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Personagens:
Drigos Fênix Poderkaine (humano mothaviano) – paladino de Tyr 10º nível
Joshua Wenishy Poderkaine (humano mothaviano) – paladino de Tyr 10º nível
Kraver Kravinoff, Merlin (humano mothaviano) – arquimago 10º nível
Markin’Sman Tinthalion (alto elfo) – cavaleiro arcano 10º nível
The heritage of Mantruss
Sessões ocorridas no dia 07/06/2017.
Ainda com o sangue esfriando do último combate que haviam passado, suas mentes ainda rememoravam os acontecimentos recentes. Eles recordaram o reencontro – após meses de separação, que tiveram em Vilaverde, o combate ao incêndio que realizaram, a ida até o Templo de Cristal para pegarem o Aeroprisma, a trilha que haviam feito no Floresta Flograthi até as ruínas, os difíceis confrontamentos contra os hobgoblins, a força de combate dos corruptores que derrotaram no caminho e o combate final contra Sombra da Morte.
Ao enfrentarem Sombra da Morte, desvendaram o intento daquele que estava por trás de toda aquela manobra nas Ruínas Flograthi – Sluguel, o Senhor da Dor, uma poderosa entidade demoníaca que planejava utilizar os poderes da Espada Dimensional, para adentrar o Plano de Crivon e trazer uma era de caos e terror aos povos livres.
O arquimago Kraver Kravinof vinha ao fundo do grupo, com a mente fervendo, tentava a todo custo relacionar todos os acontecimentos até aquele momento: a ameaça goblinóide à Nova Caminithe – onde sua esposa grávida de seu primeiro herdeiro lhe aguardava, o confronto contra Vélius em Vila da Pratinha – quando impediram que Wenishy e Tyla caíssem numa armadilha mortal, que segundo Drigos, apagaria da existência todos os paladinos de Toran; a presença de Goldash, em Vila de Alabastos, com uma misteriosa caixa – que se assemelhava ao Baú dos Infortúnios, e lhes havia feito um convite sinistro para encontrá-lo na Torre de Ergil; e agora, eles descobrem a Espada Dimensional, uma lendária relíquia de tempos imemoriais, cobiçada por uma poderosa entidade demoníaca – Sluguel, que enredou humanos, elfos, hobgoblins e corruptores num emaranhado de combates, mortes, dor e sofrimento em prol de seu plano. Merlin andou como se pairasse no ar silenciosamente, envolto em seus pensamentos. Em seu íntimo, se perguntou:
Pensamento de Merlin:
– Estão faltando algumas peças… Mas… Estamos próximos de desvendar esse quebra-cabeças infernal.
Markin’Sman, seguia na vanguarda do grupo, por conhecer o caminho de volta para a estrada, ao seu lado vinha Drigos. O elfo ainda refletia sobre as sensações de perda que havia sentido desde a morte da rastreadora ecnorita* Alundra, nas mãos do diabo farpado, do trio constituído por Adran, Adele e Galion – valorosos guerreiros élficos que pereceram contra Sombra da Morte.
O elfo ainda conseguia ouvir reverberar em sua mente a voz de Adran o absolvendo de suas mortes, mas o pesar e temor que sentiu ao ver os crânios dos três elfos sendo utilizadas de forma tão profana por Sombra da Morte, o fez lembrar de sua mortalidade e de que seu destino poderia ter sido semelhante, se não contasse com a amizade de poderosos aliados. Markin, tocou sua algibeira e sentiu um suave aveludado, puxando o que viria a ser uma carta – ele lembrou que ela pertencia a Alundra e estava endereçada para alguém, uma pessoa cujo sobrenome era Elradine. O elfo da luz, guardou a carta, cerrou o punho como, em tom de promessa e pensou num grande desafio pessoal:
Pensamento de Markin:
– No futuro, espero não ter que entregar uma carta como essa mais ninguém! Em nome de Oberon, eu juro que enquanto eu viver, farei de tudo para evitar o sacrifício de alguém que gosto.
Wenishy, tentando manter-se em prontidão, olhou para Drigos enquanto ele andava a sua frente acompanhando Markin. O paladino veterano, olhou seu atual grupo, o conjecturando, chegou a conclusão de que, como sempre, apesar das diferenças de opiniões, formações e egos, nos momentos mais decisivos, o grupo agia como a equipe coesa e harmônica que sempre foi. A mesma equipe que derrotou Lassic, Goldas Goth, o próprio Obscuro e todos os demais adversários que outrora se interpuseram entre os CaLuCes* e seu objetivo de evitar que grandes calamidades ou atos de grande crueldade e ou maldade pudessem recair sobre os mais fracos.
Ele sabia que dos vinte CaLuCes, aqueles que estavam ali representavam bem a diversidade do grupo, pois mesmo seu irmão, um paladino ecnorita, tinha personalidade bem distinta da sua própria. Wenishy sabia que essa diversidade era a verdadeira chave para o sucesso de seu grupo até ali.
Joshua olhou para Merlin e lembrou-se de sua atuação sublime contendo os poderes malignos de Sombra da Morte no confronto final. Olhou para Markin e recordou de sua tenacidade contra os corruptores, mesmo atemorizado, ele lutou com todo seu espírito, vencendo principalmente seus demônios internos. Ao olhar para seu irmão, um paladino pragmático, lembrou como ele havia enfrentado até mesmo a morte e o destino de uma realidade incerta, para estar novamente entre seus amigos. Por fim, ao olhar para sua vingadora sagrada, embainhada em sua lâmina, ele puxou suavemente sua lâmina até se enxergar por ela e, ao contemplar seu reflexo, pensou que seu poder e fé precisavam se manter a altura daquela falange de heróis e pensou:
Pensamento de Joshua:
– Meu maior desafio é orquestrar tão distintas capacidades e talentos. Mas com a ajuda deles, nos prevaleceremos. Sempre!
Drigos, parecia compenetrado auxiliando Markin em encontrar o caminho, mas em seu interior, o sangue fervia e sua mente era uma profusão de pensamentos. Ele ainda recordava de seu retorno inesperado, do breve diálogo com Alucard e sua aterradora verdade revelada: um mundo sem paladinos. Ele recordou os olhares de terror da família que o acolheu após a cura da doença da filha do fazendeiro que tinha a mesmo nome de seu irmão, Joshua.
O jovem Poderkaine era apenas um ano mais novo do que seu irmão Wenishy, mas sentia o peso de um século em seus ossos. Ele sabia que tinha missões a completar, para sua grande felicidade e satisfação pessoal, conseguiu conduzir Merlin para juntos conseguirem completar a missão de salvarem seu irmão do Elo da Destruição. Mas ainda havia o que ser feito, se por um lado a praga slaad pareceu superada, a Marcha Hobgoblin ainda era uma ameaça e Shuzer Graodan era um inimigo de todos os povos.
Fênix sabia que apesar das causas confrontadas até aquele momento terem sido todas legítimas, seu propósito ainda não havia sido alcançado. O que o fez lembrar do sacrifício feito pelos remanescentes CaLuCes, que em sua realidade distorcida, haviam perecido ao lutarem contra Hidefeld para resgatarem seus restos mortais para ressuscita-lo, num ultimo e desesperada ato de esperança, o que o deixou entristecido, porque o paladino queria valorizar o sacrifício de seus amigos, os honrando com o sucesso total de sua empreitada.
O paladino, também era assolado por uma dúvida que o corroía por dentro: o que havia acontecido na floresta – onde ele havia ido para enfrentar os kobolds, momentos antes de se harmonizar com a Ampulheta de Chronus? E o mais importante e o que mais o preocupou naquele momento… Onde estaria a poderosa poderosa relíquia capaz de alterar o tempo?
De repente, quando Drigos – ainda pensando em como, apesar da indubitável vitória, seu grupo agia de forma descoordenada, e se preparava para comentar sobre sua pressa em querer se dirigir para encontrar com Anna, a Guardiã do CaLuCes, ele e seu grupo ouviram uma voz feminina e melódica, vinda da mata, atrás deles, que, em élfico erudito, disse de em tom de aviso:
Voz misteriosa diz:
– Se continuarem sua marcha para Vilaverde, os inocentes que lá estão sofrerão!
Enquanto todos instintivamente se posicionaram de forma defensiva e em prontidão. Merlin instintivamente, lembrou que havia na voz algo místico e pensou se tratar de alguma trapaça arcana para ludibriar a verdadeira posição da interlocutora e avisou seus amigos. Enquanto que pareceu a Markin que a voz lhe era levemente familiar, após uma breve pausa, ele arriscou em élfico comum:
Fala de Markin:
– Esperem amigos! Quem é? E porque nos dá esse aviso?
Subitamente a voz deixou de ser projetada de uma direção a 9 metros e após, eis que saiu da mata, 15 metros atrás do grupo, uma mulher esguia e alta, seu corpo era lânguido, seus longos cabelos estava preso num coque, de uma maneira que não impedissem seus movimentos, para o caso de uma luta. Sua brunea, preta como a obsidiana, ressaltava seus traços sensuais, um tecido roxo adornava sua armadura, assim como algumas pequenas jóias e um estranho crânio humanoide que lhe dava uma ar sinistro. Havia em torno dela uma energia que denotava que ela não era humana e suas orelhas levemente prolongadas e seu olhar, com um leve brilho em sua iris mostravam que ela era uma elfa.
Imediatamente, Markin a reconheceu e disse:
Fala de Markin:
– Erien Lâminaindômita. O que faz aqui e por que nos dá este alerta?
A elfa, pareceu ignorar a presença dos demais aliados de Markin, os olhando com indiferença, se dirigiu apenas a Tinthalion e comunicou em élfico:
Fala de Erien:
– Após aquela breve conversa que tivemos, eu percebi que tinha que me afastar de você em Vilaverde, quando soube que era um CaLuCe. Então retornei para pensar em como lidar com tão conhecida confraria de heróis. E, afinal, descobri uma maneira ideal: ameaçando a vida dos humanos inocentes e fracos que vocês tanto prezam. Logo, estão sob minha custódia todos os habitantes de Vilaverde.
Markin, traduz para grupo, especialmente para Drigos, o que a elfa acabara de dizer, mas o paladino pareceu preocupado olhando fixamente em direção ao flanco esquerdo do grupo. Pareceu que apenas ele havia identificado uma possível ameaça. Prontamente, sussurrou para seu irmão, indicando com os olhos, a direção onde estaria o possível adversário.
Wenishy, impaciente, bradou em tom imperativo:
Fala de Wenishy:
– Não temos tempo para parábolas elfa. Revele-se e diga logo do que se trata! Não podemos perder tempo e se planeja manter sua ameça contra o pacato povo de Vilaverde, se verá conosco!
Ignorando a fala do ecnorita e os demais membros da comitiva, Erien parecia apenas enxergar Tinthalion. Markin repetiu a fala de Wenishy com suas próprias palavras. A elfa o ouviu, em resposta, fez um simples gesto com sua mão esquerda, enquanto sussurrou uma palavra de comando.
A sombra que estava a seus pés oscilou e a cobriu rapidamente, como se a engolfasse, formando um sinistro véu de sombras.
Quando esse sombrio véu voltou para o chão, a alta elfa revelou ter outra aparência: sua pele era extremamente despigmentada, exibindo uma palidez exacerbada, seus cabelos brancos eram longos, seus olhos brilhavam em tom carmesim, exibindo maledicência.
Sua armadura modificou o padrão, exibindo uma aranha em suas costas, cujas pinças se projetavam por toda a parte da frente de sua armadura, simbolizando teias que se espalhavam na parte da frente.
Por fim, enquanto seus olhos paravam de brilhar, revelando olhos purpúreos, a elfa sombria respondeu:
Fala de Erien:
– Eu conheço vocês CaLuCes, sei de suas capacidades. Sei que se os confrontasse poderia matar seguramente um ou dois de vocês, antes de ser derrotada, no entanto pensei numa forma mais útil de usá-los.
Mas agora eu me apresentarei. Eu sou Erien “Lâminaindômita” Mantruss, da Quinta Família mais poderosa de Norazanth. Eu sou a primogênita e herdeira do poderoso espadachim mágico Max’aert Mantruss.
Vocês CaLuCes, me auxiliarão em meu propósito, fornecendo a guarda mais poderosa que poderia conseguir.
Vocês deverão agir como meus guarda-costas ou as – ela, em tom de zombaria contou brevemente nos dedos, 203 vidas de Vilaverde serão consumidas pelos meus elfos sombrios que a sitiaram, os mesmo que o salvaram do worg na floresta Tinthalion – ela sorriu.
Se recusarem ou se aproximarem a 300 metros da vila, todos eles serão assassinados.
Agora, o que me dizem?
Todos a olharam com temor e raiva, pois estavam diante de uma rara e exótica elfa das sombras albina.
Markin e Merlin lembravam-se bem de como o elfos sombrios poderiam ser ardilosos e trapaceiros. Não sendo incomum encontra-los ali, uma vez que o Protetorado de Ecnor estava enfraquecido e buscava se restabelecer. Esse tipo de elfos sabiam costumavam se aproveitar de situações assim, para tecer suas teias de intrigas para alcançarem seus pérfidos objetivos.
Indignado, Tinthalion respondeu em tom ameaçador:
Fala de Markin:
– Como ousa ameaçar os inocentes de Vilaverde?! Retire sua ameça sobre eles ou arque com as consequências!
Logo em seguida, todos se puseram em posição de combate, neste instante, a elfa respondeu, em tom ameaçador:
Fala de Erien:
– Minha ameaça se mantém, ou vocês fa…
Antes que a elfa sombria pudesse continuar sua fala, o paladino Joshua – orando a Tyr, para que seus aliados Tyla, Esmeralda e Garibaldi tivessem conseguido chegar a Vilaverde, decretou:
Fala de Wenishy:
– Agora você enfrentará as consequências de desafiar os CaLuCes elfa sombria! Espero que se renda ou encontrará o destino final por sua vilania!
Assim, após um épico confronto contra Sombra da Morte, cansados, machucados e ainda refletindo sobre vários acontecimentos, eles se lançaram num novo confronto, contra a herança de Mantruss, a misteriosa elfa sombria Erien. Eles estavam novamente reunidos, e estavam sem paciência para lidarem com os caprichos de uma elfa que, aparentemente, não mediu com quem estava bulindo.
Continua…
Criação e elaboração: Patrick, Aharon Gonçalves, Bruno Gonçalves, Bruno Santos, Diogo Borges.
Fontes de imagens: internet
Autoria da imagem da capa do artigo: Shin
Legenda (*): Ecnorita - mothaviano oriundo do Protetorado de Ecnor CaLuCes - Cavaleiro da Luz Celestial