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A dupla prosseguiu sua jornada pela mata, seguindo a trilha por um trecho longo e acidentado durante quase o dia todo, até chegarem numa área de charcos. O odor de lodo e umidade só não era mais intenso que os mosquitos, que constantemente se banqueteavam com os intrépidos heróis.
Com o transcorrer do dia e o esfriar da trilha que seguiram, que por vezes se perdia na lama, mas que em outros momentos reaparecia mais adiante, confirmando o caminho que haviam escolhido, a dupla teve momentos de indecisão sobre a continuidade da marcha, porém, Markin estava obstinado e acreditava nas habilidades de rastreadora de Alundra, o que fez com que a jovem adquirisse confiança renovada e se mantivesse atenta.
Tentando observar o céu quando podiam, dentro daquela mata fechada, eles perceberam que o entardecer se encaminhava para o horizonte, anunciando que dentro de algumas horas uma nova noite viria.
Ao chegarem numa área de charco, onde um largo e raso córrego de águas escuras pelo lodo atravessava o local. Nele, era possível ver alguns troncos de árvores que caíram ou haviam sido derrubadas, acentuando o aspecto de degradação.
Neste local, envolta entre vinhas e algumas partes de lodo e limo, encontrava-se um grande estátua de uma harpia como nenhuma igual, a pedra de que era feita era difícil àquela dupla discernir, mas o artista tinha qualidades, pois era bem esculpida, possuiu uma beleza que a diferenciava das histórias contadas e tinha um rosto limpo e austero de uma elfa.
A dupla contemplou a obra e deduziu que haviam alcançado o centro daquele bosque. Assim que alcançaram este ponto, sentiram trepidações no solo que anunciavam o novo combate que estava por vir.
Como se houvessem sido alertados ou convocados por algum poder misterioso, dois ogros, um deles portava um machado e outro uma clava, investiram contra a dupla, cada um vindo de uma direção oposta.
Iniciou-se uma batalha difícil contra as caóticas e malignas criaturas que pareciam serem coordenadas por alguma força que a fez se posicionarem estrategicamente, até que conseguiram encurralar os caçadores, tornando a luta ainda mais difícil.
Durante o confronto, no qual Tinthalion desferiu muitas magias de ataque, uma pequena e maligna criatura conhecida com diabrete se manifestou para atrapalhar os planos da dupla de caçadores.
O ser, tentou atingir a rastreadora com um pequeno ferrão, apesar de tê-la acertado, Alundra conseguiu resistir aos ataques envenenados da diabólica criatura, que ao perceber a real força de seus adversários, desapareceu, aparentemente fugindo do combate, mas antes de desaparecer completamente, ela fez propostas que garantiriam ao herói e sua aliada um poder ainda maior. Todavia, suas propostas foram rechaçadas pela dupla, que com uma espécie de ardor nos olhos, destilava toda a sua intenção destruí-lo.
Num determinado ponto do enfrentamento, um dos ogros, dominado pela lascívia e perdendo o interesse pelo combate (como se tivesse se libertado do controle que lhe era imposto), decidiu abandonar o campo de batalha, no entanto a criatura queria sair dali com algum prêmio, ou compensação pelo tempo e transtornos sentidos.
Ele, então, conseguiu agarrar aquela que lhe interessou, pois durante a manobra da criatura, apesar de lutar muito, Alundra foi apanhada pelo forte ogro que saiu com ela como prisioneira em seu ombro, para a agonia de Markin, que ainda estava lidando com seu adversário. Esse sinistro revés o levou agir com maior tenacidade, deflagrando seus mais poderosos golpes contra a criatura que combatia.
Tinthalion libertou o poder elétrico e trovejante de sua perigosa Lâmina do Trovão, deixando seu oponente ferido e aturdido, o que lhe proveu a chance de correr em direção ao ogro que havia raptado Alundra, atingindo-o duramente com um de seus golpes mais simples.
Ensandecida pelo poderoso ataque de Tinthalion, a criatura revidou imediatamente, utilizando o corpo da rastreadora como uma clava improvisada, tentou atingir o elfo, mas não conseguiu e por fim, cedeu à rastreadora uma chance de se libertar. Alundra conseguiu escapar das mãos da besta e caiu ao chão, levantando-se rapidamente, ainda atacou a criatura que a havia aprisionado, em parceria com Marki, eliminando-a.
Em seguida, a dupla percebendo que o outro ogro havia recobrado os sentidos, dirigiu-se a ele e após um instante, eles também conseguiram vencê-lo.
Os ogros da floresta representaram uma ameaça a dupla
Com a queda do último ogro, Markin ouviu um barulho vindo de sua direita, pondo Alundra para trás de si, se voltou na direção em alerta e viu saindo da margem do córrego o maligno diabo farpado, que ao perceber que havia sido notado, lhe disse com uma voz sinistra e fria:
– Ora se não são os meus caçadores. Vós sois deveras impertinentes e persistentes, todavia minha função nessas pradarias está cumprida e como bônus, ofertarei as vidas de um herói e sua companheira.
Utilizei e coordenei as vidas dos tolos humanoides apenas para exaurir suas forças e conhecer um pouco mais sobre as mais poderosas habilidades de meu inimigo, mas parece que seus maiores poderes já foram deflagrados.
Agora – enquanto exibiu um maligno sorriso e brilho vermelho em seu olhar, levantou as garras cheias de farpas sujas pelo musgo – é certo que irei matá-lo e transformar meus caçadores em caça.
Assim, deu-se início a uma luta conturbada, pois o diabo era muito astuto e estratégico em suas ações. No intuito de tentar preservar Alundra, o elfo dourado lançou nela a magia de levitação, o que fez com que a jovem se elevasse as alturas com seu arco, de onde passou a dar assistência ao elfo.
No meio do combate, o diabrete ressurgiu tentando eliminar a jovem, quanto seu aliado farpado tentava vencer Markin, que apesar de enfraquecido pelos combates anteriores, demonstrou ser possuidor de grande tenacidade e habilidade combativa. O que fez a criatura perceber que seu adversário possuía mais segredos do que ela supunha.
Alundra, com sua cimitarra de prata, conseguiu destruir o diabrete, enquanto Tinthalion ainda confrontava o diabo farpado, agora se utilizando de uma magia ilusória que o multiplicou sua presença, melhorando as suas chances de defesa frente aquela pérfida criatura, que era possuidora de uma grande habilidade de combate.
Percebendo que precisava fazer alguma coisa para auxiliar o mestre élfico, a medida em que viu as imagens ilusórias dele desaparecerem a cada ataque feroz daquele diabo, Alundra aterrissou e se lançou contra a criatura, que conseguiu se esquivar do ataque da rastreadora. Ao perceber o erro da jovem, que agora estava lado a lado com ele e exposta aos ataques físicos do monstro, Markin guinchou:
– Não Alundra! Afaste-se!
Contudo, a orientação de Tinthalion não chegou a tampo de garantir a salvação da jovem, pois logo em seguida, o diabo disse:
– Tola! – ele ergueu o ferrão, desviando seu olhar do elfo para a humana – Vós humanos mortais sóis todos iguais. Mais cedo ou tarde sucumbíeis ao erro, que neste caso lhe serás mortal!
Assim, a criatura desferiu todos os seus ataques contra a rastreadora, que tombou na relva do bosque, lutando em seu íntimo por uma chance de sobreviver, prolongando sua vida pelo menos até o combate terminar.
Revoltado com a perfídia da criatura, Tinthalion desferiu seu poderoso golpe do trovão, mas desta vez o golpe não afetou a fera, que com seu olhar zombeteiro debochou do herói. Porém, os golpes que recebeu em seguida, lhe fizeram retornar a seriedade do combate, pois o elfo não estava para brincadeiras e agora encontrava-se furioso, com um forte brilho de ira e seus olhos. Por fim, com um esplêndido golpe, Markin S’man destruiu o diabo, que guinchou de dor, implodiu numa pequena nuvem de enxofre, que ao atingir o chão se transformou numa poça de pus.
Sem pestanejar, o elfo foi rapidamente ao ponto onde Alundra havia caído. Ao lhe tomar o pulso, percebeu que a jovem havia deixado aquele mundo, no entanto percebeu que ela mantinha um pequeno sorriso, como se soubesse que a criatura tivesse sido destruída e ela tivesse completado sua missão.
Markin, após abrir uma meia cova, enterrou a jovem com seus pertences, se despediu dela e segurando a carta que a rastreadora havia lhe dado, prometeu entregá-la assim que retornasse para Lothian. Voltou-se na direção que julgou ser a de Vilaverde e fez seu caminho de regresso.
Em meio aquele bosque, onde pelos buracos das árvores era possível ver que o sol se encaminhava para o meio dia, mesmo livre da opressão que aquele mal trazia àquela floresta, ela ainda emanava uma carga de tristeza e melancolia. O elfo não sabia determinar ao certo, se aquilo era por conta de seu estado de espírito, ou se outra força sinistra ainda atuava naquele ambiente.
Markin ficou reflexivo…
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Criação e elaboração: Patrick, Aharon.
Fontes de imagens: internet
Autoria da imagem da capa do artigo: Shin
Mais um excelente resumo, confesso que admiro sua narrativa, me faz ler cada vez mais rápido e com vontade de que a leitura não acabe.
Os altos e baixo dos últimos combates foram angustiantes embora emocionantes, pena que não percebi as sutilezas do destino, relendo tenho um ganho grande de aprendizado. É curioso como deliberadamente Markin passou por cima de 3 coisas ou mais,
Ignorou interrogar a garotinha, deixou de investigar melhor a casa da fazenda e destruiu os símbolos diabólicos, e deixou Alundra debilmente morrer, ao tentar Markin ajudar.
Que bom que tem gostado, e lhe digo que a narrativa não acabará enquanto continuarmos nosso bom jogo Aharon!
Verdade, quando lemos o resumo e recordamos trechos do que foi vivenciado em jogo nos damos conta dos detalhes que por ventura deixamos escapar, mas isso é perfeitamente normal, pois no calor do momento e desenrolar da trama, nos vemos tomados pela impulsividade e ansiedade. Mas bola para frente, apesar de ser um herói veterano, Markin, assim como os demais tem um longo caminho para percorrer em busca da grande sabedoria.