Faz muito desde que Eophain perdeu sua família. Poucos foram os momentos que o Kensai guardou na memoria. Memorias infantis. Um sorriso de sua mãe, a barba escura e perfumada de seu pai…fragmentos de uma família perdida há muito tempo atrás. Porem, dentre as poucas lembranças que ainda conseguia ter, uma lembrança em particular retorna agora. Uma lembrança que estava escondida no mais profundo abismo de sua mente. Uma lembrança escura, triste e agoniante. Aquela que lhe atormentava as noites de sua infância e lhe tirava o sono. Fria, cheia de sussurros e vultos, esta memoria voltava após todos esses anos com suas garras gélidas, oprimindo seu peito, fazendo-o recordar o porque das crianças temerem a tanto a escuridão.
Nunca em sua vida ele havia enfrentado um inimigo tão ameaçador. Nunca ele havia duvidado tanto do sucesso. Nunca ele havia acreditado tanto na derrota. Diante dele, uma criatura de contos e canções tomava forma. Com seu hálito frio ela drenava seu otimismo, sugava seu folego e trazia calafrios a sua espinha. Um ser que já deveria estar morto caminhava em sua direção. Seus ossos estavam com seus movimentos.
Seus olhos brilhavam na escuridão, penetrado seu corpo. Sua voz invadia seus ouvidos e atingiam sua alma, chamando dos confins de sua mente aquele medo esquecido. Ali, cercado pela mais profunda escuridão, a voz invocava seus temores e o fazia recordar das noites em claro, sozinho em seu quarto, temendo toda sombra ou sussurro do vento.
Eophain lamenta e sabe que o fim esta próximo. A tristeza e a solidão tomam seu corpo por completo. Ver seus aliados recuando, enquanto ele intimamente travava uma batalha interior para vencer todos seus temores e avançar contra a morte, foi um duro golpe em sua moral. A criatura sussurra, trazendo sua atenção para o perigo iminente que lhe aguardava. Sua voz corta como navalha. Ele diz:
“Você mortal, foi abandonado, deixado para traz como uma digna oferenda. Largado a própria sorte, sorte esta que o abandonou quando decidiu me enfrentar. Agora Guerreiro, se crê em algum Deus, ore. Não por um milagre, não por você. Ore apenas para que seus aliados nunca retornem, pois a única certeza que trago é o fim. Irei retirar a pele de tua carne e a carne de teus ossos. Atormentarei teu espirito para que ele sirva a mim, como todos esses outros tolos que um dia tentaram me enfrentar e partilham agora da escravidão eterna.”
Eophain não ora a deus algum. Ali nem mesmo Pelor poderá salva-lo. O medo se faz onipresente, onisciente e tangível. Antes de sentir as garras frias daquela criatura penetrando sua carne, ele sussurra algo para si, antes da escuridão e frio o tomarem por completo…
“Lihana…”
Fonte: Fabrício Nobre
Revisão: Bruno de Brito
Bônus de Experiência: 450 Pontos.
Essa é uma história vivida pela ótica de um dos personagens da trama. Para conhecer todo o seu enredo, se divirta pela leitura dos resumos do Templo do Elemental Maligno:
O Templo do Elemental Maligno
Textos dos Jogadores
Pontos de Experiência
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