Esse é o resumo da aventura ocorrida no dia 02.04.2018, com os Heróis de Ferro. Nesta sessão os aventureiros começam a explorar e entender por parte do Viscondado de Verbobonc, o que poderia ser a causa dos conflitos existentes entre ele e o Reino dos Gnomos de Colinas Kron. A sessão contou com a participação dos seguintes jogadores:
Patrick Nascimento (Sandy Benelovoice)
Aharon Freitas (Erzurel Graysson)Esta é uma história original criada pelo mestre Bruno de Brito.
28 de Inverno de 597 CY
A dupla havia chegado no meio dia e após uma série de descobertas eles decidiram que era hora de conhecer o Tutor. A figura política havia sido mencionada por Gatts à Sandy e Erzurel. Ele seria a referência que eles deveriam procurar para encontrar Nybas e iniciar o trabalho de dissolução do conflito entre os reinos.
Já era fim de tarde quando Sandy e Erzurel chegaram a frente da grande mansão de Regis De´la Frank. Após as devidas apresentações o grupo pôde conhecer o Tutor, que também detinha o título de Abade de St. Cuthbert, bem como Nybas. Fazia algum tempo desde a separação do General de Armas de Furyondy e Sandy.
O último momento deles havia sido em algum local das Colinas Kron, Em uma situação que ficou conhecida como o Ardil do Vampiro. Sandy percebeu nos olhos do seu amigo a ânsia por notícias de Thrommel, e como tudo tinha ficado tão dramático. Mas com apenas uma frase a paladina acalentou as inúmeras perguntas que perpassavam pela mente de Nybas.
– Está tudo bem…
Após as devidas apresentações e a certeza de que todos os convidados estavam confortáveis a conversa iniciou. Na verdade, Nybas que havia chegado a poucos instantes, já a tinha ouvido. E agora Regis recomeçava.
– É importante que esteja claro para vocês, Erzurel e Sandy, que o teor do que falaremos aqui é de profundo sigilo. Até por que para mim será uma forma de descobrir de forma rápida e precisa como acabar com este conflito. Verbobonc e Colinas Kron sempre foram “reinos” amigos, e que partilharam de boa convivência. Esta turbulência a qual atravessamos hoje, pode ter se desenvolvido fruto de mudanças em um acordo escrito a 20 anos.
O documento que o tutor mencionara é o Acordo de Limites Territoriais entre o Viscondado de Verbobonc e Colinas Kron.
Segundo o Regis, o documento em sua concepção original foi aceito por ambas as partes antes de sua assinatura. E foi elaborado pelo Arquiteto aposentado Arthur Guerreiro.
Duas versões foram feitas deste documento e assinadas pelos governantes da época. Uma versão ficou de posse do arquiteto e a outra está no Tribunal de Justiça do Viscondado.
Ao longo dos 20 anos de sua assinatura, esse documento sofreu alterações, acredito que necessárias para se manter atualizado e em linha com o desenvolvimento de um ou outro reino. Contudo, ocorre que quero crer que clausulas pétreas deste documento foram infringidas. E esses descumprimentos favoreceram muito mais a Verbobonc que ao reino dos pequeninos. Se isto for verdade, temos em mãos um meio de apresentar ao Visconde Langard o documento original e talvez desatar esse nó.
Mas como tudo, havia um porém. Arthur Guerreiro se tornou uma figura rara. Não comparecia aos eventos sociais da comunidade nobre de Verbobonc, bem como havia caído no esquecimento acadêmico e social do viscondado. Os motivos são um mistério. O tutor afirmou que ele e o arquiteto já haviam trocado conversas ao longo do exercício social. Mas se tornou cada vez mais raro com o passar dos anos. O motivo é um mistério.
Porém soube de um evento aos quais pouquíssimos nobres de Verbobonc foram convidados, e que tenho certeza de que ele irá. Trata-se de um leilão que será realizado pelo Museu de Artes de Verbobonc. Ao final da tarde de amanhã, o primeiro dia de Preparos.
Alguns detalhes foram discutidos por Sandy, Erzurel, Nybas e Regis. Após todas as questões levantadas terem sido abordadas e esclarecidas da melhor forma possível, eles trabalharam no plano.
Apenas nobres poderiam comparecer ao leilão, porém cada um poderia ir seguido de guardas pessoais. Estes deveria ir trajados em gala, e portar no máximo uma arma branca. Como o evento se daria ao final da tarde do dia seguinte, todos teriam tempo para providenciar as indumentárias.
Outro ponto abordado era o eventual interesse de Arthur Guerreiro no leilão. Segundo Regis, um tapete de sua família seria leiloado no evento, e se estivesse certo, o patriarca dos guerreiros iria tentar arrematá-lo. O documento que o tutor visava, era um trunfo, e por isso seu sigilo deveria ser absoluto. Muitas autarquias de Verbobonc estavam lucrando com os novos territórios e infelizmente até m esmo com o conflito silencioso.
O grupo agora precisava se preparar e encontrar o Tutor próximo do fim da tarde do dia seguinte.
Sandy, Erzurel e Nybas retornaram para a estalagem Gamo de Ouro. E no caminho conversaram sobre o que fariam na manhã e parte da tarde do dia seguinte. Todos foram concordantes que precisavam priorizar as indumentárias. E logo cedo iriam ao alfaiate do abade Regis, o gnomo Richard. Segundo o tutor ele era um profissional qualificado e poderia atender às necessidades para o evento. Sandy iria ter um momento com Silvertite sua dragonado. Erzurel queria ir à Academia Tolariana, haviam itens mágicos obtidos nas suas últimas aventuras com a paladina e trocá-los era importante. Mas o clérigo de Pelor também precisava ir ver sua mãe. Ele havia lhes prometido a cura para a enfermidade. Nybas estaria pela manhã na Ferro & Aço e ao meio dia propôs ao grupo um almoço para reforçar os planos.
E assim foi feito. O grupo aproveitou o jantar na estalagem para contar a Nybas tudo que viveram nos Esgotos de Verbobonc, após o Ardil do Vampiro, e o general se surpreendeu com a história da ressurreição do clérigo de Pelor e da redenção de Aescriel. E ficou igualmente preocupado com a condição do príncipe, quando soube de seu sono incessante. Ainda que sob os cuidados de Pyrus, aquele que havia encontrado o príncipe quando ninguém mais achava possível, e Gatts, que detém grande respeito do general. Nybas ficou deveras preocupado. Sentia que deveria estar com o seu senhor. Mas se ali deveria permanecer, ele ficaria.
Erzurel havia deixado Sandy e Nybas na entretida conversa quando notou uma figura no canto da estalagem se refestelando com uma quantidade impressionante de comida. Ainda que gordo e rosado, o halfling lhe era muito familiar. E o halfling estranhamente o reconheceu.
– Olá Erzurel! Como vai meu caro?! Não deve estar me reconhecendo, não é? Eu sou Jester, acredito que ainda não fomos apresentados.
E limpando a mão gordurosa e ensebada de restos de comida, Jester se revelou como a 3ª personalidade de Lester. Mais gordo, porém não menos carismático, o halfling era totalmente diferente da recordação que o clérigo de Pelor tinha. Mas indiscutivelmente era ele.
– Lester… Quer dizer Jester, que bom vê-lo. Passamos por poucas e boas nos esgotos. E você descobriu algo na biblioteca? Lembro que você iria averiguar lá, informações que pudesse nos ser útil, e então, descobriu algo?
E de fato, Lester havia feito importantes descobertas, mas antes que pudesse dizê-las o halfling mudou. E não foi apenas no aspecto físico, mas também de suas roupas. Era impressionante, ali, diante de Erzurel ele emagreceu, seu cabelo acobreado se tornou um castanho quase sem cor e quebradiço, era um outro halfling.
– Nada que esse gordo imprestável tenha para lhe dizer, será relevante agora meu caro.
E estendendo a mão, o halfling disse seu nome para Erzurel, que a essa altura estava estupefato.
– Eu me chamo Dankester Winchester, o 5º. E tenho muito a agregar em seu grupo, além de conhecimentos antigos os quais estudei durante anos de minha vida, conheço de magias e encantos.
Erzurel estava impressionado, e mesmo que algo o incomodasse lá no fundo, a oferta do halfling era tentadora.
Precisava envolver os seus companheiros para uma decisão. E assim levou o halfling à presença da paladina e de Nybas. Mas para a surpresa de Erzurel, a paladina ainda que tenha sido muito polida e sútil, a mesma rejeitou a ajuda do halfling. E Dankester parece que tinha percebido as entrelinhas das palavras de Sandy Benelovoice. Erzurel ainda tentou um argumento, e o próprio halfling também, mencionando sobre suas descobertas acerca da idade dos esgotos, em verdade os túneis de Verbobonc, datados de cerca de 2.600 anos.
– Lester ou Dankester, somos muito gratos pela sua oferta, mas este grupo está em uma empreitada que é deveras perigosa a cada um de nós. E diante disto, não quero colocar a vida de mais ninguém em risco. Sei que está disposto e tudo mais, porém estaria sendo leviana se aceitasse seu ingresso em nosso grupo e colocasse sua vida em risco.
Os conhecimentos expressados pelo halfling, não sensibilizou a paladina. E ela manteve a posição. Dankester se foi visivelmente chateado com a decisão de Sandy, mas não insistiu mais. A paladina tinha bons motivos e externalizou aos companheiros:
– Quem é Lester? Hora é um halfling simpático, hora é um glutão, hora é esse tal Dankester… Não sei em quem posso confiar. E se houverem mais, muitos mais. Com comportamentos totalmente adversos ao que este grupo prega?
Sandy estava certa afinal. Lester era muitos em um só e seu sexto sentido não se sentia confortável próxima do halfling. Mesmo sob os argumentos imparciais de Erzurel, o parecer da paladina permaneceu.
Os aventureiros foram dormir, cada um em um quarto da excelente estalagem Gamo de Ouro. 2 trigos era o custo de uma noite em um dos quartos medianos e eles mereciam o descanso.
01 de Preparos de 597 CY
No dia seguinte Sandy, Erzurel e Nybas foram ao alfaiate recomendado por Regis. O gnomo tirou medidas e sugeriu as indumentárias recomendadas para a ocasião. E no terceiro sino de Garl Glittergold, todos deveriam voltar para pegar seus trajes.
Erzurel seguiu para encontrar sua mãe, Anabele; Sandy tomou um rumo diferente, bem como Nybas. A paladina comprou em um açougue carne e em uma carroça rústica foi para os limites de Verbobonc. E lá ela e Silvertite sua companheira Dragonado passaram algumas horas juntas. Nybas foi para a Ferro & Aço. O general tinha alguns pedidos para ser entregues aquela manhã. Já o sacerdote de Pelor, tratou de cuidar de sua mãe e passou algum tempo com ela.
Quando olhou para o céu e notou que o zênite já havia se passado, Erzurel percebeu que acabou perdendo a hora. Havia combinado com a paladina e Nybas de almoçarem juntos e depois, ir juntos para a academia Tolariana. Erzurel se despediu de sua mãe e tia e seguiu rumo. A caminho ele pensou no bem estar que podia proporcionar para sua família. O sacerdote havia visto reparos que eram necessários na casa de sua mãe. E também tomou conhecimento de melhorias que o restaurante Sabor de Casa precisava, além da dívida que só crescia com fornecedores. Ele veria um novo restaurante em breve, e as moedas deixadas com sua mãe e sua tia, seriam suficientes para anos de uma vida mais tranquila e segura.
Erzurel encontrou a paladina no jardim da academia. Havia sido inteligente a ponto de ter comprado um pão recheado para sua companheira. Se bem a conhecia, ela não teria almoçado e estaria uma fera de fome. E ele estava certo. A paladina aceitou o pão silenciosamente e apenas comentou:
– Já faz pelo menos 2 horas que o meio dia se passou…
Com um sorriso sem graça, Erzurel apenas balançou a cabeça afirmativamente e se pôs a andar em direção a academia.
A dupla estava com espólios da aventura dos Esgotos de Verbobonc. Em especial uma lança longa cuja as propriedades mágicas estavam em torno do elemento frio. Eles acreditavam que pelos poderes conhecidos, deveria valer muitas moedas.
A dupla conheceu Eskel, uma elfa de olhar maduro e notável conhecimento mágico. A academia possuía algumas relíquias mágicas e muitas interessaram aos aventureiros. Entretanto a elfa acabou despertando a atenção da dupla em outra direção.
– Se fossem nobres, poderiam obter uma carta de crédito por essa lança de gelo. É uma arma extremamente rara, cuja feitoria está em um patamar conhecido como item épico. Somente magos realmente poderosos, são capaz de construir itens assim. Essa lança está avaliada em 100.000 trigos, ou peças de ouro. É uma quantia vultuosa e que podemos passar-lhes como uma carta de crédito da academia. Com ela, em qualquer escola arcana de Flanaess, poderá trocar por moedas ou itens. Como estava dizendo, hoje ocorrerá um leilão, apenas para nobres e um poucos convidados, onde itens mágicos de grande valor serão leiloados. Se estiverem com essa carta, poderão ofertar algum lance…
E aquilo acendeu uma ideia na cabeça de Erzurel. A própria lança poderia ser um dos itens do leilão, sobre o qual poderiam lucrar bem mais do que 100 mil moedas de ouro.
E em comum acordo com Sandy eles optaram por não se desfazer. A elfa deu de ombros e desejou boa sorte aos heróis. Em seu íntimo ela sabia, eles voltariam, eles sempre voltam.
Sandy e Erzurel encontraram Nybas novamente em Richard, o Alfaiate da rua da Gema de Garl. Seus trajes estavam prontos. Erzurel usaria um fraque de tons cinza com detalhes em branco e prata. Um longo echarpe em tom perolado era o toque final para ressaltar a beleza e a simpatia do sacerdote de Pelor.
Nybas foi o menos favorecido em elegância. O general de armas de Furyondy era um homem de fortitude singular. Tão alto quanto Gatts, possuía uma série de músculos e um porte que não lhes favorecia com a roupa providenciada por Richard. No fim, seu fraque azul marinho recebeu muitos ajustes e acabou lhe dando uma aparência atarracada de um gorila. O gnomo em tom de seriedade ainda disse ao furyondês que este não deveria realizar movimentos bruscos, sob pena de eventualmente rasgar as costuras feitas recentemente. Sandy e Erzurel acharam engraçado, ainda que com certa pena do guerreiro.
O vestido de Sandy foi a última peça a ser entregue. A paladina apesar de uma guerreira, era esbelta e atlética. A Titã de Heironeous era bela sobretudo e quando os seus companheiros viram o vestido, imaginaram imediatamente a paladina nele. Ficaria de uma beleza ímpar. Sandy ainda solicitou laços e um perfume doce e almíscar que daria o toque final.
Os aventureiros retornaram para a estalagem Gamo de Ouro. Precisavam se banhar e se preparar. Uma carruagem cedida por Richard pelas peças compradas, fora providenciada e aguardava os heróis no estabulo da estalagem.
Sandy foi a última a chegar. Erzurel e Nybas não conseguiram disfarçar a hipnose que a paladina, ou melhor a mulher furyondesa produziu em seus companheiros. Sandy Benelovoice estava linda. Seu vestido longo de um tom degradê que começava azul escuro na parte superior e ia se tornando mais claro até um azul turquesa como o céu no limite do chão era belo.
E havia caído perfeitamente no corpo esbelto da mulher. Um laço de cor prateado prendia seu cabelo vermelho, agora já bem maior. A última vez que cortara havia cerca de 3 meses. Tinha sido em Hommlet, e parecia que havia ocorrido há muito tempo atrás. A despeito da indumentária da paladina, a única coisa destoante no conjunto era uma bela espada longa presa as suas costas.
Ainda que a lâmina a fosse muito bela, feita especialmente pelo azher Ghor, a pedido do seu primo Gatts. A Espada não combinava com todo contexto. Mas cada um precisava carregar uma espada, e conforme combinado, Nybas, Sandy e Erzurel seriam os guardas pessoais do Tutor.
Recuperados do transe pelo chamado da própria paladina, o trio se pôs a caminho da carruagem e tão logo rumo a mansão de Regis.
Quando os heróis chegaram a mansão do Tutor de Verbobonc, este também ficou igualmente impressionado com a beleza da paladina e decidiu alterar os planos. Regis convidou Sandy para ser uma consorte. Como guarda pessoal faria menos sentido do que como uma dama acompanhando o nobre Abade do Viscondado. A paladina acatou o pedido e teve que ceder sua lâmina longa para o abade, uma vez que uma bela dama em nada combinava o porte da arma branca.
Outro ponto ao qual coube ajustes foi a pretensão de Sandy e Erzurel de vender a lança no leilão. Conforme informado por Regis, os itens apresentados no leilão foram previamente entregues e catalogados. A apresentação da arma para o leilão, poderia desvalorizar o bem. Uma vez que ninguém conhecia suas propriedades. Um tanto desapontados os aventureiros decidiram deixar a lança na carruagem em que vieram.
Nybas carregava sua Espada Bastarda. Erzurel estava de posse de sua maça. E a paladina tinha sua espada à cintura de Regis. Nada indicava que o pior pudesse ocorrer, mas sob aconselhamento do próprio abade, a precaução era importante.
A prioridade do grupo era encontrar Arthur Guerreiro. Regis se encarregaria de conversar com o nobre arquiteto.
O quarteto chegou ao museu algum tempos depois. A construção do prédio era antiga e denotava um valor histórico elevado. Suas paredes amareladas, sinalizavam já ter testemunhado muitos invernos como aquele que findava em Flanaess. Ao redor da construção, um jardim raso corria com uma correnteza que conduzia pequenos peixes. Estatuas, plantas bem cortadas, e uma arborização harmônica com toda aquela alvenaria. Era uma obra de arte da engenharia antiga. Havia uma atmosfera de respeito ao local ali.
Regis contou aos heróis que aquele local havia sido a sede do primeiro visconde de Verbobonc e tão logo pararam as carruagens se puseram a adentrar o museu. Um corredor simples com tecidos escuros nos corredores transversais levou o grupo direto para um grande salão. Havia arte, representada em quadros, estatuas e pinturas nas paredes por todos os lugares.
Um leve odor adocicado oriundo de grandes vasos com margaridas e tulipas de uma cor vinho branco decorava a área. O grupo notou que uma grande quantidade de nobre transitava pela área. Haviam guardas vestidos de peitorais de aço e longas lanças também. Na parede oposta a chegada pelos heróis uma grande mesa coberta por um fino tecido de renda exibia por sobre objetos.
Serviçais passavam de um lado a outro com salgados e doces finos, vinho e espumantes. Haviam outras mesas com livros, os quais descreviam a história dos objetos que ali seriam leiloados, bem como mesas com frios e outras degustações.
Os aventureiros se separaram, a exceção de Sandy que se manteve ao lado de Regis todo o tempo. Os aventureiros precisavam se misturar aos demais convidados para primeiro reconhecer terreno, identificando eventuais ameaças que pudessem cercar a área; e segundo identificar se Arthur Guerreiro estava ali.
Regis comentou rapidamente com Sandy, logo que chegaram:
– Ele ainda não está aqui, pelo menos não o vejo.
Haviam cerca de 50 pessoas naquele grande salão (40 Metros de um lado ao outro e 25 metros da entrada dos heróis até a mesa do anfitrião). E algo interessante, era quatro grandes espelhos com cerca de 3 metros de altura e largura dispostos nas extremidades das paredes do salão. Os espelhos davam um toque especial e misterioso ao ambiente. O tempo passou e o anfitrião anunciou o início do evento. Àquela altura Regis, Nybas e Sandy, não haviam conseguido localizar Arthur, mas Erzurel sim…
O clérigo de Pelor estava no centro do grande salão e observava a beleza das armaduras completas de cavalaria, feitas em nobre aço, tão polidos que pareciam feitos de pura prata. Mas talvez tenha sido o reflexo a luz da “prata” que tenha permitido Erzurel notar Dankester, o muitos.
Erzurel teve a atenção capturada por diversos elementos naquele ambiente, dentre eles os espelhos. Alguma coisa lhe indicava a presença de magia, e o sacerdote lamentou não estar com Aescriel por perto. Certamente o elfo mago teria algo a dizer sobre… E foi neste momento que ele notou o halfling e ao lado, uma figura que lhe chamou a atenção. Era nobre e bem vestido como todos ali, mas era o único que utilizava uma máscara de face. Como aquelas utilizadas em bailes a fantasia.
Imediatamente Erzurel sinalizou a Regis e Sandy, e ao notar discretamente a figura, o Tutor de Verbobonc balançou a cabeça afirmativamente.
Eles haviam encontrado o Arquiteto.
Sandy e Nybas observavam impressionados. O leilão havia iniciado e as obras de artes que estavam sendo apresentadas eram belíssimas. Mas o que mais chamou a atenção deles foi o leilão de dois objetos. O primeiro foi um esplendoroso escudo grande, feito de madeira vermelha com as bordas reforçadas com um metal prateado e no centro do escudo em formato de torre a face muito bem esculpida de um dragão.
O anfitrião apresentou o escudo como o Baluarte do Grande Dragão de Prata. Os atributos do item de defesa pareciam ser de conhecimento de todos e os lances começaram.
A paladina ficou impressionada com as faixas de valores que estavam sendo apresentadas ali. Eram milhares de moedas de ouro. O Escudo foi arrematado por nada menos que 600 mil moedas de ouro. O outro item que chamou a atenção da paladina foi um anel. Conhecido como o Anel Estilhaçador, um item mágico que protegia surpreendentemente o seu portador.
Quaisquer ataque desferido contra o portador do anel, possuía uma chance impressionante de destruir a arma branca. Os lances para o anel foram numerosos. Até mesmo Regis arriscou um lance de 400 mil moedas de ouro. As ofertas corriam livres continuando a subir a valores impressionantes.
A esta altura a atenção de Nybas e Sandy fora desviada para o chamado de Erzurel. O sacerdote indicava o nobre, e com a concordância de Regis, eles haviam não apenas descoberto Arthur Guerreiro. Mas também notaram para surpresa de todos que o nobre era acompanhado por ninguém menos que Dankester.
Erzurel chamou o halfling para próximo e brevemente Dankester foi ao encontro.
– Dankester, o que você faz aqui?
– Estou acompanhando o leilão, oras! E você?
– Eu preciso que você me ajude em algo…
Mas Erzurel foi interrompido pelo halfling.
– Nos falamos depois Erzurel. Preciso acompanhar esse arremate.
E saindo sem esperar ouvir o que mais Erzurel tinha a dizer, o halfling tornou a se aproximar de Arthur e cochichar e seus ouvidos. Arthur ainda olhou para Erzurel com interesse, mas voltou seu olhar para o anfitrião do leilão e levantou sua placa.
– E o anel vai para o cavalheiro de máscara número XXXIII, meus parabéns!
O Anel Estilhaçador havia sido arrematado pela impressionante marca de 1 milhão de trigos, e por Arthur Guerreiro!
Os aventureiros estavam digerindo aquela informação, tentando entender que relação Arthur teria com Dankester e porque o halfling parecia tão interessado na aquisição, e tudo ficou escuro.
Uma a uma, as piras de fogo que iluminavam todo o recinto foi se extinguindo e a medida que as trevas foram se adensando no grande salão, ouviu-se o som de vidro se quebrando. Os espelhos que se dispunham nas paredes do salão, cada um deles estava se quebrando e algo havia atravessado eles.
A escuridão parecia durar uma eternidade, e o som que precedeu a mesma, foi pior ainda. Mugidos fortes e altos podiam ser ouvidos de todos os cantos do grande salão.
Antes que os aventureiros pudessem agir, eles ouvir o som de cascos avançando rapidamente por entre mesas e pessoas, o que veio em seguida foi o baque seco de algo caindo. A luz de Pelor invadiu todo o aposento, com uma luminescência impressionante. Todos testemunharam horrorizados que pesadelos haviam saído dos espelhos. Quatro seres com aproximadamente 3 metros de altura, com um corpo de homens muito fortes e a impressionante cabeça de um touro. Chifres com cerca de 30 centímetros ornavam tal como nos animais a cabeça desses humanoides. Seus olhos eram outra coisa bestial. Exibiam um vermelho escaldante e furioso. Eram minotauros, criaturas míticas, conhecidas de muitas fabulas e lendas sobre as quais sempre envolviam labirintos, sacrifícios e o consumo de carne humana por essas bestas.
Os aventureiros notaram a primeira vítima dessas criaturas, e para a surpresa de todos, havia sido Arthur. O arquiteto jazia no chão do grande salão, com o corpo cortado na altura do ombro até o tórax pelo imenso machado de um dos minotauros.
O que se viu a seguir foi caos, gritaria e mais mortes.
Os minotauros nos momentos seguintes partiram para cima de mais vítimas. A esta altura Sandy, Nybas e Erzurel já estavam preparados para proteger Regis. Dankester do outro lado observou o movimento dos heróis e conjurou uma magia. Como efeito um círculo de trevas rodopiantes envolveu a mesa onde objetos de arte e itens mágicos do leilão estavam.
A seguir cada heróis confrontou os minotauros e da melhor que puderam tentaram proteger os nobres ali presentes. Dankester ainda ensaiou um conjunto de ações para melhor coordenar os o combate, mas aquele grupo sabia exatamente o que deveria ser feito. Cada um deles cobrindo uns a retaguarda dos outros confrontaram as bestas. Como um ato de proteção o halfling ainda ergueu uma muralha de pedra que permitiu que a maior parte dos nobres ficassem longe da ameaça dos minotauros.
Sandy confrontou o mais desafiador dos oponentes, pois antes de avançar contra a paladina, o minotauro avançou contra a escuridão invocada magicamente por Dankester. E quando emergiu dela ele portava o escudo do Grande Dragão de Prata.
Protegido pelo escudo, a paladina custou conseguir atingi-lo. E foi com o apoio combinado de Erzurel e Dankester que Sandy Benelovoice finalmente derrotou seu adversário. Nybas também com o apoio do halfling conseguiu derrotar dois dos minotauros. Por fim, o sacerdote de Pelor – Erzurel Graysson, derrotou com sua fé e força mágica o último.
O sacerdote havia invocado contra seus oponentes uma arma de força, conhecida como a Maça Espiritual de Pelor, esta atacava independente o alvo determinado pelo sacerdote. Tal benção foi de vital importância para enfraquecer e derrotar seu adversário.
Sandy em um dado momento chegou a carregar o escudo do Grande Dragão de Prata se entendeu por que seu oponente havia se tornado tão difícil de atingir. Aquele era de fato um item mágico de raríssimo poder.
Todos os monstros haviam sido derrotados, Sandy, Nybas e Erzurel foram até Arthur para avaliar se algo poderia ser feito, mas o arquiteto estava morto. E foi Regis que disse:
– Está tudo perdido. Nossa única alternativa era ele para conseguir o documento.
Sua família não os ajudaria, eles eram diferentes de Arthur.
A riqueza os havia os tornado ambiciosos e interesseiros. Se soubesse da existência de tal documento, poderia destruí-lo ou fazer coisas piores.
Erzurel procurou pelo halfling, precisava agradecê-lo pelo apoio prestado, mas assim que o combate havia terminado, ele o perdeu de vista. As trevas oscilantes já haviam se desfeito e os itens estavam salvaguardados, ele acreditava.
– Nem tudo está perdido meu caro tutor. Podemos com a ajuda de Pelor interpelar por Arthur, correto Erzurel?
Sandy havia tido uma ideia, e caso o sacerdote lhe confirmasse, poderiam ter uma saída.
– Caso, ele deseje voltar ao mundo dos vivos, sim. O sol poderá aquecer seu corpo mais uma vez.
E aproveitando todo o tumulto de nobres e soldados que adensavam o local, Sandy, Nybas e Erzurel cobriram o corpo de Arthur e saíram do museu com ele. Regis ficou para dar retaguarda aos heróis.
O trio refletiu na carruagem para onde ir. Pensaram na estalagem Gamo de Ouro, na casa de Anabele, mãe de Erzurel e até mesmo o restaurante dos Graysson – O Sabor de Casa. Mas todas as opções eram arriscadas. E finalmente foi Erzurel que propôs:
– Vamos leva-lo para o Templo de Pelor, a Flor do Sol.
Todos concordaram, e assim à luz dos primeiros sinais de um novo dia, os aventureiros seguiram para o templo.
Dois itens desapareceram da mesa do leilão, os aventureiros souberam mais tarde através de Regis. O Anel Estilhaçador e um cajado, conhecido como o Andarilho.
A trama continua em um novo enlace.
Os aventureiros chegaram até um ponto de inflexão na história. Arthur Guerreiro era uma peça chave para a estratégia apresentada por Regis, e sua rápida morte impediu os heróis de tentar de imediato a dianteira proposta pelo tutor. Porém diante de um novo plano eles podem conseguir o que precisam com o arquiteto.
Pelos desafios enfrentados, cada personagem recebe um total de 1.200 pontos de Experiência.
Pela interpretação que tem sido muito boa de cada personagem, adicionem 100 vezes o nível de vocês.
Galeria do Jogo
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