Conhecendo Golarion – Abadar, O Mestre do Primeiro Cofre

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E finalmente saiu!

Conforme prometido, este é o primeiríssimo artigo especializado da nossa série Conhecendo Golarion – Panteão.

Esta publicação objetiva reunir uma série de informações, exaustivamente coletadas, triadas e compiladas, sobre tudo o que concerne a uma divindade específica do panteão de Golarion! Não é demais dizer que esta pesquisa minuciosa tem, por finalidade, municiar mestres, jogadores e apreciadores deste magnifico cenário com tudo o que se precisa saber sobre o seu deus favorito, o que vai desde aspectos filosóficos, até detalhes acerca de aliados e arautos extraplanares da sua fé, perpassando por formas de organização da sua igreja, funções desempenhadas pelo seu clero, e muito mais!

E, como prógono desta sessão da Orbe dos Dragões, nada mais justo do que trazer, a vós, a divindade que ambiciona levar a sua crença aos mais recônditos espaços da face de Golarion! Contemplem Abadar, O Mestre e Guardião do Primeiro Cofre. Enjoy!

– Caio Moraes, Mestre-Agrimensor do Banco Itinerante da Varísia.

Para todas as coisas é dado um papel a desempenhar no mundo, que se ajusta perfeitamente a todos os outros. A cada revolução de uma pequena engrenagem, a civilização se espraia para cobrir o mundo, e ordem e prosperidade fluem adiante.”
 
– A Ordem dos Números.
 

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Abadar
Abadar, O Mestre e Guardião do Primeiro Cofre
ABADAR [1]
MESTRE DO PRIMEIRO COFRE
Deus das cidades, riqueza, mercadores e da lei
Alinhamento: LN 
Domínios:  Terra, Lei, Nobreza, Proteção, Viagem 
Arma Favorecida: Besta 
Locais de Culto: Absalom, Andoran, Brevoy, Cheliax, Katapesh, Molthune, Nex, Sargava, Taldor, Varísia 
Nacionalidade: Taldano
 
Abadar (pronuncia-se Á-bah-dar) é uma divindade paciente, calculista e visionária, que deseja levar civilização até os confins do mundo, ordem aos ermos e riqueza a todos aqueles que apoiam o avanço da lei. Seus principais cultistas são juízes, mercadores, rábulas e aristocratas: todos aqueles que se beneficiam com o estabelecimento da lei e comércio. Seu desejo primário é ver o purificador avanço da civilização, iluminando os cantos escuros do mundo e revelando a perfeição da mecânica do cosmos. 
Abadar é retratado como um homem garboso e de cabelos negros, trajando vestimentas finas, por vezes com um manto dourado ou capa sobre uma armadura peitoral feita de ouro, e portando muitas chaves. Humanos, anões e gnomos o representam com uma barba, enquanto elfos o retratam imberbe e com longas tranças atadas por fios de ouro. Sua voz é agradável e equilibrada; suas palavras, firmes, mas não duras.
 
O símbolo sagrado de Abadar é uma chave de ouro, algumas vezes gravada com a imagem de uma cidade. O seu clero é formado quase inteiramente por clérigos, com um pequeno número de paladinos. Por conta da sua ênfase em cidades e civilização, ele quase nunca possui adeptos entre os membros do seu sacerdócio – até mesmo o mais remoto dos assentamentos que rende homenagens a Abadar é acompanhado por pelo menos um clérigo ou paladino. Abadar é dito O Mestre do Primeiro Cofre, O Guardião do Primeiro Cofre, O Juiz dos Deuses e o Punho D’ouro.
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Símbolo de Abadar
Sua natureza não é apressada, pois o ritmo do caminhar da sociedade é lento, mas incessante. Ele estabelece um equilíbrio cuidadoso entre o bem e o mal, ponderando os benefícios de ambos os lados e se recusando a endossar um ou outro. Seus seguidores acreditam que ele é responsável por elevar as raças civilizadas de simples tribos a seres capazes de construir cidades imensas. Ele coloca palavras de diplomacia na boca dos homens, orienta as penas daqueles que escrevem leis e guia moedas às mãos daqueles que praticam o bom comércio. 
 
O Deus das Cidades é severo, mas recompensa àqueles que trabalham duro e cujas ações beneficiam outros, tanto quanto eles mesmos, embora ele seja moralmente ambíguo o suficiente para reconhecer que nem todas as pessoas podem se beneficiar de todas as decisões. Abadar desaprova o uso excessivo de escravos e animais de carga, considerando-o um desperdício de recursos e prejudicial à rentabilidade da civilização como um todo; ele vê, ainda, o uso de trabalhadores baratos ao invés de escravos como uma melhor opção, uma vez que os trabalhadores podem usar seus ganhos para movimentar o comércio e elevar suas posições, através dos canais econômicos estabelecidos. O Mestre do Primeiro Cofre entende, no entanto, que o mundo muda lentamente, e que as opções mais vantajosas para a sociedade nem sempre são as mais viáveis, no presente.
 
Abadar respeita o pensamento cauteloso e rejeita a impulsividade, enxergando-a como um capricho primal e destrutivo. Ele ensina que a disciplina, o julgamento arguto e o respeito e observância das leis eventualmente conduz à riqueza, ao conforto e à felicidade. Ele não acredita em esmolas, e, por esta razão, seus templos comercializam poções e pergaminhos de cura ao invés de dá-los àqueles que precisam. Qualquer um que proteste quanto a isso é encaminhado a um templo de Sarenrae.
 
Abadar é o mestre e guardião do Primeiro Cofre, um tesouro mágico do seu reino, composto de uma cópia perfeita de todas as criaturas e de todos os objetos já construídos – a espada perfeita, o cervo perfeito, a roda perfeita e até mesmo a lei impecável. Seus artistas mortais e artesões tentam emular estas formas perfeitas, inspirados pela orientação de Abadar. Da mesma forma, seus árbitros e juízes mantêm estas normas idealizadas em mente, quando criam novas leis ou se pronunciam acercas daquelas já existentes. É dito que, há séculos, Abadar tem permitido que mortais visitem o Primeiro Cofre em seus sonhos, para melhor inspirá-los. Não houve nenhum registro de que estas cobiçadas visões tenham ocorrido em um longo tempo, todavia, talvez porque O Juiz dos Deuses não tenha encontrado ninguém digno, tema que seus inimigos possam roubar seus exemplares perfeitos, ou talvez, ainda, esta seja uma maneira de estimular, cuidadosamente, o avanço das civilizações atuais para prevenir que elas ascendam muito rapidamente e se dissolvam, antes de atingirem os seus ápices.
 
Conforme já dito, o seu culto é composto, basicamente, por aristocratas, artesões, juízes, rábulas, mercadores e políticos. Aqueles que são pobres ou que tenham sido injustiçados também o veneram, orando para que ele os ajude a reverter sua má sorte, para que mais mortais busquem a riqueza e felicidade que ele proporciona. Ele espera que seus seguidores obedeçam as leis (não as leis tolas, contraditórias, defeituosas ou despropositadas, porém) e trabalhem para promover a ordem e a paz. Ele não tolera o jogo, o consumo excessivo de álcool ou uso de drogas, uma vez que, apesar da natureza lucrativa destas indústrias, tais vícios inevitavelmente enfraquecem a sociedade, ao invés de fortalecê-la.
 
Adoradores que perdem o favor de Abadar podem se deparar com uma crise financeira em momentos cruciais, hesitar no meio de uma negociação importante ou se surpreenderem, ainda, com um bloqueio criativo em sua arte ou ofício. Quando ele está satisfeito, negócios são mais lucrativos do que o esperado, projetos são completados antes e jornadas, para ou em uma cidade, levam menos tempo que o normal. Sua intervenção é sutil, pois ele espera que seus adoradores façam o seu próprio trabalho; elas ocorrem, usualmente, sob a forma de sugestões ou oportunidades, ao invés de dons ou presentes diretos.
 
 
A IGREJA
 
O culto a Abadar é funcional e teológico. É uma excelente fé cotidiana, pois trata dos assuntos que afetam diretamente a vida diária do homem comum. Os templos de cada cidade são independentes, encorajando a competição amigável entre as cidades, de modo a promover o comércio. As leis da igreja proíbem o clero de atacar uns os outros, independentemente de motivações políticas, nacionais ou financeiras. Se duas cidades rivais entram em guerra, os templos de Abadar se tornam território neutro, não participando da luta e agindo como ‘‘portos seguros’’ e centros de meditação, no conflito.
 
b0381-abadar2b2 Golarion Religiões de Golarion Sacerdotes de Abadar, em uma dada cidade ou templo, se organizam em uma hierarquia bem definida, como a de uma casa mercantil. O chefe de um templo menor é chamado de banqueiro, enquanto os líderes de templos maiores ou em grandes espaços geográficos são denominados arquibanqueiros. A igreja se destaca por sua riqueza, contando moedas como bênçãos de Abadar. A concorrência entre empreendimentos apoiados por sacerdotes permanece sempre em um patamar amigável, uma vez que, para os sacerdotes do Punho Douro, enriquecer é, ao mesmo tempo, um dever sagrado, uma busca séria e um passatempo querido, com toda a diversão e emoção de um esporte organizado.
 
A fé de Abadar pode ser encontrada em qualquer no qual as pessoas trabalham para o sucesso e prosperidade da civilização. É mais comum em cidades grandes, e seu o maior santuário na região do Mar Interior é o Banco de Absalom. Neste centro de negócios, a benção do comércio flui mundo afora, e os arquibanqueiros podem controlar as taxas de juros e ajudar a ajustar as economias das nações que negociam com seus grandes cofres, de modo a maximizar os benefícios dos acordos. Naturalmente, esta maravilha do comércio é apenas uma sombra das grandes casas bancárias no distrito de Aktun, na Cidade Eterna do Eixo, lar do Juiz dos Deuses.
 
Serviços para a veneração de Abadar incluem canções com harmonias complexas, interpretação de músicas (geralmente com instrumentos de execução martelada, como dulcímeros e xilofones), e contagem e triagem de moedas e chaves (geralmente durante os cantos ou músicas). Serviços e cerimônias sempre acontecem em locais fechados, o que representa o abrigo da civilização. Adoradores incapazes de alcançar construções reais realizam-nas, pelo menos, sob uma estrutura rude ou mesmo abrigados sob uma parede inclinada ou caverna, que provenha proteção contra as intempéries. Os serviços normalmente são realizados pela manhã, e é costumeiro agradecer a Abadar após uma transação lucrativa ou vantajosa.
 
TEMPLOS E SANTUÁRIOS
 
Os templos de Abadar são construções elaboradas ricamente decoradas e com altas e grossas janelas de vidro colorido. Estas janelas possuem estruturas pesadas (uma forma de proteção contra ladrões) e geralmente apresentam vidro amarelo vívido, que colore tudo no interior da igreja. Muitos templos possuem um cofre de segurança para tesouros e relíquias, e muitos ainda alugam espaços em seus cofres àqueles que desejam manter a salvo os seus bens. Qualquer templo em um vilarejo ou assentamento maior ainda funciona como banco, casa de câmbio e de empréstimo, o que ajuda a manter as taxas de juros razoáveis e coerentes – ainda que o clero de Abadar considere a obtenção de lucro, por meio destes intercâmbios, um dever sagrado, seus empréstimos e acordos raramente são predatórios ou exploratórios, haja vista que tais práticas enfraquecem e desestabilizam a população. O banqueiro encarregado do templo vela pela economia local e ajusta juros de modo a estimular o crescimento, encorajar o investimento, ou ajudar na recuperação de um desastre. Como sacerdotes muitas vezes exercem as funções de causídicos e juízes, os templos geralmente são construídos perto de tribunais.
 
Alguns dos templos notáveis dedicados a Abadar incluem o Cofre de Abadar, uma sólida construção edificada no distrito da Hera, na grandiosa cidade de Absalom – a “Cidade no Centro do Mundo” –, que serve tanto como local de adoração ao Guardião do Primeiro Cofre quanto como banco privado e instituição confiável para todos aqueles que desejam alugar, emprestar ou guardar seus valores sem sofrer a intervenção da Casa da Moeda do Estado de Absalom. Liderado por Jostlin Fergyr, conselheira distrital e Guardiã do Cofre de Abadar, o templo comumente financia novas ideias mercantis de jovens comerciantes grupos de artistas que buscam expandir seus espetáculos. Despiciendo dizer que o Cofre quase sempre lucra com tais empreendimentos. [2]
 
Atuando como o principal banco da cidade de Korvosa, o Banco de Abadar também conjuga local de culto ao Juiz dos Deuses, depósito seguro de mercadorias e valores e instituição financeira. Abaixo do templo, em câmaras bem guardadas e revestidas de chumbo, os famigerados Cofres Dourados de Abadar abrigam a Casa da Moeda Korvosana. Ela cunha todas as moedas emitidas pela cidade, por óbvio, mas isto ajuda a regular a economia, através da compra ou venda de ouro, em um esforço para conter a inflação ou recessão. 
As câmaras do Banco de Abadar, em Korvosa 

O Arquibanqueiro Darb Tuttle e os clérigos de Abadar atuam em conjunto com os ministros da prefeitura korvosana, com os árbitros da Casa Longoacre e com o Marechal da Guarda Korvosana. Eles amam a sua cidade e trabalham de todas as formas legais possíveis para proteger e apoiar o seu crescimento contínuo. [3]

 
O Repositório Imaculado é um grande templo dedicado a Abadar e sediado no distrito de Portão do Amanhecer, em Katapesh, a Cidade do Comércio. Cercado com inúmeras tendas, barracas e estabelecimentos comerciais, todos eles enfeitados com inúmeras chaves ornamentadas em suas entradas e estruturas, este magnífico templo realiza serviços de suma importância na cidade, que vão desde a autenticação, elaborar contratos de negócios e – mais importante – certificar as balanças de medida. Uma faixa dourada, gravada com a data e o nome do proprietário é afixada à balança, atesta que um clérigo de Abadar verificou a acurácia da balança e que suas medidas são verdadeiras. O clero de Abadar visita os mercadores rotineiramente e em inspeções-surpresa para reafirmar a autenticidade dos instrumentos. As faixas douradas são firmadas magicamente, e poucos são os falsários que se atrevem a arriscar sofrer a ira da igreja, criando faixas falsas. Jalal Abdul-Abadar, um sacerdote garundi responsável pelo templo e que responde pelo título de Mestre do Cofre, investiga implacável e pessoalmente eventuais falsificações do selo atribuído pelo clero abadarano, com pleno apoio dos Mestres Conchavados, o misterioso círculo de governantes de Katapesh. [4]
 
Por fim, no coração da cidade de Braganza, no estado de Molthune, jaz a Glória Áurea do Legislador, um banco-catedral em honra do Punho D’ouro. Tida como a capital do culto a Abadar da nação, Braganza é (pelo menos, formalmente) governada pelo Príncipe-Arquibanqueiro de Abadar, Cole Ravnagask. O aristocrata e líder religioso, em verdade, prefere se dedicar inteiramente à realização da obra da fé abadarana, executando um arrojado e incessante plano de ampliação territorial e de infraestrutura, legando a responsabilidade e autoridade por sobre a cidade a seu irmão, Terandar Ravnagask, bailio da cidade.  O motivo desta expansão não está ligado a um enorme afluxo de novos cidadãos, mas de uma passagem na Ordem dos Números que orienta cidades sob a influência de Abadar a “frequentemente despir a velha pele e entrajar-se com galhardia do novo”. Lorde Cole afirma possuir a cópia do livro sagrado original e presume que necessita apenas construir novas casas e empreendimentos para atrair novos cidadãos. Até o momento, porém, seus esforços resultaram apenas mais em construções vazias do que numa real expansão populacional. [5]
 
 
O PAPEL DO SACERDOTE
 
Os seguidores de Abadar acreditam no avanço da civilização, ensinando, aos ignorantes, o funcionamento dos sistemas e das transações, a utilizar o comércio na sua busca por conforto e felicidade, e, ainda, que a ideia de justiça está fundada tanto na letra quanto no espírito da lei. Eles promovem a cooperação e creem que o todo é maior que a simples soma das partes, mas entendendo, ainda, que o interesse individual é o melhor fator de motivação dos indivíduos, numa sociedade.
 
Malgrado possuam uma inclinação consumista, eles são econômicos ao invés de avarentos, e sabem que ajudar seus próximos a alcançar a prosperidade aumenta o ganho de todos, incluindo o deles próprios. Eles transformam trilhas em estradas e vilarejos em cidades, eliminam monstros e desordeiros em áreas rurais e urbanas, arbitram disputas, elaboram leis e asseguram as de que as forças da ordem zelam por eles. 
 
Muitos clérigos urbanos trabalham com o sistema legal local, atuando como juízes, defensores e escriturários (doando seus serviços, tanto quanto uma fé orientada para a cura faria, gerindo um hospício ou dando comida aos necessitados), ainda que eles não sejam, usualmente, políticos ou parte do governo da cidade. Em áreas ermas ou selvagens, clérigos de Abadar atuam como juiz e júri, perseguindo as ameaças à civilização e as eliminando. Sacerdotes mais jovens que são aptos, fisicamente, frequentemente viajam entre cidades e áreas fronteiriças para espalhar notícias, agindo como magistrados errantes, assegurando que a ordem deixe a sua marca. Como um árbitro da justiça, cada sacerdote tradicionalmente carrega um único virote de besta de ouro, para quando um criminoso deve ser executado. Este virote vai para a família do criminoso morto, como compensação pela perda e como um lembrete e marco inicial para o começo de uma vida honesta.
 
 Embora a igreja seja mercenária quando se trata de proporcionar cura, seus sacerdotes são generosos quando protegendo a saúde pública, enxergando-a como um componente importante no seu papel de guardiões da civilização. De igual modo, quando viajando na companhia de outrem (como com um grupo de aventureiros), clérigos de Abadar não cobram pela cura de seus companheiros, vendo isto como um serviço equivalente ao manejo da espada, por um guerreiro, ou o trabalho de batedor, executado por um ranger. Como em um negócio, aventurar-se e viajar requer trabalho de equipe, e é parte da responsabilidade de um clérigo prover a cura e o suporte mágico – por uma cota justa de eventuais lucros.
 
Um dia comum, para um sacerdote do Mestre do Primeiro Cofre, envolve o despertar, desjejum, oração e preparação de magias, leitura ou oitiva das notícias locais, a fim de se informar acerca que qualquer coisa que valha a pena investigar, seguida de um período de trabalho. À noite, há uma breve oração antes da refeição noturna, e o resto do tempo é reservado para hobbies, família e outros interesses não relacionados ao trabalho.
 
A maioria dos clérigos de Abadar tem, pelo menos, 1 graduação em Conhecimento (local), a fim de estar familiarizado com as leis de sua cidade natal. Muitos também se envolvem com o Conhecimento (local) e (nobreza) ou praticam algum tipo de ofício ou profissão úteis no estabelecimento ou desenvolvimento de um negócio. Não é permitido, aos clérigos, dar dinheiro àqueles em necessidade, mas apenas emprestá-lo a uma taxa justa, documentando a transação para o registro da igreja. Eles são obrigados a pagar o dízimo, e muitos investem em empreendimentos locais para gerar lucro suficiente para cobrir esta despesa. Aqueles cujos talentos para lidar com pessoas excedem o seu tino para os negócios muitas vezes atuam como professores e tutores, educando crianças e adultos para que eles possam se aprimorar e melhor servirem à comunidade. Cada clérigo pertence a um templo em particular, mesmo aqueles peregrinando por áreas remotas e ermas. Se as circunstancias justificam uma longa viagem ou período próximo a/em outra cidade, seu templo natal cuida da documentação referente à transferência da filiação do clérigo a outro templo. 
 
Inquisidores de Abadar, conhecidos como exatores, confrontam os perpetradores de pagamentos fraudulentos e sonegadores, rastreando mercadorias roubadas e combatendo guildas de ladrões. Autoridades locais geralmente concedem-lhes o salvo-conduto legal para ameaçar, punir ou mesmo ferir aqueles que se atrevem a reter esta receita, que permite a subsistência e desenvolvimento da civilização, embora os inquisidores ainda possam se voltar contra nobres e outros líderes que impões taxas excessivamente altas para mero ganho pessoal. Odiados e temidos pela maioria das pessoas, os exatores geralmente usam máscaras douradas ou véus amarelo-mostarda para preservar suas identidades enquanto cumprem seus deveres. Como os clérigos, inquisidores que servem Abadar usualmente pertencem a templos específicos e têm territórios estabelecidos onde exercem suas funções legais. Exatores velhos, enfermos ou em recuperação realizam a maior parte da pesquisa na busca por evidências de fraudes financeiras. Um inquisidor típico possui graduações em Intimidar, Conhecimento (local), Conhecimento (nobreza) e Sentir Motivação. Os mais políticos possuem, ainda, graduações em Diplomacia, não apenas para obter informações como também para garantir aos cidadãos que erros inocentes que resultem na sonegação de impostos serão corrigidos, mas não punidos.
 
Paladinos de Abadar são raros na igreja, uma vez que o seu impulso zeloso para o bem não se adequa perfeitamente à abordagem ética equilibrada e cautelosa praticada pelo Mestre do Primeiro Cofre, mas a divindade entende que uma força ativa voltada para o bem é, algumas vezes, a melhor maneira de lidar com as ameaças à civilização. Seus interesses especializados e habilidades os levam, por vezes, a atuar “por debaixo do pano” em nações ordeiro-malignas onde os líderes exploram a economia às custas de seus súditos. Paladinos tendem a ser investidores mais agressivos do que os clérigos, utilizando sua riqueza para inspirar outros a se unirem à sua causa, dispostos a investir em empreendimentos promissores, amargar um prejuízo em uma transação apenas para insuflar o comércio e a assumir grandes riscos com seu dinheiro.
 
Clérigos de Abadar podem preparar Palavra da Recordação como uma magia de 5º nível, caso eles designem, como santuários, os templos de sua cidade-natal; paladinos do Mestre do Primeiro Cofre também podem fazê-lo como uma magia de 4º nível, sob as mesmas circunstâncias.
 
PALADINOS DE ABADAR
 
De todos os deuses neutros, apenas Abadar apoia e promove uma ordem sagrada de paladinos. Enquanto deus da civilização e da ordem, Abadar reconhece o valor de guerreiros sagrados no alcance das finalidades da sociedade. Eles paladinos seguem o código paladínico padrão de proteção ao inocentes, ação honrada e honesta e respeito às autoridades ordeiras. Adicionalmente, paladinos abadaranos defendem o seguinte credo:
 
  • “Eu sou o protetor das estradas e guardião dos viajantes. Não importa qual o seu destino ou objetivos, se eles forem viajantes pacíficos e legítimos que não representam nenhum mal a outrem, na estrada, eu garantirei que eles passem em segurança.”
  • “Bandidos são uma praga. Sob a minha vontade eles vêm à justiça. Se eles não vierem de boa vontade, à lei, onde eles podem clamar por justiça, nas cortes e tribunais, virão sob o poder da minha espada.”
  • “Corrupção nas cortes de justiça é a maior das corrupções da civilização. Sem confiança na justiça, cidadãos não acreditam me suas nações, e a civilização começa a decair e desaparecer. Eu eliminarei a corrupção onde quer que a encontre, e, se um sistema é fundamentalmente falho, eu trabalharei para ajudar os cidadãos a reformá-lo ou substituí-lo.”
  • “Eu sou a mão que auxilia os mercados. Eu garanto o comércio equitativo entre mercadores e cidadãos. Roubo e enganação em qualquer dos lados é inaceitável.”
  • “Eu crio oportunidades e ensino os outros a reconhecê-las. Quando auxilio os outros, abro-lhes os caminhos, mas não os carrego – eles devem assumir suas responsabilidades.”
AVENTUREIROS
 
A maioria dos cultistas de Abadar atuam como juízes, defensores, mercadores e todas as outras funções necessárias para manter a sociedade em funcionamento; relativamente poucos são aventureiros. A busca de aventuras como um meio de vida é um indicativo de que o esforço civilizatório local falhou ou está decadente – muitos dos adoradores de Abadar que se tornam aventureiros acreditam que estão atendendo a um chamado sagrado para estender o alcance de seu deus a lugares onde a civilização foi esquecida. Para a maior parte deles, considerar Abadar o seu mestre é crer veementemente na eliminação de agentes do caos, destruição de monstros que ameaçam a sociedade urbana, no ensino, aos ignaros, dos sistemas sociais e de comércio e na demonstração da verdade proporcionada pela ordem.
 
Aventureiros que seguem Abadar são, geralmente, cavaleiros, clérigos, paladinos, guerreiros, monges e magos: os agentes da ordem social estabelecida. Estas classes zelam pelo status quo ou seu aprimoramento, nas cidades, e são exemplos vivos dos benefícios de uma sociedade civilizada. Da mesma forma, patrulheiros ocasionalmente seguem Abadar; são eles os desbravadores, cartógrafos, topógrafos, sobreviventes e fundadores de postos avançados da civilização, fazendo, dos ermos, locais habitáveis e seguros para as raças civilizadas. 
 
Bárbaros raramente são abadaranos, uma vez que o chamado da civilização muitas vezes conflitua com suas tradições tribais e que a conduta calculista de um abadarano deixa pouco espaço para a ira insensata de um furioso. Druidas desprezam Abadar, pois o impulso civilizatório está em constante oposição ao seu desejo de manter a natureza intocada. Ladinos quase nunca seguem o deus, haja vista a sua natureza intrinsicamente individualista ao invés de comunal, embora aqueles que organizem uma revolução social num esforço genuíno para reequilibrar a ordem social e expurgar dela a corrupção possam cair nas graças de Abadar. 
 
Aventureiros e exploradores de Abadar raramente embarcam em expedições solo, pois eles enxergam os grupos de aventureiros como um microcosmos da sociedade e acreditam fortemente no poder da cooperação e na ideia de que o todo é maior do que a mera soma das partes.
 
 
TRAJES TÍPICOS
 
Trajes ritualísticos para cerimônias religiosas incluem seda branca bordada com fios de ouro, um cinto ou colar com elos de ouro ostentando uma chave também dourada, além de um meio-manto em amarelo escuro ou dourado. Itens cerimoniais sempre são construídos a partir de metais preciosos (se disponíveis) e geralmente decorados com gemas e inscrustações, mas não de modo a tornar tais itens frágeis ou inúteis. Em situações causais, os fiéis tentam manter um ar de prosperidade ou, pelo menos, uma aparência arrumada, já que uma pessoa suja e maltrapilha é um mau representante da riqueza e civilização.
 
 
TEXTOS SAGRADOS E DOGMAS
 
Um típico clérigo de Abadar raramente está despossuído de inúmeros documentos relativos aos procedimentos internos da igreja, mas seus textos mais sagrados possuem um intento mais educativo.
 
A Ordem dos Números: o texto nuclear da fé se parece mais como uma carta de fundação de uma cidade ou tratado legal do que um texto religioso, e sacerdotes encomendam cópias elaboradamente decoradas, a fim de gerar negócios na comunidade. Mais de duas dúzias cuidadosamente indexados detalham as crenças e tabus da igreja, e cada cópia tem espaço para anotações sobre leis locais, as formas pelas quais tais leis interagem com a doutrina abadarana, nomes de figuras-chave na cidade e assim por diante. A contracapa traz o nome do dono do livro, e possuir uma cópia que já pertenceu a uma família de prestígio ou que foi legada por um respeitado oficial da igreja é tido como uma grande honra.
 
O Manual de Construção de Cidades: encadernado em couro grosso e com fechos e cantos em bronze para protege-lo do seu uso intenso, este manual contem ensinamentos abrangentes sobre a fundação de uma vila e o seu desenvolvimento em cidade, incluindo o planejamento de estradas, comércio, defesas, serviços públicos, expansão e assim por diante. A igreja atualiza o texto a cada poucos anos, e as cópias mais antigas têm um substancial apêndice de notas de rodapé e de revisão. A igreja mais antiga de uma cidade geralmente mantém a sua cópia deste livro em um pedestal consagrado e especial, principalmente se foi a igreja a responsável pela fundação da cidade em questão.
 
 
FERIADOS RELIGIOSOS
 
Os dias sagrados para a fé de Abadar são todos relacionados com os mercados, os negócios e ao bom funcionamento da civilização. Seja no primeiro dia em que um tribunal abriu ou na comemoração pelo primeiro tijolo assentado na obra do esgoto da cidade, os abadaranos adoram contemplar e celebrar os sinais de avanço de suas comunidades.
 
O primeiro mês do ano, Abadius, é nomeado em homenagem ao Mestre do Primeiro Cofre e, conjuntamente com a propagação dos ideais de Abadar, a igreja celebra festivais associados aos seus objetivos, reconhecendo, dentre outros dias santos menores, duas datas particularmente importantes: 
 
Porta do Mercado: Este feriado marca o dia em que os primeiros frutos da colheita de outono chegam aos mercados. A data real varia de ano para ano, mas, com o uso de observação de padrões históricos e de feitiços de adivinhação, a igreja determina a data exata e a anuncia sempre com um mês de antecedência. Antes da abertura do mercado, um sacerdote abençoa a área e lidera um grupo de oração com todos os presentes, agradecendo a Abadar e rogando para que ele olhe com bons olhos os negócios realizados naquela estação. Em cidades nas quais os comerciantes devem pagar uma comissão para uso da área do mercado, a igreja costuma subsidiar um parte destas comissões, neste dia.
 
Festival dos Impostos: A igreja considera a coleta anual de taxas um motivo de celebração, vendo a tributação justa como uma parcela necessária na construção e manutenção da civilização. A igreja participa da coleta sempre que possível, enviando sacerdotes para acompanhar os coletores de impostos, tanto para que os contribuintes saibam que esta é uma arrecadação legítima, quanto para assegurar que os pagantes sejam tratados de maneira justa e cordial. Uma vez que todas as verbas tenham sido recolhidas, a igreja abre suas portas e convida a população para participar de um enorme banquete com seus líderes civis, tanto para ajudar a experiência (do pagamento de tributos) a permanecer positiva, na cultura popular, quanto para proporcionar, à plebe, uma chance expressar sua opinião sobre como os fundos recém-coletados devem ser gastos. Celebrado todo 15 de Gozran, o Festival dos Impostos marca um momento crucial para a fé de Abadar e, durante o banquete comunal, todo cidadão é livre para dizer o que pensa sobre e aos líderes da comunidade sem qualquer repercussão; acaso alguma repercussão ou represália recaia sobre qualquer um, por falar abertamente nestes dias, a igreja abadarana certamente terá algo a dizer (e fazer).
 
 
AFORISMOS
 
Abadar é o deus das cidades e os seguintes dizeres são comuns em áreas urbanas:
 
“E assim foi julgado!”: A aprovação de Abadar em qualquer veredito legal é invocado, com esta frase. Ela tradicionalmente encerra preces e benção abadaranas, casamentos (com uma conotação legal e religiosa, aqui) e funerais. O povo supersticioso sussurram tais palavras sempre que um ato ou evento no mundo natural comporta a ideia de lei e justiça, e muitos jogadores as proferem quando a sorte lhes sorri (um gracejo ligeiramente sacrílego).
 
“Isto pode ajudar a todos nós!”: A igreja de Abadar não acredita em esmolas, por isso a maioria dos seus adeptos escolhe celebrar feriados dando presentes úteis, como ferramentas, instrumentos musicais ou mesmo realizando serviços simples, como cortar um estéreo de lenha ou cuidar de crianças. Estes presentes fortalecem os laços da comunidades e demonstram as vantagens da civilização, e esta frase expressa as graças em nome tanto dos indivíduos quanto da comunidade como um todo.
 
 
RELAÇÃO COM OUTROS CREDOS
 
Abadar entende que uma civilização avançada tem demandas espirituais atendidas por diferentes divindades, mantendo, por isso, uma frieza acessível, no que concerne aos interesses de outras divindades. Somente aqueles que se opõem diretamente às suas crenças e propósito – notadamente Rovagug e, em menor medida, Lamashtu – são seus inimigos declarados, e, ainda assim ele pode estar disposto à negociação, embora estes oponentes raramente o estejam. Ele despreza Norgorber por sancionar o roubo e por corromper potenciais cultistas abadaranos, como estadistas honestos e alquimistas, com a promessa de poder ilegítimo.
 
Ele é amigável com Erastil (deus da agricultura, necessária para a superação e transição de um estilo de vida nômade), embora os dois acabem frequentemente em desacordo acerca do desejo de Erastil de manter suas comunidades pequenas e pastoris, que se opõe à utopia urbanística irradiante, de Abadar. Outras divindades frequentemente sob suas boas graças incluem Iomedae (deusa da justiça e governança, necessária para a preservação da paz social), Irori (deus da história e conhecimento, essencial para a manutenção da estabilidade da civilização) Shelyn (deusa da arte e música, excelente para fortalecer o espírito cívico), e até mesmo Asmodeus (embora apenas pela crença do arquidiabo na força das leis e dos contratos). Abadar sabe que suas atividades frequentemente enraivecem Gozreh (deus da natureza), que gostaria de ver as partes naturais do mundo permanecerem intocadas, mas ele acredita que os dois podem, eventualmente, chegar a um acordo. Poucas divindades podem considerar o deus equânime um amigo, mas muitos – especialmente Iomedae, que aprecia sua atenção aos detalhes e planejamento, e Torag, que estima sua devoção à lei e ao comércio – consideram-no um aliado valoroso pragmático. De igual forma, ele mantém um bom relacionamento com a maioria dos Lordes Empíreos, especialmente Arqueros (patrono dos guarda-costas) e Eldas (patrono da arquitetura e planejamento).
 
Tal qual o próprio Abadar, seus seguidores tentam manter uma relação positiva (porém reservada) com os seguidores de outros deuses. Eles entendem que é preciso muitas culturas diferentes para manter uma sociedade em constante avanço, e, assim, são extraordinariamente tolerantes com outros pontos de vista – ou, pelo menos, eles se esforçam para tanto. Entretanto, seu relacionamento com os seguidores da Fé Verde e Gozreh é difícil, pois estes credos não reconhecem as óbvias virtudes da civilização. Fiéis de Abadar se mantém confiantes de que podem convencê-los de sua visão de mundo, em alguma oportunidade futura, contudo. Suas principais animosidades se dão com os monstros de Rovagug, Lamashtu e lordes demônios; enquanto as crianças dos deuses caótico-bondosos podem ser desagradáveis e imoderados, ao menos eles aspiram o bem, e não tendem a causar danos graves às sociedades. Seguidores de Gorum podem ser perigosos, pois eles cultuam unicamente a batalha e raramente se preocupam com os resultados de suas guerras, ainda que Abadar também compreenda que a guerra é, simplesmente, uma extensão da política, que, por sua vez, é uma extensão do comércio, sendo, às vezes, necessária no avanço da civilização. Malgrado a igreja se oponha ferrenhamente à corrupção, muitos daqueles dos que mais entusiasticamente proclamam os méritos da adoração de Abadar são cidadãos proeminentes, em posições de poder e riqueza, sendo também os mais vulneráveis a esta falha. A igreja prefere lidar com seus próprios problemas discretamente, embora seus líderes devam equilibrar o desejo da igreja por discrição, em oposição à necessidade de demonstrar aos membros da fé que a sua condenação à corrupção é sincera.
DOMÍNIOS

O Primeiro Cofre, repositório de uma cópia perfeita de tudo o que já concebido pelas mentes mortais

O deus da civilização habita a Cidade Eterna do Eixo, uma metrópole em perfeita ordem e lar de divindades ordeiro-bondosas, notadamente, além do próprio Mestre do Primeiro Cofre, Milani e, anteriormente, Aroden. Embora Eixo seja um lugar de ordem contínua e implacável, Norgorber, a divindade neutro-maligna do assassinato e segredos, também mantém seus domínios nesta cidade extraplanar, liderando uma guilda de ladrões em franca expansão, a qual os residentes um mal verdadeiramente necessário para o funcionamento adequado de uma metrópole perfeita.

 
Todas as almas expedidas a Eixo – mesmo aquelas aliadas a Norgorber – recebem um papel estabelecido na cidade, tornando-se parte matriz frívola de acordos e convenções que mantém Eixo em movimento com a precisão de um relógio. Ainda que alguns peticionários auxiliem os nativos da cidade, os axiomitas, na determinação de equações matemáticas que alicerçam o universo, a maioria das almas que vêm repousar em Eixo ficam contentes em servir constantemente na persecução da ordem. [6]
 
O Domínio divino de Abadar, o distrito de Aktun, é distinto por sua arquitetura única, que mescla os estilos de cada raça mortal que tem o deus da civilização em alta conta, servindo ainda para demarcar uma fronteira inconfundível.
 
Enquanto os domínios de Abadar não possuem quaisquer grandes muralhas ou barreiras que o separem do resto de Eixo, os acordos contratuais do deus com os nativos do plano as tornam desnecessárias – adentrar só é possível através de quatro pontos. Cada portal de entrada é demarcado por arcos independentes feitos de ouro maciço, ostentando o símbolo de Abadar da chave dourada e guardados por seu arauto, O Legislador. A presença do titã agracia os quatro portais simultaneamente, seja por replicação divina ou por, de alguma forma, existir nos quatro locais de uma vez através de alguma condição própria do portento axiomita (é provável que ele exista em ainda mais lugares simultaneamente, uma vez que os portões nunca ficam desguarnecidos, malgrado O Legislador seja conhecido por servir seu patrono divino em missões através de outros planos).
 
 
ALIADOS PLANARES
 
Enquanto a maioria das criaturas e poderes planares permanece neutra em relação ao imparcial Abadar, alguns indivíduos se distinguem como amigos e aliados da fé abadarana. Além da sua raça subserviente, os equinídeos orshevals, seus seguidores mais conhecidos são os seguintes:
 
Carvocasco (hipogrifo celestial único): Este hipogrifo celestial é castanho e com uma cabeça esbranquiçada, e normalmente aparece trajando uma cobertura peitoral de mitral (leve o suficiente para que ele possa voar, envergando-a) Ele é experimentado em batalhas e aceita um cavaleiro sem questionar. “O Velho Torrão” raramente fala, mas compreende comum, celestial e uma série de outros idiomas. Ele adora se banquetear de cervos e gado, e o presentear com tais iguarias é uma maneira garantida de aprimorar sua atitude. Ele ficou irritadiço na velhice e não aprecia “crianças” o tratando como uma mera besta.
 
O Fantasma de Merema (espectro único): Em vida, Merema foi uma rica sacerdotisa de Abadar que advertiu contra a superlotação nas cidades e encorajou os fiéis a fundar novos assentamentos ao invés de se amontoar como ratos. Ela agora serve seu deus na morte, algumas vezes aparecendo no mundo mortal como o prenúncio da vinda de pragas e alertando os residentes para aprimorar suas condições de vida ou se mudarem. Ela possui todas as habilidades de um espectro, exceto pelo fato de não poder gerar uma cria espectral; destruí-la (mesmo com energia positiva canalizada) meramente a envia de volta para o reino de Abadar.
 
O Legislador (constructo único): Arauto de abadar, esta criatura semelhante a um golem é feita de outro e aço consagrado. Enorme e poderoso, este emissário divino aparece como um gigante numa armadura de ouro intrincada, portanto um martelo de guerra titânico. Parado, O Legislador aparenta ser uma estátua fantástica, erigida em honra ao deus da ordem. Quando ativa, seus passos fazem tremer a terra e os golpes de seu martelo lendário – o Gavel de Abadar, forjado pelo próprio deus – pode despedaçar muralhas de castelos e fortalezas. Estóico, infinitamente paciente e inteiramente dedicado ao Guardião do Primeiro Cofre, O Legislador é justo, implacável em sua causa e capaz de promover uma destruição inacreditável. Este sentinela da civilização surge quando as forças do caos ameaçam suplantar os esforços de comunidades ordeiras e atravancar a inexorável marcha do progresso.
 
Embora conheça diversos idiomas, o arauto de Abadar restringe sua comunicação a um grau incomum. Até hoje, ele só foi ouvido proferindo números, medidas e, mais frequentemente, citações diretas dos textos sagrados de Abadar, A Ordem dos Números, e o Manual de Construção de Cidades.
 
Ao longo do último século, seguidores de Abadar reportaram ter visto O Legislador vagando por locais ermos, desde cavernas antigas a fossas subaquáticas, aparentemente a procura de algo. Estas jornadas têm levado a debates e conjecturas, entre os fiéis. O Arauto de Abadar mede precisamente 7,5 metros e pesa 30 toneladas. 
 
 
ORGANIZAÇÕES LIGADAS À FÉ ABADARANA
 
Os Dragões Marinhos
 
Nem todos fiéis de Abadar viajam pelas estradas. Dentre eles há aqueles que reconhecem que os mares são vitais para o comércio e a criação de riqueza e fartura. Os mares, em sim, porém são vigiados por entidades como Gozreh e Besmara, forças que são, frequentemente, o flagelo dos mercadores do mar. Por tal razão, os Dragões Marinhos, juramentados ao nome de Abadar, construíram uma impressionante frota para fornecer proteção, transporte e escolta para mercadores que desejam a garantia de que suas mercadorias alcancem os mercados mais longínquos do Mar Interior. Eles mantém seus serviços disponíveis àqueles que podem pagar e, embora constantemente ajudem os que se encontram em perigo, sempre apresentam uma conta, quando a ação acaba.
 
Estes não são mercadores ordinários: quando reunidos, os Dragões Marinhos são uma verdadeira armada, com uma frota de mais de 100 navios (contando com 20 navios de guerra e 80 ou mais navios mercantes), sob o comando do expatriado almirante chelaxiano Terrance Akrifolous. Todos aqueles que se alistam nos Dragões Marinhos devem renunciar suas cidadanias, pois eles devem servir somente sob o estandarte de Abadar. A maioria dos Dragões Marinhos está dispersa, com navios operando cooperada ou individualmente, cumprindo missões independentes nos portos maiores ao longo de Garund e Avistan, algumas vezes com trajetos que podem variar para mais além, leste ou oeste. Uma vez por ano, todavia, eles se reúnem em seu porto natal, em Absalom, e discutem assuntos relativos à frota, como um todo – geralmente propostas de expedições conjuntas com a finalidade de exterminar os piratas que infestam Os Grilhões. Eles ainda não tentaram isto, considerando a sua missão de proteger as rotas marítimas mais importante, no momento, mas a cada ano eles ficam mais próximos de tomar uma providência real, fazendo o possível para assegurar e reavivar as promessas de auxílio das várias potências costeiras que se beneficiariam de faixas litorâneas mais seguras. Quando encontram piratas, os Dragões Marinhos não oferecem nenhuma misericórdia, considerando que aqueles que escolhem operar fora da lei e espoliar comerciantes honestos não são dignos dela. [7]
 
Balanças Equilibradas de Abadar
 
Servos devotados do deus da riqueza e do comércio, as Balanças Equilibradas de Abadar é um secto do sacerdócio abadarano cuja existência está ligada a uma fundamental e especializada demanda, imposta pela cidade de Katapesh à igreja do Mestre do Primeiro Cofre. Além de utilizarem suas habilidades mercantis, As Balanças Equilibradas procuram por tesouros ou riquezas perdidas, não-reclamas ou erroneamente apreendidas, nas muitas tumbas e ruínas do deserto de Katapesh. Balanças Equilibradas de Abadar desenvolveram habilidades únicas que os permitem suplantar armadilhas mágicas e adentrar áreas perigosas, onde os patrimônios perdidos podem ser recobrados ou mercadorias escondidas e perdidas pode retornar às mãos de seus legítimos donos. Um membro das Balanças Equilibradas de Abadar se compraze mais em descobrir tesouros perdidos há muito tempo, escondidos em fortificações não identificadas, de propriedade de indivíduos cujos nomes já foram soterrados pelas areias do tempo, uma vez que podem reclamar para si o direito de tais recursos e, assim, utilizá-la para fortalecer e auxiliar a igreja abadarana. [8]
 
Um membro das Balanças Equilibradas de Abadar
 
 
REFERÊNCIAS:
 
[1] REYNOLDS, S. K. et al. Pathfinder Campaing Setting: Inner Sea Gods. Paizo Publishing, 2014. Traduzido por: Caio Moraes.
[2] STEPHENS, O. K. C. Pathfinder Chronicles: Guide to Absalom. Paizo Publishing, 2008. p. 33. Traduzido por: Caio Moraes.
[3] MCARTOR, M. Pathfinder Chronicles: Guide to Korvosa. Paizo Publishing, 2008. p. 26. Traduzido por: Caio Moraes.
[4] SCOTT, A. E.; GREER, S. S. Pathfinder Chronicles: Dark Markets, a Guide to Katapesh. Paizo Publishing, 2009. p. 30. Traduzido por: Caio Moraes.
[5] JACOBS, J. et al. Pathfinder Campaing Setting: Inner Sea World Guide. Paizo Publishing, 2010. p. 123. Traduzido por: Caio Moraes.
[6] GOODALL, M. et al. Pathfinder Player Companion: Champions of Balance. Paizo Publishing, 2014. p. 13. Traduzido por: Caio Moraes. 
[7] MCCOMB, C. Pathfinder Player Companion: Faiths of Balance. Paizo Publishing, 2011. p. 23-24. Traduzido por: Caio Moraes.
[8] SCOTT, A. E.; GREER, S. S. Pathfinder Chronicles: Dark Markets, a Guide to Katapesh. Paizo Publishing, 2009. p. 54. Traduzido por: Caio Moraes.

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Sobre o Autor: Caio Moraes

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