Erzurel Grayson | A História (Parte I)

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O último dos heróis de Greyhawk a ter sua estória conhecida. Erzurel é um dos sacerdotes de Pelor mais puros e sinceros de que se tem conhecimento. Com sua palavra franca, representa o calor mas brando de Pelor. E talvez pela sua ingenuidade, tenha tão dificilmente aprendido o valor das orientações da luz.

Essa é uma história que remonta cerca de 700 anos atrás do calendário comum. Período no qual as cidades e reinos eram jovens, e a expansão do Grande Reino se dava sem limites de leste para oeste de Flanaess. Para conhecer a história de Erzurel, é necessário voltar no tempo…

Essa é uma história original escrita por Aharon Gonçalves e revisada por Bruno de Brito.

História Antiga

-297 CY – Tempo sem registros

Greyhawk_Letra-H-172x200 Greyhawk Heróis de Aurora dos Conflitos Pathfinder 2ª Edição á cerca de setecentos anos atrás, Aberain Melquisedec ainda um venerável mago necromante, se deleitava em corromper os inocentes e espalhar o desespero. No ápice de seu poder se marcou o fim de seus dias como mortal e consumido pelo ódio a todas as coisas vivas. Aberain entregou sua alma a Vecna, ao senhor do Conhecimento Obscuro.

Em um ritual excruciante, a pele de Aberain foi esfolada para servir de folhas, seus ossos foram moldados para servirem de capa e seu sangue mágico, transformado em tinta para a escrita do livro mais vil de todos.

Greyhawk_Aberain-Melquisedec-385x600 Greyhawk Heróis de Aurora dos Conflitos Pathfinder 2ª Edição
Aberain Melquisedec

Aqueles expostos ao livro foram levados à loucura. Outros se tornavam tão corrompidos por seu perigoso conteúdo que não tinham escolha, senão recorrer ao mal. A miséria e o derramamento, de sangue seguiam os discípulos de Aberain à medida que espalhavam o sonho obscuro de seu mestre. Criaturas vis e depravadas emergiam de cada canto e beco sujos, para juntar-se à agitação da destruição. A cidade de Verbobonc foi palco dessa dessa praga maléfica.

Aberain Melquisedec não era mais chamado pelo seu nome mortal, agora ele respondia por Anacrael. E a pura menção ao seu nome trazia azar e maus agouros àqueles que o pronunciava.

Greyhawk_O-Amuleto-de-Pelor-e1518221562507-180x200 Greyhawk Heróis de Aurora dos Conflitos Pathfinder 2ª Edição
O Amuleto de Pelor

E foi neste cenário desolador que surgiu uma ordem de guerreiros para combatê-los. Eles se auto intitulavam “Os Cavaleiros do Novo Sol” e fizeram o juramento de ressuscitar a fé daquelas terras. A pureza de seus corações era tanta, que Pelor, o Deus da Luz presenteou os cavaleiros com amuletos poderosos com os quais canalizariam o poder da justiça.

Banhados de luz divina, os Cavaleiros do Novo Sol apaziguaram a sombra que obscurecera a terra nas últimas 3 centenas de anos, dividindo-a em partes. Nem todos estavam deslumbrados com seu esplendor.

O Desfecho

Os discípulos de Nhagruul (que mais tarde viriam a ser chamados de a Espada de Marsakala) desmontaram o livro e subornaram três almas gananciosas para que escondessem as partes até que pudessem ser recuperadas. Apesar dos vários anos de busca perpetrada pelos Cavaleiros do Novo Sol, a capa e as páginas nunca foram encontradas. A paz reinou novamente naquela região por muitos séculos e os cavaleiros se perderam na luz de sua própria glória.

O esquecimento de Anacrael. Também trouxe a deslembrança do poder dos servos de Pelor. Os Cavaleiros do Novo Sol abandonaram a si mesmos na imprudente crença de que o Livro da Escuridão nunca mais seria restaurado.

Nasce Erzurel

13 da Colheita 569 CY

Erzurel, nasceu na cidade de Verbobonc, Filho de Arziel e Anabela, teve uma infância normal, como toda criança, exceto pela certa ausência de seu pai , um renomado Cavaleiro do Novo Sol, dentro de sua ordem, e outrora parte de um esquadrão de elite, fé e poder. Não possuía mais o reconhecimento da qualquer ordem clerical de Pelor, não pela fé de seus integrantes, mas pelo fato de muito de seus seguidores terem se tornados meros mercenários por conta de suas exímias habilidades de combate e temperança.

Sua glória ficou no passado. E se seus líderes não eram capazes de valorar seus integrantes, estes então haviam se tornado ferramentas ordinárias de combate.

A companhia dos Cavaleiros do Novo Sol agora lutavam as guerras dos outros sem um proposito ou destino, mas religiosamente, regressavam ao velho Monólito tão antigo quanto o próprio tempo e repetiam um velho e poderoso juramento. Isso ocorria em todos os solstícios.

Em quanto seu pai lutava para reaver a gloria de sua ordem, e sem conseguir trazer sustento para a família, sua esposa Anabela segurou as contas. Experiente nas artes do comercio e finanças ela mantinha um restaurante simples e humilde, além de sempre ir vender bolos na Feira Livre de Verbobonc. Com isso ela pôde financiar o sonho do pequeno Erzurel de estudar no clero de Pelor. A criança cresceu ouvindo todas estas historias de seu pai, e inspirado nelas seguiu para se tornar um verdadeiro defensor da Fé e disseminador da Luz – um sacerdote de Pelor.

Batismo do Sacerdócio

17 de Inverno de 589 CY

Erzurel, após se dedicar ao estudos clericais e conclui-los, regressou para a sede dos Cavaleiros do Novo Sol, agora uma pequena e indistinta capela nos arredores do porto de Verbobonc e solicitou ao seu pai a realização do juramento perante ao monólito de Pelor. Para Erzurel isso era necessário para seu batismo como clérigo estar completo.

A Cerimonia seria preparada dentro de poucos dias. Neste ínterim, Erzurel ouviu boatos sobre um culto chamado a Nhagrull. Se estivesse certo, estes precisariam ser exterminados. Para Erzurel eles eram uma lenda, um folclore. Ele precisava apurar. Os Cavaleiros do Novo Sol, independente da missão em que estivesse empreendendo sempre eliminava suspeitos e seguidores confessos desta ordem. Sem progredir na busca, Erzurel voltou suas atenções para o dia do seu batismo.

O grande dia chegou e Erzurel estava diante do imponente monólito e todos os 12 representantes da ordem estavam presentes, era noite e havia uma tensão no ar.  Erzurel se perguntava porque não realizar a cerimonia de dia com a presença do Sol sobre suas cabeças, mas ignorou a estranheza, tradição é tradição, era o que seu pai lhe repetia. A noite avançava e a cerimonia também, e um a um os membros ia repetindo o juramento de centenas de anos de existência.

Havia uma lenda que dizia que sob a cantilena da oração certa, o monólito despertaria… Mas em nenhum dos seus 800 anos de existência, qualquer orador havia obtido êxito. A noite já se aproximava do crepúsculo, quando Erzurel iniciara proferindo as primeiras palavras memorizadas e tantas vezes repetida naquela noite.

A Oração do Monólito

01 de Preparos de 593 CY (Há 4 anos atrás)

–  Pelor, estamos aqui neste alvorecer. Nas vésperas do juramento para rever nosso voto de servidão… E para admitir mais uma alma justa à nossa Ordem. Erzurel Grayson, um passo à frente: 

Senhor, fazei de mim um instrumento da Vossa paz. 
Onde houver ódio, que eu leve o amor.
Onde houver ofensa, que eu leve o perdão.
Onde houver discórdia, que eu leve a união.
Onde houver dúvidas, que eu leve a fé.
Onde houver erro, que eu leve a verdade.
Onde houver desespero, que eu leve a esperança.
Onde houver tristeza, que eu leve a alegria.
Onde houver trevas, que eu leve a luz. 

-Eu juro: 

Pelo Todo-Poderoso Pelor… 

Dedicar minha vida, com pureza no serviço da Luz. 

A abdicar todos os prazeres mundanos. 

Defender os fracos e Ter piedade dos corrompidos, E acima de tudo, a manter a chama da esperança acesa… Quando todas as outras luzes Se apagarem, A nunca ceder ao desespero. Enquanto a luz dentro de mim Prevalecer. 

-Erga suas mãos para receber a bênção de Pelor. 

Greyhawk_Erzurel-Capa Greyhawk Heróis de Aurora dos Conflitos Pathfinder 2ª Edição
Erzurel Graysson aos 28 anos

Continua…

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Sobre o Autor: Bruno de Brito

Mestre da campanha "Aurora dos Conflitos", ocorrida no cenário de Greyhawk. Entusiasta do sistema Pathfinder, fã de Magic: The Gathering e churrasqueiro nas horas vagas.

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