Rei Vanothias Gumbar, um poderoso clérigo de Recvill da época dos Asseclas de Raunderun, um grupo maligno que espalhou terror em Ilagren a séculos atrás.

De sua sombra uma criatura estranha e obscura emerge. Como se estivesse oculta o tempo inteiro, a espera de algum comando.

Uma figura sombria, de silhuetas femininas, parece ter  saído de algum pesadelo. Veste uma armadura completamente de couro com fivelas e cintos, suas mãos possuem garras, seus olhos brilham um verde profundo por debaixo do capuz de um manto vermelho púrpura. Silenciosa, a criatura se move mesclada as sombras.

Khalile, contraparte maligna de Zelot.


Sean Kallingard, que estava próximo, percebe tudo isso e se recorda no momento em que ele e Zelot fugiram do Altar. Zelot parecia que estava lutando contra alguma forca interior e, quando finalmente conseguiu vencer, emitiu um poderoso grito de dor. Sean presenciou uma figura malévola e feita completamente de escuridão emergir do corpo da ladina. A figura era uma copia fiel a própria Zelot. Uma autoimagem maligna e sombria.A criatura escorrega pelas sombras e se arrasta na parede em direção as escadas que levam em direção a Tumba de Haran-Pharak.

Praça da tríade: campo de batalha entre heróis e vilões.

O Primeiro Desafio: A Charada da Ponte


Enquanto todo o combate se desenrolava na superfície, Krusther, o primeiro a descer as escadas em espiral, chega à Tumba de Haran-Pharak, cerca de 40 metros abaixo do solo.

Estava escuro, a única fonte de luz era um ténue brilho translúcido vindo de uma câmara no final de um corredor com paredes de alvenaria, com cerca de 4.5 m de largura e 6 m de altura.

Krusther desce alguns degraus e chega a uma sala iluminada por um brilho sobrenatural.

Haviam duas grandes estátuas nas laterais, de um homem segurando um livro aberto e uma mulher com um grande arco, ambas viradas para aqueles que chegavam ao recinto. Diversos esqueletos de humanos, vestindo trajes sacerdotais envelhecidos e surrados. Ao entrar na sala, o feiticeiro percebe que esses trajes tinham símbolos de três círculos se cruzando, bem como das três divindades de Luckendor, levando a crer que deveriam ser antigos cultistas.

Desenhado nas paredes haviam hieróglifos e imagens, como se tentassem contar alguma história. No chão havia desenho de três círculos, com runas e escritas indecifráveis.

Mais adiante um pesado portão de metal trancava o caminho. Repousando nas laterais desse portão Krusther avista estátuas de duas esfinges, prescrutando aqueles que adentravam ao recinto.

O silêncio era sepulcral, o ar seco e mofado.

Krusther, bebe uma poção de cura para recuperar seus ferimentos e se aproxima para investigar o local.

De repente, quando se aproxima mais do portão, percebe um brilho azul se formar em um dos 3 círculos desenhados no chão. Os olhos das duas esfinges brilham e Krusther escuta uma voz feminina:

“A Tumba de Haran-Pharak foi aberta. Aqueles que desejam chegar a seus tesouros devem passar pela prova dos 3 deuses. A primeira prova vem da deusa Surya, dos Mistérios e Profecias. Para cruzar este portão, uma charada deve responder para as esfinges. Para saber qual é a charada, deve tocar no portão. Apenas uma pessoa pode ultrapassar. Caso erre ou demore mais que 1 minuto, sacrifícios ocorrerão.”

Assim, antes que Krusther tocasse no portão, ele escuta a voz de Zelot, o chamando no corredor.

A ladina chega até a sala neste momento e diz algo como:

Zelot: “Krusther, você é o escolhido. Você deve buscar o Olho-de-Fogo.”

Krusther diz:

Krusther: “Zelot, preciso responder esta charada. Talvez você possa me ajudar.”

A ladina se aproxima e investiga o portão com o feiticeiro.

Então, a dupla destrava a charada.

Uma voz se faz, bem como escritas em alkemoriano no portão:

A Charada da Ponte:

Os senhores Lento, Médio, Rápido e Voador, devem atravessar uma ponte antiga, de madeira, pendurada por cordas, que passa sobre um rio, em 17 minutos. A ponte só pode suportar duas pessoas por vez. Além disso, é noite e há apenas uma lanterna. Qualquer pessoa, sozinha ou em dupla, deve levar a lanterna consigo para atravessar a ponte, pois a ponto é muito comprida para deixar a lanterna em algum ponto, ela deve ser levada junto.

Cada homem caminha com uma velocidade diferente. Um par que for atravessar junto, deve caminhar na velocidade do homem mais lento. O senhor Lento consegue cruzar a ponte em 10 minutos; o senhor Médio, faz isso em 5 minutos; já o senhor Rápido consegue cruzar em 2 minutos, e o senhor Voador cruza em 1 minuto.

Como poderão os quatro homens chegar do outro lado da ponte em 17 minutos?

 A dupla sabia que podiam se ajudar a encontrar a resposta, porém apenas um cruzaria o portão. Zelot e Krusther pensam e tentam encontrar a resposta juntos. 

Em seguida, Vorssenach chega até a câmara, rastejando com sua cauda de serpente:

Vorssenach: “Malditosss sejam, humanosss. Não vão consseguir impedir a assscensssão de Sviluss e de seus filhosss. Preparem-se para encontrar a morte!”

Então, Youssef chega até a sala e avança ferozmente contra Vorssenach.

Zelot encontra a resposta da charada e explica a Krusther para que possa cruzar a passagem.

Zelot: “O senhor Rápido e o senhor Voador cruzam primeiro, em 2 minutos;

O senhor Rápido volta com a lanterna, em 2 minutos;

O senhor Lento e o senhor Médio cruzam, em 10 minutos;

O senhor Voador voltar com a lanterna, em 1 minuto;

O senhor Rápido e o senhor Voador cruzam de novo, em 2 minutos.

Assim termina em 17 minutos.”

Então, a passagem se abre e, assim que Krusther cruza o portão começa a se fechar.

Apesar de não poder ver a ladina, por ela estar invisível, o feiticeiro observa ao fundo Vorssenach enfrentando Youssef. O feiticeiro consegue ver a criatura bestial envolvendo o genasi da terra com sua cauda, logo após desferir golpes de cimitarra e mordida.

Ele ainda escuta as últimas palavras da ladina:

 Zelot: “Encontre o Medalhão de uma vez por todas.”

 O portão se fecha.

Tudo fica escuro na nova câmara que o bárbaro adentra. 

Cheiro de morte e silêncio impera.

A sessão termina neste momento.

Continuação:  A Cidade Perdida de Luckendor, 3ª Parte: A Tumba de Haran-Pharak, sessão final

Tumba de Haran-Pharak: a última fronteira para encontrar o Olho-de-Fogo.

Bruno Gonçalves

Mestre Aposentado, criador do cenário de campanhas Arzien, jogador de RPG a mais de 18 anos nos diversos cenários dos mestres da Orbe dos Dragões. Atualmente escreve sobre RPG, Dicas de Mestre e Cenários de Campanha.

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  • Muito completo todo descritivo e fidedigno às passagens do jogo. O tempo passou rápido, faz um tempo desde a última partida, e com um resumo tão completo quanto esse, parece que foi ontem.

    Gostaria de dar uma sugestão. Ao invés das publicação ter um nome genérico tipo: Arzien Sessão 18, que fosse algo mais contextual, tipo: O Palco do Poder - Encontro definitivo em Alkemor!

    :D

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Bruno Gonçalves
Tags: Grupo 2

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