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Aparentemente abalado, Adran solicitou que Markin se retirasse. Rapidamente, o elfo que estava a sua esquerda, se apresentou como Galion Xiloscient e saiu levando consigo Tinthalion até a parte externa da moradia. No interior da construção ficaram Adran e a elfa que mais tarde Markin descobriria se chamar Adele Gloriant.
Do lado de fora, S’man viu quando um quarto elfo, em vestes clericais, trazido por Galion, apareceu.
Em sua passagem, o clérigo cumprimentou Tinthalion com gentileza. O herói percebeu que se tratava de um clérigo de Oberon, devido aos desenhos de suas vestes e do símbolo sagrado que portava no alto de um cajado de cedro antigo.
O clérigo entrou, após alguns minutos, saiu apressadamente, informando a Tinthalion para que novamente adentrasse no recinto, pois sua presença era exigida.
Ao entrar e mais uma vez conversou com Adran, que estava só, foi informado de que um novo aliado participaria de sua missão. O líder dos elfos florestais, declarou para ele que o ajudaria a deter o corruptor, desde de que ele o ajudasse a salvar sua irmã.
Adran, destacou que seria seu guia e auxiliar. E ressaltou de que como a questão era pessoal e se restringia a sua família, esse fato o impediria de envolver seu povo e arriscá-lo num embate sem planejamento.
Markin aceitou a inesperada aliança com o líder combatente de bom grado. Juntos, eles esperaram pelo clérigo de Oberon, que segundo Adran, havia saído para buscar itens que os ajudariam em sua futura empreitada.
Com o retorno do clérigo, chamado Aramil Gloriant, o mesmo informo que a criatura em questão não poderia ser um diabo pois até onde era de conhecimento dos antigos tomos sagrados da Fé do Magnífico – como também é chamado Oberon, os diabos não conseguem se apoderar de corpos alheios, para hospedarem suas essências malignas.
Para Aramil, a criatura somente poderia ser um demônio, para fazer uso de tal artifício. E esse fato demandaria da dupla extrema cautela, pois demônios eram criaturas altamente destrutivas.
Aramil deu algumas recomendações, como a de não tocarem Adrie, conversarem com ela ou fitarem seu olhar. Forneceu poções de cura e uma corda élfica (20 metros) que serviria para aprisionar a elfa possuída e restringir os movimentos do corruptor em sua hospedeira e fez uma prece pelo sucesso deles.
Adran, com sua curta lâmina élfica cortou a corda em dois pedaços de 10 metros e deu a metade para Markin, se despediram do clérigo e partiram para a mata.
Os dois elfos partiram do povoado com a missão de aprisionar Adrie e posteriormente libertá-la da possessão que a afligia. Adran prometeu a Tinthalion que a criança – Bianca, seria bem tratada e devolvida a Vilaverde, assim que possível.
Durante sua jornada pela mata, eles foram surpreendidos por uma emboscada, mas perceberam que seus autores eram Galion e Adele, amigos de Adran.
Os elfos florestais pretendiam se unirem a eles na empreitada. Contrariado, Adran percebeu que seria vencido pela obstinação de seus amigos que estavam irredutíveis – cada um por sua razão pessoal.
Assim, após o debate, Flecha Rápida teve de aceitar a decisão de ambos. Mas para Tinthalion, essa inesperada aliança era o aumento na esperança do sucesso da missão.
Ele se sentiu confiante na companhia de membros de sua espécie, fato que o fez rememorar a época em que conviveu com seus mestres Andrei e Roxane e seus queridos colegas aprendizes, Kalina e Kenon.
O grupo seguiu silenciosamente pela floresta. Durante o caminho, Markin percebeu que o trio tinha uma forma peculiar de se comunicarem com gestos e olhares, lhe pareceu que se entendiam plenamente sem precisarem falar, e nessa linguagem gestual definiam o que cada um faria.
Tinthalion pensou que em algum momento poderia vir a aprender mais sobre aquela sintonia entre elfos florestais e pensou que talvez fosse adequado conviver mais um tempo entre eles para com isso poder levar essa habilidade para seus companheiros CaLuCes.
A medida em que os acompanhou, percebeu que Galion não era tão severo quanto aparentava pois fazia graça e tinha um sorriso fácil.
Adele, que parecia ser a mais jovem, era mais compenetrada e atenta a tudo a sua volta.
Adran, parecia dominar o conhecimento sobre as trilhas e caminhos, movendo-se com muita velocidade e graça. Para Markin, Adran e Adele se assemelhavam em posturas, rastreando com maestria, e exibiam uma respeitosa e estreita relação entre mestre – Adran e aprendiz – Adele.
De repente, tanto Adran quanto Adele se surpreenderam com os rastros que haviam encontrado. Curioso com a reação dos rastreadores diante de rastros que ele não entendeu, Markin perguntou a eles o que haviam encontrado. Adele respondeu por seu mestre:
– Pelo o que pudemos identificar destes rastros, um era de Adrie, dois de hobgoblins e um outro de bugbear – fez uma pausa enquanto olhava para Adran, que parecia apreensivo – continuo – Ao que tudo indica, houve um confronto, dois hobgoblins foram ao chão, mas o bugbear não. Ele avançou, mas depois recuou e então parou. Em seguida os rastros do bugbear, dos hobgoblins caídos e de Adrie, seguiram juntos!
Markin concluiu, assim como os demais, que agora eles precisavam seguir rumo ao destino final dos rastros, pois onde estivessem os goblinóides, Adrie estaria.
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Em outra parte da floresta, num semi-descampando improvisado com algumas arvores cortadas, muros de paliçadas, troncos empilhados e armadilhas espalhadas, denotavam as cercanias de um acampamento hobgolin na floresta.
Atentas sentinelas espalhadas no solo e nas copas das arvores, observavam algumas tendas levantadas no centro do campamento.
Dentro de sua maior tenda, o Capitão Grievuss, chefe em comando daquelas forças na Floresta da Vigília, em conjunto com seus sargentos e seu chefe-clérigo – Tyrant Mão de Maglubiet, da nefasta divindade goblinoide, arquitetavam um novo plano de ataque contra os elfos florestais.
De repente, sua reunião foi interrompida por uma sentinela, que lhe trouxe uma solicitação de audiência de uma elfa florestal. que aguardava do lado de fora da tenda.
Sem entender e ao mesmo tempo curioso, o mal humorado capitão consentiu na audiência. Logo em seguida foi trazida ante sua presença a elfa Adrie, que adentrou seu barracão destemidamente na companhia de dois soldados hobgoblins e de um bugbear a suas costas, que parecia muito intimidado.
Os sargentos rangeram os dentes de ódio ao verem-na, alguns cuspiram no chão a medida em que ela passou. Parecia que a qualquer momento, os sargentos hobgoblins saltariam sobre a elfa para soca-la, contudo, com o levantar da palma de seu capitão – que percebeu que havia algo de incomum na elfa, se contiveram. Todos aguardavam para ouvirem o que a estranha elfa de olhar fendido tinha a dizer.
Transfigurada de forma assustadora e com sua voz alterada, o corruptor começou sua falácia, enquanto sua grande sombra se projetou sobre todos os presentes.
Prometeu ao capitão, glorias, vitórias e prêmios, se uma aliança entre eles fosse formada. Grievuss ouviu atentamente a proposta daquele que seu clérigo conseguiu identificar e murmurou ao seu ouvido, lhe dizendo que se tratava de um demônio.
O corruptor no corpo da elfa florestal, contou brevemente sua trajetória até ali – sobre os diabos que pretendiam trazer um aliado mais forte, mas haviam falhado no ritual e acabaram conjurado ele.
Grievuss sentiu-se tentado pelo orgulho e pela vaidade, consentiu com um meneio de cabeça aceitando a oferta e perguntou o que “Ele” poderia querer em troca, ao que o corruptor respondeu:
– Precisarei apenas dele – apontou para o chefe-clérigo, Tyrant – Eu ensinarei ao seu clérigo um ritual que permitirá que minha vinda a este plano se complete, pois, aqui apenas jaz meu espírito. Para que eu tenha poderes plenos, precisarei que meu corpo seja trazido do Abismo.
Ajude-me Capitão, ou melhor, Comandante Grievuss e tenha certeza de que não se arrependerá! Pois seus sonhos e aspirações se tornarão realidade.
Olhando para o brilho nos olhos do corruptor, no corpo da elfa, Grievuss desviou seu olhar e observou todos ao seu redor, seus subordinados lhe pareceram atemorizados e isso lhe pareceu bom. Se voltou para a criatura a sua frente, tentando demonstrar destemor e confiança, diante de tão assombrosa e perturbadora aparição, com sua carranca mau humorada, o hobgoblin exibiu um sorriso nervoso e por fim declarou:
– Muito bem! E do que mais você precisará?
Diante de sua inesperada aliança formada com os hobgoblins, a entidade sorriu.
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Criação e elaboração: Patrick, Aharon.
Fontes de imagens: internet
Autoria da imagem da capa do artigo: Shin
Tenso de mais, não deveria ter contido minha Bola de Fogo, se a tivesse disparado tudo seria diferente! Em vez de trevas haveria luz!
Mas não quis arriscar a vida de uma companheira oq me faria me arrepender amargamente. Depois disso Trevas!
Markin Jaz perdido em Trevas…