Fharagauwer Thurull – Capítulo II | Jovem Guerreiro

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Essa é a continuação da gênesis de uma dos maiores guerreiros de Tempus nascidos nos Vales. Fharagauwer Thurull, um exímio combatente e leal guerreiro das hostes do deus da Guerra.

Essa é uma história original escrita por Fabrício Nobre e Diogo Coelho.

Acompanhe os artigos já publciados:

Fharagauwer Thurull – Capítulo I | A Criança Fera
Fharagauwer Thurull – Capítulo II | Jovem Guerreiro
Fharagauwer Thurull – Capítulo III | Guerreiro de Tempus

Orgulho Guerreiro

Data

– “Pois é pai, o garoto promete ser um bom guerreiro.”

O já experiente Amon Yeates observa do alto da paliçada seu pupilo treinar contra bonecos de madeira. É manha, o sol brilha de leve enquanto um brisa gelada teima em faze-lo esquecer do calor da cama recém abandonada. Todos os dias eles são os primeiros a acordar e, após um breve desjejum, mestre e pupilo iniciam seu treinamento diário. Ao seu lado, sentado em uma pequena mesa coberta por papiros e documentos, esta Gangaster Yeates, clérigo da capela de Tempus e pai de Amon.

“- Verdade” – responde Gangaster. – “Você tem ensinado o bem, meu filho.”

O Veterano clérigo avalia os movimentos do garoto. Já haviam se passados longos anos desde que Gangaster o havia resgatado daquele matadouro de Garagos. Com movimentos fluidos o adolescente maneja a espada larga com conhecimento. Amon o havia instruído na mesma arte que, anos atrás, o havia encantado. Bem alimentado, educado e orientado, o velho sacerdote sente se satisfeito em ver no que o garoto estava se tornando.

“- Acredito que seja hora de experimenta-lo no martelo e bigorna da batalha” – diz o velho clérigo. “ – Bonecos de madeira não oferecem muita ameaça” – conclui olhando por cima das lentes de seu monóculo e sorrindo para Amon.

O Teste

Embaixo, no pequeno cercado feito de arena, o jovem guerreiro sabe que esta sendo observado. Ele se esforça, mesmo sabendo que pouco pode fazer contra simples e imóveis oponentes de madeira. Porem, sua técnica e manejo da espada larga ainda pode ser notada. Com ataques poderosos e precisos, aos poucos ele vai talhando seus oponentes de cedro e carvalho. Sua arma gira em movimentos graciosos antes de atingir seus alvos com força e poder.

Saltando para dentro da pequena arena, Amon Yeates surpreende o jovem Fharagauer. “- Eu disse a meu pai que, embora talentoso, você não é capaz de me vencer!” – anuncia Amon sorrindo e lhe arremessando uma espada de treinamento . Fharagauer também prepara-se para o combate iminente, retribuindo o sorriso a seu tutor. Além de um nome, a família Yeates lhe deu abrigo e comida desde que se lembrava. Segundo Gangaster, ele o acolheu ainda criança, resgatando-o de escravistas.

“- Sabe, meu pai sempre quis um segundo filho – Fharagauer se recorda de uma memoria antiga, onde dialogava com Amon, encarregado por Gangaster como seu tutor. “- Os deuses levaram minha mãe muito cedo, e que Eles a guardem em um bom local.” – disse Amon em tom solene. “- Não fique envergonhado por meu pai lhe tratar tão bem. Tê-lo em nossa casa trouxe novo animo para o velho, fora que eu sempre quis um irmão menor como escudeiro” – disse Amon passando o braço pelo pescoço do garoto Fharagauer.

Memórias

Preso em suas memorias, o jovem guerreiro não percebe a aproximação de seu oponente. Em uma investida, o experiente Amon lhe acertará no peito, arremessando-o alguns metros para trás.

– Desta forma, meu pai pensara que só gastou comida contigo e lhe entregará as minas, guerreiro” – braveja sarcasticamente o tutor para seu aprendiz. Prontamente o jovem guerreiro se põe de pé para uma nova rodada, agora mais atento ao combate.

Amon aguarda a ofensiva. Em investida o jovem aprendiz lhe desfere um ataque. Não fosse sua agilidade, o tutor teria sido atingido em cheio pelo poderoso golpe. Em retribuição, Amon lhe desfere dois eficientes ataques. Um acertando as pernas, fazendo o jovem vacilar. O segundo atinge seu tronco que, sem um apoio fixo ao solo, leva-o ao chão. O tutor possui conhecimento e habilidades ainda fora do alcance de seu aprendiz porem, mesmo no chão pela segunda vez, o jovem guerreiro ainda não se considera derrotado.

Erguendo se novamente, o aprendiz avança. Desta vez ele utilizaria os ensinamentos de seu mestre e, surpreendendo-o, atinge seu primeiro golpe. Amon esperava que o jovem guerreiro se aproxima-se para um combate mais fechado porem, atacando o tutor ainda fora da área de ameaça do oponente, o guerreiro atinge sua têmpora com um forte golpe. Atordoado, Amon não consegue focar-se no adversário, errando os dois próximos ataques seguidamente. Sendo mais rápido em tomar a iniciativa e aproveitando o oponente debilitado, o aprendiz vê ali a oportunidade de subjugar seu mestre de uma vez por todas. Sendo assim, serrando os punhos e apertando o cabo de sua espada com força ele inicia sua manobra.

Contra Ataque

Atacando com técnica, Fharagauer atinge seu oponente ainda atordoado na base do estômago, fazendo-o dobrar de dor. Debilitado, Amon tenta em vão atingir novamente seu pupilo porem não obtém êxito e, devido a dor e tontura, erra debilmente o segundo ataque dando ao jovem guerreiro a oportunidade para um novo golpe. Circulando Amon, Fharagauer comprime todos seus músculos e executa um poderoso ataque pelas costas do tutor. Tamanha foi a força empregada que a espada de madeira se parte em duas, num estalar de lascas que voam em todas as direções.

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Armas de madeira tiram sangue – Fharagauwer  15 anos

Silêncio. Ate mesmo os animais parecem calar após o poderoso golpe dado pelo guerreiro. Com a força do ataque Amon foi arremessado ao chão, aparentemente desacordado. A sua volta Fharagauwer percebe que outras pessoas os observavam enquanto lutavam. Cavalariços, soldados e ate mesmo alguns empregados formavam uma pequena plateia, naquela pequena e improvisada arena. O silêncio é quebrado pelo som de palmas, quando de pé, o próprio Gangaster Yeates,  em meio a sorrisos, aplaudia.

 – Glorioso seja Tempus! –  exalta o clérigo – Glorioso seja Tempus em me dar dois filhos, poderosos e habilidosos guerreiros que são!

Orgulho de Pai

Levantando-se com dificuldade esta Amon, ainda cambaleando pela força dos golpes. Seu semblante serio em direção ao aprendiz logo da lugar a um sorriso e um olhar de satisfação ao ver seu aprendiz receber os louros da vitória. “Parabéns guerreiro” – ele diz. E sorrindo, completa: “– Tymora lhe abençoou hoje. Comi pouco no desjejum e o pouco que comi, mal me fez.” Vendo o semblante de Fharagauer se fechando, ele remedia: “- Vamos, me ajude a levantar. Não vou tirar de você a gloria que Tempus lhe deu. Sorte você teve, mas muita habilidade e técnica também. Vamos rapaz , me ajude! Afinal, eu ainda dou ordens aqui.”

Aos poucos as pessoas voltam aos seus afazeres. Apoiando Amon, Fharagauer caminha ate o interior da casa. Do alto, Gangaster ainda sorridente diz aos seus filhos:

– Entrem, meus filhos. Descansem pois o dia ainda é longo.” Satisfeito com a demonstração, o velho clérigo adentra sua fortaleza. Enquanto caminha, ele ora a Tempus pela benção de ter encontrado o jovem e de como esta se tornando um bom guerreiro.

Orgulhoso e absorto em seus pensamentos, ele adentra a casa, sem reparar na revoada de corvos que sobrevoa sua propriedade, grasnando. Eles circulam as torres antes de continuar seu voo, em direção ao poente. Os mais supersticiosos tocam seus símbolos sagrados e pedem proteção. Aquilo era um sinal de mau agouro, sinal de mau pressagio para aquelas terras.

Continua.

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Sobre o Autor: Bruno de Brito

Mestre da campanha "Aurora dos Conflitos", ocorrida no cenário de Greyhawk. Entusiasta do sistema Pathfinder, fã de Magic: The Gathering e churrasqueiro nas horas vagas.

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