Esse é o resumo da última parte dessa história, na qual os Heróis do Trono focam esforços para encerrar o período de sombras que recaem sobre o Templo da Flor de Sol. Esse resumo compreende as partidas ocorridas nos dias 21/12/2020, 06/01/2021 concluindo 25/01/2021.
Jogadores:
- Bruno de Brito (Mestre da Masmorra)
- Bruno Simões (Kalin)
- Bruno Freitas (Rathnar)
- Diogo Coelho (Gatts)
- Daniel Alonso (Pyrus)
Essa história é uma continuação de Luz no Templo das Sombras – Parte III.
O artigo é uma criação original de Bruno de Brito e revisão de Bruno Simões.
23 de Plantio de 592CY
grupo tinha uma decisão a tomar. Sair do local para descansar e retomar a exploração no dia seguinte, ou avançar até a sala prisão e garantir que mais monstros não surgissem por conta do efeito dos cubos. Um local sinalizado por Emil ao grupo, estava potencializando a força dos cubos e permitindo a vinda de criaturas de outro plano para cá. E o grupo optou por seguir o conselho do líder da Irmandade Flatnoose.
Gatts avaliava as forças do grupo. Apenas Kalin já não contava com suas fontes de cura. Ele ainda possua suas magias, mas a cura mágica para o grupo estava limitada aos recursos que cada um dispunha.
Após descobrirem a chave que abria a passagem para o novo local, e diante das opções de caminho, houve uma pequena desorientação na decisão de que rumo tomar pelos corredores da câmara, mas Lester deu a certeza que o grupo precisava com relação à direção ser tomada, mas confiando na memória do halfling o grupo chegou até um corredor longo onde no seu fim uma câmara se abria. Ali dentro a luz irradiada era pulsante e bruxuleante em um tom lilás doentio. Pyrus e Rathnar se aproximaram cautelosamente enquanto o grupo permaneceu na retaguarda, preparados para agir se necessário.
Mas o que a dupla de campeões sentiu foi um enfraquecimento mais intenso, por simplesmente estarem próximos demais da sala prisão. E eles viram no interior da câmara não menos que oito cubos, dispostos de modo simétrico uns com os outros. A emanação de força negativa vinha da sala e alcançava cerca de dezoito metros a partir do epicentro.
Pyrus viu, quando em uma passagem fechada lateral no corredor algum ser, provavelmente um Gug, se afastou para dentro da escuridão. O campeão alertou seus companheiros e ouvindo o comando de Gatts, recuou para longe da área de emanação. Mas não antes de ver alguma coisa tentando rasgar o tecido da realidade dentro da sala prisão, algum ser aracnídeo maior que um homem!
Antes que pudessem se planejar como abrir a sala, o ser saltou da passagem planar, ainda dentro da sala prisão e usando de algum artifício sumiu e reapareceu bem diante dos heróis. Aquela era uma criatura que eles já tinham enfrentado antes, em Hommlet – um Bebilith, mas ele não estava sozinho. Surpreendendo Gatts, Kalin e Lester, mais atrás, outro ser igual surgiu e um combate frenético iniciou.
Os Bebilith atacavam com uma ferocidade intensa, e ainda que Lester tenha tentado banir um deles, não teve êxito. O grupo não percebeu, mas ali sob efeito da aura da sala prisão as criaturas se tornavam muito mais resistentes aos efeitos de banimento, isto porque um dos efeitos da sala era de uma magia conhecida como Âncora Dimensional e tal como a magia, dava maior dificuldade a qualquer ser sair do plano em que se encontrava.
Kalin usou de toda a reserva restante de magia, até o limite de ter que se lançar ao combate com as bênçãos de Pelor. Gatts e Lester se viram acuados pelo Bebilith que veio na retaguarda e como Pyrus e Rathnar estavam detidos com a fera a frente, eles sofreram diversos ataques da criatura. Mas foi com uma inesperada ajuda de Emil e Adda, que eles conseguiram a cura para os graves ferimentos que estavam sofrendo. O bebilith notando a chegada de mais inimigos e afastados do grupo principal, se lançou contra os baklunitas. O bebilith atacou Emil com violência e Adda também. Kalin viu quando ambos tombaram ante o adversário.
Quando finalmente os campeões derrotaram um dos bebiliths, o outro percebendo o tamanho da força de seus adversários, usou de seus poderes para conjurar um portal dimensional. E ainda que tivesse uma resistência natural, ele conseguiu superar e desaparecer.
Os heróis estavam exaustos, mas ainda faltava uma coisa a fazer. Enquanto Kalin, Rathnar e Pyrus verificavam o estado de saúde de Adda e Emil, Gatts e Lester tentavam corrigir o efeito mágico dos cubos de modo que a sala prisão voltasse a servir como tal e pudesse ser um local para guardar os cubos. Lester e Gatts mostraram por que eram os arcanos do grupo e com muita habilidade conseguiram ajustar os parâmetros mágicos da sala prisão.
Emil não havia resistido aos ataques do bebilith e Adda apesar de muito ferida, conseguiu recobrar os sentidos. Todos os cubos foram levados para a sala prisão e a mesma foi trancada com a chave. Quando estavam de saída, o grupo ouviu uma conversa entre figuras não muito longe dali. Com a neutralização dos cubos, o grupo percebia que a audição estava voltando ao normal e o efeito de enfraquecimento já não os afetava. Eram três figuras, duas delas com vozes abafadas talvez por elmos, mas com uma carga de transpiração similar quando emitida no frio. A outra era mais gutural ainda que carregada com uma malícia e suavidade incomuns. Eles falavam de algum plano, um alinhamento necessário com os Asseclas de Nahagruul e a formação de um exército de mortos…
Não querendo correr o risco de serem percebidos, agora que o som havia tornado à normalidade, o grupo decidiu sair do subterrâneo do templo.
O grupo estava na nave principal. Todos estavam exaustos e à medida que Gatts definiu a sequência dos turnos, cada um foi se encostando nas colunas e descansando, até mesmo sem comer. Porém diferente do que era esperado, independente se estivessem dormindo ou no seu turno, os heróis estavam muito incomodados. Alguma atmosfera sombria produzia diversos desconfortos aos heróis. Rathnar tinha impressão de ouvir vozes e ver sombras ganhando vida nas paredes; Gatts estava ansioso, como se a qualquer momento, um gug ou coisa pior irromperia das escadas de acesso ao subterrâneo; Pyrus tentava sem êxito dormir. O campeão sentia um frio incômodo, por vezes quando conseguia dormitar, acordava de susto, procurando a direção da brisa gélida e sentia que vinha de lugar nenhum. Mas não importava o quanto se aquecesse, o sono não vinha. Decidiu então que ficaria no turno e avisou a Rathnar que pegaria o restante da vigília. O elfo, após repassar os avisos recebidos em seu turno por Gatts, sobre barulhos oriundos das escadas e as sombras nas paredes que pareciam ter vida própria, foi dormir.
Pyrus incandesceu sua espada, a Língua de Fogo e com as chamas produzidas pela lâmina, iniciou a guarda do sono de seus companheiros. Por vezes alimentava as brasas para ampliar o calor e noutras se pegava olhando as sombras. O conselho de Rathnar realmente estava certo, por vezes as sombras projetadas pelos objetos pareciam ter vida própria e por vezes pareciam saltar de um ponto ao outro. Definitivamente havia algo errado, e aquele frio que não passava, doendo-lhes os ossos e fazendo bater os dentes não passava…
Decidiu finalmente ir até onde estava Kalin e tentar despertá-lo, talvez uma companhia seria melhor que o turno sozinho. Sacudiu levemente no ombro de seu companheiro e sem resposta o fez com um pouco mais de intensidade, ao passo que quando o corpo virou em sua direção Pyrus tomou um susto! Metade do rosto do sacerdote pelorita estava carcomido por vermes brancos, típicos daqueles que surgem em matéria decomposta. Ossos, resquícios de carne e tecido formava uma máscara cadavérica na metade do rosto de Kalin!
Foi quando despertou…
Pyrus acordou sentindo a falta repentina do equilíbrio e percebeu, que dormira em seu turno! Observou rapidamente cada um de seus companheiros, além dos membros da irmandade. Estavam todos bem. Mas como havia dormido? O cansaço e aquele local estavam prejudicando os seus sentidos, e ele já tinha dúvidas, o que era real e o que era fruto de sua imaginação. Decidiu que acordaria Kalin e teve receio de que seu pesadelo se tornasse realidade quando viu o sacerdote dormindo na mesma posição, que em seu sonho perverso. Sacudiu seu companheiro cautelosamente e suspirou tranquilo quando Kalin foi abrindo os olhos embriagado de sono, e com o rosto normal.
Kalin foi recobrando os sentidos, molhou o rosto com um pouco de água de seu cantil, percebeu o estado de perturbação de Pyrus e o tranquilizou. O sacerdote também percebia o que seus companheiros notaram, as sombras, o frio, os sons e a constante sensação de que algo sairia eminente das escadarias, mas sentia que sua fé era maior que aquilo tudo. Ainda que a sua consagração não tivesse qualquer efeito durante a noite, aquele local era uma casa de Pelor e mais ainda, com um servo de fé verdadeira dentro dele. Aquela atmosfera precisaria ser freada, era uma questão mais que de honra, mas sobretudo de fé.
Kalin sentou diante das escadarias, ele sabia que a fonte de maldade vinha de lá, benzeu-se com água benta e pousou seu símbolo sagrado entre as mãos, fechou os olhos e começou a orar. Cada oração foi contada e cantada na mente do sacerdote e seu coração ficou mais leve, uma após outra, ele foi recitando as palavras sagradas de Pelor. Orou pelos companheiros, pelas almas torturadas, pelo solo sagrado, naquele momento conspurcado e pediu que o senhor de todo sol, guardasse o sono de seus companheiros e que velasse aquele local, mitigando sua agonia e arrefecendo as influências negativas.
E deu certo, ainda que tenha lhe cobrando um preço.
24 de Plantio de 592CY
Gatts foi o primeiro a despertar, seguido pelo alto elfo Rathnar Selfanar e os demais. Todos foram comer, estudar magias ou orar pelas bênçãos de seus deuses e o líder do grupo percebeu que Kalin já estava acordado primeiro que ele. Desejou bom dia ao sacerdote, ao passo que não obteve resposta, se aproximou e tocou o sacerdote, e este desabou no solo da igreja, com os sentidos parcialmente despertos, ele balbuciava uma oração repetidas vezes. Kalin estava entre um estado de consciência e sono.
Gatts o acomodou da melhor forma possível e percebeu que Kalin velara pelo sono durante aquela noite que seria intranquila, não fosse por seu esforço.
Os demais preocupados verificaram se havia algo que pudesse ser feito, mas não, apenas aguardar o descanso do sacerdote. E assim transcorreu-se toda a manhã daquele dia e o início da tarde. Adda avisou aos heróis que ficaria do lado de fora do templo e aguardaria o desfecho da missão para cumprir os ritos funerários a Emil. Kalin despertou em uma condição bem melhor e recebeu de seus companheiros um olhar de orgulho e valorização. Aquele grupo era como uma família e com aquele nível de solidariedade e empatia, era certo que poderiam vencer qualquer desafio.
Uma vez preparados, Rathnar, Lester, Pyrus, Gatts e Kalin, tornaram a descer para a masmorra. Eles precisavam chegar até Arrancaborla e extirpar de uma vez por todas o mal que assolava aquele local. E não demoraram muito para chegar até onde era esperado encontrar o demônio das sombras.
O grupo se dirigiu para a área central do local, um dos poucos locais não explorados até então e Rathnar com sua visão élfica conseguiu percebeu a cena primeiro. O grupo notou um ser feito puramente de sombras, segurando o que parecia ser uma navalha feita do mesmo material no pescoço de um homem de idade caído a sua frente. Kalin reconheceu de imediato – era um dos oito Tutores de Verbobonc, Regis D´la Frank.
Ainda que o Viscondado possuísse um visconde responsável por administrar todas as propriedades, cidades circunvizinhas e um prefeito para o Viscondado em si, a igreja de São Cuthbert designara oito tutores que serviriam como um conselho para orientar e suportar os desejos do clero em detrimento dos desígnios do Visconde. E ainda que essa estrutura política vigorasse muito bem há décadas, o Viscondado era quase como uma cidade livre, sem um nível de influência significativo do clericato de São Cuthbert. Isso talvez por ter se consolidado como uma cidade neutra, ordeira e com relativo nível de controle de sua capacidade geopolítica.
Regis era um conhecido tutor, e responsável por enlaces importantes envolvendo Eophain, Kalin, Sandy e a própria igreja da Flor de Sol. Tendo sido considerado inimigo do grupo pela sua ação de tentar arruinar a Missa Heroica (a história completa você encontra aqui) e posteriormente ter declarado Kalin um fora da lei.
Agora o tutor estava ali, em uma condição de completa vulnerabilidade, exibindo claros sinais de fadiga e ferimentos. Arrancaborla, o demônio das sombras estava diante dos heróis, aquele responsável por todos os males acometidos ao Templo das Sombras estava diante dos aventureiros e ao seu lado estavam um gug e do outro Rabujanaz, o bebilith que escapara do ataque à armadilha no dia anterior.
Restava claro para o grupo que alguma coisa naquela situação cheirava a armadilha, e Kalin foi o primeiro a ter certezas concretas acerca de como revelar o engodo. E foi quando ele iniciou uma conjuração, que Regis reagiu revelando sua real forma.
À medida que a ilusão foi se desfazendo, o grupo percebeu que o demônio das sombras era um homem jovem que estava tombado no chão, pela distância o grupo não conseguira identificar quem era, e na sequência Regis foi ganhando forma e densidade com grandes garras sendo reveladas nas extremidades de seus braços. Outro par de braços surgiu na altura das costelas, a pelo se tornou verde em um corpo musculoso com cerca de 4,5m de altura e chifres enormes na cabeça.
Arrancaborla revelou sua verdadeira forma – um demônio da traição, um Glabrezu. Além dele, o gug e o bebilith se colocaram também em ofensiva.
Regis revelou sua verdadeira forma, um glabrezu, comumente conhecido como Demônio da Traição, ali uma cadeia de eventos revelou a influência do demônio sobre as passagens dos heróis em Verbobonc.
Tendo manifestado sua primeira forma como uma sombra, Arrancaborla exibia apenas uma faceta de sua verdadeira força planar. Ele tinha chegado ao plano material graças a influência dos Cubos Prisão, e percebendo a sua força começou a reuni-los, adquirindo cada vez mais poder e influência. Quando reuniu 5 cubos, sua forma ganhou densidade e mais força, e ele se tornou um demônio das sombras. Nesse estágio de poder, ele já imprimia sua influência maléfica sobre o tutor Regis, mas não dominando como fazia tipicamente com suas vítimas. Borla influenciava e aconselhava o tutor na trama política dentro do Viscondado, e com isso ganhando a confiança necessária para continuar caçando os demais cubos.
Quando soube da morte do padre Joachin Von Gratz, Borla mais uma vez viu ali a oportunidade que esperava para ocupar o local e de lá orquestrar seus planos vis. O demônio das sombras conhecendo parte da potencialidade dos cubos prisão, realizou um ritual que trouxe para este plano diversas criaturas das sombras, de mastins, a sombras normais e profundas. Haveria sido uma carnificina, não fosse pela intervenção da paladina Sandy Benelovoice, Erzurel e Nybas em um episódio que ficou conhecido como o Templo das Sombras.
Os heróis derrotaram as criaturas e Borla no final, mas na verdade algo mais perverso estava ocorrendo e os planos do demônio das sombras continuavam incólumes. Os heróis haviam “vencido” sobre o preço de perder um aliado para a possessão do demônio das sombras. Nybas havia sido assassinado por Erzurel e a forma como tudo sucedeu impediu que os heróis percebessem que um mal pulsava crescente nos níveis inferiores do templo.
Borla não descansou após o episódio do Templo das Sombras, e buscando o apoio de Regis ele conseguiu com que o templo Flor de Sol fosse interditado e passasse as próximas semanas livres de curiosos ou aventureiros enviados pelo clero de Pelor. O demônio das sombras reuniu um total de 12 cubos prisão. E tamanha era a energia existente nas pedras, que ele pôde finalmente trazer seu corpo material para este plano, e ele se manifestou afinal com sua verdadeira forma – Arrancaborla, o Demônio da Traição.
Ele poderia avançar para a próxima etapa de seu plano. Trazer os servos de Vecna diretamente do Domínio do Medo de Cavitius. Usando dos cubos prisão e invertendo a polaridade planar da sala antimagia localizada nos subterrâneos do templo, ele foi trazendo diversas forças aliadas. Desde aparições normais e pavorosas, aos terríveis gugs e por fim, os perigosos caçadores bebiliths. E esses últimos eram fundamentais para localizar os demais cubos espalhados pelo Viscondado.
Borla se preparava para enfrentar ou negociar com os Asseclas de Nahagruul, estes também servos de Vecna, que também queriam todos os cubos prisão para si, por um motivo ainda não desvendado pelo demônio, mas que claramente rivalizava com seus planos. E foi sem esperar uma resposta que ele enviou uma mensagem solicitando apoio de ninguém menos que Dal Quertos em Colinas Kron, e teve seu pedido atendido com o envio dos Cavaleiros do Túmulo Eredim e Arziel. Regis acabou se tornando mais uma vítima do demônio, primeiro porque sabia demais de seus planos e segundo por que já não tinha qualquer serventia. Borla decidiu que manteria o tutor aprisionado para qualquer eventualidade futura, o que não ocorreu e devido aos efeitos nocivos dos cubos, veio a ter uma morte dolorosa e maligna. O resto da história se conecta exatamente com essa narrativa.
Borla conseguiu ser mais rápido que os heróis e sua primeira ação impressionou pela capacidade mágica. Com uma conjuração intrincada ele inverteu a gravidade na área em que a maior parte dos heróis se encontravam, e estes se viram surpresos por “caírem para cima” em uma parte daquela área do combate. Kalin, Gatts, Rathnar e Pyrus foram afetados. Apenas Lester que estava invisível e tinha avançado para perto do demônio, não foi atingido.
Pyrus e Rathnar com muita maestria conseguiram evitar maiores prejuízos nos efeitos da magia e partiram para cima do gug e do bebilith cada um. Eles não sabiam ainda como enfrentar o demônio diretamente e por isso deixaram os conjuradores se encarregarem dos primeiros efeitos mágicos sobre o inimigo.
Pyrus acabou precisando de ajuda com seu inimigo e Rathnar veio em seu socorro, mas em contrapartida o bebilith avançou contra Gatts e Lester. Kalin estava dividido entre curar Pyrus ferido severamente pelo Glabrezu e seus companheiros conjuradores. Gatts realizou uma poderosa convocação, trazendo um dragão azul jovem para servir de escudo contra o bebilith, enquanto Lester tentava banir a criatura para o seu plano natal. A estratégia com o dragão deu certo, porém a do banimento fracassou. Alguma energia poderosa prendia o bebilith a esse plano.
Lá embaixo Pyrus e Rathnar lutavam da melhor forma que podiam, hora contra o Gug, hora contra o Glabrezu, mas a força dos inimigos era elevada, exigindo dos campeões ajuda mútua para aliviar os danos recebidos.
Em determinando momento as forças combinadas de Lester, Gatts e o dragão azul foram suficientes para derrotar Rabujanaz, o bebilith, ainda que este tenha conseguido derrotar o dragão azul. Agora o foco e esforço dos conjuradores seria em ajudar os companheiros.
Rathnar e Pyrus volta e meia se aproximavam perigosamente de limite de suas vitalidades, mas que rapidamente eram reparadas por Kalin. Com estratégia e habilidade o grupo fez o que de melhor como grupo poderia fazê-lo. Focaram em apenas um inimigo e esse foi o gug. O resultado não poderia ser diferente, e rapidamente eles venceram a besta.
Arrancaborla teve seus ferimentos parcialmente recuperados graças aos efeitos de um cubo preço ao seu pescoço e isso complicou muito todo o avanço que tiveram contra o demônio até ali. As conjurações mágicas de Lester e Gatts eram feitas com muito cuidado para evitar atingir o homem caído ao chão.
De modo quase compatível o combate foi avançando com todos contra Borla e tamanha era a força do Glabrezu, que por duas vezes uma em cada aliado, Kalin precisou desprender uma grande força de cura. Rathnar combatia como um verdadeiro espírito guerreiro dos elfos abençoados por Corellon, em contrapartida Pyrus já dava sinais de claro cansaço e fadiga. E foi justamente se aproveitando dessa fraqueza que Borla realizou um violento ataque contra o campeão de Joramy, e fruto desse ataque, ele conseguiu atracar-se a sua vítima. As garras menores seguravam Pyrus firmemente, enquanto as pinças cortavam a pele e carne de sua vítima.
Gatts lembrou naquele momento que uma vítima aprisionada pelo demônio da traição, sofreria danos terríveis, uma vez em suas garras. E gritou para os seus companheiros que atacassem o inimigo com tudo, ou Pyrus poderia vir a não resistir.
Todos perceberam quando mesmo preso, Pyrus desistiu de tentar se libertar e atacou da melhor forma que pôde o Glabrezu, no entanto, era grande a proteção do inimigo. E mesmo Rathnar na sequência de ataques já sentia câimbras e enorme fadiga, o que acabou resultando em um ataque desastroso, sem efeito real contra o demônio da traição.
Bolas de fogo irromperam atingindo Borla pelas costas. Lançadas com extremo cálculo de área de efeito, para não atingir o homem que estava caído próximo do demônio. Quem quer que fosse, era mais uma vítima do ínfero. O fogo de Gatts fora com muito mais intensidade do que a conjurada por Lester, mas ambas com real efeito contra o inimigo.
O glabrezu estava deveras ferido e no limite considerou que a fuga era inevitável. Mas levaria consigo, o sacerdote de Joramy preso em seu abraço mortal. Ele faria o campeão sentir toda as dores daquele ataque ultrajante em seu refúgio. Gatts e Lester perceberam quando a invocação teve início e souberam de imediato o que o ínfero pretendia. Mas se intrigaram com o fato de que uma magia de teleportação não poderia levar um alvo que não fosse voluntariamente, mas o que ambos não sabiam era que o cubo preso ao seu pescoço do demônio, agia fortalecendo a magia e como resultado poderia sim, dragar o campeão para qualquer local. Tendo resistido às bolas de fogo e não tendo sido atingido por Rathnar em se quer um dos múltiplos ataques, Pyrus seria levado.
Mas o fogo de Joramy acendeu em Pyrus. E aproveitando da vulnerabilidade gerada por conjurar uma magia próximo de um combatente experimentado, o campeão da Megera aproveitou-se. A Língua de Fogo atingiu o glabrezu em cheio, na altura de sua garganta, destroçando músculos, ossos, alcançando a massa encefálica e estourando o crânio em sua parte superior. Era o fim de Arrancaborla. O demônio caiu inerte e sem vida ante ao grito de furor de Pyrus, o Líder Elemental.
E assim chegava ao fim, aquela épica aventura, com pleno sucesso frente ao objetivo. Todos estavam exaustos. Aquele havia sido o único confronto naquele dia, mas parecia que outros haviam antecedido aquela derradeira batalha. Nunca antes aquele grupo enfrentara tamanho desafio representado por aqueles inimigos.
No fim, Gatts descobriu que o jovem desacordado era ninguém menos que Hugo Hansbach Tyrangur, um meio elfo, filho bastardo de Nybas Tyrangur. Um experiente patrulheiro, nascido e criado nas matas de Povo Alto e um dos maiores conhecedores das regiões do Império de Iuz e Terra dos Escudos. Ele havia decidido pedir dispensa do serviço militar para apurar os mistérios no entorno da morte de seu pai, e talvez algumas respostas poderiam ser obtidas.
Essa aventura se encerra aqui. O que farão agora os Heróis do Trono, o grupo irá se reunir uma vez mais e quais rumos tomarão diante das pistas que serão lançadas? Descobriremos nas próximas aventuras.
Continue acompanhando em Aurora dos Conflitos.
Bruno Simões – Kalin
A cena que se revelou aos heróis, quando estes adentraram o salão principal sob o Templo da Flor do Sol, era, no mínimo, inesperada. O demônio das sombras, que era a origem de diversos problemas naquele templo, tinha como refém Regis De La Frank, um dos tutores de Verbobonc.
Para Rathnar, Gatts, Pyrus e Lester, aquele era apenas um mero refém. Porém, para Kalin, um alerta surgiu imediatamente em sua mente. Aquele era o homem que havia tramado a sabotagem à Missa Heroica, que havia conspirado para o assassinato de Alvearnelle Tulvar, e atuava em conluio com servos de Iuz e Vecna para contaminar Verbobonc com sua maldade. E mesmo assim, ainda mantinha sua autoridade sem ser incomodado. Ali estava um homem que não deveria ser menosprezado, e por quem Kalin nutria grande desconfiança, no mínimo.
O Servo Radiante sabia que havia alguma cilada ali, como se o próprio Pelor sussurrasse em seu ouvido: “Cuidado”. Enquanto Pyrus e Rathnar se aproximavam do demônio das sombras, trocando algumas palavras, o sacerdote pelorita usava estes instantes para tentar elucubrar qual seria tal engodo.
Porém, sem conseguir enxergar o que poderia ser esta farsa, Kalin decide usar uma magia que preparara justamente por saber que ia lidar com servos de Iuz e Vecna: Zona da Verdade. Ao iniciar a conjuração, a farsa se desfez: o suposto Regis de La Frank ergueu-se, dando um tapa no demônio das sombras, que se revelou um jovem deveras ferido. Simultaneamente, Regis revelou-se um poderoso Glabrezu, de nome Arrancaborla, e um feroz combate se iniciou.
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