Heróis do Templo – Chegada a Hommlet

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Uma história original criada por: Bruno de Brito
Revisão: Bruno de Brito
Sessão ocorrida: 16.12.17

O grupo formado por Gatts, Eophain, Kalin, Pyrus e Questin estavam a poucas horas de Hommlet, a cerca de 2 dias eles haviam deixado o Templo do Elemental Maligno. O grupo havia interrompido a missão de explorar a famosa masmorra após Gatts ter revelado ao grupo a situação dos Heróis do Norte, grupo formado por sua prima, Sandy Benelovoice, o clérigo de Pelor Erzurel e o general da 9ª armada de Furyondy, Lorde Nybas Tyrangur. Eles estavam conduzindo o príncipe Thrommel à Chendl, quando caíram em uma armadilha planejada pelo antigo aliado e agora inimigo Aescriel, o resumo desta história pode ser lida no artigo O Ardil do Vampiro.

Gatts havia visto o desfecho daquela trama e ciente do risco envolvendo o grupo, externalizou o ocorrido aos seus companheiros e todos decidiram que precisavam interromper a exploração do Templo e ir em rumo a Verbobonc (resumo da última aventura pode ser lido aqui).

O grupo notou uma carroça tombada na estrada, sem sinais de corpos ou autor dos ataques.

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Carroça abandonada na estrada

Todos se aproximaram com cautela. Não haviam corpos, mas sangue manchava o chão indicando ao grupo que certamente houveram vítimas, mas nada de corpos. Kalin conseguiu determinar com seu elevado conhecimento que se tratava de sangue humano, mas não havia indícios de como aquilo havia ocorrido. Moedas, grãos e outros pequenos bens de valor, foram encontrados, o que indicou ao grupo que não foi um ataque de bandoleiros ou ladrões. Julgaram que talvez tenha sido uma besta, uma fera. Sem conseguir obter maiores informações que explicassem o ocorrido, o grupo seguiu caminho, ainda com dúvidas sobre a natureza daquele ataque.

Ainda que estivesse muito frio devido o inverno, a manhã estava com uma temperatura mais amena que os dias anteriores.

E do alto de um planalto o grupo avistou Hommlet, não tardou a comitiva de heróis chegaram a vila. Hommlet exibia sinais de recuperação. Há algum tempo o local foi alvo de um ataque desmedido de cultistas do Olho Ancião e os membros daquele grupo haviam sido responsáveis por impedir que a cidade fosse entregue à destruição.

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Membros do Olho Ancião assolando Hommlet, durante a Grande Queimada

Agora Hommlet bravamente lutava para se reerguer, se tornar um local tranquilo, pacífico e de pessoas boas.

Já dentro dos limites da cidade o grupo avistou uma concentração popular a frente da estalagem, percebendo que não havia qualquer natureza de comemoração, só poderia indicar que algo estava errado. Se aproximando até o centro da aglomeração o grupo, Gatts reconheceu de imediato o anão Gillius Machado do Trovão.

Gillius era um conhecido recente de Gatts e Pyrus, um anão cuja tempestade misteriosa sempre o acompanha, havia se encontrado com Gatts pela primeira vez no condado gnomo de Kron, situado nas colinas de mesmo nome. Lá Gillius se revelou um aliado contra maquinações de uma entidade que dominava o senhor dos gnomos.

Agora Machado do Trovão estava ali, aparentemente recebendo conselhos das pessoas, principalmente duas figuras dignas de notas: Burn e Rufus, heróis aposentados que haviam feito de Hommlet sua residência e agora apoiavam novos heróis tão necessitados naquelas paragens.

O anão reconheceu os heróis e os chamou para próximo. As pessoas observavam agora melhor a comitiva de heróis reconhecendo-os. Aqueles foram os heróis de Hommlet, figuras que conseguiram salvar sua tão querida vila.

Pyrus também ouviu seu nome sendo mencionado entre os transeuntes. Recentemente o clérigo de Joramy havia sido o responsável por livrar do estado de pedra os heróis míticos de Hommlet – Burn e Rufus, e também ajudou a curar muitos dos feridos que haviam sido vitimados pelo Olho Ancião e seus asseclas.
O grupo de heróis sentiram que o povo os reconhecia como seus salvadores, e brevemente eles os ajudaria novamente…

Gillius | – Como é bom vê-los! Achei que o templo o havia derrotado Gatts, como foram as coisas por lá?
Gatts | – Não tão bem como imaginávamos anão, mas e você, qual o motivo dessa aglomeração?
Gillius | – Problemas meu caro, o que mais poderia ser?

E Gillius começou a narrar para os heróis o motivo daquela reunião. Os heróis aposentados Burn e Rufus foram apresentados aos heróis de Hommlet, e eles agradeceram pelos feitos dos heróis. A comitiva adentrou a estalagem onde os viajantes recém chegados puderam molhar a garganta da poeira da estrada e iniciaram um diálogo.

Gillius revelou ao grupo que uma matilha de lobos estava perturbando Hommlet. Com o pouco gado, equinos, suínos e lobos ceifando a vida de poucos já estava representando uma grande perturbação, agora caçando pessoas na calada da noite era se tornou um problema pior ainda.

Sem deixar rastros de suas vítimas, esses lobos se comportavam de maneira selvagem e extremamente perigosa. Ninguém que os viu sobreviveu para relatar quem ou o que as liderava. Um dos guardas que é um bom rastreador, identificou inúmeras pegadas e outros sinais indicando o charco nas vizinhanças de Hommlet, possivelmente a Casa do Fosso. Gillius iria até lá averiguar e possivelmente resolver o problema.

Kalin | – Mas irá só até lá anão?
Gillius | – Burn e Rufus se aposentaram, o monge Furnok seguiu com Filiken para Verbobonc em busca de coisas para ajudar na recuperação da vila, restou a mim apenas.
Gatts | – Iremos ajuda-lo anão, não creio que seja um grande problema, mas considerando os riscos que aquele local as vezes revela, é bom ter uma espada a mais.
Gillius | – Mas e vocês, o que houve no templo, resolveram os problemas de lá?
O grupo se entre olhou e o anão entendeu que alguma coisa errada havia ali.
Eophain | – Se me permite a palavra anão, temos assuntos que demandaram nossa urgência fora daquela masmorra.
Gatts | – Minha prima está responsável por escoltar um nobre até Chendl e ela teve problemas na viagem. Percebi isso através de visões mágicas e por esta razão tivemos que sair.

Kalin havia percebido que alguma coisa não estava correta naquela situação, mesmo Hommlet parecia ter um ar diferente, como se houvesse passado uma quantidade de tempo fora do comum.

Kalin | – Que data é hoje anão?
Gillius | – Tem pouco mais de uns 30 dias que vi vocês pela última vez
Gatts | Está certo disto anão?
Gillius | – Claro, oras!

Os membros do grupo se entre olharam, havia cerca de 30 dias de acordo com aquela informação passado por Gillius que eles haviam deixado Hommlet. A viagem de Hommlet a Nulb houvera sido rápida graças aos cavalos mágicos de Gatts e na vila pantanosa eles não chegaram a vida 1 dia lá, até serem absorvidos pela magia misteriosa que os levou para dentro do templo. Segundo os cálculos, Pyrus concluiu que apenas 1 semana havia se passado na prática, isto no tempo deles. Como era possível ter se passado 30?

Gatts | – Só háuma explicação, o tempo dentro do templo corria de forma diferente!

O grupo se entreolhou, se fosse aquilo mesmo, a realidade dos fatos que eles deduziam ter ocorrido a pouco tempo em relação a Sandy, poderia configurar uma nova realidade, totalmente diferente, e a paladina poderia estar fora dos esgotos de Verbobonc, morta ou até mesmo fora da cidade. O que teria ocorrido a ela, Erzurel e o Príncipe?!

Os olhares de dúvidas imprimiram sobre eles um senso de urgência perturbador, mas deixar Gillius ir sozinho naquela empreitada era também muito arriscado, não apenas pela vida do anão que muitos deles não conheciam, mas muito pela paz que duramente e sob elevados custos tinham obtido para Hommlet. Se o anão falhasse, a cidade estaria à mercê novamente de forças malignas.

E foi Gatts que anunciou:

– Anão, temos grandes preocupações com a revelação de que o tempo correu de forma diferente para nós enquanto estivemos dentro do templo do Elemental Maligno, e isso nos imprimiu um elevado senso de urgência com relação à situação de Sandy e demais, o príncipe, Erzurel… Mas não deixaremos você ir só, nós o acompanharemos.

Gillius | – Ótimo então, uma espada a mais, é sempre melhor. Vamos resolver rapidamente este problema e logo vocês partem. Quero crer que seja apenas uma grande matilha liderada por algum lobo desajuizado (risos).

E o grupo não contou muita conversa para se colocarem em marcha para a Casa do Fosso, o local era um velho conhecido de Gatts, Questin e Eophain, os demais Pyrus, Gillius e Kalin desconheciam aquele local, mas sua fama o precedia.

Em um último momento Questin repentinamente avisou aos companheiros que não participaria desta empreitada. Alguém deveria ficar em Hommlet para o caso de problemas surgirem.

Todos acharam engraçado e imaginaram a situação na qual Questin poderia fazer frente a um desafio, quando a imaginação começou a avançar eles desistiram de continuar visualizando as circunstâncias e simplesmente deixaram o halfling de guarida na vila.

Com as mãos para trás, suando frio, o halfling torcia para que nenhum de seus companheiros percebessem sua dissimulação. Ele tinha uma ideia muito concreta sobre aquele mistério, ações passadas estavam cobrando um preço e ele temia não ter como pagá-lo…

O taverneiro ainda providenciou rações para o grupo e após jantarem uma refeição digna de heróis eles partiram. Os cavalos mágicos de Gatts ainda estavam ativos e o grupo se pôs velozmente rumo aos charcos onde se encontrava a Casa do Fosso. Era por volta das 4 horas da tarde e o frio cortante incomodava os heróis, mas eles não tinha muito como reduzir a velocidade, nunca antes o tempo era para eles tão precioso.

Continua em: A Pedra da Lua

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Sobre o Autor: Bruno de Brito

Mestre da campanha "Aurora dos Conflitos", ocorrida no cenário de Greyhawk. Entusiasta do sistema Pathfinder, fã de Magic: The Gathering e churrasqueiro nas horas vagas.

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