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Merlin ordenou que os portões fossem abertos e uma manta fosse dada a ele imediatamente, declarando que se não fosse um ardil da trama ou do destino, aquele era seu aliado, um paladino e Cavaleiro da Luz Celestial. Por fim disse o nome dele para que todos o conhecessem.
Ainda aturdido com a chegada do hóspede inesperado, o arcano – constrangido pela desconfiança, recepcionou Drigos como um grande amigo que a muito tempo não revia, o apresentou a Lourival que atingido pela carismática presença, simpatizou com o guerreiro sagrado, que já estava envolto em mantos, o cumprimentou amigavelmente.
Já haviam passado pelos empregados e por Rachel. Todos vieram a conhecer o paladino, que para com todos mostrou cortesia e gentileza, principalmente ao ter percebido que a esposa de Merlin conceberia uma criança, algo que o deixou profundamente feliz e animado, naquele momento de severidade.
Estavam novamente reunidos, Merlin, Drigos e Lourival, no interior do Forte da Honra Restaurada, desta vez no improvisado laboratório do mago.
Poderkaine já havia recebido e estava vestido com roupas do arcano que lhe haviam sido dadas. Lourival, percebendo que teria que agir rápido na questão relativa aos goblinóides, após ter ficado por um breve momento, apenas para garantir que Kraver não estaria em perigo, concluiu que o homem que ali estava era realmente um paladino e que não representava perigo algum contra o mago.
Thorngate cumprimentou a todos e partiu para convocar homens leais, que assim como ele, eram ex-mercenários e haviam elegido aquela vila como morada. Juntos, eles elaborariam alguma estratégia de ação. Drigos e Merlin ficaram para iniciarem um longo diálogo.
Após relembrarem algumas ações e aventuras do passado, dentre elas aquela que levou a sua morte, Drigos perguntou como iam todos e onde estavam, ao que Merlin lhe respondeu até onde sabia, pois alegou que havia se distanciado dos Cavaleiros da Luz Celestial a pouco mais de um ano para conduzir a missão pessoal e inadiável de libertar o povo de Caminithe do julgo goblinóide, fato que teve sucesso.
Enquanto conversavam, Drigos lhe explicou o motivo de sua aparição naquele lugar. Para Merlin, o jovem Poderkaine, parecia intocado pelo tempo.
O arcano ficou um tempo observando o guerreiro sagrada enquanto ele falava sobre sua experiência num futuro vivenciado por ele, sem acreditar no que seus olhos estavam vendo e no que seus ouvidos estavam ouvindo.
Diante daquilo que considerou em seu íntimo como sendo uma estória fantástica contada pelo paladino (vide o Retorno de Fênix), Merlin pediu um tempo para ponderar sobre o assunto e o que deveria ser feito, pois naquele momento as opções eram obscuras para o arcano que tinha uma dura escolha para cumprir: ficar em Caminithe para confrontar o Trio Nefário e a ameaça hobgoblin, ou partir com Drigos e juntos salvarem Wenishay e Tyla de uma morte sinistra, que sorveria todos os cavaleiros sagrados de Toran num poderoso e misterioso ritual conhecido como o Elo da Destruição.
Drigos destacou que segundo lhe havia sido informado pelo guerreiro élfico Alucard, se o arcano ficasse em Caminithe, seria assassinado pelos próprios aldeões.
Ponderando sobre as possibilidades e informações trazidas pelo paladino, Merlin despediu-se do antigo aliado e foi se recolher para pensar e avaliar a decisão que tomaria, informando ao paladino que a declararia ao raiar do dia, durante o desjejum.
Ao chegar em seu quarto, acariciou delicadamente a barriga da esposa e conversaram brevemente sobre algumas das informações que lhe haviam sido trazidas pelo Poderkaine e ponderaram no que poderia ser feito.
Enquanto sua esposa pegava no sono, estafada pelos compromissos de um dia intenso para uma gestante, Kraver observou da janela da sacada de seu quarto, uma noite fria, chuvosa e sem estrelas, até que cansado pelo embate de mais cedo e pelo turbilhão de pensamentos que faziam sua mente trabalhar intensamente, não resistiu mais ao cansaço e adormeceu.
Em seu leito improvisado, próximo a lareira da sala onde estava, Drigos contemplou sua mão direita novamente, local onde estava portando a vingadora sagrada do irmão, lembrou-se dele e do alto sacrifício que fez da última vez em que tentou salvá-lo. Sentiu um arrepio ao lembrar do focinho esquelético do dragão lich e de suas cavidades oculares com aquele brilho verde e frio.
O paladino, fez uma oração ao deus da justiça e pediu por perseverança e sabedoria para conseguir vencer aquela situação. Sentindo o peso do sono, recostou-se em sua cama e dormiu enquanto terminava uma nova oração.
Durante o sono, Drigos sonhou com a morte brutal de Wenishy e Tyla nas mãos de uma estranha criatura com ares diabólicos, lembrava uma espécie de minotauro, cuja cabeça assemelhava com a de um bode negro, com olhos sem ires, profundamente vermelhos e brilhantes.
Em seu quarto, Merlin teve um pesadelo, onde viu Rachel sendo levada por uma horda de goblinóides que, portando grandes estandartes se estendiam até o horizonte de Caminithe.
No raiar do novo dia, Merlin se dirigiu até Drigos, que conforme suas ordens, havia recebido os melhores equipamentos a disposição dos guerreiros de Nova Caminithe, e anunciou que partiria com ele, no que julgou ser a única opção lógica para não culminar em sua morte prematura.
Assim poderiam ajudar um amigo em comum antes que uma tragédia sombria pudesse se abater sobre toda a Toran.
Após o desjejum e as despedidas, a dupla deixou a pequena vila de Nova Caminithe, se dirigiram até uma colina, onde Kraver havia reativado um antigo círculo de teleportação.
O paladino reconheceu aquele lugar pois havia estado naquela colina antes – num tempo tenebroso, onde a esperança havia minguado, onde não haviam paladinos. No entanto, agora eles poderiam fazer a diferença para modificar e salvar Toran daquele futuro.
Ao utilizar sua magia, eles foram levados para as proximidades da Capital do Protetorado de Ecnor, a Cidade de Lothian.
De lá, olhando para o céu limpo e sem nuvens, Drigos convocou sua montaria sagrada, Vento Cortante.
Após um lampejo nos céus, ela surgiu magistralmente e os transportou, a toda velocidade, rumo a Vila Pratinha, onde Wenishy estaria a ponto de enfrentar o Elo da Destruição, e ao confrontá-lo estaria selando o destino de todos os cavaleiros sagrados de Toran.
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Criação e elaboração: Patrick, Bruno Gonçalves, Diogo Borges.
Fontes de imagens: internet
Autoria da imagem da capa do artigo: Shin
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Foi um decisão difícil.
Ponderar sobre os possíveis desdobramentos de suas ações é uma característica de Kraver.
Analítico, o mago tenta sempre medir o risco e retorno.
O pesadelo que teve talvez seja fruto de sua imaginação e preocupação emocional (pois o mago não acredita muito em sextos sentidos).
Entretanto, como se trata de Rachel, que está grávida, não tem como se preocupar.
Kraver orientou a sua esposa para que ela estivesse preparada para fugir por um túnel existente abaixo da torre do Forte da Honra Restaurada.
O mago havia construído este túnel secreto com suas magias arcanas e somente Rachael e Thorngate conhecem sua existência.
Além disso, o mago se comprometeu a todas as noites contactar sua esposa, com magia de Enviar Mensagens (a qual ela já está acostumada).
Rachel também sabe da existência de um Círculo de Teletransporte, oculto na floresta. Caso tudo dê errado, ela deve seguir para um abrigo, também abaixo da terra (feito com magia pelo mago). Lá existem mantimentos para sustentar por 1 semana até 5 pessoas.
Sua terra natal já sofreu muito no passado por conta das forças malignas lideradas por Lassic. E sua preocupação tem haver com a memória de sua família (os Kravinoff). Seu pai, primos, e outros parentes perderam a vida tentando proteger Caminithe - enquanto Kraver ainda era um simples aprendiz de mago (ele ainda estava concluindo seus estudos com sua avó, Kassandra).
Kraver Kravinoff partiu para sua missão ao lado de Drigos.
Deixar Caminithe não estava no plano do Mago, que já está afastado de suas atividades como Cavaleiro da Luz Celestial a um tempo.
Não só o dever o chama.
Mas simplesmente porque as consequências de não seguir por este caminho parecem ser muito mais desastrosas.
A racionalidade supera o emocional.
Não dá para arriscar.