Esse resumo descreve as partidas ocorridas nos dias 14 e 15.03.2021 com Bruno Simões (Kalin). O sacerdote, junto com Adda, iniciaram a missão para salvar a pequena Marina das influências de um provável Cubo Prisão.
Essa é uma história original escrita por Bruno de Brito e revisada por Bruno Simões.
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Perigo no jardim
05 de Flocos de 592 Ano Comum
alin fazia uma vaga ideia da localização da residência dos Morus. Eles viviam em uma área nobre do viscondado marcado por grandes jardins rodeado de pomares. E foi durante essa passagem pelo jardim que antecedia a mansão que a dupla de sacerdotes foi atacada por duas criaturas lupinas, que de lobo nada tinham além da aparência. Eram barguest, seres oriundos de outros planos que de algum modo vieram para o mundo material. O confronto que se seguiu foi conduzido por Adda e Kalin com muita habilidade. As criaturas atacaram em dois frontes quase colocando cada um em uma luta individual, mas percebendo a estratégia dos inimigos, a dupla de sacerdotes focou por vez em cada adversário. Os barguest foram derrotados. Um desapareceu perante a magia de banimento de Adda e o outro pelas magias divinais de Kalin Orochi.
A Mansão e o Fogo
Vencida as criaturas, Adda e Kalin avançaram, Kalin não recordou imediatamente a forma ideal de combater os barguest e foi Adda que o ajudou.
“- Essas criaturas são seres oriundos de planos ínferos e por sua essência malignos. Magias como Lança Divina os fere além do que a magia permite, isso porque eles são vulneráveis a magias carregadas de energia bondosas, como é o caso da Lança Divina.”
Sorrindo, Kalin agradeceu a dica e eles seguiram. Não tardou, e a dupla chegou diante da mansão. Uma chuva constante já os havia ensopado da cabeça aos pés e trovejava no horizonte carregado por nimbos. Kalin tomou a dianteira e eles adentraram a residência. Havia uma verdadeira zona no local. Cadeiras viradas no chão, cortinas rasgadas, quadros no chão, vidro das janelas quebrados. Ciente do curto tempo que teria para encontrar a criança e supondo haver a manifestação de um cubo prisão em toda aquela situação, Kalin invocou os poderes divinos de adivinhação e teve suas suspeitas confirmadas quando sentiu a presença de um cubo e a manifestação divina indicava que o cubo estava nos andares superiores. E foi durante uma primeira análise da situação que eles viram estranhas luzes dançando na direção da dupla. Quando perceberam que a aproximação era completamente fora do natural se preparam.
As luzes eram na verdade Fogo-Fátuos e Kalin sabia, a presença de monstros daquela natureza era um péssimo sinal. Normalmente encontrado em brejos, charcos e pântanos, Fogo-fátuos alimentam-se de matéria orgânica decomposta e se forma a partir de gases sobrenaturais expelidos por esses ambientes. Porém, Kalin não conseguiu recordar de todas as características de seres assim, e quando lembrou era tarde demais.
Adda lançou a lança sobre o seu inimigo e viu sua magia não surtir qualquer efeito, Kalin assumiu a vanguarda e com sua maça atacou uma das criaturas. Eram três ao todo e eles estavam na vantagem. Logo a dupla percebeu que ataques físicos não surtiam qualquer efeito sobre os monstros. E em contrapartida por estarem em maioria (3 x 2), o combate se tornou perigoso. Adda inteligentemente convocou um celestial para equilibrar o combate, e isso permitiu que tanto ela, como Kalin pudessem recuar momentaneamente para recuperar-se dos ferimentos provocado pelos arcos elétricos liberados pelos fogo-fátuos.
Orientação divina
Recuperados dos ferimentos a dupla voltou para o combate a tempo de ajudar o celestial invocado por Adda e conseguir vencer os fogo-fátuos, com muita dificuldade. A eletricidade liberada pelos fogo-fátuos ia minando a vitalidade e a serenidade do sacerdote. Porém, no fim, eles venceram, e Kalin voltou a se concentrar para sentir se a direção do cubo havia mudado, percebendo que ele continuava pressentir nos andares superiores. Avançando com Adda, chegaram ao primeiro andar, e uma vez ali foram sendo orientados pela magia de Kalin. Essa os levou até uma área externa, uma espécie de varanda, de onde uma corda levaria até os telhados da mansão. E foi quando saíram foram abordados por um barguest superior, semelhante aos enfrentados nos jardins.
O confronto contra a criatura foi rápido. Adda e Kalin já contavam com uma sinergia grande e diante de apenas um inimigo, o poder divino era fatal contra o barguest. Terminou tão rápido quanto começou. Usando da corda com alguns nós, foi seguro eles chegarem até o telhado da mansão. Chovia forte e a dupla percebeu que precisariam andar com cautela sobre o espaço. No encontro entre duas alas da mansão havia uma área plana. E foi neste local que eles avistaram Marina, um fogo-fátuo circundando a área e uma criatura no entorno da criança. Marina tinha olhos opacos e distantes, cabelos e roupas completamente ensopadas e um semblante semelhante a quem estava encantada. A criança não suplicou ajuda ou expressou qualquer manifestação de desespero, medo ou sentimento semelhante.
Kalin ouviu em sua mente a criatura próxima da criança reverberando palavras em sua mente:
“- Ora ora, o que temos aqui… Não se aproximem, sob pena de vir a colocar a vida da pequena Marina em risco.”
“- Afaste-se da criança!” Vociferou Kalin, gritando a pleno pulmões enquanto competia contra o som da tempestade e raios. O sangue do sacerdote fervia com a visão de uma criança inocente sendo mantida refém junto a um demônio. Mas cautelosamente Kalin e Adda davam passos se aproximando da região, e um último alerta foi dado:
“- Mais um passo e rasgarei o pescoço da pequena Marina!”
Mas Kalin ignorou, ele tinha um trunfo em mãos.
Situação Singular
Quando Kalin estava a menos de nove metros e avançando, a criatura pressionou suas garras no delicado pescoço da criança e um jato de sangue rubro recaiu sobre as telhas da cobertura, sendo lavados imediatamente pela chuva torrencial que caia. Ao mesmo tempo em que o fogo-fátuo emita suas descargas elétricas contra Adda, que a essa altura conseguira alcançar a área plana. O corpo de Marina tombou sem vida nos pés da criatura que olhou maliciosamente para Kalin e este em um ato reflexo conjurou as bênçãos de Pelor para tentar salvar a pequena garota. Kalin conjurou sobre Marina Sopro de Vida, uma mágica divina capaz de ressuscitar uma pessoa que tivesse morrido há poucos instantes, e ele viu quando seu feito foi bem-sucedido. A criatura também viu, olhou para Marina e para o sacerdote e disse:
“- Matarei ela quantas vezes for necessária e depois a você!”
Em um ato seguinte a criatura enfiou suas enormes garras na barriga da criança e já bastante combalida, não resistiu rolando pela área inclinada do telhado.
Kalin se desesperou, e mesmo abrindo a guarda para a criatura, foi até Marina na esperança de salvá-la, mas já era tarde. A criança não possuía as vicissitudes de um adulto e seu frágil corpo não resistiu a violência dos ferimentos causados. O que se seguiu foi um combate por justiça, por vingança. Kalin percebeu que no pescoço a criatura de fato carregava um cubo prisão. Ele lamentou não ter pedido as bênçãos da magia de Banimento, ao mesmo tempo que repassava em sua mente onde errara. Porém, mesmo abalado, o sacerdote estava tomado por uma fúria incontrolável, e estava disposto ir até às últimas consequências para exterminar aquele ínfero. Clamando pelo poder e força de Pelor, Kalin se transformou em um poderoso combatente. Não demorou para Adda vencer o fogo-fátuo e de onde estava, atacar com sua lança divina a estranha criatura. O ser mordia e rasgava com suas garras, mas estava bastante ferido e foi em um momento decisivo que o ser, se esquivado de todos os ataques de Kalin, invocou sobre si a magia da invisibilidade e se afastou fugindo. Adda ainda conjurou visão verdadeira e pôde ver o monstro escapando pelo telhado.
Chovia de relampejar.
Regresso
Kalin e Adda estavam muito enfraquecidos, para tentar encontrar a criatura pela casa. Havia ainda o risco de se deparar com outros perigosos fogo-fátuos, ou barguests, e decidiram regressar para o templo. Kalin levava consigo o corpo da pequena Marina e repetia para si mesmo, que resolveria aquilo, aquela morte era culpa sua e como tal, ele resolveria. O Servo Radiante falhara em sua missão, e fora um péssimo exemplo para sua nova aprendiz, e isso custara a vida de uma inocente. Triste, Kalin chorou, e suas lágrimas se misturavam à chuva, enquanto Adda caminhava em silêncio, também ponderando sobre suas ações, triste pelo resultado da empreitada.
No caminho, Kalin decidiu fazer uso de um ritual que aprendera recentemente: a morte da jovem Marina seria revertida através do ritual de Ressurreição, e compartilhou sua resolução com Adda.
Chegando ao Templo da Irmandade Solar, Kalin e Adda tiveram que explicar aos Morus o insucesso da missão e do resultado trágico. Mas Kalin lhes confortou o coração, quando lhes afirmou que com a benção de Pelor, a pequena Marina ainda viveria muitos anos. Independentemente do que ela se tornasse, e de que decisões tomaria após ser revivida, Kalin não deixaria uma jovem inocente pagar um preço tão caro por uma tolice tão grande de sua parte.