Este é o resumo da sessão ocorrida no dia 22.09.18. Nessa eletrizante história Pyrus foge da perseguição da Legião do Chifre e se depara com os perigos da estrada para o norte. Levando consigo Thrommel, o sacerdote teme pelo Senhor dos Cavaleiros de Furyondy.
Jogadores: Daniel Alonso (Pyrus, o Líder Elemental)
Revisão: Fabrício Nobre
Um pedido de ajuda
04 de Preparos de 597CY
yrus está apressado. Cavalgava no limite de suas condições físicas e também de seu cavalo. O sacerdote de Joramy sabia que precisava abrir distância de seus perseguidores o mais rápido que pudesse. Ele considerava suas opções caso o encontro com a legião do chifre fosse inevitável. Revia em sua mente o plano para proteger o príncipe. Aquela realmente não havia sido uma boa hora para ter se separado de Gatts. Para ele ainda era um mistério como aquele maldito bando surgira em seu encalço.
Haviam de alguma forma descoberto o rastro do príncipe. Se não foi isto, talvez eles tivessem chegado ate ali sem saber do príncipe, mas sim na caçada de um dos heróis. Havia múltiplas possibilidades, mas ele não tinha tempo para pensar nisso agora. O cavalo arfava profundamente. O sacerdote sabia que se não fizesse uma pausa, sua montaria morreria de exaustão.
Mais duas horas de marcha forçada e Pyrus decidiu parar. Enquanto seu cavalo recuperava as forças e se alimentava, ele verificou o estado do príncipe, que permanecia bem. Ele próprio também precisava descasar e pensando sobre as alternativas que tinha, Pyrus decidiu buscar orientação divina. Ele precisava da ajuda direta de seu Deus para guiar-lhes pelo caminho de Heironeous e também pedir proteção para o príncipe. Sendo assim orou fervorosamente. Tamanha foi sua fé e vontade, tamanho foi seu clamor por auxilio e orientação que lagrimas escorriam de seu rosto. E quando ele terminou, ao abrir os olhos, diante dele duas figuras surgiram.
Os Celestiais
Os seres tinha o corpo completamente cobertos por pelos e feições caninas. Com uma pelagem completamente marrom dourada, eles tinha estaturas de criaturas pequenas, mas denotavam clara inteligência e esperteza no olhar. Pyrus havia invocado seres celestiais conhecidos como Vulpinal.
Diante de Pyrus, ambos os seres o cumprimentaram e se apresentaram. Pyrus se surpreendeu com o surgimento dos seres, nunca antes os havia visto e seus trajes e sotaques lhes eram estranhos, mas ele os entendia. E tão logo o acordo divino com as criaturas foi estabelecido, Pyrus sabia que deveria continuar. Trazer as criaturas do plano de onde vieram para este havia lhes custado oferendas valiosas, e aquela era uma carga única. O vulpinal de nome Rakverelin era dotado de grande habilidade trovadora e vasto conhecimento, enquanto que sua irmã, Miyaro, era especialista na arte da furtividade.
A Noite
Pyrus percebeu que seu pedido também lhe gerou um contraponto. Os seus novos aliados extraplanares eram incapazes de equiparar a velocidade do cavalo e isso significaria risco de ser alcançado pelos seus inimigos. Ele precisava da ajuda dos Vulpinais, mas também precisava abrir larga distância da Legião do Chifre e aquele atraso era um perigo. O sacerdote decidiu que precisaria sair daquele local e encontrar um abrigo seguro para passar a noite.
Enquanto Rakverelin procurava um lugar protegido para passarem a noite, Miyaro apagava os rastros do cavalo de Pyrus. Uma pequena caverna foi encontrada e foi para lá que eles foram. Enquanto montava a vigília, Pyrus chamou Rak para conversar. Durante a conversa, o vulpinal falou sobre o caminho de Heironeous. Pyrus sabia que tinha muito que aprender e a estrada seria longa. O Deus dos cavaleiros era a personificação da justiça e da lealdade. Totalmente o oposto de seu irmão Hextor.
As horas se passaram e Pyrus teve uma noite tranquila. O príncipe se encontrava estável e sem alterações em seu estado de saúde. Assim, o sacerdote descansou. A noite do dia anterior fora turbulenta com sua saída às pressas de Reymend na calada da noite.
Dura Cavalgada
Dia 05 de Preparos de 597 CY
O cheiro agridoce do desjejum fez com que Pyrus despertasse de seu sono. Ele ficou contente em ver que Rakverelin havia preparado o café da manha para o grupo. Após se alimentarem, Pyrus chamou os dois Vulpinal e lhes falou que precisaria colocar-se em cavalgada novamente e que, infelizmente, a companhia dos dois aliados lhe atrasaria. Ambas criaturas entenderam perfeitamente o sacerdote e após mútuas cortesias eles desapareceram.
Pyrus montou seu já descansado cavalo e seguiu viagem novamente.
E cavalgou durante todo o dia. Não havia sinais de perseguidores no horizonte e o sacerdote pode aliviar o trote de sua montaria, que já era muito exigida devido ao peso extra do príncipe. A noite veio rápido e Pyrus se dedicou a procurar um novo abrigo.
O Ataque que veio de cima
06 de Preparos de 597 CY
O cansaço fez com que a noite passasse rápida, na mesma velocidade com a qual havia chegado ao dia anterior. O sol já estava resplandecente no horizonte quando Pyrus se punha em cavalgada novamente. As colinas estavam ficando para trás e o vento soprava com mais força vindo do leste. Rakverelin havia dito ao sacerdote que, seguindo aquela rota, ele chegaria à floresta Dapple e, deste ponto, deveria seguir para o oeste em direção a cidade de Kitsail. De lá, Pyrus tomaria um barco e o rio Velverdyva o levaria para os limites do reino dos Cavaleiros, a cidadela de Graylode. Pensando nisso ele acelerou a cavalgada forçando sua montaria.
Mas todos esses pensamentos foram obliterados quando uma grande sombra draconiana o sobrevoou. Pyrus, ao olhar para cima, avistou uma besta alada, fazendo um arco no ar e retornando, avançando em velocidade na sua direção. A criatura urrava selvagemente. Um selvagem e perigoso combate iria começar.
O ser que vinha em direção a Pyrus era um réptil alado, com cerca de 2,9m de altura, 3m de comprimento (4,5m com a cauda) e aproximadamente 6 metros de envergadura das asas. Sua pele era coberta por escamas lilás e brilhavam a luz do sol. Quando Pyrus notou o ferrão no fim da cauda da criatura ele identificou imediatamente que se tratava. Um Wyvern. Um Réptil alado dotado de uma selvageria animal, com uma inteligência draconiana limitada porém astuta, territorialista e ao, mesmo tempo, covarde. Pyrus já enfrentara daquelas criaturas antes, mas não sendo versado nas artes de combate, apenas recordava que o ferrão da criatura deveria ser evitado a qualquer custo.
O Wyvern
Pyrus avaliou rápido suas alternativas. Na velocidade em que estava, caso parasse abruptamente, poderia causar um acidente. Existia a possibilidade também de invocar uma poderosa magia clerical para proteger a ele e ao príncipe, mas devido à condição conduzir o cavalo e realizar simultaneamente a magia, poderia colocar a vida do príncipe em perigo. A besta vinha ao seu encontro, voando lateralmente. Sua opção mais sensata seria realmente usar toda a sua habilidade para frear a montaria.
O Wyvern se atracou com o cavalo no exato momento em que Pyrus conseguiu pará-lo. Como resultado do impacto, o clérigo perdeu o equilíbrio e foi ao chão junto com todo peso da besta sobre si. O cavalo, assustado com a investida, disparou com o príncipe firme no dorso, mas sem rumo. Pyrus estava sob uma situação de extrema dificuldade e sentiu quando o ferrão da criatura fincou-se no solo pedregoso, tentando atingir sua perna. O sacerdote se debatia, mas a criatura o mantinha firme por sobre ele. Como se não bastasse, ela também atacava com a bocarra cheia de dentes e finalizava a sequencia de ataques usando suas duas asas que culminavam em uma garra pontiaguda e afiada.
A reação de Pyrus é óbvia. Ele tenta a todo custo sair debaixo do monstro, mas a fera o firma bem ao solo enquanto garras, mordidas e o perigoso ferrão tenta minguar as forças do sacerdote. Porém segundos após, em um surto de força, Pyrus consegue sair do abraço da criatura no mesmo instante que a fera percebe que somente assim será mais fácil atingi-lo com o ferrão. O ataque vai certeiro nas costas do sacerdote. Pyrus urra de dor quando a peçonha rasga-lhe a pele e injeta um veneno quente e ácido em seus músculos.
Combate pela Vida
Pyrus se ergue e novamente é atacado pelo wyvern com a oportunidade dada pelo sacerdote ao se levantar. Com múltiplos ferimentos, Pyrus clama por sua Deusa e se prepara para receber as bênçãos de Joramy. Ele então invoca a cura da deusa e seus ferimentos são reparados, dando mais folego ao clérigo. O tenso combate prossegue. Pyrus ingere uma poção mágica capaz de neutralizar completamente o veneno que se espalha pelo seu corpo, mas o unguento não surte efeito frente à força da substância que se alastra por suas veias. O poderoso veneno o debilita e suga sua vitalidade com uma velocidade impressionante.
Pyrus, percebendo o sério risco que corria, tenta sucessivamente invocar magias de Restauração, Cúpula de Proteção contra a vida e a lendaria Força dos Justos, mas sem sucesso. Todas as magias fracassam diante da dificuldade em manter a concentração frente ao combate e a besta voraz que não lhe da descanso. O animal ataca sucessivamente, demonstrando sua força superior contra o sacerdote que vai se sentindo cada vez mais fraco. Mesmo sua Cura Plena conjurada com sucesso onde outras magias falharam, surte pouco efeito, devido a debilidade em sua constituição física em função do veneno.
Lento, sentindo fortes calafrios e com uma palidez intensa na pele, os movimentos da espada passam a esmo pela criatura, ate ali pouco atingida pelos ataques do sacerdote. Cada mordida, rasgo ou ferroada, trazem ao sacerdote o medo do fim inevitável. O sangue verte de seus ferimentos, formando uma lama negra e viscosa sob seus pés. Em dado momento ele olha para a estrada a sua frente. Lembra-se do príncipe. Ele reza para que Joramy o proteja. Sua vida passa diante de seus olhos. Desde seu nascimento no vulcão ate aquele fatídico momento. Devaneios de uma mente entorpecida e já derrotada.
Pyrus vai ao chão com os olhos vidrados na estrada, sem vida, sem brilho. Apenas o abraço gelado da morte o espera.