Iniciando a série das classes híbridas, o Clérigo da Batalha entra em cena. Ocupando o nicho de conjurador divino voltado para o combate, a classe nos apresenta um cruzado da fé inteiramente devotado à defesa dos dogmas de sua divindade patrona. O Clérigo da Batalha icônico apareceu pela primeira vez como personagem pronto para utilização pelos jogadores na aventura “Ressurgido das Areias” do Dia Livre do RPG de 2014. Em seguida, foi incluído no Guia Avançado de Classes em agosto desse mesmo ano. Texto original de James L. Sutter.
Tradução: Caio Moraes
Publicação: Sandro Moraes
Alinhamento: Caótico e Neutro
Raça/Espécie: Meio-Orc
Classe: Clérigo da Batalha
Gênero: Masculino
Naturalidade: Forte de Belkzen
Divindade: Gorum
Altura: 1,95 m
Peso: 102 kg
Cabelos: Negros
Olhos: Negros
Pele: Esverdeada
Oloch não tem memórias de um tempo antes da dor – dor sofrida e dor infligida. Um meio-orc da tribo Haskodar em Poço das Pústulas, Oloch foi criado – se isso pode ser verdadeiramente chamado assim – com o conhecimento de que seus pais haviam sido escravos numa pedreira e que morreram nos antigos e estreitos túneis da mina pouco tempo após o seu nascimento. Constantemente forçado a lutar pela sua sobrevivência contra os maiores e mais fortes companheiros de tribo, Oloch rapidamente aprendeu que a melhor defesa é uma total falta de medo e comedimento. Aqueles que pensavam em atormentar a criança logo aprenderam o erro de suas escolhas, pois, na mente de Oloch, toda luta é uma luta até a morte e qualquer um que pense o contrário deixa a si mesmo vulnerável.
Esta ferocidade impávida não seguiu despercebida. Quando Oloch atingiu sua adolescência, os líderes da tribo começaram a se aproveitar das habilidades do jovem. Seja nos fossos de gladiadores, seja nas batalha contra a às vezes aliada Tribo do Um-Olho, Oloch derramou sangue sob comando – tanto seu quanto dos outros. À medida que suas vitórias se acumulavam, os sacerdotes de Gorum da tribo se apropriaram da educação do meio-orc, cobrindo-o em armadura e lhe ensinando as glórias do Senhor em Ferro. Em Gorum, Oloch finalmente encontrou alguém em quem ele poderia se espelhar: um ser de força perfeita e sem as falibilidades patéticas dos outros clérigos de batalha. Mais: Gorum tocou o coração de Oloch e colocou de lado todas as dúvidas que o meio-orc tinha a respeito do seu amor pela violência. Ele viu a sombria excitação que Oloch sentia quando sua enorme espada partia a espinha de um inimigo – e o recompensou com magia.
Com o passar do tempo, Oloch começou a se enervar até mesmo com as parcas restrições que os seus superiores orcs colocavam sobre ele. Quem eram eles para dizê-lo quando e onde lutar? E pareceu inevitável, então, que após descobrir a verdade a respeito da sua origem – que ele não era filho de escravos mas sim o rebento roubado de uma aventureira humana – ele abraçasse a chance de cortar laços (e membros) e partisse sozinho, levando apenas seu equipamento favorito e a descrição da destemida guerreira que o gerou.
Para a sorte de Oloch, a lenda de uma mulher valente o suficiente para se aventurar sozinha no Forte de Belkzen – e que, segundo os rumores, desavergonhadamente se deitava com orcs – é difícil de encobrir. Tanto foi que ele logo se encontrou diante dos portões do assentamento humano de Trunau clamando pela líder local, Halgra das Lâminas Enegrecidas, para desse um passo adiante e conhecesse seu filho.
Para a sua surpresa ela o fez, e Oloch ficou chocado e vagamente desconcertado com o calor com que Halgra cumprimentou seu filho perdido, dando-lhe as boas-vindas à sua casa. Lá ela lhe contou a história do seu nascimento – de como ele foi o resultado de um breve flerte com um líder orc poderoso a quem ela se recusou a nomear – e como ele foi roubado dos seus braços ainda infante, durante um ataque ao acampamento dela. Ela o apresentou aos seus meio-irmãos e lhe ofereceu uma posição como defensor de Trunau.
No entanto, o lobo nunca será um simples cão, não importa quanto tempo usar a coleira. Para o horror de Halgra, o desejo de batalha de Oloch se recusava a ser satisfeito por meras incursões e sessões de treinamento. Cidadãos que despertaram a sua ira acabaram terrivelmente feridos e, no final das contas, a própria Halgra teve que empunhar sua espada e expulsá-lo da cidade, anunciando que ela sempre o amaria como a um filho mas que ele nunca mais seria admitido em Trunau até que aprendesse a controlar o seu desejo de batalha e voltasse sua habilidades divinas para um fim positivo.
Frustrado e se sentindo envergonhado pela primeira ver na sua vida, Oloch deixou Trunau. Por um tempo ele vagou pelos ermos, mas nenhuma fera pôde lhe oferecer um desafio adequado – nem remover a persistente suspeita de que poderia haver, como Halgra afirmou, mais na vida do que o simples derramamento de sangue. Eventualmente ele acabou em Urgir, onde rapidamente conseguiu trabalho como executor e campeão do governo local. Embora ele alegue abertamente que a posição lhe assegura um suprimento constante de oponentes apropriados, em segredo Oloch confia que os modos meio-civilizados de Grask Uldeth o ajudarão a desvendar o mistério de como balancear o orc e o homem dentro de si mesmo, e a descobrir o que ele nasceu para ser.
Oloch é guerreiro quieto e cismado com um perturbador amor pela violência. Embora não ativamente mau, e desdenhoso daqueles que escolhem oponentes obviamente mais fracos, ele considera esta uma inclinação que pode funcionar, com as lamúrias daqueles incapazes de defender sua propriedade significa pouco para ele. Ele vive o momento, saboreando o êxtase rubro da batalha e a comunhão que ela promove com o seu deus. Ele não se opõe a trabalhar em conjunto com – ou até para – aqueles que ele considera seus iguais, mas estes indivíduos são poucos e distantes entre si, devendo se sacrificar para lhe demonstrar o devido respeito. Talvez a única atividade afora o combate que verdadeiramente lhe traz prazer é fazer música com o seu tambor, e apenas se for tão ruidosa quanto clamor da batalha.