A Lenda da Trombeta de Talundil (A Trombeta do Sono)

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A Trombeta de Talundil é um item lendário criado a séculos por um poderoso mago no 6º Período. A história de sua origem foi revelada originalmente aos heróis do Grupo 1B, quando o guerreiro Rickson Belfort e o paladino Viggo Mortenssen confrontaram o mago Vasharn e recuperaram a relíquia em seu castelo, conforme descrito na aventura “O Castelo da Lamúria”.

Rickson e sua companheira Gwendolyn Brishgater conseguem sair vivos do castelo do mago. Entretanto,  tempos depois fracassam e morrem na aventura “O Tesouro Perdido de Telvnorr”. A trombeta cai nas mãos de Alassarc, um maligno sacerdote homem-lagarto, líder do Culto da Escama Sangrenta, nos Charcos Dreckzur.

Alassarc, aliado a Bruxa Morbrind, que ja a usou no passado,adormecem a Cidade de Erzyl, colocando em risco milhares de pessoas. Isso da inicio a um grupo de aventuras chamada “A Maldição de Talundil”, do grupo de Liam Lianon.

Ao final de uma trilogia de aventuras, Liam e seus companheiros vencem os homens-lagartos e a Bruxa, resgatando a lendária trombeta. Hoje, essa reliquia se encontra sob a custodia e proteção dos Vigilantes da Montanha Azul.

A Trombeta de Talundil se tornou um item marcante nas historias desses heróis. Então, sua origem merece ser descrita nesse artigo. 

A História da Trombeta do Sono

Em 600 VI Prd, Talundil Baristênio, um beríntio clérigo e mago seguidor de Elzerg, membro dos Guardiões e Mantenedores da Magia e um nacionalista nato, construiu uma relíquia mágica que se tornaria famosa mesmo séculos após sua morte: A Trombeta do Sono.

 

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Talundil Baristênio, o criador da Trombeta do Sono.

Quando a trombeta ficou pronta, Talundil a apresentou para o Imperador, que imediatamente o enviou para servir nos campos de batalha como um Arquimago de Guerra. Entretanto, Talundil não era militar, ele deveria trabalhar junto a um general de campo. Talundil na verdade não ligava para isto, ele apenas ficou fascinado em utilizar sua trombeta contra todo tipo de inimigo. A trombeta tinha um poder único: a cada 10 dias, ao ser soprada, todos em um raio de 5 km eram alvos de um poderoso feitiço de sono, adormecendo profundamente, só podendo ser despertados caso a trombeta soasse pela segunda vez. Tamanho poder custava caro, dizem que Talundil foi amaldiçoado, mas ninguém ao certo sabia que maldição era esta. Talundil desenvolveu mais seus poderes arcanos do que clericais, o que o afastou dos Guardiões e Mantenedores da Magia.

Enfurnado em sua torre, rodeado de livros e outros objetos de feitiçaria, Talundil tornou-se megalomaníaco e perfeccionista. Diversos itens encantados foram produzidos por ele para servir a nação, entretanto, ele estava construindo o maior deles durante anos, em segredo. Motivado pelas campanhas de guerra do seu país, até então a nação mais forte na época, o Império da Beríntia, Talundil iniciou em 580 VI Prd a criação de um item que só ficaria pronto 20 anos depois. Um item, que segundo ele, iria levar a Beríntia a conquistar finalmente todo o conturbado sul de Ilagren e em seguida todas as Terras Centrais.

Durante anos o trunfo dos exérctios de Lorde Barduk estava ligado com o poder da trombeta, sempre soprada por Talundil. “O Exército da Trombeta”, como eram chamados, se tornou famoso nas campanhas de guerra ao sul, principalmente contra os virgânos e outros povos da região.

Os berínitios na maioria das vezes não matavam os inimigos adormecidos, simplesmente os aprisionavam e depois os despertavam, para servirem como escravos. A nação era famosa pela escravidão, principalmente na região da Arasônia, onde mantiam diversos povos sob o regime do açoite.

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Os exércitos beríntios venceram diversas batalhas com o poder da Trombeta de Talundil.

Foi somente em 642 VI Prd que Mestre Talundil foi derrotado. O cavaleiro Lorde Astarc, um dos dois heróis mais famosos entre os virgânos, famoso pela sua astúcia, habilidade e pela coragem, invadiu os aposentos pessoais do mago para roubar a trombeta, que havia sido utilizada recentemente para adormecer o último exército resistente dos virgânos. Astarc havia se preparado a tempos contra Talundil, ele sabia que o seu poder e do seu item o tornavam os inimigos principais dos virgânos. Astarc derrotou Talundil, o decapitando. O mago não estava tão preparado, mas dizem que ao ver que sua relíquia iria ser roubada pelos “bárbaros montanheses”, preferiu morrer do que deixar leva-la.

Lorde Astarc despertou o exército virgâno, que surpreendeu a fronte inimiga que achava que todos estavam adormecidos na região aos sopés do oeste das Montanhas de Belária. Esta foi a lendária Batalha do Triunfo, onde Lorde Astarc e seu exército lutaram bravamente contra o exército de Lorde Barduk. Um ataque pela retarguada feito pelo grande guerreiro estrategista, Lorde William Dalavant, foi suficiente para expulsar o resto da resistência beríntia do sul.

Astarc era um homem justo e acima de tudo, honrado. Ele considerava a trombeta um item amaldiçoado e antes que fosse usada pelos virgânos, ele resolveu destruí-la. Tentou quebrar, esmagar, queimar e até derreter em uma forja, mas nenhum dos métodos obteve sucesso em destruir a trombeta. Astarc então a enviou para os gnomos de Khondávia para que construissem uma arca mágica para guardar a trombeta e salvaguardá-la em um local seguro. Os gnomos atenderam prontamente o pedido do herói, eles também sabiam do grande poder do item, então o esconderam em uma masmorra em 643 VI Prd.

Após mais de 200 anos, a trombeta se manteve segura e oculta. Mas, em 163 VII Prd, um grupo de aventureiros maus, famosos por explorarem masmorras e roubarem objetos, chegaram até a arca que guardava a trombeta. Eles a venderam no mercado negro de Mirkazin, desde então a trombeta viajou de mãos em mãos, sendo comprada e roubada sucessivamente. Durante 50 anos a trombeta viajou pelo norte de Ilagren e sua história real torna-se pouco conhecida desde então. Dizem que serviu para diversos propósitos. Isso alertou a Ordem dos Guardiões e Mantenedores da Magia, que a procuraram durante décadas, sem obter resultado. O legado de Talundil precisava ser reencontrado e guardado, antes que coisas piores acontecessem.

Em 213 VII Prd, o aventureiro Raul Dergof, famoso pela sua burrice e teimosia, encontrou a trombeta e um tesouro de uma hidra, em algum lugar das Montanhas Vilthorn. Ele soprou a trombeta em sua cidade natal, Greslund, em Dulamar, sem ao menos saber de seu poder. Ele adormeceu toda a cidade de Greslund! Espantado, não sabia o que fazer a princípio. Ele decidiu roubar lojas   comerciais, mansões de nobres, invadir locais para beber, comer e se aproveitar das pessoas adormecidas. Ele se entitulava o Senhor de Greslund. Poucos dias depois, entediado e temendo represálias severas do Rei de Dulamar, Raul soprou a trombeta, sem saber mais uma vez o que estava fazendo. Ele despertou Greslund, mas antes que descobrissem quem causou tanta bagunça e confusão na cidade, ele partiu sem dar explicações. Raul resolveu se livrar do item antes que perdesse a cabeça e encontrou um jeito muito fácil: colocá-lo em uma caixa e jogá-lo no Rio Forizen, o maior rio de Dulamar, que faz fronteira com a Virgânia. Simples assim, mal ele sabendo das terríveis consequências do seu ato.

A trombeta, seguindo o curso do Forizen, foi parar nos Charcos Dreckzur. Em 234 VII Prd, o maior caçador e guerreiro das tribos de homens-lagarto, Norgalst LançaNegra, a encontrou. Após descobrir o seu notável poder, Norgalst se tornou o rei dos homens lagarto. Ele mostrou para todos o poder da trombeta.

Antes que roubasse o seu recente item, Norgalst aprisionou seu maior rival, Ssilack, o sumo sacerdote de Qelassoth, que disputava a liderança dos homens-lagartos durante anos. Ele obrigou seus servos o seguirem a força. Norgalst usava uma lança capaz de controlar um dragão-negro, também cobiçada por Ssilack. Norgalst planejava invadir as cidades humanas, e foi mais motivado pela bruxa do pântano, Morbrind, para invadir a cidade de Erzyl utilizando a trombeta.

Em 235 VII Prd, Norgalst adormece Erzyl e inicia uma invasão. Entretanto, o poderosos mago elfo, Kolderin, não foi afetado pelo sono. Ele sabia da história da trombeta, inclusive da história de Greslund. Ele roubou a trombeta de Norgalst e o derrotou. Os homens-lagartos fugiram para os charcos novamente. Kolderin não despertou a cidade, ele antes pagou diversos piratas bucaneiros do Lago Dreckzur para saquear Erzyl, se tornando o novo senhor deles. Só depois, ele despertou Erzyl.

Kolderin e os seus piratas mercenários começaram a saquear por 3 anos as cidades costeiras dos Reinos da Borda e Virgânia, tornando-se uma lenda na região. Foi em 238 VII prd que os heróis mais famosos da época, O Quarteto Imbatível de Thanzarack, derrotou o mago elfo e recuperaram a trombeta em nome dos Guardiões e Mantenedores da Magia. A sumo-sacerdotisa de Elzerg, Vhendara, também membra deste grupo, foi a responsável por salvaguardar a relíquia antiga. Em 239 VII Prd, ela pós a trombeta em uma ilha pequena no Mar de Kordast sobre diversas proteções mágicas, em uma caverna. O maior da guardião da trombeta era um gênio djinni chamado Azkahndûl. Mais tarde, em 244 VII Prd, quando Vhendara fundou os Vigilantes da Montanha Azul, a Trombeta ficou sob responsabilidade dessa organização.

Durante mais de 300 anos a Trombeta do Sono ficou em um local seguro. A missão dos Guardiões e Mantenedores da Magia sempre foi esta: resgatar itens, relíquias mágicas e impedir que fossem má utilizadas ou que afetassem o curso normal dos reinos.

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A Trombeta de Talundil

Um novo Soar da Trombeta

Em 568 VII Prd, a trombeta foi novamente roubada por outro grupo de aventureiros. Eles utilizaram seu poder para adormecer a cidade de Rwanth, ao sul de Dulamar. Entretanto, ficaram pouco tempo com o item..

O bruxo dos Montes Temorkar, Vasharn, roubou o item e despertou Rwanth, que estava sendo saqueada por orcs a mando do grupo de bandidos. Graças aos feitos de alguns heróis liderados por Rickson Belfort e Viggo Mortenssen, os bandidos foram derrotados e os orcs voltaram para a floresta. Rickson não deu muitas explicações para o governo de Rwanth, motivado pelo seu companheiro fiel, o paladino Viggo Mortenssen, seguiu com seus aliados para O Castelo da Lamúria, o castelo do mago Vasharn.

No Castelo da Lamúria, os heróis enfrentam alguns desafios. Em um desses desafios, Viggo encontra a morte contra um grupo de carniçais. Rickson e sua companheira Gwendolyn,  encontraram o gênio Azkhandûl, que enfrentou o mago e os ajudou a escapar. Rickson ficou com a trombeta e jurou levar de volta ao Santuário de Vhendara, na Montanha Azul. Entretanto, o guerreiro e seu grupo desapareceu no Ducado de Erzyl, assim como a trombeta, em uma aventura nos Charcos Dreckzur.

A trombeta ficou desaparecida, escondida em algum local da cidade de Erzyl.

Até então…

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A trombeta foi encontrada por Alassarc, um homem lagarto sacerdote, discípulo de Ssilack. Ele soou a trombeta em Erzyl pela segunda vez em 569 VII Prd e invadiu a cidade tomando dezenas de pessoas como reféns para um maligno ritual. Os Guardiões e Mantenedores da Magia foram alertados imediatamente pelo gênio Azkhandûl e começaram a agir rapidamente, antes que consequências terríveis aconteça a uma das maiores cidades de Dulamar.

Foi assim que deu início a trilogia de aventuras chamada: “A Maldição de Talundil”.

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Sobre o Autor: Bruno Gonçalves

Mestre Aposentado, criador do cenário de campanhas Arzien, jogador de RPG a mais de 18 anos nos diversos cenários dos mestres da Orbe dos Dragões. Atualmente escreve sobre RPG, Dicas de Mestre e Cenários de Campanha.

5 Comments

  1. Poxa! Que artefato altamente perigoso hein?! Foi um verdadeiro alívio ter retornado a proteção dos Vigilantes da Montanha Azul. Agora, uma coisa que queria perguntar é: como Talundil era também um clérigo de Elzerg, o clericato não interferiu quando soube da criação do artefato e da repercussão negativa que poderia advir a religião por isso?

  2. Fantástica, historia!!
    Me lembrou de algumas passagens, na trilogia do resgate de Erzil, da Trombeta ao Charcos Dreckzur,
    Excelentes historias.
    Mas pq o Quarteto Imbatível de Thanzarack, n levou para o santuário? na época este n existia?

  3. Que bom que gostou. Ainda vou postar um resumo dessas aventuras, bem como de todas as outras do cenário.

    Na maioria das vezes os itens e relíquias recuperadas e sob custodia dos Vigilantes da Montanha Azul (ou dos Guardiões da Magia) ficam em locais afastados, tais como cavernas, fortalezas, torres, criptas, masmorras, etc.

    A razão para isso são duas: (1) para garantir que esses itens não fiquem todos no mesmo local, o que dilui o risco caso esse local for invadido ou tomado e (2) como estão em locais especiais, armadilhas e monstros/guardiões mágicos podem ser instalados de forma otimizada para impedir que o item seja roubado.

    Certamente existem alguns itens sob custodia dentro da Montanha. Mas a maioria estão em outros locais, sendo administrados a distancia pela Ordem.

  4. Que bom que gostou, Lorde Patrick! Muitas historias virão.

    Em relação a sua pergunta. Na época Talundil foi procurado para dar explicações sobre suas reais intenções com essa relíquia e se ela causaria desequilíbrio aos Reinos ou Natureza. Afinal, como um elzerguita ele não pode causar anomalias magicas, que ameaçassem o fluxo da natureza e das civilizações, muito pelo contrario.

    No inicio Talundil explicava que a sua criação era por motivos de proteção, afinal nessa hordas de monstros e exércitos inimigos ameaçavam a hegemonia do Império da Beríntia. Mas, com o passar dos anos, Talundil foi se afastando cada vez mais de sua ordem e se tornando um mago mais belicoso e ganancioso. Os elzerguitas e ate a Ordem dos Guardiões e Mantenedores da Magia o alertaram para que tomasse cuidado, pois suas ações teriam consequência. Talundil foi expulso da Ordem no momento que a trombeta passou a ser usada para guerra. Em seguida, dizem que perdeu os poderes.

    Essa questão de perder os poderes existem relatos que não e verdade. O motivo e que Elzerg é Neutro em relação a tendência de seus seguidores. Alguns não aceitam essa vertente. Outros também dizem que Talundil teve seus poderes reduzidos. A verdade é que Talundil havia se desenvolvido mais como Mago mesmo. A muitos anos havia deixado para tras seus níveis clericais.

    Observação: Talundil criou a trombeta no VI Periodo. Não existiam ainda Os Vigilantes da Montanha Azul. Eles surgiram somente depois, no VII Periodo.

  5. O Quarteto Imbativel de Thanzarack não existia na época de Talundil.
    Talundil e a trombeta coexistiram entre os anos de 600 e 642 do VI Periodo.
    O Quarteto Imbatível de Thanzarack foi um grupo de quatro heróis que se tornaram famosos durante os anos de 230 VII Prd até 280 VII Prd.
    Vhendara libertou a Montanha Azul em 240 VII Prd e fundou os Vigilantes da Montanha Azul em 244 VII Prd.

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